Antes Que Ele Sinta

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Из серии: Um Enigma Mackenzie White #6
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Antes Que Ele Sinta
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Blake Pierce

Blake Pierce é o autor da série de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce também é o autor da série de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da série AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da série KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da série de enigmas PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da série de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho).

Como um ávido leitor e fã de longa data do gênero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique à vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com para saber mais a seu respeito e também fazer contato.

Direitos Autorais © 2017 por Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto conforme o permitido sob as Leis Americanas de Direitos Autorais (EUA Copyright Act, de 1976), nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada em um sistema de banco de dados ou de recuperação, sem a prévia autorização do autor. Este e-book é licenciado apenas para seu prazer pessoal. Este e-book não pode ser revendido ou distribuído para outras pessoas. Se você gostaria de compartilhar este livro com outra pessoa, adquira uma cópia adicional para cada destinatário. Se você está lendo este livro e não o comprou, ou ele não foi comprado apenas para o seu uso, então, por favor, devolva o livro e compre a sua própria cópia. Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor. Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, locais, eventos e incidentes são um produto da imaginação do autor ou são usados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência. Imagem do casaco Copyright KN, usada sob licença da Shutterstock.com.

LIVROS DE BLAKE PIERCE
SÉRIE UM THRILLER PSICOLÓGICO DE CHLOE FINE
A PRÓXIMA PORTA (Livro #1)
A MENTIRA MORA AO LADO (Livro #2)
SÉRIE UM MISTÉRIO DE KATE WISE
SE ELA SOUBESSE (Livro #1)
SE ELA VISSE (Livro #2)
SÉRIE OS PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE
ALVOS A ABATER (Livro #1)
À ESPERA (Livro #2)
A CORDA DO DIABO (Livro #3)
AMEAÇA NA ESTRADA (Livro #4)
SÉRIE UM MISTÉRIO DE RILEY PAIGE
SEM PISTAS (Livro #1)
ACORRENTADAS (Livro #2)
ARREBATADAS (Livro #3)
ATRAÍDAS (Livro #4)
PERSEGUIDA (Livro #5)
A CARÍCIA DA MORTE (Livro #6)
COBIÇADAS (Livro #7)
ESQUECIDAS (Livro #8)
ABATIDOS (Livro #9)
PERDIDAS (Livro #10)
ENTERRADOS (Livro #11)
DESPEDAÇADAS (Livro #12)
SEM SAÍDA (Livro #13)
SÉRIE UM ENIGMA DE MACKENZIE WHITE
ANTES QUE ELE MATE (Livro #1)
ANTES QUE ELE VEJA (Livro #2)
ANTES QUE ELE COBICE (Livro #3)
ANTES QUE ELE LEVE (Livro #4)
ANTES QUE ELE PRECISE (Livro #5)
ANTES QUE ELE SINTA (Livro #6)
ANTES QUE ELE PEQUE (Livro #7)
ANTES QUE ELE CACE (Livro #8)
SÉRIE UM MISTÉRIO DE AVERY BLACK
RAZÃO PARA MATAR (Livro #1)
RAZÃO PARA CORRER (Livro #2)
RAZÃO PARA SE ESCONDER (Livro #3)
RAZÃO PARA TEMER (Livro #4)
SÉRIE UM MISTÉRIO DE KERI LOCKE
RASTRO DE MORTE (Livro #1)
RASTRO DE UM ASSASSINO (Livro #2)

PREFÁCIO

Ele tinha lido o livro pelo menos uma dúzia de vezes, mas tudo bem. Era um bom livro e ele chegou até a dar a cada personagem uma voz própria. Também ajudava ser um dos seus livros favoritos— Something Wicked This Way Comes, de Ray Bradbury. Para a maioria, pode parecer um livro estranho para se ler, considerando-se os moradores de uma casa para deficientes visuais, mas todos que já tinham lido o livro pareciam gostar.

Ele estava perto do final, e sua última residente estava devorando o livro. Ellis, uma mulher de cinquenta e sete anos, lhe havia dito que nasceu cega e viveu os últimos onze anos naquela casa, depois que seu filho decidiu que não queria mais carregar o peso de se ter uma mãe cega e colocou-a na Wakeman Home.

Ellis pareceu gostar dele imediatamente. Mais tarde, ela disse que contou para alguns dos outros moradores sobre ele porque ela gostava de ter a atenção dele só para si. E tudo bem para ele. Na verdade, isso era perfeito na opinião dele.

Ainda melhor, há cerca de três semanas ela insistiu para que saíssem da parte térrea da casa; ela queria aproveitar a narrativa dele ao ar fresco, com a brisa em seu rosto.

