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Из серии: Um Mistério de Riley Paige #11
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ENTERRADOS

(UUM MISTÉRIO DE RILEY PAIGE—LIVRO 11)

B L A K E P I E R C E

Blake Pierce

Blake Pierce é o autor da série de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce também é o autor da série de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da série AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da série KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da série de enigmas PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da série de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho).

Como um ávido leitor e fã de longa data do gênero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique à vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com para saber mais a seu respeito e também fazer contato.

Copyright© 2017 Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto como permitido sob o Copyright Act dos Estados Unidos de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida por qualquer forma ou meios, ou armazenada numa base de dados ou sistema de recuperação sem a autorização prévia do autor. Este ebook está licenciado apenas para seu usufruto pessoal. Este ebook não pode ser revendido ou dado a outras pessoas. Se gostava de partilhar este ebook com outra pessoa, por favor compre uma cópia para cada recipiente. Se está a ler este livro e não o comprou ou não foi comprado apenas para seu uso, por favor devolva-o e compre a sua cópia. Obrigado por respeitar o trabalho árduo deste autor. Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, locais, eventos e incidentes ou são o produto da imaginação do autor ou usados ficcionalmente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é uma coincidência. Jacket image Copyright anuruk perai, usado sob licença de Shutterstock.com.

LIVROS ESCRITOS POR BLAKE PIERCE

SÉRIE DE ENIGMAS KATE WISE

SE ELA SOUBESSE (Livro n 1)

SE ELA VISSE (Livro n 2)

SÉRIE OS PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE

ALVOS A ABATER (Livro #1)

ESPERANDO (Livro #2)

SÉRIE DE MISTÉRIO DE RILEY PAIGE

SEM PISTAS (Livro #1)

ACORRENTADAS (Livro #2)

ARREBATADAS (Livro #3)

ATRAÍDAS (Livro #4)

PERSEGUIDA (Livro #5)

A CARÍCIA DA MORTE (Livro #6)

COBIÇADAS (Livro #7)

ESQUECIDAS (Livro #8)

ABATIDOS (Livro #9)

PERDIDAS (Livro #10)

ENTERRADOS (Livro #11)

DESPEDAÇADAS (Livro #12)

SÉRIE DE ENIGMAS MACKENZIE WHITE

ANTES QUE ELE MATE (Livro nº1)

ANTES QUE ELE VEJA (Livro nº2)

ANTES QUE COBICE (Livro nº3)

ANTES QUE ELE LEVE (Livro nº4)

ANTES QUE ELE PRECISE (Livro nº5)

ANTES QUE ELE SINTA (Livro nº6)

ANTES QUE ELE PEQUE (Livro nº7)

ANTES QUE ELE CAÇE (Livro nº8)

ANTES QUE ELE ATAQUE (Livro nº9)

SÉRIE DE ENIGMAS AVERY BLACK

MOTIVO PARA MATAR (Livro nº1)

MOTIVO PARA CORRER (Livro nº2)

MOTIVO PARA SE ESCONDER (Livro nº3)

MOTIVO PARA TEMER (Livro nº4)

MOTIVO PARA SALVAR (Livro nº5)

MOTIVO PARA SE APAVORAR (Livro nº6)

SÉRIE DE ENIGMAS KERI LOCKE

UM RASTRO DE MORTE (Livro nº1)

UM RASTRO DE HOMICÍDIO (Livro nº2)

UM RASTRO DE IMORALIDADE (Livro nº3)

UM RASTRO DE CRIME (Livro nº4)

UM RASTRO DE ESPERANÇA (Livro nº5)

