Читать книгу: «A Garota Que Se Permite», страница 4

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9

NOVE

AS LUZES ainda estavam desligadas quando o aquecedor ligou. Deitei na cama ouvindo o ar passar pelas aberturas e esperei até que estivesse quente o suficiente para tirar meu casaco.

Você pensaria que depois de ficar sem calças enquanto rastejava para fora do ar frio da noite e entrava em minha própria casa, eu estaria… espere um segundo.

Quarta-feira.

Toda vez que eu pensava que minha humilhação havia acabado por esta semana… só que não. Eu tinha certeza que a calcinha que eu estava usando era azul escura com um dia da semana em amarelo brilhante na bunda.

Obviamente, devo estar usando o dia errado.

Eu me virei perseguindo meu próprio traseiro por um momento antes de desistir e me olhar no espelho.

É claro.

Eu estava vestindo terça-feira.

Fiquei ouvindo o barulho do aquecedor, me sentindo dividida entre a gratidão por nunca ter que encarar o policial Darby novamente e nojinho de mim mesma por desejar ter que encarar o policial Darby novamente. Você sabe, apenas para olhar para ele. Foi bom ver um cara que parecia um cara. Aposto que o Policial Darby não tinha um suéter de cashmere.

Mas, um policial? Tipo, o estereótipo do macho alfa controlador.

Não, dispenso.

Para ser justa, ele lidou com as situações com os dois homens mais loucos que já conheci com facilidade e humor. Ambas eram qualidades que eu percebi que faltavam na minha vida. Não que eu precisasse de um herói… quero dizer, um cuidador.

Sei lá.

Quando as luzes voltaram, concentrei-me no que precisava ser feito, empacotando o que restava das minhas coisas e separando só o que precisaria para o dia seguinte.

Quando guardei os últimos itens, o ambiente estéril perdeu qualquer pequena quantidade de charme que eu consegui colocar nele. Mudar-se para o divino refúgio de Ben seria um grande upgrade no fator de charme.

Lentamente, quase como se estivesse saboreando a última noite ali, caí no sono, feliz por estar sozinha e não precisar lidar com as emoções de mais ninguém. Eu não tinha percebido o quanto eu tive que fazer isso. Jason era temperamental e crítico, e provavelmente simplesmente louco, mas nada disso tinha sido óbvio para mim... até agora.

Tentei afastar a sensação de estupidez. Mas, fazendo uma retrospectiva, tudo ficou claro. Muito claro.

Todas as inseguranças que me levaram a namorar Jason: estar sozinha em uma cidade estranha logo após a faculdade, um novo emprego, um cara mais velho tomando você sob sua proteção, até as razões pelas quais eu fiquei com ele, era o que eu conhecia.

Depois de um dia como uma garota solteira na cidade, senti algo que eu não sabia que tinha perdido. Uma leveza de ser. Uma ausência de preocupação em equilibrar e explicar e suavizar tudo o que acontece ao meu redor.

Estava mais do que feliz com as minhas novas condições. Eu estava contente. O tipo de contentamento que perdurava.

E eu tinha que agradecer a uma pessoa por todo aquele contentamento recém-descoberto: Jason.

Eu estava cega, mas ele arrancou as minhas vendas e me empurrou para o mundo. E era um mundo muito melhor sem ele, mesmo se eu tivesse basicamente mostrado a calcinha a um policial.

10

DEZ

ACORDEI com o som do meu despertador, a sensação do ar quente e a alegria de em breve poder tomar um banho quente em meu próprio banheiro.

Era divino!

Despi a cama e coloquei os lençóis no cesto de roupa suja perto da porta. Isso foi um adeus. Não que eu me importasse. Evacuar aquele apartamento padrão e sem graça e passar um ano no clássico e charmoso apartamento que estava esperando por mim a alguns bairros de distância provavelmente me estragaria para o resto da vida.

