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CAPÍTULO DOIS
Zachary Ward, o novo duque de Graystone, descansava nas poltronas de veludo de sua carruagem enquanto se dirigia à sua nova propriedade para reivindicar sua herança e determinar o estado dos negócios do ducado. A residência ducal provavelmente tinha luxos semelhantes àquela carruagem, não que ele soubesse disso em primeira mão. Seu tio nunca o convidou para visitar o castelo de Graystone ou mesmo jantar com ele em sua casa em Londres. Não era segredo que ele odiava Zach e desejava ter seus próprios filhos para passar seu título.
Não era surpresa que o velho tivesse se casado com uma jovem dama, que nem mesmo convivia na alta sociedade, para tentar gerar o herdeiro tão desejado. A única coisa que surpreendeu Zach foi ele não ter se casado antes. A ex-duquesa morrera há um ano. Certamente seu tio poderia ter encontrado uma maneira de contornar o período de luto para se casar mais cedo… Talvez ele tenha tido problemas para convencer uma jovem a se casar com ele. O que ele teve que fazer para convencer sua nova noiva a se casar? A ideia de ser duquesa era suficiente para levá-la aos laços do matrimônio? Tinha que haver algo porque Zach apostaria sua fortuna considerável, que agora incluía a propriedade ducal, que este não tinha sido um casamento por amor.
De qualquer forma, ele mal podia esperar para conhecer a noiva mercenária de seu tio. Era assim que ele a imaginava. Nenhuma dama que fosse bondosa, compassiva ou normal teria se casado com o seu velho tio lascivo. Duque ou não, o duque anterior de Graystone não era um homem bom.
A carruagem continuou a chacoalhar ao longo da estrada. Ele estaria em sua nova propriedade em breve e finalmente seria capaz de avaliar a noiva de seu tio. Ela provavelmente insistiria em usar seu status de duquesa e gostaria de ser chamada de “Sua Graça”. Só por princípios, ele já não gostava dela. Zach odiava mulheres que só se preocupavam com sua posição na sociedade e torciam o nariz para aqueles que acreditavam ser inferiores a elas.
Ele tinha convivido com esse tipo o suficiente quando era menino. Sua mãe era governanta quando conheceu seu pai. Eles tiveram um casamento por amor, por todo o bem que isso lhes fez… O avô de Zach praticamente deserdou o filho quando ele se casou com alguém tão abaixo dele. Ele cortou todo o acesso aos fundos e deixou os pais de Zach para se defenderem sozinhos. Era por isso que seu tio o odiava. Ele acreditava que seu sangue estava contaminado pela linhagem de sua mãe, mas como seu pai, Lord Andrew Ward, nunca foi oficialmente deserdado, isso fez de Zach o herdeiro de seu tio. Não que ele quisesse ser o próximo duque. Zach não queria o título ou as responsabilidades que o acompanhavam, mas uma parte dele não conseguia evitar a alegria que sentiu com a ideia de que seu tio estava se revirando em seu túmulo agora.
Ele já possuía dinheiro o bastante por si mesmo. Seu pai tinha feito alguns bons investimentos e, quando morreu, Zach assumiu o controle da empresa e triplicou esse valor. Ele esperava que a propriedade ducal fosse tão boa quanto ele tinha sido levado a acreditar. Ele odiaria se isso começasse a drenar os próprios fundos, que ele tinha batalhado tanto para obter, só para sustentá-lo. Ele descobriria em breve de qualquer maneira.
Zach olhou pela janela. Uma grande propriedade, na verdade um castelo, assomava à distância. Eles estavam muito mais próximos do que ele havia pensado. Ele esfregou as mãos. Logo ele daria uma olhada nos livros de contabilidade… e na duquesa residente. Ele mal podia esperar para enxotá-la pelo traseiro. O duque não deixou muitas provisões para sua esposa. Ele não teve tempo de fazer um novo testamento e o que ele havia feito anteriormente também não tinha sido vantajoso para a duquesa anterior. Sua esposa poderia viver na residência da viúva, assim como todas as duquesas viúvas faziam, e viver à mercê do capricho da generosidade do atual duque. Ela teria uma pequena pensão e nada mais para gastar. Zach não queria nada com ela ou seus objetivos perversos. Ele não acreditava que acabaria inclinado a alargar a bolsa de moedas dela.