ÍNDICE

PRÓLOGO

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

CAPÍTULO SEIS

CAPÍTULO SETE

CAPÍTULO OITO

CAPÍTULO NOVE

CAPÍTULO DEZ

CAPÍTULO ONZE

CAPÍTULO DOZE

CAPITULO TREZE

CAPÍTULO CATORZE

CAPÍTULO QUINZE

CAPÍTULO DEZASSEIS

CAPÍTULO DEZASSETE

CAPÍTULO DEZOITO

CAPÍTULO DEZANOVE

CAPÍTULO VINTE

CAPÍTULO VINTE E DOIS

CAPÍTULO VINTE E TRÊS

CAPÍTULO VINTE E QUATRO

CAPÍTULO VINTE E CINCO

CAPÍTULO VINTE E SEIS

CAPÍTULO VINTE E SETE

CAPÍTULO VINTE E OITO

CAPÍTULO VINTE E NOVE

CAPÍTULO TRINTA

CAPÍTULO TRINTA E UM

CAPÍTULO TRINTA E DOIS

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

CAPÍTULO TRINTA E CINCO

CAPÍTULO TRINTA E SEIS

CAPÍTULO TRINTA E SETE

CAPÍTULO TRINTA E OITO

CAPÍTULO TRINTA E NOVE

PRÓLOGO

Courtney Wallace sentiu um calor familiar nos pulmões e nas coxas. Abrandou o ritmo até parar, curvou-se com as mãos nos joelhos e tentou recuperar o fôlego.

Era uma boa sensação – uma forma de acordar muito melhor do que através de uma chávena quente de café, apesar de dali a nada ir beber café com o pequeno-almoço. Ainda tinha tempo suficiente para tomar banho e comer antes de ir para o trabalho.

Courtney adorava o brilho da primeira luz da manhã entre as árvores e a humidade que pairava no ar. Em breve seria um dia quente de Maio, mas agora a temperatura estava perfeita, sobretudo ali na incrível Belle Terre Nature Preserve.

Também gostava da solidão. Quase não encontrara outra pessoa a correr naquele trilho – e nunca naquele momento do dia.

Apesar da sua satisfação em relação ao que a rodeava, começou a apoderar-se dela uma sensação de desilusão ao recuperar o controlo da respiração.

O seu namorado, Duncan, tinha mais uma vez prometido ir correr com ela – e mais uma vez recusara acordar. Provavelmente só acordaria muito depois dela ir trabalhar, talvez só à tarde.

Será que alguma vez vai acordar para a realidade? Interrogou-se.

E quando é que arranjaria outro trabalho?

Começou a caminhar lentamente, esperando sacudir aqueles pensamentos negativos. Dali a nada começou a correr e aquele calor revigorante nos pulmões e nas pernas fez desaparecer a preocupação e a desilusão.

Depois o chão cedeu debaixo dela.

Estava a cair – um momento estranho e suspenso que parecia agonizantemente lento.

Caiu de forma brutal.

A luz do sol desapareceu e os seus olhos tinham que se ajustar à nova luminosidade.

Onde estou? Interrogou-se.

Viu que estava no fundo de uma vala estreita.

Mas como fora ali parar?

Sentiu uma dor horrível na sua perna direita.

Olhou para baixo e viu que o tornozelo estava dobrado num ângulo pouco natural.

Tentou mexer a perna. A dor agudizou-se e ela gritou. Tentou manter-se em pé, mas a perna colapsou. Conseguia sentir os ossos partidos a embaterem uns nos outros. Um assomo de náusea subiu-lhe à garganta e quase desmaiou.

Ela sabia que precisava de ajuda e tentou alcançar o bolso para pegar no telemóvel.

 

Mas não estava lá!

Devia ter caído.

Devia estar algures por ali. Tentou encontrá-lo.

Mas estava parcialmente entrelaçada numa espécie de cobertor áspero e pesado juntamente com terra e folhas. Não conseguia encontrar o telefone.

Começou a ocorrer-lhe que tinha caído numa armadilha – um buraco com um pano bem disfarçado para o esconder.

Seria aquilo uma piada?

Se fosse o caso, não tinha piada nenhuma.

E como é que ela ia sair dali?