Não havia muita brisa hoje – estava, na verdade, terrivelmente quente – tudo bem para ele. Estavam sentados em um pequeno jardim de rosas, a meio quilômetro de distância da casa. Era um lugar, ela disse, que visitava muito. Ela gostava do cheiro das rosas e do zumbido das abelhas.

E agora, da voz dele, contando a história de Ray Bradbury.

Ele estava feliz que ela gostava tanto dele. Ele também gostava dela. Ellis não interrompia sua leitura com centenas de perguntas, como alguns dos outros. Ela simplesmente sentava-se lá, olhando para o espaço que ela nunca tinha visto de verdade, e apegava-se a cada palavra.

Quando chegou ao fim de um capítulo, ele olhou para o relógio. Ele já havia ficado dez minutos depois da hora habitual. Ele não tinha outros residentes que planejava visitar hoje, mas tinha planos para mais tarde na noite.

Colocando seu marcador entre as páginas, ele colocou o livro para baixo. Sem a história para distraí-lo, ele percebeu o quão opressivamente o calor do Sul estava atingindo suas costas.

"É isso por hoje?" Ellis perguntou.

Ele sorriu por causa da observação. Nunca deixou de se surpreender com o quão bem os outros sentidos compensavam a falta de visão. Ela o ouviu mudar de posição no banco pequeno perto do centro do jardim, então, ouviu o ruído suave do livro que foi colocado em sua perna.

"Sim, eu acho que sim," disse ele. "Eu já ultrapassei dez minutos."

"Quanto resta?" Perguntou ela.

"Cerca de quarenta páginas. Então, vamos finalizar isso na próxima semana. Parece bom?"

"Parece perfeito," disse ela. Ela, então, franziu a testa ligeiramente e acrescentou: "Você se importa se eu lhe pedir… Bem, você sabe… É tão bobo, mas…"

"Não, está tudo bem, Ellis."

Ele se inclinou para perto dela e deixou-a tocar seu rosto. Ela passou as mãos ao longo dos contornos. Ele entendeu a necessidade disso (e Ellis não era a única mulher cega que tinha feito isso com ele), mas isso ainda causava um certo estranhamento para ele. Um breve sorriso veio até a boca dela quando ela contornou a cabeça dele e depois tirou as mãos.

"Obrigada," disse ela. "E obrigada pela leitura. Eu estava pensando se você já tinha alguma ideia para o próximo livro?"

"Depende do que você está com vontade."

"Um clássico, talvez?"

"Este é de Ray Bradbury," disse ele. "Isso é tão clássico quanto eu. Eu acho que tenho The Lord of the Flies em algum lugar."

"Esse é o dos meninos encalhados na ilha, certo?"

"Basicamente, sim."

"Parece bom. Mas este… este Something Wicked This Way Comes é brilhante. Ótima escolha!"

“Sim, é um dos meus favoritos.”

Ele ficou bastante feliz porque ela não podia ver o sorriso tortuoso no rosto dele. Algo perverso assim vem, mesmo, ele pensou. Fazendo alusão a tradução do título do livro.

Ele pegou seu livro, gasto e maltratado por anos de uso, aberto pela primeira vez há cerca de trinta anos. Ele esperou para que ela ficasse de pé com ele, como em um encontro impaciente. Ela tinha a sua bengala com ela, mas ela raramente usava aquilo.

A caminhada de volta para o Wakeman Home foi curta. Ele gostava de ver o olhar de concentração em seu rosto quando ela começava a andar. Ele se perguntou o que deve ser confiar em todos os outros sentidos para se deslocar. Deve ser cansativa a locomoção pelo mundo sem poder vê-lo.

Enquanto ele estudava o rosto dela, ele esperava, acima de tudo, que Ellis tivesse apreciado o que tinha ouvido do livro.

Ele segurou seu livro com força, quase decepcionado porque Ellis nunca descobriria como ele terminaria.

*

Ellis encontrou-se pensando nos jovens de Something Wicked This Way Comes. Era outubro no livro. Ela desejou que fosse outubro aqui. Mas não… Era o final de julho no Sul da Virgínia, e ela não achava que poderia ficar ainda mais quente. Mesmo depois de planejar sua caminhada antes do crepúsculo, a temperatura ainda estava nos cruéis trinta e dois graus, de acordo com o Siri no iPhone.

Tristemente, ela conhecia bem o Siri. Era uma ótima maneira de passar o tempo; falando com ela com sua voz robusta e meio robótica, informando Ellis com o trivia, atualizações climáticas e placares esportivos. Havia algumas pessoas da tecnologia na casa que sempre se certificavam de que todos os seus aparelhos computadorizados estavam atualizados. Ela tinha um MacBook equipado com iTunes e uma biblioteca musical bastante substancial. Ela também tinha o iPhone mais recente e até mesmo um aplicativo muito atual que respondia a um dispositivo anexado que lhe permitia interagir em Braille.