Não demorou muito para que a carruagem parasse do lado de fora do castelo de Graystone. Quando parou, Zach se preparou para sair. Um lacaio abriu a porta e ele deslizou para fora com facilidade.
— Vossa Graça — cumprimentou o lacaio. — Estamos felizes por ter o senhor aqui.
Claro que eles estavam. Afinal, ele era a fonte da renda deles. Zach assentiu e dirigiu-se para a entrada. Ele não tinha mais nada a dizer a ele. A porta se abriu quando ele se aproximou dela. Um homem com cabelos escuros e mechas grisalhas nas laterais estava do outro lado. O mordomo empertigou-se e manteve seu olhar focado em algo distante de Zach. — Vossa Graça — cumprimentou ele. Demoraria um pouco para Zach se acostumar com seu novo título.
— Bentley? — perguntou ele. Zach havia se correspondido com o mordomo algumas vezes desde a morte de seu tio. Ele não compareceu ao funeral porque não se importou muito que o velho tivesse falecido. Ele também não pretendia respeitar o período de luto. Zach não chorou por seu tio e nunca faria isso. O mundo estava muito melhor sem ele.
— Sim, Vossa Graça — disse Bentley. — Estou feliz que o senhor chegou em segurança. — Todos eles estavam tão felizes em vê-lo… era quase nauseante. Eles o estavam bajulando como se ele fosse da realeza. Era possível que ele estivesse sendo muito duro com eles. Afinal, eles eram a criadagem. Era isso que eles deveriam fazer. Embora ele duvidasse da veracidade de suas reações.
— Onde está a nova noiva do meu tio? — Zach queria colocar o lixo para fora o mais rápido possível. Se ele conseguisse, ela estaria instalada na Casa do Viúva antes do anoitecer.
— Creio que ela está na sala de estar com as irmãs. — O mordomo apontou para o longo corredor. — Ela geralmente toma chá com elas a essa hora do dia.
Certo… — Leve minhas malas para os meus aposentos. Espero que tenham sido devidamente preparados para a minha chegada.
— Certamente senhor — respondeu o mordomo. — Os aposentos ducais foram limpos e toda a roupa de cama substituída como o senhor especificou.
— Bom. — Ele não queria nenhum vestígio de seu tio deixado naquele quarto. Zach esperava que tivesse mais mudanças a fazer, mas ele não saberia o que isso implicaria até que examinasse os aposentos. — Agora, conhecerei a minha nova tia. Depois, gostaria que você me encontrasse no escritório do meu tio. Há muito para discutirmos.
— Como quiser, Vossa Graça. — Ele fez uma reverência. — Cuidarei de seus baús agora.
Zach assentiu e depois foi para o corredor para encontrar a esposa de seu tio. A risada ecoando da sala em que ela estava viajou pelo corredor. Elas pareciam estar se divertindo. Ele parou na entrada e olhou, encantado. Havia quatro moças loiras lá dentro, em uma faixa etária entre 15 e 20 anos, se ele arriscasse um palpite. Duas gêmeas idênticas, as mais jovens, presumiu ele, estavam sentadas na espreguiçadeira com outra de suas irmãs. A mais velha estava sentada serenamente em uma cadeira azul que quase combinava com a cor de seus olhos. Havia um brilho travesso naqueles oceanos que o atraía mais do que ele esperava. Todas as quatro eram adoráveis, mas a mulher solitária na cadeira… ele a achou de tirar o fôlego, mas isso não o ajudaria em nada.
Ele limpou a garganta. — Perdoe-me, mas qual de vocês teve a ousadia de se casar com um idoso?
Todas as quatro pararam de falar e olharam para ele com a boca aberta. Ah, bom, ele tinha captado a atenção delas…

Billie encarou o cavalheiro parado, parecendo todo taciturno, na entrada do salão e perdeu toda a capacidade de pensar. Ele tinha que ser o homem mais bonito que ela já teve o privilégio de pousar os olhos. Ele tinha cabelos castanhos, beijados pelo sol e que reluzia algumas mechas de ouro vermelho vivo. Seus olhos eram da mesma cor da grama em um dia quente de verão. O problema era que aqueles olhos verdes brilhantes estavam olhando para ela com nada além de desdém. Ele não gostava dela e ela não tinha ideia do porquê. Billie nem sabia quem ele era, mas ele parecia ter um problema com seu casamento recente. Isso só podia significar que ele… era o herdeiro. Ela tentou engolir enquanto um nó se formava em sua garganta. Seu estômago roncou e ela teve que resistir à vontade de levantar-se e andar pela sala para aliviar sua ansiedade crescente. — Creio que sou a pessoa que você está procurando. — Ela manteve seu tom leve e neutro. Ele pode ter invadido a sala com más intenções, mas ela não tinha que reagir da mesma maneira.