E, no entanto, como sempre acontece quando você deixa algo para trás, tudo parece um tanto agridoce. Mesmo a caminhada de seis quarteirões até a locadora de carros para conseguir uma van de mudança foi uma jornada de despedida. Adeus, calçada quebrada! Adeus, faixa de pedestres em que ninguém parava! Arrivederci, padaria italiana!

Você pensaria que eu estava me mudando para Paris, não dois bairros de distância.

Depois de manobrar a van alugada de volta para o meu lugar, eu trouxe o resto das minhas caixas para baixo, empurrei-as na parte de trás e dirigi para a casa de Ben, pronta para pegar minhas chaves e chutá-lo para fora. Gentilmente, é claro, já que ele era bonzinho. Sem mencionar que ele era o meu novo senhorio.

Jenna acenou de onde esperava no meio-fio, um lugar à sua frente estava reservado por duas cadeiras dobráveis. Serei sincera aqui. Eu teria pago um bom dinheiro para ver Jenna lutando contra um guarda de trânsito. Não tenho certeza se ela tinha um lado sombrio, mas duvido seriamente que isso o teria trazido à tona.

Eu parei ao lado do local enquanto ela dobrava as cadeiras, encostava-as em uma árvore e olhava para ver se a van caberia no espaço.

Nunca vou entender a necessidade de baliza. Quantas horas de sua vida são perdidas por causa disso? Primeiro você tem que encontrar o local e calcular se você se encaixa. Uma vez que você esteja razoavelmente certa de que pode enfiar algumas toneladas de metal entre dois objetos imóveis, você tem que esperar até que o cara que não estava prestando atenção e acabou encostando em seu para-choque traseiro, apesar de você estar com suas luzes de ré e seta piscando, torne-se mais inteligente e dê a volta. Então, são necessárias pelo menos duas tentativas para entrar direito, quatro se você não costuma dirigir.

Horas. Horas de vida perdidas em que poderia fazer algo mais emocionante.

Como tirar uma soneca.

Infelizmente, morar na cidade significava fazer baliza. Provavelmente não fazia isso há mais de um ano. E isso tinha sido num minúsculo compacto que eu aluguei para fazer compras no inverno passado.

Dessa vez não seria nada bonito.

Recuei um pouco a van e percebi que estava no ângulo errado. Puxando para fora do local, eu olhei novamente para decidir minha melhor abordagem. Indo mais longe na pista, observei os para-choques na frente e atrás de mim. Então, com cuidado, muito cuidado, recuei. Para-choque dianteiro. Para-choque traseiro no meu espelho lateral. Para-choque dianteiro. Para-choque traseiro no meu espelho lateral. Tudo estava indo bem até que Jenna começou a gritar e agitar os braços.

Eu tentei pisar no freio, mas pisei no acelerador. A roda traseira subiu no meio-fio e bati em um dos velhos carvalhos que ladeavam a estrada.

— Pare! — Jenna parecia em pânico. Ela correu para a parte de trás da van enquanto eu a tirava do local e acendia as luzes de emergência.

Dando a volta para me juntar a ela, olhei para o carro atrás do meu para-choque para ter certeza de que não tinha acertado nele também. Graças aos céus eu, de alguma forma, não encostei no carrão elegante que provavelmente alguma ricaça dirigia duas vezes por ano.

Jenna estava ao lado da árvore, as mãos segurando a casca em uma pequena área de cinco centímetros como se ela pudesse consertá-la apenas tendo bons pensamentos. No grande esquema das coisas, o dano à árvore foi mínimo, mas nesta vizinhança eu me perguntei se isso seria o equivalente a um assassinato.

Enquanto Jenna se concentrava em curar a árvore, verifiquei o para-choque da van. Quase não teve danos. Havia algumas manchas, mas quando esfreguei o punho do meu moletom sobre elas, elas basicamente desapareceram.

— Não se preocupe. Podemos consertar isso! — gritou ela, porque volume é sempre equivalente à verdade.

— Como? — A menos que ela realmente fosse uma fada. Eu olhei para ela novamente. Provavelmente muito alta… e, você sabe, muito humana.