As paredes do buraco eram direitas, sem apoios para pés ou para mãos. Incapaz de se colocar em pé, nunca conseguiria sair dali sozinha.

E não era provável que alguém passasse por aquele trilho nas próximas horas.

Então ouviu uma voz vinda de cima.

“Ei! Teve um acidente?”

Respirou mais facilmente ao ouvir o som.

Olhou para cima e viu um homem de pé por cima dela. A sua figura estava contra a luz por isso não lhe via o rosto.

Ainda assim, mal acreditava na sua sorte. Depois de tantas manhãs sem ver ninguém naquele trilho, naquela manhã alguém passara por ali precisamente quando ela precisava de ajuda.

“Acho que tenho o tornozelo partido,” Disse ela ao homem. “E perdi o meu telemóvel.”

“Isso parece mau,” Disse o homem. “Como é que aconteceu?”

Que raio de pergunta é essa? Questionou-se.

Apesar de haver um sorriso na sua voz, Courtney desejava ver o seu rosto.

Ela disse, “Estava a correr e… estava aqui este buraco e…”

“E o quê?”

Courtney já se estava a sentir impaciente.

Disse, “Bem, obviamente que caí.”

O homem ficou imóvel durante alguns instantes. Depois disse, “É um grande buraco. Não o viu?”

Courtney libertou um urro de exasperação.

“Ouça, só preciso de ajuda para sair daqui, OK?”

O homem abanou a cabeça.

“Não devia vir correr para lugares que não conhece bem.”

“Mas eu conheço este lugar!” Fritou Courtney.

“Então como é que caiu neste buraco?”

Courtney estava perplexa. Ou o homem era um idiota ou estava a brincar com ela.

“É o idiota que escavou este buraco?” Disse ela. “Se é, não tem graça nenhuma raios. Tire-me daqui!”

Ficou chocada ao perceber que estava a choramingar.

“Como?” Perguntou o homem.

Courtney esticou o braço o máximo que conseguia.

“Aqui,” Disse ela. “Agarre na minha mão e puxe-me.”

“Não tenho a certeza se consigo ir tão fundo.”

“É claro que consegue.”

O homem riu-se. Era um riso agradável e amigável. Ainda assim, Courtney ainda gostava de poder ver o seu rosto.

“Eu trato de tudo,” Disse ele.

Afastou-se e desapareceu.

Depois ouviu sons metálicos a surgirem atrás de si.

Quando se apercebeu, sentiu um enorme peso a cair em cima de si.

Demorou alguns instantes a perceber que o homem acabara de largar uma carga de terra em cima dela.

Sentiu as mãos e as pernas a esfriarem – sinais de pânico, percebeu.

Não entres em pânico, Disse a si própria.

O que quer que se estivesse a passar, ela tinha que se manter calma.

Viu que o homem segurava num carrinho de mão. Mais alguns pedaços de terra caíram na sua cabeça.

“O que é que está a fazer?” Gritou ela.

“Descontraia,” Disse o homem. “Tal como eu disse, vou tratar de tudo.”

Ele afastou o carrinho de mão. Depois ela ouviu um tamborilar de terra contra metal outra vez.

Era o som do homem a carregar o carrinho de mão com mais terra.

Ela fechou os olhos, respirou fundo, abriu a boca e soltou um longo e penetrante grito.

“Socorro!”

Depois sentiu um pedaço de terra a atingi-la no rosto. Alguma da terra entrou na boca e ela engasgou-se e cuspiu-a.

Com uma voz ainda amigável, o homem disse…

“Receio que vá ter que gritar muito mais alto do que isso.”

Depois acrescentou com uma risada…

“Eu mal a ouço.”

Ela soltou outro grito, chocada com a amplitude da sua voz.

Então o homem largou o conteúdo do carrinho de mão em cima dela.

Não conseguia gritar outra vez. A sua garganta estava coberta de terra.

Sentiu-se avassalada por uma assustadora sensação de déjà vu. Já experimentara algo assim – aquela incapacidade de fugir do perigo ou até de gritar.

