Antes Que Ele Peque

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Из серии: Um Enigma Mackenzie White #7
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Antes Que Ele Peque
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Blake Pierce

Blake Pierce é o autor da série de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce também é o autor da série de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da série AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da série KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da série de enigmas PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da série de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho).

Como um ávido leitor e fã de longa data do gênero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique à vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com para saber mais a seu respeito e também fazer contato.

Direitos Autorais © 2017 por Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto conforme o permitido sob as Leis Americanas de Direitos Autorais (EUA Copyright Act, de 1976), nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada em um sistema de banco de dados ou de recuperação, sem a prévia autorização do autor. Este e-book é licenciado apenas para seu prazer pessoal. Este e-book não pode ser revendido ou distribuído para outras pessoas. Se você gostaria de compartilhar este livro com outra pessoa, adquira uma cópia adicional para cada destinatário. Se você está lendo este livro e não o comprou, ou ele não foi comprado apenas para o seu uso, então, por favor, devolva o livro e compre a sua própria cópia. Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor. Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, locais, eventos e incidentes são um produto da imaginação do autor ou são usados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência. Imagem do casaco Copyright KN, usada sob licença da Shutterstock.com.

LIVROS DE BLAKE PIERCE
SÉRIE UM THRILLER PSICOLÓGICO DE CHLOE FINE
A PRÓXIMA PORTA (Livro #1)
A MENTIRA MORA AO LADO (Livro #2)
SÉRIE UM MISTÉRIO DE KATE WISE
SE ELA SOUBESSE (Livro #1)
SE ELA VISSE (Livro #2)
SÉRIE OS PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE
ALVOS A ABATER (Livro #1)
À ESPERA (Livro #2)
A CORDA DO DIABO (Livro #3)
AMEAÇA NA ESTRADA (Livro #4)
SÉRIE UM MISTÉRIO DE RILEY PAIGE
SEM PISTAS (Livro #1)
ACORRENTADAS (Livro #2)
ARREBATADAS (Livro #3)
ATRAÍDAS (Livro #4)
PERSEGUIDA (Livro #5)
A CARÍCIA DA MORTE (Livro #6)
COBIÇADAS (Livro #7)
ESQUECIDAS (Livro #8)
ABATIDOS (Livro #9)
PERDIDAS (Livro #10)
ENTERRADOS (Livro #11)
DESPEDAÇADAS (Livro #12)
SEM SAÍDA (Livro #13)
SÉRIE UM ENIGMA DE MACKENZIE WHITE
ANTES QUE ELE MATE (Livro #1)
ANTES QUE ELE VEJA (Livro #2)
ANTES QUE ELE COBICE (Livro #3)
ANTES QUE ELE LEVE (Livro #4)
ANTES QUE ELE PRECISE (Livro #5)
ANTES QUE ELE SINTA (Livro #6)
ANTES QUE ELE PEQUE (Livro #7)
ANTES QUE ELE CACE (Livro #8)
SÉRIE UM MISTÉRIO DE AVERY BLACK
RAZÃO PARA MATAR (Livro #1)
RAZÃO PARA CORRER (Livro #2)
RAZÃO PARA SE ESCONDER (Livro #3)
RAZÃO PARA TEMER (Livro #4)
SÉRIE UM MISTÉRIO DE KERI LOCKE
RASTRO DE MORTE (Livro #1)
RASTRO DE UM ASSASSINO (Livro #2)

PREFÁCIO

O sol havia rachado o horizonte, mas ainda não havia queimado os últimos rastros de frio da noite─a hora do dia favorita de Christy. Ver o sol surgir sobre a cidade era um lembrete absoluto para ela de que toda noite tem seu fim, algo que ela precisa saber, enquanto começava a se sentir cada vez mais distante de Deus. Ver o sol nascendo sobre os edifícios de Washington, DC, e afastando a noite a fazia lembrar das letras de uma canção de adoração: Embora haja sofrimento na noite, o sol vem pela manhã…