Não tenho certeza de como ela achou que poderíamos consertar uma árvore, mas estava disposta a deixá-la tentar, já que a outra opção era aceitar o fato de que eu havia matado uma propriedade da cidade.

— Não sei. Mas Ben saberá. Ele pode consertar qualquer coisa. — Ela se virou e correu para dentro do prédio enquanto eu fiquei ao lado da van enviesada e do carvalho danificado.

— O que exatamente está acontecendo aqui?

Eu conhecia aquela voz. Ela sinalizou todos os desastres que tive recentemente. Mesmo com um tom tipo chocolate derretido, eu sabia que o som não significava nada de bom.

Lá, é claro, estava o Policial Darby.

E, infelizmente, realmente não havia como sair dessa. Então, só me restava encarar isso de frente. — Eu, hum, posso ter dado ré e atingido aquela árvore.

— Srta. Lane, ou você atingiu uma propriedade da cidade ou não. Qual das duas opções?

— Sim. — Meus ombros cederam. Eu estava praticamente farta de tanto desastre. — Eu atingi uma propriedade da cidade.

Eu não precisava de mais essa. Eu precisava de um tempo, não de uma ficha criminal.

— Você está me seguindo? — Porque, o que mais poderia explicar isso? Talvez aquela busca que eu fiz para o plano de marketing de grupo sem fins lucrativos tivesse alertado a Agência de Vigilância Nacional. Agora, eles designaram um agente local para me vigiar.

— Como se fosse isso o que eu quisesse fazer no meu dia de folga. Seguir um crime ambulante esperando para acontecer. — Ele deslizou seus óculos escuros estilo aviador até a ponta do nariz para olhar para mim por cima da borda. — Sem ofensa, Terça-feira. Você é uma gracinha e tudo, mas a última coisa de que preciso é de uma mulher cuja ideia de ficar longe de encrencas é colocar fita isolante em propriedades públicas.

Crime ambulante? Um calor raivoso percorreu minha pele, esmagando meu bom senso.

— Como se eu precisasse de um policial com sorriso engraçadinho fazendo esse movimento ultrapassado de baixada de óculos escuros tipo Tom Cruise. — Eu olhei para ele esperando que ele seguisse em frente. Esperando que ele sumisse do meu dia.

— Tom Cruise, hein? — Mais do sorriso engraçadinho.

— Não se ache. Falei do movimento, não do homem.

— De qualquer forma, você acabou de danificar um carvalho de 250 anos que pertence à cidade. O que você vai fazer quanto a isso?

Eu me senti horrível pela árvore. Se Jenna não tivesse tentado fazer parecer que não foi grande coisa, eu provavelmente teria ligado para a prefeitura para descobrir o que fazer. Mas, com o Policial Darby ali, basicamente me ameaçando, de repente senti como se nada que eu pudesse fazer seria a coisa certa.

— Tá. Prenda-me. — Eu coloquei minhas mãos para fora juntas, oferecendo-lhe meus pulsos para algemar. — Vá em frente. É seu dia de folga. Tenho certeza que a papelada, além do fato de ser um flagrante de um arranhão de uma árvore, realmente faria o seu dia. Eles amariam isso na delegacia, não é?

Ele nem sequer piscou, o que me convenceu que ele nunca teve nenhuma intenção de fazer nada além de me atormentar. Ele se inclinou contra aquela pobre árvore e cruzou os braços, olhando para mim daquela maneira impenetrável que os policiais na TV parecem ter.

Ele estava tentando me dobrar. Eu era forte e resistente. Eu não cederia. Eu era…

— Você nunca deixa o serviço? — Cedi. — Alguém te designou para me seguir por aí certificando-se de que cada transgressão minha fosse reportada? Será que todos os eventos ruins da minha vida agora seriam acompanhados pela ameaça de prisão?

— Quando eu já te ameacei com prisão?