Ele entrou na sala e pegou uma xícara, em seguida, despejou chá nela. Ele bebeu o chá preto sem acrescentar nada a ele. Billie gostava do dela com ao menos um pouco de doce e quase se encolheu quando ele tomou um gole do chá puro. Ele colocou a xícara em um pires que segurava na mão e então a encarou. — Agora que bebi algo, podemos discutir sua situação.
— Perdão… — Ela olhou para ele, surpresa com suas palavras. — De que situação se refere? — Ele sabia o quanto ela estava desamparada quando se casou com o duque? Ele pretendia expulsá-la da casa? Não, ele não poderia. Ela era legitimamente a duquesa. Ninguém sabia que o casamento não havia sido realmente consumado e ela nunca admitiria isso. Os criados ou não estavam cientes de sua atual condição virginal, ou, caso soubessem, pareciam não se importar. Para eles, ela ainda era a duquesa e ela queria encorajar esse comportamento tanto quanto possível. O bem-estar de sua família dependia disso.
— Você não pertence a esta casa e você está bem ciente desse fato. — Ele tomou outro gole de chá. Em seguida, gesticulou em direção às irmãs de Billie. — Parece que você mudou a família inteira para a minha casa. O que para mim não dará certo.
— Meu marido concordou que eles poderiam morar aqui — disse ela austeramente.
— Seu marido — começou ele. — Está morto. Esta não é mais a propriedade dele.
Ela abriu e fechou a boca várias vezes. O gesto estava se tornando um péssimo hábito. Ele continuava dizendo coisas terríveis. O homem não sabia falar de outra forma senão com tamanha franqueza? — Isso é verdade, eu suponho… — Parte dela estava começando a entender por que o velho duque não queria que este homem herdasse seu título. Ele era rude e arrogante.
— Bom — disse ele, colocando o chá e o pires na mesa. — Então estamos de acordo. Você fará as malas e partirá antes do escurecer.
— O que? — disseram suas três irmãs de uma só vez.
— Você não pode fazer isso — disse Billie a ele. Ela tinha que fazê-lo entender que eles não tinham para onde ir. Certamente ele não poderia ser tão cruel como parecia. — Esta é a nossa casa agora.
Ele arqueou uma sobrancelha. — Verdade? Exatamente há quanto tempo está aqui. É do meu entendimento que seu casamento ocorreu há uma quinzena. Você se mudou antes de dizer seus votos?
— Não seja ridículo — zombou ela. — Que absurdo! Claro que não nos mudamos antes do casamento. — Bem, isso não era exatamente verdade. Eles tinham se mudado no dia do seu casamento, meras horas antes do casamento, mas ele fez parecer como se ela tivesse vivido lá meses antes de seus votos. — Isso não nega o fato de que esta é a nossa casa agora. Nós não vamos a lugar nenhum.
Ele riu baixinho. — Só porque você quer?
— Sim — disse ela e ergueu o queixo desafiadoramente. Billie não desistiu de cada grama de seu orgulho para casar-se com um velho por nada. — Eu sou uma duquesa e pertenço a este castelo.
— Eu sabia que você diria algo assim. — Ele balançou a cabeça, nojo transbordando de sua voz enquanto ele falava. — Você não é diferente de todas as jovens debutantes se jogando no título mais alto na frente delas. Você se vendeu pelo maior lance e olhe para você agora. Sem marido e sem escolhas.
Ela ergueu o queixo quase desafiadoramente. Como ele ousa tratá-la assim! — Eu tenho muito mais escolhas agora do que eu tinha antes do meu casamento. — Pelo menos agora ela tinha algum dinheiro que pudesse contar. Embora ela não tinha ideia do quanto isso implicava.