Ela recitou essa linha repetidamente enquanto subia a rua em direção à igreja. Ela esteve tentando se convencer disso por semanas. Sua fé fora desafiada quando ela cedeu ao pecado e à tentação. A ideia de uma confissão veio a ela imediatamente, mas também era difícil. Nunca era fácil para alguém confessar seus pecados. Mas ela sabia que ela tinha que fazê-lo. Quanto mais tempo um pecado existisse entre ela e Deus, mais difícil seria corrigir esse desequilíbrio. Quanto mais cedo ela confessasse o pecado, maiores chances ela teria em recuperar a sua posição e reestabelecer sua fé─uma fé que havia definido sua vida desde os dez anos de idade.

Ao ver os contornos da igreja surgirem à vista, seu coração envergou. Eu realmente consigo fazer isso? Eu realmente consigo confessar?

As bordas e formato familiares da Igreja Católica do Sagrado Coração pareciam dizer a ela que sim, ela conseguiria.

Christy começou a tremer. Ela não estava certa de que chamaria o que ela estava fazendo de ter um caso ou não. Ela beijou o homem apenas uma vez e definiu assim pelo que era até então. Mas ela continuou a vê-lo, continuou a se deixar ser levada por suas palavras de elogio e adoração─palavras que seu próprio marido havia parado de pronunciar para ela há anos.

Ela quase podia sentir esse pecado sendo queimado nela quando o sol se ergueu alto no céu, lançando dourados e leves alaranjados ao redor dos contornos da Sagrado Coração. Se ela precisasse de algum sinal a mais de que ela deveria confessar seus pecados para um padre nesta manhã em particular, foi esse.

Ela chegou até os degraus da Sagrado Coração com um peso nos ombros. Mas ela sabia que dentro de instantes, isso passaria. Ela poderia voltar para casa, seus pecados confessados, seu coração sem fardo e sua mente─

Quando ela atingiu as portas da frente, Christy gritou.

Ela se afastou, ainda gritando. Ela quase caiu nas escadas de concreto ao tropeçar para trás. Suas mãos foram à boca, fazendo muito pouco para abafar o grito.

O Padre Costas estava pendia das portas. Ela fora despido até a cueca e havia um longo corte horizontal em sua tez. Sua cabeça pendia para baixo, olhando em direção aos seus pés descalços, os quais estavam suspensos a meio metro do alpendre de concreto. Pequenas gavinhas de sangue pingavam dos seus pés, coletadas em uma sombria poça no chão.

Crucificado, pensou Christy. O Padre Costas foi crucificado.

CAPÍTULO UM

Seguindo seu último caso, Mackenzie White fez algo que ela nunca havia feito antes enquanto mulher empregada: ela pediu férias.

Ela solicitou férias de duas semanas por vários motivos e no prazo de um único dia, ela sabia que havia tomado a decisão correta. Ela não perdeu tempo algum em reforçar sua reputação quando ela chegou ao FBI. Sem qualquer planejamento por parte dela própria, acabou lidando com casos de alta importância que pareciam vir procurando por ela. Não somente isso, mas ela havia se destacado neles e impressionado todas as pessoas certas em Quantico e DC. Depois de solucionar numerosos casos com sucesso e colocar sua própria vida em risco mensalmente, ela imaginou que duas semanas de férias remuneradas não era pedir demais.

Seus superiores concordaram e até mesmo a encorajaram. Ela estava certa de que eles teriam uma chance de saber com o que ela gastaria a maior parte daquele tempo─em vários ginásios e academias, deixando seu corpo em melhor forma, afiando os instintos e habilidades. Ela tinha uma base sólida em todas as coisas importantes. Ela era adepta em combate corpo a corpo. Ela era assustadoramente boa com armas de fogo. Ela era muito mais forte que a maioria das outras mulheres com as quais ela havia frequentado a academia de polícia.