— Você não está prestes a? — Olhei para a árvore, sua casca raspada me condenando. — Eu bati na árvore! — Eu gritei um pouco irracionalmente. — Eu bati na árvore e olhe para ela! E a van de aluguel. E agora não vamos poder carregar as minhas coisas para dentro e as de Ben para fora, e eu realmente não vou ter eletricidade, e aquecimento, e eu terei que dormir na van que estou com medo de devolver porque eu arranhei o para-choques. Ou irei para prisão. Com mulheres chamadas Tulula.

— Tulula?

— Ah, me deixe. Faça o que você iria fazer. Eu só…

Jenna desceu as escadas e parou entre mim e o Policial Darby. — O que está acontecendo?

— Dano à propriedade da cidade — disse o Policial Darby, olhando-a como se ela fosse a menor de suas preocupações. E, ela provavelmente era. Quero dizer, o que ela poderia…

Jenna avançou e deu um soco no peito do Policial Darby.

Ele nem sequer piscou. Só olhei para o local como se ela tivesse cutucado ele com um dedo.

Eu respirei fundo, chocada com o quão rápido tudo tinha saído do controle. Eu realmente acabaria na prisão nesse ritmo.

Ela foi bater nele de novo e eu pulei entre eles. — Não faça isso! Você está agredindo um oficial.

— Estou agredindo um idiota. Max, peça desculpas a Kasey agora.

Max?

— Agora, Max! — Jenna parecia que ia bater nele de novo. — Os caras não vão achar isso engraçado. E, assim que eu pegar meu telefone, você não vai gostar da hashtag do dia do Policial Darby. Você vai se arrepender de cada ato babaca que você já fez na vida.

O policial Darby, Max, aparentemente, parecia em pânico.

— Srta. Lane. Sinto muito. Eu não queria realmente aborrecê-la. Eu estou de folga. Não precisamos fazer nada quanto a árvore. Nós vamos… consertar isso. — Ele olhou para Jenna. — Não é? Nós podemos consertar isso. Só, pelo amor de Deus, nada de postar outra maldita coisa do Policial Darby.

— Não sei, Max. Esses são meus tweets mais populares. Você tem muitos seguidores. A única coisa que posso prometer é que se você parar de ser um babaca agora, não haverá nenhuma hashtag de vingança.

Max já estava balançando a cabeça. — Tudo bem, mas Jenna, você não pode usar isso toda vez que discordamos. Ela não pode sair por aí quebrando leis e se safar só porque te conhece.

— Tudo bem. — Jenna cruzou os braços e olhou para ele.

Ele olhou de volta.

Considerei uma fuga rápida que não envolvia tentar usar a van de mudança de tamanho excessivo como veículo de fuga. Essas ruas mais antigas eram muito estreitas. Eu não conseguiria fazer nem a primeira curva em alta velocidade.

— Max? Que diabos está acontecendo?

Ben parou no último degrau da varanda, com as mãos levantadas para os lados como se para enfatizar a pergunta, olhando para o Policial Darby.

— Eu estava brincando.

— Você tem uma em pânico e a outra parecendo que vai te matar e esconder o corpo em algum lugar que só as mentes mais tortuosas encontrariam. E se você não acha que ela seria capaz de fazer isso, você não leu o seu último livro.

— Desculpa. — O Policial Darby soou além de exasperado, o que seria… O que está além de exasperado?

Ben manteve aquele olhar firme focado em Max e acenou com a cabeça na minha direção.

Max deu um passo em minha direção, balançando a mão como se não soubesse o que fazer com ela. Então recuou. — Srta. Lane… Kasey. Sinto muito. Vamos esquecer o que aconteceu.

Eu podia ver que ele não queria, que parte dele estava realmente irritado que eu tinha causado um dano e não sofreria as consequências. Exceto pelo fato de que agora que eu morava aqui, eu provavelmente sairia todas as manhãs para verificar o processo de cura da árvore.

Ele olhou ao redor, desesperado para encontrar alguma coisa. Quem sabe qual tipo de corda mental os caras normalmente procuram para se agarrarem em uma situação como essa.