Mas essas experiências haviam sido pesadelos. E ela sempre acordara deles.

Com certeza que se tratava de outro pesadelo.

Acorda, Disse a si própria vezes sem conta. Acorda, acorda, acorda…

Mas não conseguia acordar.

Não era um sonho.

Era a realidade.

CAPÍTULO UM

A Agente Especial Riley Paige estava a trabalhar na sua secretária no edifício da UAC em Quantico quando foi avassalada por uma memória desconfortável…

Um homem de pele negra olhava para ela com olhos vidrados.

Tinha uma ferida de bala no ombro e uma outra ferida muito mais grave no abdómen.

Numa voz fraca e amarga, disse a Riley…

“Ordeno-lhe que me mate.”

A mão de Riley estava pousada na arma.

Ela devia matá-lo.

Tinha todas as razões do mundo para o fazer.

Ainda assim, não sabia o que fazer…

A voz de uma mulher despertou Riley.

“Parece que estás a pensar em alguma coisa.”

Riley olhou e viu uma jovem mulher Afro-Americana com cabelo curto à porta do seu gabinete.

Era Jenn Roston que fora a nova parceira de Riley no mais recente caso.

Riley sacudiu-se ligeiramente.

“Não é nada,” Disse ela.

Os olhos castanho escuros de Jenn demonstravam preocupação.

Ela disse, “Oh, tenho a certeza de que não é nada.”

Quando Riley não respondeu, Jenn disse, “Estás a pensar no Shane Hatcher, não estás?”

Riley anuiu em silêncio. As memórias não a largavam por aqueles dias – memórias do seu terrível confronto com o homem ferido na cabana do pai.

A relação de Riley com o foragido tinha como base um estranho laço de lealdade. Ele estava a monte há cinco meses e ela nem sequer tentara restringir a sua liberdade – não até ele começar a assassinar pessoas inocentes.

Agora era-lhe difícil acreditar que o deixara em liberdade durante tanto tempo.

Aquela relação fora perturbadora, ilegal e muito, muito obscura.

De todas as pessoas que Riley conhecia, aquela que melhor tinha conhecimento do quão obscura fora, era Jenn.

Por fim, Riley disse, “Não consigo parar de pensar – devia tê-lo morto.”

Jenn disse, “Ele estava ferido, Riley. Não era uma ameaça para ti.”

“Eu sei,” Disse Riley. “Mas não consigo parar de pensar que deixei a minha lealdade interferir no eu julgamento.”

Jenn abanou a cabeça.

“Riley, já falámos sobre isto. Tu já sabes o que eu penso sobre o assunto. Fizeste a coisa certa. Aqui todos têm a mesma opinião.”

Riley sabia que era verdade. Os seus colegas e superiores tinham-lhe dado os parabéns por trazer Hatcher vivo. A sua boa vontade era uma mudança bem-vinda. Desde que Riley estava no encalço de Hatcher que todos estavam justificadamente suspeitosos dela. Agora que a nuvem de suspeita se dissipara, os rostos dos colegas estavam novamente amigáveis e era cumprimentada com renovado respeito.

Riley sentiu-se outra vez verdadeiramente em casa.

Então Jenn sorriu e acrescentou, “Raios, até fizeste as coisas segundo as regras uma vez na vida.”

Riley riu-se. Era certo que tinha seguido os procedimentos corretos na prisão de Hatcher – o que era muito mais do que podia dizer em muitas das suas ações durante o caso que ela e Jenn tinham resiolvido juntas.

Riley disse, “Pois, parece que tiveste um curso intensivo dos meus… métodos pouco convencionais.”

“Podes crer que sim.”

Riley riu-se desconfortavelmente. Tinha ignorado ainda mais regras do que o habitual. A Jenn tinha-a apoiado lealmente – mesmo quando ela entrara na casa de um suspeito sem mandado. A Jenn podia ter reportado as suas ações. Podia fazer com que Riley fosse despedida.