— Você está à mercê da minha generosidade — informou ele. Ele acenou com a cabeça para suas irmãs. — Você e sua família, aparentemente. Sua pensão é uma ninharia, meu tio tinha pouca fé no sexo feminino. Se você quiser permanecer nesta casa, será com a minha permissão, e agora eu não vejo nenhuma razão para dar-lhe o que você quer.
Qualquer renda era melhor do que nenhuma. Billie sabia como era ser tão pobre a ponto de passar dias com fome. Tinha sido ruim antes da morte de seus pais, mas foi muito pior depois que os credores levaram qualquer coisa não pregada. Ela nunca mais queria passar por isso. Ele queria uma razão para ela e as irmãs ficarem… Bem, ela encontraria uma para dar a ele. Ela não tinha certeza do que poderia ser ainda, mas ela discerniria o melhor curso de ação. Tudo o que ela precisava era de um pouco mais de tempo. — Diga-me o que você quer e talvez possamos chegar a um acordo… Eu farei o que você quiser. — Billie faria quase tudo por sua família. Ela já tinha se casado com um velho nojento. O que este duque poderia querer que seria mais desagradável do que isso?
Ele inclinou a cabeça para o lado e estudou-a. Havia uma expressão estranha em seu rosto, quase como se ele não tivesse certeza do que fazer com Billie, ou com o que ela tinha dito. Ele parecia… confuso. Ele balançou a cabeça, e então disse: — Tenha cuidado com o que você concorda sem saber os termos.
Este novo duque parecia pensar que poderia mandar nela. Ele descobriria em breve que estava errado.
— Falaremos mais depois. Temo que se eu disser o que eu quero que você faça por mim agora, você sairia daqui gritando. — Ele caminhou em direção à porta, parou e virou para ela. — Não fique muito à vontade. Eu ainda não estou convencido de que você deve ficar. — Com essas palavras de despedida, ele deixou Billie sozinha com suas irmãs. Elas permaneceram extraordinariamente quietas durante toda a troca de palavras, mas Billie tinha a sensação de que elas não ficariam assim por muito tempo.
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CAPÍTULO TRÊS
Zach inclinou-se para trás em sua cadeira e suspirou. Os livros de contabilidade da propriedade estavam uma bagunça. Ele já tinha olhado três livros e ele ainda não tinha decifrado o sistema de contabilidade de seu tio. Nada daquilo fazia sentido. Ele teria que pedir a outra pessoa para dar uma olhada neles. Alguém em quem ele confiava.
Bentley estava sempre prontamente disponível, mas Zach não confiava nele. Ele era amigável e prestativo demais. Zach fingiu não notar sua ânsia excessiva. Em vez disso, ele esperava deixar o velho mordomo no escuro e deixá-lo acreditar que confiava nele implicitamente. Ele mostraria a mão eventualmente e então Zach saberia o que precisava fazer. As motivações do mordomo ainda não estavam claras e Zach precisava de mais informações antes que ele pudesse prosseguir.
Por enquanto, ele preferiu concentrar-se nos livros e tentar deixar o resto dos problemas que seu tio o deixou para outra hora. Como a viúva… Ele esperava uma jovem, mas não esperava alguém com a aparência tão adorável e inocente. Ela quase o fez esquecer de como respirar só com um olhar. Por alguns breves momentos ele perdeu a capacidade de pensar.
Talvez tenha sido assim que ela convenceu o tio a se casar com ela. Certamente seu tio tinha uma fila de damas dispostas a casar com ele pelo prazer de ser uma duquesa. Mesmo que tivessem que suportar as atenções de um velho gordo… Zach estremeceu. Uma imagem piscou em sua mente que ele não seria capaz de esquecer tão cedo e ele desejou que nunca tivesse considerado isso. A última coisa que ele queria era imaginar seu tio rotundo tentando ir para a cama com sua nova noiva. Foi a visão mais desagradável do mundo. Ele estremeceu novamente. Ele tinha que parar de pensar nisso.
— Você parece um homem que precisa desesperadamente de uma dose de conhaque. — Zach olhou para cima e encontrou o olhar de um de seus amigos mais íntimos, Sutton Brooks, o Marquês de Foxworth. Seu cabelo escuro estava desgrenhado e havia um brilho travesso em seus olhos verdes pálidos. Ele se inclinou contra a porta e cruzou os braços sobre o peito. — Estou errado? — perguntou ele.