Mas Mackenzie White estava sempre querendo ficar melhor.

Esse era o motivo, oito dias depois de entrar nas férias de duas semanas, de ela estar treinando pesado e com vários músculos doloridos em uma academia particular. Ela estava se afastando de um dos cantos de um dos diversos ringues de boxe, dando um aceno de gratidão ao seu parceiro de sparring. Ela estava entrando no segundo round de prática e estava inteiramente esperando ser derrotada. E não havia problemas com isso.

Ela esteve praticando Muay Thai por um pouco mais de um mês agora. Ela havia ficado boa o suficiente e estava confortável em introduzir outro, menos conhecido, estilo de luta com isso. Com a ajuda de um instrutor particular e um bocado de determinação, Mackenzie havia começado a treinar Yaw-Yan, um estilo de kickboxing filipino. Misturar os dois era bem pouco ortodoxo, mas ela e seu treinador estavam trabalhando em uma maneira de usar ambos. Isso forçou Mackenzie fisicamente ao ponto no qual seus ombros e panturrilhas pareciam uma laje de tijolos.

Ela sentiu esses músculos respondendo agora enquanto ela avançava para seu parceiro. Eles tocaram as luvas e continuaram a sessão. Ela imediatamente se desviou de um jab e contra atacou com um jab baixo.

 

Era, de uma maneira, como aprender um novo estilo de dança. Mackenzie havia tomado aulas de dança quando era menina e nunca esqueceu a importância do trabalho de pernas e foco. Eram disciplinas que ela carregou consigo no seu primeiro emprego como policial de rua, então no seu trabalho como deteve no Nebraska. Essas disciplinas básicas também a haviam ajudado imensamente como agente do FBI, salvando sua vida em mais de uma ocasião.

Elas também vieram correndo até ela enquanto ela fazia sparring. Ela experimentou seus novos movimentos e instrução, usando uma série de chutes para baixo e ataques de cotovelo, combinados com ataques mais tradicionais de kickboxing. Ela usou a expressão supressa do seu parceiro de treino como combustível, motivando-a. Certo, era apenas prática, mas ela sentia necessidade de se sobressair ali também.

Isso também ajudava a limpar sua mente. Ela sempre associou cada soco, chute ou golpe de cotovelo com algo do seu passado. Um jab de esquerda era direcionado aos anos de negligência com o DP do Nebraska. Um ataque giratório com as costas das mãos explodia o medo que o caso do Assassino do Espantalho havia instilado nela. Um pivô e um jab era um golpe no coração da interminável corrente de mistérios saindo do velho caso do seu pai.

Se ela estava sendo honesta consigo mesma, foi esse caso que a empurrou para conhecer esses novos estilos de luta─para ter certeza de que ela continuava a evoluir como lutadora. Ela havia recebido um recado de alguém envolvido… alguém nas sombras que, aparentemente, sabia quem ela era.

Ela ainda via esse recado na sua mente enquanto ela fazia sparring.

Pare de olhar…

Naturalmente, ela tinha intenção de fazer exatamente o contrário. E era por isso que ela estava nesse momento dentro do ringue, seu olhar focado e seus músculos tensos como cordas de violino.

Quando ela acertou um golpe no plexo solar do seu oponente e então uma pancada de cotovelo na costela do seu parceiro, a sessão foi chamada da lateral do ringue. O juiz estava sorrindo e assentindo enquanto aplaudia de leve.

“OK, Mac,” ele disse. “Dê uma pausa por um momento, hein? Você já está em uma hora e meia hoje."

Mackenzie assentiu, abaixando a guarda e tocando novamente as luvas com seu parceiro de sparring─um homem de vinte e cinco anos de idade que tinha o porte de um lutador de MMA. Ele deu um rápido esgar por sobre seu protetor bucal e saiu ligeiro pelas cordas.