“Jenn, estou-te muito agradecida…”

“Não tens que agradecer,” Disse Jenn. “É passado. O que vem a seguir é que importa.”

O sorriso de Jenn aumentou ao acrescentar, “E não estou à espera que ajas como uma escuteira. E também não esperes isso de mim.”

Riley riu-se novamente, de modo mais confortável desta vez.

Custava-lhe acreditar que há pouco tempo ainda não confiava em Jenn e até a considerava uma inimiga.

No final de contas, Jenn fizera muito mais por Riley do que apenas ser discreta quanto às suas ações.

“Já te agradeci por teres salvo a minha vida?” Perguntou Riley.

Jenn sorriu.

“Acho que já perdi a noção do número de vezes,” Disse ela.

“Bem, obrigada outra vez.”

Jenn não disse nada. O seu sorriso desvaneceu-se e deu lugar a um olhar distante.

“Querias alguma coisa, Jenn?” Perguntou Riley. “Quero dizer, porque é que passaste por cá?”

Jenn ficou a olhar para o corredor durante alguns instantes.

Por fim disse, “Riley, não sei se te devia dizer…” Não concluiu o que ia dizer.

Riley percebeu que algo a incomodava. Queria tranquiliza-la, dizer-lhe qualquer coisa como…

“Podes dizer-me qualquer coisa.”

Mas podia ser pretensioso da parte dela.

Por fim Jenn pareceu tremer ligeiramente.

“Esquece,” Disse ela. “Não é nada com que te devas preocupar.”

“Tens a certeza?”

“Sim.”

Sem dizer mais uma palavra, Jenn desapareceu no fundo do corredor, deixando Riley com uma sensação de desconforto. Há muito que tinha a noção que Jenn tinha os seus próprios segredos – talvez bem obscuros.

Porque é que ela não confia e mim? Perguntou-se Riley.

Parecia que uma ou outra sempre estava um pouco desconfiada. Isso não era bo se quisessem trabalhar juntas como parceiras.

Mas não havia nada que Riley pudesse fazer – pelo menos não para já.

Olhou para o relógio. Estava quase atrasada para uma reunião com o seu parceiro de longa data, Bill Jeffreys.

O pobre Bill estava de licença por aqueles dias, a sofrer de SPT depois do terrível incidente no seu último caso juntos. Riley sentiu uma pontada de tristeza ao lembrá-lo.

Ela e Bill trabalhavam juntos com uma jovem agente promissora chamada Lucy Vargas.

Mas Lucy fora morta em serviço.

Riley sentia falta de Lucy todos os dias.

Mas pelo menos não se sentia culpada pela sua morte.

Bill sentia-se.

Naquela manhã, Bill ligara a Riley e pedira-lhe para se encontrarem na base da Marinha que ocupava grande parte das instalações de Quantico.

Não lhe dissera porquê, o que a preocupava. Esperava não ser nada sério.

Riley levantou-se ansiosamente da sua secretária e saiu do edifício da UAC.

CAPÍTULO DOIS

Bill sentia-se um pouco preocupado ao conduzir Riley até à carreira de tiro da Marinha.

Estarei preparado para isto? Perguntou-se.

Quase parecia uma pergunta estúpida. Afinal de contas, tratava-se apenas de tiro ao alvo.

Mas este não era um treino qualquer.

Tal como ele, Riley usava um uniforme camuflado e pegava numa espingarda M16-A4 carregada com munições reais.

Mas ao contrário de Bill, Riley não fazia ideia do que iriam fazer.

“Gostava que me dissesses o que é que se passa,” Disse Riley.

“Vai ser uma nova experiência para nós os dois,” Disse ele.

Bill nunca experimentara aquele tipo de carreira de tiro. Mas Mike Nevins, o psiquiatra que o acompanhava, recomendara-a para ele.

“Será uma boa terapia,” Dissera Mike.