Zach suspirou. — Como de costume, você avaliou a situação corretamente. — Ele precisaria de muito conhaque para esquecer o que ele estava pensando anteriormente. — Você chegou cedo. Eu não estava esperando que viesse até amanhã.
Fox deu de ombros. — Eu estava entediado. Sheffield e Carrolton também estão aqui. Eles estão se certificando de que o cuidador de cavalos sabe como cuidar adequadamente dos cavalos deles.
— Claro que estão… — disse Zach, depois sorriu. Seus outros dois amigos, Ezra Halsey, o Visconde de Carrolton e Wesley Cox, o Conde de Sheffield eram muito exigentes sobre como eles queriam que as coisas fossem feitas. Eles eram assim desde os tempos em Eton. — Eu trouxe um cuidador da cidade comigo. Você não acha que eu deixaria ao acaso que o meu tio tivesse cuidadores de estábulos apropriados.
— Então não precisamos nos preocupar. — Fox atravessou a sala e puxou a cadeira mais próxima da mesa, em seguida, se jogou nela. — Como se sente com tudo isso?
— Com tudo o que? — perguntou Zach, um pouco confuso.
— Sabendo que agora você tem o título e que o velho bastardo não pode fazer nada quanto a isso. Você é o duque agora, e ele está a sete palmos do chão. Como é saber que o velho bastardo não conseguiu te deserdar? Ele está morto, enterrado e gritando no inferno com a injustiça.
— Isso é grosseiro da sua parte — disse Zach. — Mas provavelmente preciso, e ele tentou fazer algo quanto a isso. — Embora tenha agido tarde demais. A bela mulher que ele convenceu a se casar com ele pode na verdade estar aliviada. Ela não teria mais que suportar as mãos de seu tio. Ela provavelmente não tinha gostado da noite de núpcias. — Ele se casou novamente. — Ele afastou as imagens de sua cabeça. O que seu tio tinha feito com a noiva não era preocupação dele… mesmo que a ideia do velho tê-la tocado azedasse seu estômago. Não deveria. Infelizmente, ele não conseguia deixar completamente de lado a sua atração por ela.
— Alguma chance de ela estar enceinte? — perguntou Fox em um tom casual. — Há uma chance de ela ter um herdeiro na barriga, então você teria que entregar o título.
Ele franziu a testa enquanto considerava a pergunta do amigo. Zach não havia considerado isso. E se seu tio tivesse conseguido plantar sua semente em sua jovem noiva? Ele deveria ter perguntado… Bentley parecia certo de que Zach era o novo duque. Ele sabia de algo que Zach não sabia? Ele teria que discutir isso com a viúva. Se ela estava grávida, isso poderia mudar as coisas. Era muito cedo para dizer, mas ele teria que ter uma conversa muito delicada com a viúva. — Duvido muito — disse Zach. — Ele morreu no dia do casamento.
Talvez o casamento não tivesse sido consumado… Ele não tinha certeza se havia uma maneira fácil de perguntar sobre isso. Ele rezou para que não tivesse sido. Deus! Ele tinha que parar de pensar nela e em sua noite de núpcias. Zach não queria que ela tivesse ido para a cama com seu tio. Não porque ele estava com medo de que ela estivesse carregando um herdeiro, mas porque ele… a queria. Ele odiava a ideia dela… ele engoliu em seco… com seu tio.
— Dia? — Fox arqueou uma sobrancelha. — Ou noite? Há uma distinta diferença. Se foi durante o dia, então eles não tiveram a chance de explorar as delícias do leito conjugal. — Ele deu uma piscadela. — Já eu prefiro aproveitar essa parte sem, você sabe, os votos de me amarrar para todo o sempre. Gosto de ser amarrado de maneiras muito mais agradáveis.
Zach revirou os olhos. — Eu prefiro não discutir seus encontros de má reputação. — Fox era o mais pervertido dos quatro amigos. Ele não se importava com o que as pessoas pensavam dele. Se lhe agradava, ele fazia e não se desculpava por nenhum motivo. — E o resto não merece uma resposta. Não existe outro herdeiro. — Ele realmente não se importava com o título. Zach não precisava disso ou das dificuldades que administrar uma propriedade ducal lhe trariam, mas odiava a ideia de que seu tio pudesse vencer, afinal. Fox tinha que estar errado. A viúva não podia estar carregando o futuro herdeiro.