Mas, em matéria de desculpas, aquela não foi das piores. Mesmo com a esquiva.

— Está tudo bem — respondi, torcendo para que isso fosse verdade.

— Max, por que você não sobe e carrega qualquer caixa que estiver mais pesada. — Ben olhou para seu amigo até Max ir em direção à porta da frente, dando-lhe um empurrão forte enquanto ele se dirigia para dentro. — Max pode ser…

Agora que Ben tinha assumido o papel de repreender Max, Jenna tinha voltado ao seu jeito alegre de sempre. — Max é um cara legal. Não se preocupe. Ele não vai ser um você-sabe-o-que novamente.

Não foi tanto o tom de você-sabe-o-que das palavras dele. Mas aquilo era mais uma coisa que me acontecia.

Eu deveria abraçar minha liberdade recém-descoberta, encontrando o caminho para construir uma vida melhor para mim. Esta era a minha chance de crescer sozinha, de abrir minhas asas. Eu me senti como uma daquelas crianças estúpidas que não sabiam como lavar a própria roupa ou fazer a cama na faculdade porque ela nunca teve que fazer nada sozinha.

Eu era uma virgem de tomada de decisões.

Eu deixei a vida e Jason me conduzirem até que eu sentisse que todas as minhas opções não existiam.

A ideia de que o Policial Darby estava lá em cada um dos meus fracassos nas últimas 48 horas, que ele redirecionou cada um dos meus desastres, foi o toque que faltava. Como um parmesão de quinta sobre uma massa cara e artesanal. E eu ainda tinha que lidar com o desastre de hoje.

— E quanto à árvore? — Sim, olhe para mim assumindo o comando.

Ben deu a volta e olhou para ela, pressionando a casca de volta para o lugar.

— Nenhum dano real. Você arranhou, mas não decolou a casca o suficiente para machucar a árvore a longo prazo. Por que você não me entrega as chaves e eu estaciono a van enquanto vocês trazem a primeira carga?

Era uma oferta que eu não recusaria. Aprender a abrir o meu próprio caminho no mundo era uma coisa. Saber quando deixar alguém mais capaz fazer o que eu queria fazer de qualquer maneira era completamente outra.

Eu estava disposta a me tornar A Mulher Independente, exceto quando o assunto fosse baliza. Eu realmente odiava fazer baliza.

Jenna e eu pegamos uma caixa e fomos em direção às escadas.

— De verdade, Kasey. — Jenna esperou para me deixar passar para o saguão. Ela tinha assumido a sua cara séria. Quem sabe onde essa conversa chegaria. — Max é um cara legal. Ele tem um grande senso de humor. Ele provavelmente se sente horrível por ter feito você se sentir mal.

Não tão horrível quanto eu me sentia. Eu estive a um passo de me tornar uma assassina de árvores. Eu agora era uma mutiladora de árvores.

— Ei. — Max estava no topo da escada, com os braços enrolados em uma caixa.

— Ei. — Vi a pequena Jenna passar por ele e depois fui fazer o mesmo. E, claro, a não-tão-pequena eu praticamente derrubou a caixa de suas mãos enquanto fazia malabarismo para segurar a minha. — Desculpa. Eu não quis…

— Não se preocupe com isso. Ele fez malabarismo com a caixa até poder firmá-la em cima do corrimão. Tentei ver a expressão dele por trás do Ray-Ban espelhado. — Ouça, eu entendo. Você está tendo uma semana ruim. Ben me ligou e me deu uma bronca nos quatro minutos que estive lá em cima. Você parece estar lidando com muito agora.

— Bem, eu admito, assistir você lidar com Jason foi divertido.

— Lidar com Jason foi divertido. — Ele sorriu e uma covinha apareceu. Somente de um lado. A direita, onde sua boca se arqueava um pouco, não muito.

— Então, pois é. — Eu arrastei meu olhar para longe daquela covinha. Ele provavelmente a usava para hipnotizar as meliantes mulheres à submissão. Os policiais dizem mesmo meliantes? De qualquer forma… — Vamos seguir em frente e começar a trabalhar.