Bill esperava que Mike tivesse razão. E também esperava descontrair mais estando Riley presente.

Bill e Riley posicionaram-se um ao lado do outro, encarando um campo relvado que se espraiava por área pavimentada. No chão encontravam-se barreiras verticais marcadas com buracos de bala. Há alguns momentos atrás, Bill tinha falado com um tipo numa cabina de controlo e tudo já devia estar pronto.

 

Agora falava ao mesmo tipo através de um pequeno microfone à frente da sua boca.

“Alvos aleatórios. Vai.”

De repente, figuras de tamanho humano surgiram de trás das barreiras, todas movendo-se na área pavimentada. Usavam uniformes ao estilo de combatentes do ISIS e pareciam estar armados.

“Hostis!” Disse Bill a Riley. “Dispara!”

Riley estava demasiado alarmada para disparar, mas Bill disparou um tiro e falhou. Depois disparou outro tiro e atingiu uma das figuras. A figura curvou-se completamente e parou de se mexer. As outras viraram-se para evitar o tiroteio, algumas movimentando-se mais rapidamente, outras escondendo-se atrás das barreiras.

Riley disse, “Que raio!”

Ela ainda não tinha disparado um único tiro.

Bill riu-se.

“Para,” Disse ele para o microfone.

De repente, todas as figuras pararam.

“Hoje estamos a disparar contra bonecos com rodas?” Perguntou Riley a rir.

Bill explicou, “São robôs autónomos montados em Segways. Aquele tipo com quem falei há pouco na cabina, despoleta programas para eles seguirem. Mas não controla cada movimento que fazem. Na verdade, não os controla minimamente. Eles ‘sabem’ o que fazer. Têm scanners a laser e algoritmos de navegação para que se possam evitar uns aos outros e às barreiras.”

Os olhos de Riley arregalaram-se de espanto.

“Pois,” Disse ela. “E eles sabem o que fazer quando se inicia o tiroteio – correm ou escondem-se ou ambos.”

“Queres experimentar outra vez?” Perguntou Bill.

Riley anuiu, começando a parecer entusiasmada.

Mais uma vez Bill falou para o microfone, “Alvos aleatórios. Vai.”

As figuras começaram a movimentar-se como anteriormente, e Riley e Bill dispararam contra eles. Bill atingiu um dos robôs e Riley também. Ambos esses robôs pararam e curvaram-se. Os outros robôs dispersaram-se, alguns deslizando caprichosamente, outros escondendo-se atrás das barreiras.

Riley e Bill continuaram a disparar, mas o tiroteio endureceu. Os robôs que se movimentavam, faziam-no de forma imprevisível e a velocidades que variavam. Os que se escondiam atrás das barreiras estavam sempre à espreita, desafiando Riley e Bill a disparar. Era impossível saber de que lado da barreira podiam aparecer. Então, ou corriam em círculos ou abrigavam-se novamente.

Apesar de todo aquele caos aparente, apenas levou cerca de meio minuto para que Riley e Bill abatessem os oito robôs. Estavam todos curvados e parados entre as barreiras.

Riley e Bill baixaram as armas.

“Foi estranho,” Disse Riley.

“Queres parar?” Perguntou Bill.

Riley deu uma risada.

“Estás a brincar? Nem pensar. O que vem a seguir?”

Bill engoliu em seco, subitamente sentindo-se nervoso.

“Devemos abater os hostis sem matar civis,” Disse ele.

Riley olhou para ele. Ela compreendia a sua preocupação. Ela sabia perfeitamente bem por que é que aquele novo exercício o fazia sentir-se desconfortável. Lembrava-lhe do jovem inocente contra quem disparara recentemente. O jovem tinha recuperado do ferimento, mas Bill ainda não conseguia lidar bem com aquela culpa.

Bill também se sentia desconfortável porque naquele mesmo incidente, uma jovem e brilhante agente chamada Lucy Vargas fora morta.

Se ao menos tivesse conseguido salvá-la, Pensou mais uma vez.