Mackenzie agradeceu o árbitro e então se dirigiu para o vestiário. Seus músculos estavam doloridos a ponto de tremer, mas ela gostava disso. Significava que ela estava se esforçando, esticando-se para novos limites.

Quando ela tomou banho e vestiu o que Ellington se referia como sua indumentária de treino (uma camiseta da UnderArmour e um par de calças legging pretas estilo dry-fit), ela se lembrou de que tinha mais um treino no dia. Ela esperava que seus braços acabassem de tremer até então. Certamente, Ellington estaria lá para ajudar, mas ela tinha várias caixas bem pesadas para mover essa tarde.

Embora ela estivesse tecnicamente morando no apartamento de Ellington pelos últimos poucos dias, hoje seria o dia que era realmente mudaria suas coisas. Essa era ainda outra das muitas razões pela qual ela solicitou férias de duas semanas. O pensamento de tentar se mudar no período de um final de semana não lhe apetecia. Além disso, ela percebeu que essa era ainda outra forma que ela estava crescendo e evoluindo. Confiar em outra pessoa o suficiente para compartilhar o espaço de moradia e, por mais brega que parecesse, seu coração, era algo que ela seria incapaz de fazer até alguns meses atrás.

E assim que ela colocou sua roupa de academia, ela descobriu que mal poderia esperar para começar a mudar as coisas. Dolorida ou não, ela colocou um pouco mais de velocidade nos seus passos em direção ao estacionamento.

***

A vantagem de não ser uma pessoa materialista era que, quando chegou a hora de se mudar, havia muito pouco para empacotar. Como tal, uma única viagem na caminhonete de Ellington e um U-Haul alugado fez o trabalho. A mudança em si levou menos de duas horas graças ao elevador no edifício de Ellington, e no fim, ela realmente não teve que levantar muitas caixas.

Eles celebraram a mudança com comida chinesa e uma garrafa de vinho. Mackenzie estava cansada, dolorida, mas imensamente feliz. Ela estivera esperando se sentir nervosa e talvez até um pouco ressentida sobre a mudança, mas quando eles começaram a desempacotar as coisas durante o jantar, ela viu que ela estava excitada para essa nova etapa da sua vida.

"Aqui vai o acordo," disse Ellington enquanto colocava um cortador de caixas em uma faixa de fita de embalagem sobre o topo de uma das caixas. "Você precisa me dizer agora se eu vou encontrar alguns filmes ou CDs constrangedores nessas caixas."

"Eu acho que o CD mais constrangedor que você vai encontrar é a trilha sonora daquela terrível regravação dos anos 90 de Romeu e Julieta Mas o que eu posso fazer? Eu realmente gostava daquela música do Radiohead."

"Então você está perdoada," ele disse, cortando a fita.

"E você?" ela perguntou. "Alguma mídia embaraçosa por aí?"

"Bem, eu me livrei de todos meus CDs e DVDs. Tudo está digital. Eu precisei liberar o espaço. É quase como se eu tivesse uma furtiva suspeita essa sexy moça do FBI estaria se mudando para cá por esses dias."

"Bons instintos," ela disse. Ela andou até ele e tomou suas mãos. "Agora… essa é a sua última chance. Você pode pular fora agora antes de nós começarmos a tirar as coisas das caixas."

"Pular fora? Você está louca?"

"Você vai ter uma garota morando com você," ele disse puxando-o para perto. "Uma garota que gosta de ter as coisas arrumadas. Uma garota que pode ter um pouco de TOC."

"Ah, eu sei," ele disse. "Estou ansioso por isso."

"Até todas as roupas femininas? Você quer compartilhar seu closet?"

"Eu tenho muito pouca roupa," ele disse, se inclinando para ela. Seus narizes estavam quase se tocando e um calor ao qual eles tinham se acostumado estava começando a crescer entre eles. "Você pode ter todo o espaço no closet que você quiser."

"Maquiagem e absorventes, compartilhar uma cama e outra pessoa sujando louças. Você tem certeza que está pronto para isso?"