Passei por ele, tentando ignorar a covinha. Eu não estava procurando por um cara e, se estivesse, o Policial Max Darby estava muito longe do cara polido e de fala mansa que eu procuraria em seguida. Depois de Jason, eu sabia que queria alguém que me tratasse como igual e respeitasse meu valor. Alguém que não parecesse todo Comando e Controle enquanto estava parado.

Quando minha vida estivesse nos eixos, eu procuraria por um cara que se encaixasse comigo. Mas, até então, nada de homem. Nem mesmo um flerte. Eu queria começar meu novo negócio e ficar longe de homens dominadores.

Olhei para os ombros de Max enquanto ele carregava a caixa escada abaixo e tentei justificar que olhar de longe não faria mal.

De muito, muito longe.

11

ONZE

EVITEI MAX o máximo possível pelo resto do dia. Isso não significa que eu não estava ciente da presença dele. Era quase impossível não estar. À medida que o dia esquentava, ele e Ben tiraram as jaquetas e carregaram coisas pesadas como se fossem penas. Havia muito colírio para os olhos.

Colírio para os olhos era aceitável. Quer dizer, eles dizem que um grande número de assassinos em série são lindos, mas eu também os evitaria.

Pena que não era julho. Embora, neste bairro, eu duvidava que até mesmo se fosse verão eles tirassem as camisas que eles agora estavam enchendo de pó.

Eu não tinha certeza do que havia em Max que chamava minha atenção. Ele era mais baixo do que Ben, provavelmente um metro e setenta e oito, talvez um metro e oitenta. E, enquanto ele era soturnamente bonito, ao lado da bela aparência dourada de Ben, ele tinha contornos abruptos que pareciam em desacordo com seu charme.

Mas, havia algo que fazia meu olhar voltar para ele várias e várias vezes.

Talvez fosse porque ele tinha sido meu herói involuntário nas últimas vinte e quatro horas, dispensando ex-namorados e senhorios esnobes.

— Ele é solteiro.

— O quê? — Tentei fingir que estava olhando pela janela de trás de onde os caras estavam desmontando a cama de Ben.

— Max. Ele é solteiro.

Essa era a última coisa que eu precisava. Jenna parecia uma daquelas pessoas: estou feliz namorando, então todo mundo deve namorar e ser feliz também.

— Certo... — Como dizer isso educadamente? — Eu na verdade não estou procurando um relacionamento agora.

— Claro. — Jenna era tão fofa tentando parecer inocente que era difícil ficar irritada com ela.

— Estou falando sério. Você sabe sobre meus últimos dias. A última coisa que eu preciso é de um cara. Na verdade, a última coisa que eu quero é um cara. Eu realmente não preciso de um cara bagunçando o meu recomeço de vida.

— Claro — disse ela novamente.

Eu acreditei nela ainda menos dessa vez.

— Estou avançando para a fase Sou Mulher, Ouça o meu Rugido da minha vida, no maior estilo Katy Perry.

Jenna assentiu.

— Além disso, ele absolutamente não é o meu tipo.

Jenna deslizou seu olhar em direção aos caras, arrastando o meu junto com o dela, na mesma hora em que Max puxou a ponta de sua camiseta para cima e curvou-se para limpar a testa, deixando à mostra um impressionante tanquinho.

— Certo. — Limpei minha garganta. — Mas, eu sei o tipo que procuro e não é ele. Quando eu procurar será um cara com quem eu tenha coisas em comum. Que me veja como um igual. Não uma piada.

— A última namorada dele foi horrível.

— Sério, Jenna.

— Na verdade, ela era pior do que horrível. Ela era tipo a vilã de uma comédia romântica de tão má.

Eu coloquei no chão a caixa que estava levando para a cozinha, imaginando que eu poderia muito bem esperar até que ela saísse.

— Ele faz trabalho voluntário com crianças. Ele é treinador de beisebol.