Bill estava de licença desde então, pensando se alguma vez conseguiria regressar ao trabalho. Fora-se completamente abaixo, refugiando-se no álcool e até colocando a hipótese de suicídio.

Riley ajudara-o a ultrapassar aquela fase – na verdade, talvez lhe tivesse salvo a vida.

E Bill sentia-se melhor.

Mas estaria preparado para aquilo?

Riley não parava de o observar com preocupação.

“Tens a certeza de que é uma boa ideia?” Perguntou ela.

Mais uma vez, Bill lembrou-se do que Mike Nevins dissera.

“Vai ser uma boa terapia.”

Bill assentiu para Riley.

“Penso que sim,” Disse ele.

Retomaram as suas posições e ergueram as armas. Bill falou para o microfone. “Hostis e civil.”

As mesmas ações decorreram – só que desta vez, uma das figuras era uma mulher coberta por um hijab azul. Não era difícil distingui-la dos hostis vestidos de castanho. Mas ela movimentava-se entre eles de forma aparentemente aleatória.

Riley e Bill começaram a agir como anteriormente – algumas das figuras masculinas esquivavam-se das balas, outras escondiam-se atrás das barreiras para em momentos imprevisíveis se mostrarem.

A figura feminina também se movia como se estivesse assustada pelo tiroteio, correndo de um lado para o outro freneticamente, mas nunca se escondendo atrás das barreiras. O seu pânico simulado apenas tornava mais difícil não a atingir acidentalmente.

Bill sentiu suor frio a formar-se na sua testa enquanto disparava um tiro após outro.

Dali a nada, ele e Riley tinham atingido todos os hostis e a mulher de hijab permanecia sozinha incólume.

Bill libertou um suspiro de alívio e baixou a sua arma.

“Como é que estás?” Perguntou Riley com uma nota de preocupação na voz.

“Acho que bem,” Disse Bill.

Mas tinhas as palmas das mãos húmidas e tremia ligeiramente.

“Talvez já chegue por agora,” Disse Riley.

Bill abanou a cabeça.

“Não,” Disse ele. “Temos que tentar o próximo programa.”

“E é o quê?”

Bill engoliu em seco.

“É uma situação de reféns. O civil será morto a não ser que nós abatamos dois hostis em simultâneo.”

Riley disse-lhe, “Bill, não sei…”

“Anda,” Disse Bill. “É apenas um jogo. Vamos experimentar.”

Riley encolheu os ombros e ergueu a sua arma.

Bill falou para o microfone, “Situação de reféns. Vai.”

Os robôs ganharam vida novamente. A figura feminina ficou à vista enquanto os hostis desapareceram atrás das barreiras.

Então dois hostis surgiram de trás das barreiras, movimentando-se de forma ameaçadora em torno da figura feminina que se esquivava para trás e para a frente com aparente ansiedade.

Bill sabia que o truque era ele e Riley dispararem contra os hostis mal tivessem a possibilidade de acertarem certeiramente.

Dependia dele discernir qual o melhor momento.

Quando ele e Riley apontaram as suas armas cuidadosamente, Bill disse…

“Eu fico com o que está à esquerda, tu com o da direita. Dispara quando eu disser ‘Vai’”.

“Tudo bem,” Disse Riley calmamente.

Bill monitorizou cuidadosamente os movimentos e posições dos dois hostis. Apercebeu-se de que iria ser difícil – muito mais difícil do que esperava.

Mal um dos hostis se afastou, o outro colocou-se perigosamente próximo da refém.

Será que vamos conseguir um tiro certeiro? Perguntou-se.

Então, por um momento breve, os dois hostis afastaram-se ligeiramente em direções opostas da refém.

“Vai!” Gritou Bill.

Mas antes que conseguisse premir o gatilho, foi dominado por uma catadupa de imagens…

Dirigia-se ao edifício abandonado quando ouviu um tiro.