"Sim. Porém, uma pergunta."

"Qual?" ela disse. As mãos dela viajaram das suas mãos para seus braços. Ela sabia para onde isso estava indo e cada músculo dolorido no seu corpo estava pronto.

"Todas aquelas roupas femininas," ele disse. "Você não pode ficar deixando-as no chão o tempo inteiro."

"Hum, eu não pretendo," ela disse.

"Ah, eu sei," ele disse. Em seguida, ele alcançou a camiseta dela e a tirou. Ele não perdeu tempo em fazer o mesmo com o sutiã esportivo que estava por baixo. "Mas eu provavelmente vou," ele acrescentou, jogando ambos no chão.

Então, ele a beijou e, embora ele tentou levá-la para o quarto, seus corpos não tinham a paciência. Acabaram no tapete da sala de estar e, ainda que os músculos doloridos de Mackenzie protestassem contra chão duro sob suas costas, outras partes do seu corpo os subjugaram.

***

Quando seu telefone tocou às 4:47 da manhã, uma único pensamento ocorreu pela mente sonolenta de Mackenzie enquanto ela procurava o criado mudo.

Uma ligação a essa hora… eu acho que minhas férias acabaram.

“Sim?" ela perguntou, não se importando com formalidades já que ela estava tecnicamente de férias.

“White?”

De uma maneira estranha, ela quase havia sentido falta de McGrath nesses últimos nove dias. Ainda assim, escutar sua voz era como um retorno rápido e abrupto para realidade.

"Sim, estou aqui."

"Desculpe-me por ligar cedo," ele disse. E antes que ele adicionasse qualquer outra coisa, Mackenzie escutou o telefone de Ellington tocar do outro lado da cama.

Algo grande, ela pensou. Algo ruim.

"Olha, eu sei que eu assinei nas suas duas semanas," disse McGrath. "Mas nós temos uma bagunça em mãos por aqui e eu preciso de você nisso. Você e Ellington. Encontre-me no meu escritório o mais rápido que você puder."

Não era um pedido, mas uma ordem direta. E sem qualquer coisa que lembrasse um adeus, McGrath terminou a ligação. Mackenzie deixou escapar um suspiro e olhou para Ellington, o qual estava terminando sua própria ligação.

"Bem, parece que suas férias acabaram," ele disse com um sorriso fino.

"Tudo bem," ela disse. "Terminou em um estouro."

E então, como um velho casal no matrimônio, eles se beijaram e escorregaram da cama, indo para o trabalho.

CAPÍTULO DOIS

O edifício J. Edgar Hoover estava vazio quando Mackenzie e Ellington entraram. Ambos já estiveram nesses corredores em todas as horas da noite, então não era qualquer coisa fora do ordinário. Ainda assim, ser chamada no trabalha em uma hora dessas nunca era uma boa coisa. Normalmente significava que havia algo realmente terrível esperando por eles.

Quando chegaram ao escritório de McGrath, encontraram a porta aberta. Ele estava sentado a uma pequena mesa de conferências no fundo do seu escritório, olhando uma variedade de arquivos. Havia outro agente com ele, uma mulher que Mackenzie havia visto antes. Seu nome era Agente Yardley, uma mulher quieta do tipo sem baboseiras que entrava para ajudar o Agente Harrison de tempos em tempos. Ela assentiu e deu um sorriso robótico quando eles entraram na sala e foram até a mesa da sala de conferências. Ela olhou de volta para seu notebook, focada no que quer que estivesse na tela.

Quando McGrath olhou acima para Mackenzie, ela não podia deixar de notar o que parecia ser um ligeiro alívio em seus olhos. Era uma boa maneira de ser apresentada de volta ao trabalho depois de ter suas férias encurtadas.

“White, Ellington,” disse McGrath. "Vocês conhecem a Agente Yardley?"

"Sim," disse Mackenzie, dando um aceno de reconhecimento para a agente.