Olhei para o pano em minha mão considerando enfiá-lo em sua boca.

— A família dele é de Chicago e ele voa para casa em todos os feriados importantes. Mas ele ainda diz que aqui é o lar dele.

— Não me importo.

— Ele salvou um gatinho na semana passada.

— Um gatinho? — Certo. Aquilo chamou a minha atenção. Que tipo de cara realmente resgata gatinhos?

— Pois é. Escalou uma árvore e levou-o até a dona de sete anos de idade.

— Você está inventando isso.

— Não. Ele morre de vergonha disso. Espere um pouco. — Ela puxou o celular e começou a pesquisar algo. — Saiu no jornal local.

Sim. Lá estava Max e uma menina de sete anos olhando para ele como se ele fosse um super-herói, ele segurava um gatinho e parecia que gostaria de estar em qualquer outro lugar.

— Hum... Ele salvou um gatinho.

— A galera não está deixando ele em paz com isso no trabalho.

— Bem, faz sentido. — Se os departamentos de polícia fossem como em Lei & Ordem, haveria cartazes de gatinhos por todos os lados até o final da semana. — Mesmo assim…

Jenna me deu sua própria versão de O Olhar.

— Certo — disse ela, pegando mais uma caixa para levar. — Este seu último cara deve ter sido um tipo e tanto.

— O problema na verdade foi exatamente eu não ter percebido que tipo ele era. — Novamente, fiz um resumo mental de tudo o que eu não tinha notado, catalogando coisas que podem ou não ter sido pistas para a babaquice do Jason. — Além disso, 24 horas não é tempo suficiente para me recuperar, reconstruir e seguir em frente.

E isso era apenas sobre o meu ego que eu estava falando. Será que ele é mais ou menos resistente que um coração? Por sorte, eu não teria que descobrir já que meu coração se recuperou antes mesmo que eu chegasse ao meio-fio naquele dia.

— Você não pode se culpar por confiar em alguém próximo a você. E não há ninguém tão próximo a você do que o seu namorado de longa data.

— É só que…

— Eu sei, Levar aquele fora. Receber só metade da fiança. A estupidez geral.

— Você não faz ideia.

Jenna me deu o que eu tenho certeza que ela achava que era um sorriso reconfortante, mas que só me fez querer perguntar a ela o que ela estava maquinando. Antes que eu pudesse redobrar o meu aviso, ela voltou para a caixa em que estava passando a fita.

Trabalhamos a manhã toda arrumando os itens básicos do Ben e seguimos para a casa da Jenna. Coisas como a cama dele e os livros que empacotamos, colocamos na pequena área de armazenamento no sótão. O resto ficaria exatamente onde estava. O que era perfeito para mim.

O tempo todo, Jenna continuou sorrindo para si mesma.

E ninguém podia me culpar por ficar de olho nela depois disso. Qualquer mulher sã ficaria.


Quando tudo estava embalado ou armazenado, fomos até uma pizzaria que Ben adorava. Ele até apontou o ímã na geladeira e sugeriu que eu memorizasse o número.

Era bom ter algumas certezas no mundo. Tirei meu cartão de crédito, planejando pagar a comida como agradecimento.

— Você não precisa fazer isso. — Jenna deslizou o cartão de volta pelo balcão em minha direção.

— Sim, preciso. Quero agradecer pela ajuda e pelo lugar para ficar e tudo o que vocês fizeram. — Era embaraçoso admitir, mas... — A maioria dos meus amigos são todos de Ohio. Eu estava tão ocupada quando me mudei para cá que não saí muito e por isso não tenho por aqui amigos do tipo que você liga quando vai se mudar. Quando cheguei aqui para a pós-graduação eu conheci Jason e nosso relacionamento ficou sério muito rápido. Minha vida era muito focada.

Ou, limitada na verdade.

Todos eles me encaravam. Eu podia ver que os caras estavam envergonhados. Jenna acabou assumindo aquela cara sorridente. Ela tinha que ser a pessoa mais feliz que eu já conheci.