Sacou da arma e correu para o interior do edifício onde viu Lucy deitada no chão.

Viu um jovem a mover-se na sua direção.

Instintivamente, Bill disparou e atingiu o jovem.

O homem girou antes de cair – e só nessa altura Bill viu que as suas mãos estavam vazias.

Estava desarmado.

O homem apenas tentava ajudar Lucy.

Mortalmente ferida, Lucy ergueu-se pelo cotovelo e disparou seis tiros na direção do seu atacante…

… o homem que Bill devia ter morto.

Um tiro foi disparado da espingarda de Riley, despertando Bill das suas recordações.

As imagens haviam chegado numa fração de segundos.

Um dos hostis curvou-se, morto pelo tiro de Riley.

Mas Bill permanecia inerte. Não conseguia disparar o gatilho.

O hostil sobrevivente virou-se ameaçadoramente na direção da mulher e um tiro gravado ribombou num altifalante.

A mulher curvou-se e parou de se mexer.

Bill finalmente disparou a sua arma e atingiu o hostil sobrevivente – mas tarde demais para a refém que já se encontrava morta.

Durante um instante, a situação pareceu horrivelmente real.

“Meu Deus,” Disse ele. “Oh, meu Deus, o que é que eu permiti que acontecesse?”

Bill deu um passo em frente, quase como se quisesse socorrer a mulher.

Riley colocou-se à sua frente para o parar.

“Bill, está tudo bem! É apenas um jogo! Não é real!”

Bill parou tremendo e tentando acalmar-se.

“Riley, peço desculpa, é que… tudo regressou durante um segundo e…”

“Eu sei,” Disse Riley. “Eu compreendo.”

Bill deixou-se cair e abanou a cabeça.

“Talvez não esteja pronto para isto,” Disse ele. “Talvez seja melhor pararmos por hoje.”

Riley deu-lhe uma palmadinha no ombro.

“Não,” Disse ela. “Acho melhor repetirmos.”

Bill respirou profundamente algumas vezes. Ele sabia que Riley tinha razão.

Ele e Riley retomaram as suas posições, e Bill mais uma vez disse ao microfone…

“Situação de refém. Vai.”

A mesma ação foi retomada com dois hostis a rondarem perigosamente uma refém.

Bill respirou calmamente, inspirou e expirou, ao olhar pela mira.

É apenas um jogo, Disse a si próprio. É apenas um jogo.

Por fim, chegou o momento por que esperava. Ambos os hostis tinham-se afastado ligeiramente da refém. Ainda era um tiro perigoso, mas Bill e Riley tinham que arriscar.

“Vai!” Disse ele.

Desta vez, ele disparou de imediato e ouviu o som do tiro de Riley uma fração de segundo mais tarde.

Ambos os hostis se curvaram e pararam de se mexer.

Bill baixou a arma.

Riley deu-lhe uma palmadinha nas costas.

“Conseguiste, Bill,” Disse ela a sorrir. “Estou a gostar disto. Que mais conseguimos fazer com estes robôs?”

Bill disse, “Há um programa onde podemos avançar na sua direção ao mesmo tempo que disparamos.”

“Vamos experimentar.”

Bill falou para o microfone.

“Aproximação.”

Os oito robôs começaram a mexer-se e Bill e Riley avançaram na sua direção passo a passo, disparando. Alguns robôs caíram e outros andavam à voltas tornando mais difícil atingi-los.

Enquanto Bill disparava, apercebeu-se de que algo faltava naquela simulação.

Eles não ripostam, Pensou ele.

Também o seu alívio por salvar a refém assumia agora contornos estranhos. No final de contas, ele e Riley apenas tinham salvo a vida de robô.

Não alterou a realidade do que tinha acontecido recentemente.

E mais importante de tudo, não tinha trazido Lucy de volta.

A sua culpa ainda o assombrava. Alguma vez conseguiria libertar-se dela?

E alguma vez conseguiria regressar ao trabalho?

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