— Se você está disposto a acreditar nisso, então eu não tenho problemas em permitir que você acredite — respondeu Fox. — Quais são as chances de a jovem viúva considerar um pouco de entretenimento? — Ele arqueou uma sobrancelha. — Certamente ela não está de luto pelo velho.
Zach fechou os olhos e orou por paciência. Ele cerrou os punhos, tentado a bater em seu amigo por esse comentário. Depois de tomar algumas respirações calmantes, ele abriu os olhos e encontrou o olhar de Fox. — Deixe-a em paz. Ela já sofreu o bastante. — Os músculos de suas bochechas se contraíram enquanto ele lutava contra uma carranca. Por que diabos ele estava sendo tão protetor com ela?
— É por isso que eu pensei que ela poderia ter algum prazer de verdade. Não deve ter sido divertido suportar o leito conjugal com seu tio rotundo. — Ele estremeceu. Zach quase riu porque essa foi exatamente sua reação. — Eu poderia ajudá-la a esquecer essa provação.
— Não — disse Zach com firmeza, todo o humor que sentira em sua declaração anterior se dissipando instantaneamente. — Deixe-a discernir seus próximos passos sem a sua influência. Ela não precisa de nenhuma ajuda para encontrar o próprio caminho.
— Por que você está tão protetor quanto a ela? — Fox arqueou uma sobrancelha. — Ah, entendi. Você quer ir para a cama com ela. Tudo bem. Vou deixar que você fique com a jovem viúva.
Zach apertou a mandíbula. — Não foi isso o que quis dizer.
— Bom — respondeu Fox facilmente. — Então você não se importará se eu tentar.
Ele queria dizer não, mas se protestasse muito, Fox pensaria que ele a queria para si mesmo. O que ele não queria… Zach balançou a cabeça e disse: — De jeito nenhum. Eu só esperava um pouco de paz no castelo, mas se você quiser persegui-la, vá em frente.
— Obrigado por sua permissão. — Os lábios de Fox se curvaram para cima em um meio sorriso que irradiava maldade. Seu amigo estava tramando algo ruim, e Zach se recusou a se juntar a ele. — Eu pretendo me divertir.
— Faça isso. — Zach se levantou. — Vou verificar algumas coisas. Sirva-se à vontade do conhaque. — Ele gesticulou em direção ao decantador próximo. — E diga a Carrolton e Sheffield para se acomodarem também. Eu estarei de volta em breve.
Ele teria que garantir que seus quartos estivessem preparados, já que eles não eram esperados até amanhã, e isso daria a ele algum tempo longe de Fox. Com sorte, ele estaria muito mais calmo quando voltasse e a vontade de esmurrar seu amigo teria diminuído.

Billie olhava fixamente para as rosas à sua frente. O castelo de Graystone tinha um jardim incrível e ela adorava a variedade de rosas que o jardineiro cultivava. Só pela serenidade do jardim, ela lutaria para ficar no castelo, mas não se isso colocasse sua família em uma situação embaraçosa. Ela não sabia o que o novo duque poderia querer dela para permitir que eles ficassem.
Após o encontro inicial, eles não se falaram novamente. O duque não tinha descido para jantar naquela noite e o momento foi repleto de tensão. Todos eles temiam o que poderia acontecer com eles se o duque os fizesse partir. Sua pensão poderia não ser o suficiente para sustentá-los. Ela tinha que encontrar uma maneira de convencê-lo de que eles deveriam ter permissão para permanecer em Graystone.
— Você está preocupada, não é? — perguntou Teddy baixinho. — Sobre o que o duque quer, quero dizer.
— Não consigo parar de pensar nisso — admitiu Billie. Seu estômago doía e ela odiava não saber o que aconteceria. — Eu deveria procurá-lo e confrontá-lo. Toda essa suposição não está ajudando nenhum de nós.
— Mas se você pressioná-lo ele pode nos fazer sair mais cedo… — Teddy franziu a testa. — Eu odeio isso, mas acho que você deveria esperar. Por que procurar problemas?