— Eu sei exatamente o que você quer dizer. Acabei de demitir um dos meus melhores amigos. Meu outro melhor amigo é um escritor que vive do outro lado da cidade. E todos os outros que eu sou próxima estão na cidade em que eu cresci. Segui meu namorado até a faculdade, onde ele basicamente me largou um dia antes do nosso casamento.

— Uau. Você está fazendo a minha história parecer fichinha.

— Estou aqui para ajudar — disse ela, daquele seu jeito padrão fadinha-fofa me fazendo acreditar que ela realmente estava compartilhando sua história para me ajudar.

— Mas, eu realmente gostaria de pagar a refeição em agradecimento. Todos tivemos uma semana cheia. Eu comecei uma nova empresa, Jenna tem Ben se mudando, e Ben tem alguém para sublocar seu lugar.

Max brindou todos nós com sua bebida e perguntou: — E eu?

Aquela estava muito fácil. E eu ainda devia a ele por me assustar sobre o acidente. — Ah, você teve a semana mais cheia de todas.

— Tive?

— Você é um herói! Eu te vi na primeira página. Salvador de Gatinhos!

Max pousou sua bebida e olhou para Jenna. — Jenna.

— O quê? — Ela pegou o celular, onde tinha acabado de colocar a notícia como papel de parede, e mostrou ao grupo. — É adorável.

— Se eu estivesse carregando uma mulher grávida de um prédio explodindo, esse é o tipo de fotos que você mostra. Filhotes de gatos. Não, Jenna. Não mostre isso a mais ninguém.

— Mas… — Eu podia ver que isso estava escalando de um jeito que Max não ia gostar.

— O que você fez? — perguntou ele.

— Nada muito grande.

— Jenna. — Nessa hora Max realmente soou um pouco ameaçador.

Jenna olhou para Ben como se ele fosse cuidar disso.

— Não olhe para mim, Amor. Eu imagino o que você fez e você sabe que temos regras sobre isso.

Max praticamente engasgou. — Você não fez isso!

— Você nunca disse que eu não podia. Ben te contou sobre as regras e você o chamou de fracote. Mas, você sabe, usando uma palavra pior.

Eu estava tentando entender o que estava acontecendo entre os engasgos, as alusões e a autocensura.

— Isso é verdade — disse Ben, dando a ele um daqueles encolher de ombros completamente sem desculpas que os amigos fazem quando eles realmente não têm mais nada a dizer. — Isso é o que você ganha para questionar a minha masculinidade.

— Sua masculinidade está sendo citada muito hoje — acrescentei, não muito certa do que estávamos falando.

— É verdade. — Ben tomou um gole de sua cerveja e sorriu. — Ainda estou tranquilo. Além disso, por você ainda ser de fora, ignorarei a potencial piada dessa declaração.

— Jenna? — perguntou Max.

— Sim. Está no meu site. Já até se tornou um meme. Meus fãs adolescentes começaram a legendá-los e compartilhá-los. Eu não sugeriria checar #PolicialMax hoje no Twitter.

Ai. Meu. Caramba!

Jenna tinha um desejo suicida?

Se sim, ela estava realmente se esforçando nele. Ela pegou o celular e abriu o Twitter. — Aqui estão alguns dos meus favoritos.

Max pegou o celular e começou a olhar as postagens, ruídos horrorizados saíam de sua boca enquanto ele clicava em um link após o outro.

— Me abrace, eu sou um policial? Eu subiria numa árvore por tudo isso também? O Policial Max pode… — Os olhos de Max se arregalaram e ele colocou o celular virado para baixo na mesa. — Nesse momento não tenho muita certeza de que seu público é estritamente adolescente. Jenna, como você pôde?

— Mas, Policial Max, você disse que nada que eu pudesse colocar no meu site que fosse verdade iria envergonhá-lo. Você disse que Ben estava sendo um maricas por não me deixar postar fotos dele.

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04 июля 2021
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9788835425175
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