"Ela acaba de voltar de uma cena criminou que está ligada a outra que tivemos a cinco dias. Originalmente eu a coloquei no caso, mas quando eu pensei que nós pudéssemos ter um serial nas nossas mãos, eu a pedi para fornecer tudo que ela tivesse para que eu pudesse repassar para vocês dois. Temos um assassinato… o segundo do tipo em cinco dias. White, eu chamei você especificamente porque eu quero você nele baseado em sua história─especificamente o Assassino do Espantalho."

"Qual é o caso?" perguntou Mackenzie.

Yardley virou seu notebook para eles. Mackenzie foi até a cadeira mais próxima a ele e tomou o assento. Ela olhou para a imagem na tela com uma tranquilidade mórbida que ela passou a conhecer bem─a habilidade de estudar uma imagem de algo grotesco como parte do trabalho, mas com uma simpatia resignada que a maioria dos humanos sentiria em uma morte trágica como essa.

Ela viu um homem mais velho, seu cabelo e barba majoritariamente grisalhos, pendurado em uma porta de uma igreja. Seus braços estavam estendidos e sua cabeça estava curvada para baixo em uma apresentação de crucificação falsa. Havia talhos em seu peito e uma extensa e profunda ferida em sua fronte. Ele fora despido e deixado apenas de roupa íntima, a qual pegou uma grande parte do sangue que escoou da sua testa e peito. Pelo que ela podia ver nas imagens, estava bem certa de que suas mãos foram literalmente pregadas na porta. Os pés, porém, foram simplesmente amarrados juntos.

"Essa é a segunda vítima," disse Yardley. “Reverendo Ned Tuttle, cinquenta e cinco anos de idade. Ele foi descoberto por uma velha senhora que parou na igreja mais cedo para colocar flores no túmulo do seu esposo. A perícia está na cena enquanto nós conversamos. Parece que o corpo foi colocado lá menos de quatro horas atrás. Nós já enviamos agentes para falar com a família para avisá-los."

Uma mulher que gosta de tomar a frente e concretizar as coisas, pensou Mackenzie. Talvez ela e eu nos déssemos bem juntas.

"O que nós temos na primeira vítima?" perguntou Mackenzie.

McGrath deslizou uma pasta para ela. Ao abrir e olhar o conteúdo, McGrath a repassou. “Padre Costas, da Igreja Católica do Sagrado Coração. Ele foi encontrado no mesmo estado, pregado nas portas da sua igreja cinco dias atrás. Estou honestamente bem surpreso que vocês não viram alguma coisa sobre isso nos noticiários."

"Fiz questão de não ver as notícias durantes as férias," ela disse, mandando um olhar para McGrath que deveria ser cômico, mas sentiu que passou totalmente despercebido.

"Eu lembro escutar sobre isso na salinha do café," disse Ellington. A mulher que descobriu o corpo ficou em estado de choque por um momento, certo?"

 

“Certo,” disse McGrath.

"E, baseado no que a perícia forneceu," acrescentou Yardley, "o Padre Costas certamente não esteve pregado lá por mais que duas horas."

Mackenzie olhou pelos arquivos. As imagens dentro mostraram o Padre Costas na exata posição do Reverendo Tuttle. Tudo parecia bem idêntico, até a ferida alongada cruzando a fronte.

Ela fechou o arquivo e o deslizou de volta para McGrath.

"Onde fica essa igreja?" perguntou Mackenzie, apontando para a tela do notebook.

"Logo fora da cidade. Uma igreja presbiteriana de um tamanho decente."

"Envie as direções para mim por mensagem," disse Mackenzie, já ficando de pé. "Eu gostaria de ir vê-la por mim mesma."

Aparentemente, ela sentiu falta do trabalho pelos últimos oito dias mais do que percebera.