Billie andava de um lado para o outro ao longo do jardim. O que fazer, o que fazer… Ela parou na frente de um banco de pedra e sentou-se, então ergueu as duas mãos. — Você está certa, eu sei que você está, mas estou ficando um pouco louca por não ter uma direção clara.
Teddy se juntou a ela no banco e colocou a mão no braço de Billie. — Você tem que permanecer firme e ser corajosa. Chegamos até aqui. Você arriscou tanto para nos manter seguros. O que você estava disposta a fazer… — Teddy engoliu com força. — Eu não conseguiria ter feito isso. Casar com aquele velho… — Ela estremeceu. — Estou feliz que ele morreu e você não precisou…
— Eu sei que é errado — sussurrou Billie. — Mas eu também estou. — Ela estava preparada para deixar o duque levá-la para a cama, mas ela não estava nada ansiosa por isso, na verdade, Billie estava aterrorizada com a ideia. Graças a Deus ela não precisou que deixá-lo fazer o que ele queria com ela, e ela estava agradecida por não ter que gerar o filho dele. Assim foi melhor. Ela tinha o título de duquesa sem as partes revoltantes que ele traria. — Agora, temos que convencer o novo duque de que vale a pena nos sustentar.
— Dê-lhe algum tempo. Ele vai perceber que somos pessoas boas e não vai querer nos fazer mal — disse Teddy. — Ele não parecia tão devasso quanto o velho duque. — Ela inclinou a cabeça pensativamente… — Embora ele parecia ter um pequeno interesse em você. Talvez você possa usar isso a seu favor.
— Você está enganada. — Billie disse a ela. O novo Duque de Graystone não estava interessado nela. — Ele olhou para mim como se eu estivesse abaixo dele, como se a própria visão de mim o deixasse se sentindo mal. — Ela balançou a cabeça. — Além disso, eu nunca vou permitir que um homem me use. Quem me dera nunca ter ficado nessa posição com o homem com quem tive que casar. Foi um erro antes e seria um erro agora. Encontrarei outra maneira de garantir a nossa segurança.
Billie se odiava por ter concordado em se casar com um velho, um homem que tinha idade suficiente para ser seu avô. Às vezes ela até odiava a mãe por mandá-la por esse caminho. Ela tinha que saber em algum nível o que ele pediria a ela e disse-lhe para ir até ele de qualquer maneira. A mãe dela deve ter percebido que Billie faria o que fosse necessário para salvar a si mesma e seus irmãos. Billie esperava que ao menos não tivesse sido uma decisão fácil para sua mãe, assim como não foi para ela.
O novo duque, aquele belo diabo, pelo menos, estava mais próximo de sua idade. Ela adivinharia que ele não era mais do que oito ou dez anos mais velho que ela. Ele era lindo e ter que suportar seu toque poderia ser mais agradável, mas ela não concordaria com esse tipo de relacionamento para salvar sua família novamente. Tinha que haver um jeito melhor.
— Você tem razão — disse Teddy. — Sobre não se colocar nessa posição novamente. Mas você também está errada. O novo duque, ele deseja você. Dava para notar se você tivesse parado para olhar. — Ela deu uma piscadela bem astuta. — Confie em mim, com o tempo, ele vai mostrar-lhe como se sente. — Ela disse em um tom brincalhão.
— Luxúria não é algo que me interessa. — Billie franziu a testa. Não importa se o duque a desejava. Ela deveria estar de luto pelo marido morto, e ela não queria nenhum tipo de relacionamento com um homem. Ela queria segurança, não desejo. — Acho que devemos entrar e checar as gêmeas. Eles são susceptíveis a causar problemas se deixadas sozinhas por muito tempo.
— Tudo bem — concordou Teddy. — Ignore tudo o que eu disse. Você acabará arrependendo-se de sua teimosia.
Billie sorriu. — Mas você me ama de qualquer maneira.
— Sempre — disse ela. — Vamos encontrar as gêmeas.
Eles se levantaram e foram para o castelo em silêncio. Billie esperava que sua irmã estivesse errada. Não havia nada entre ela e o duque. Tudo o que ela queria dele era permissão para permanecer no castelo. Certamente, ela poderia fazê-lo ver a razão e concordar com esse pedido tão pequeno…
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