***

Ainda estava escuro quando Mackenzie e Ellington chegaram na igreja. A equipe de perícia estava acabando de terminar o trabalho. O corpo do Reverendo Tuttle fora removido da porta, mas isso estava bem por Mackenzie. Baseado nas duas imagens do Padre Costas e do Reverendo Tuttle que ela havia visto, ela viu tudo o que precisava ver.

Dois assassinatos em estilo de crucificação, ambos nas portas frontais de igrejas. Os homens mortos eram os presumíveis líderes dessas igrejas. Está bem claro que alguém tem um rancor bem grande da igreja. E quem quer que fosse, não é específico para uma denominação em particular.

Ela e Ellington se aproximaram da frente da igreja enquanto a equipe da perícia concluía as coisas. Ao lado à esquerda, próximo a uma pequena placa de madeira com o nome da igreja, havia um pequeno grupo de pessoas. Algumas delas estavam em prece enquanto se abraçavam. Outros choravam abertamente.

Membros da igreja, assumiu Mackenzie com uma tristeza ressonante.

Eles chegaram perto da igreja e a cena só piorava. Havia manchas de sangue e dois grandes buracos onde os pregos foram inseridos. Ela olhou pela área em busca de alguma outra iconografia religiosa, mas viu nenhum. Havia apenas sangue e pequenas porções de sujeira e suor.

Uma atitude ousada, ela pensou. Tem que haver algum tipo de simbolismo nisso. Por que uma igreja? Por que as portas de uma igreja? Uma vez seria coincidência. Mas dois em seguida, ambos pregados às portas─era proposital.

Ela achou quase ofensivo que alguém fizesse uma coisa dessas em frente a uma igreja. E talvez esse fosse o ponto. Não havia como saber com certeza. Embora Mackenzie não fosse um forte crente em religião ou em Deus ou nos efeitos da fé, ela também respeitava completamente os direitos das pessoas que realmente viviam pela fé. Algumas vezes ela desejava que ela fosse esse tipo de pessoa. Talvez esse fosse o motivo de ela achar tal ato tão deplorável; zombar a morte de Cristo na própria entrada de um lugar no qual pessoas se reuniam para procurar consolação e refúgio em seu nome era detestável.

"Mesmo se esse fosse o primeiro assassinato," disse Ellington, "uma visão dessas me faria pensar instantaneamente que há mais por vir. Isso é… revoltante."

"É," disse Mackenzie. "Mas eu não posso ter certeza do por que isso me faz sentir dessa forma."

"Porque igrejas são lugares seguros. Você não espera ver grandes buracos de pregos e sangue fresco nas portas delas. Tem alguma parada do Velho Testamento bem ali."

Mackenzie era nada próxima de uma estudiosa da bíblia, mas ela se lembrava de histórias da bíblia da sua infância─alguma coisa sobre o Anjo da Morta passando por uma cidade e coletando os primogênitos de cada família caso não houvesse uma certa marca em suas portas.

Um arrepio crepitou por ela. Ele o reprimiu se virando para a equipe de perícia. Com um ligeiro aceno, ela conseguiu a atenção de um membro da equipe deles. Ele foi até ela, claramente um pouco perturbado pelo que ele e o resto da sua equipe viram. “Agente White,” ele disse. "Este é seu caso agora?"

"Parece que sim. Eu estava pensando se seus rapazes ainda têm os pregos que foram usados para colocá-lo ali."

"Claro que sim," ele disse. Ele acenou para outro membro da equipe e então olhou de volta para porta. "E o cara que fez isso… ele era forte como o Diabo ou tinha todo o tempo do mundo para fazer isso."

"Isso é duvidoso," disse Mackenzie. Ela indicou em direção ao estacionamento da igreja com a cabeça e para a rua atrás dele. "Mesmo que o assassino tenha feito isso por volta das duas ou três da manhã, as chances de um veículo não passar pela Browning Street e não vê-lo são de diminutas a nulas."

"A não ser que o assassino tenha apurado a área de antemão e soubesse as horas mortas do tráfego depois de meia noite," sugeriu Ellington.

"Alguma chance de imagens de vídeo?" ela perguntou.

"Nenhuma. Nós verificámos. A Agente Yardley até ligou para algumas pessoas─proprietários das construções mais próximas. Mas apenas um tinha câmeras de segurança e elas estavam viradas para longe da igreja. Então tem coisa nenhuma aí."

O outro membro forense veio. Ele estava carregando um saco plástico de tamanho médio que continha duas grandes estacas e o que parecia ser um fio de arame. As estacas estavam cobertas em sangue, o qual também se espalhou pelo interior claro do saco.

"São pregos de ferrovia?" perguntou Mackenzie.

"Provavelmente," disse o cara da perícia. "Mas se eles forem, são miniaturizados. Talvez o tipo que pessoas usam para erguer galinheiros ou cercas de pasto."

"Quanto tempo antes de você ter algum tipo de resultado deles?" ela perguntou.

O homem deu de ombros. "Meio dia, talvez? Me informe o que você está procurando especificamente e eu vou tentar achar os resultados para você mais rápido."

"Veja se você consegue encontrar o que o assassino usou para cravar os pregos. Você pode dizer que tipo de coisa pelo desgaste recente na cabeça dos pregos?"

"Sim, nós devemos ser capazes de fazer isso. Tudo foi tratado para o nosso fim. O corpo ainda está conosco; ele não irá para o médico legista até que nós liberemos. As portas e a varanda foram varridas para impressões digitais. Nós informaremos se encontrarmos algo."

"Obrigada," disse Mackenzie.

"Desculpe por já ter movido o corpo. Mas o sol estava nascendo e nós não queríamos isso nos jornais de hoje. Ou nos de amanhã no que diz respeito."

"Não, está certo. Entendo totalmente."

Com isso, Mackenzie se voltou para as portas duplas, dispensando a equipe de peritos não verbalmente. Ela tentou imaginar alguém arrastando um corpo pelo pequeno gramado e para cima das escadas na calada da noite. A posição das luzes de segurança na rua deixaria a frente da igreja escura. Não havia luzes de qualquer tipo ao longo da frente da igreja, então estaria lançada em uma escuridão quase absoluta.

Talvez fosse mais factível do que eu pensei originalmente para o assassino tirar todo o tempo necessário para terminar isso, ela pensou.

"Isso é uma requisição estranha," disse Ellington. "O que você está pensando?"

"Não sei ainda. Mas eu sei que seria preciso uma força e determinação dos infernos para trabalhar sozinho para erguer alguém do chão apenas para pregar suas mãos nessas portas. Se uma marreta foi usada para bater os pregos, pode denotar mais de um assassino─um para segurar a vítima do chão e estender o braço e outro para cravar os pregos."

"Um belo de um quadro, né?" disse Ellington.

Mackenzie assentiu enquanto começava a tirar fotos da cena com seu celular. Enquanto o fazia, a ideia de uma crucificação novamente subiu por ela. Isso a fez pensar no primeiro caso no qual ela trabalhou no qual os temas de crucificação foram utilizados─um caso no Nebraska que eventualmente a fez ter contato com o FBI.

O Assassino do Espantalho, ela pensou. Deus, algum dia eu vou ser capaz de deixar isso no pé da minha memória?

Atrás dela, o sol começou a nascer, lançando os primeiros raios de luz no dia. Enquanto as sombras dela surgiam devagar nos degraus da igreja, ela tentou ignorar o fato que parecia quase uma cruz.

Novamente, memórias do Assassino do Espantalho embaçaram sua mente.

Talvez seja dessa vez, ela pensou esperançosa. Talvez, quando eu fechar esse caso, as memórias daquelas pessoas crucificadas nos campos de milho vão parar de assombrar minha memória.

Mas enquanto ela olhava novamente para as portas manchadas de sangue da Pedra Angular Presbiteriana, ela temeu que não fosse mais que um pensamento desejoso.

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