 

Siri havia acabado de dizer-lhe que a temperatura era de trinta graus lá fora. Isso parecia impossível, já que eram quase 7:30 da noite. Ah, tudo bem, ela pensou. Um pouco de suor nunca prejudicou ninguém. Ela pensou em esquecer sua caminhada. Era uma caminhada que ela fazia pelo menos cinco vezes por semana. E ela já havia feito uma vez hoje para se encontrar com o homem que lia para ela. Ela não precisava do exercício, mas… Bem, ela tinha certos rituais e rotinas. Isso a fazia se sentir normal. Isso fazia com que ela se sentisse sã.

Além disso, havia algo ao som da tarde enquanto o sol estava se pondo. Ela podia sentir e ouvir algo como um zumbido elétrico suave no ar quando o mundo caiu em silêncio, puxando o anoitecer com a noite em seus calcanhares.

Então, ela decidiu dar uma volta. Duas pessoas dentro da casa disseram tchau para ela, vozes familiares—uma cheia de tédio, a outra com um entusiasmo apagado. Ela apreciou a sensação de ar fresco em seu rosto quando saiu no gramado principal.

"Mas que diabos você está indo fazer, Ellis?"

Era outra voz familiar—o gerente da Wakeman, um homem alegre chamado Randall Jones.

"Minha caminhada habitual," ela respondeu.

"Mas está tão quente! Seja breve. Eu não quero que você desmaie! "

"Ou perca o ridículo toque de recolher," disse ela.

"Sim, ou isso," Randall disse com um pouco de desprezo.

Ela continuou com sua caminhada, sentindo a presença iminente da casa segui-la. Ela sentiu um espaço aberto à frente dela, o gramado a aguardava. Além dele, estava a calçada e, meio quilômetro depois, o jardim de rosas.

Ellis odiava a ideia de que ela estava quase com sessenta anos e ainda assim tinha que obedecer a um toque de recolher. Ela entendia, mas isso a fazia se sentir como uma criança. Ainda assim, apesar da falta de visão, ela gostava da Wakeman Home. Até havia aquele homem legal que lia para ela uma vez por semana – e às vezes, duas. Ela sabia que ele lia para alguns outros, também. Mas essas eram pessoas em outras casas. Aqui, na Wakeman, ela era a única para quem ele lia. Isso a fez se sentir especial. Isso fez com que ela sentisse que ele a preferia.

Ele reclamou para ela que a maioria dos outros gostavam de novelas de romance ou de best-sellers. Mas com Ellis, ele podia ler as coisas que ele gostava. Duas semanas atrás, eles tinham terminado Cujo de Stephen King. E agora havia esse livro de Bradbury e…

Ela parou em sua caminhada, levantando a cabeça ligeiramente.

Ela pensou ter ouvido algo perto dela. Mas depois de pausar, ela não ouviu nada novamente. Provavelmente apenas um animal que atravessava a floresta à minha direita, pensou. Era o Sul da Virgínia, afinal… E havia muitas florestas e muitos bichos vivendo nelas.

Ela bateu a bengala à frente, encontrando um tipo estranho de conforto em seu barulho familiar: “clique, clique”, quando batia na calçada. Embora ela obviamente nunca tivesse visto a calçada ou a estrada ao lado dela, elas haviam sido descritas várias vezes para ela.

Ela também tinha uma imagem mental, conectando cheiros com as descrições de flores e árvores que alguns dos ajudantes e cuidadores da casa lhe haviam dado. Dentro de cinco minutos, ela podia cheirar as rosas vários metros à frente. Ela podia ouvir as abelhas zumbindo ao redor delas. Às vezes, pensava que podia até mesmo sentir o cheiro das abelhas, cobertas de pólen e qualquer mel que elas produzissem em algum outro lugar.

Ela conhecia o caminho para o jardim de rosas tão bem que poderia ter ido sem o uso de sua bengala. Ela tinha feito aquilo pelo menos mil vezes ao longo de seus onze anos na casa. Ela gostava de ir para lá para refletir sobre sua vida, sobre como as coisas ficaram tão difíceis que seu marido a deixou há quinze anos atrás e depois seu filho há 11 anos.

Ela não sentia falta do bastardo do seu ex-marido, mas sentia falta da sensação das mãos de um homem sobre ela. Se ela estivesse sendo sincera consigo mesma, era uma das razões pelas quais ela gostava de sentir o rosto do homem que lia para ela. Ele tinha um queixo quadrado que parecia pertencer a um homem forte, maçãs do rosto altas e um daqueles sotaques do Sul, era viciante ouvir sua voz. Ele poderia ler a lista telefônica e ela iria gostar do mesmo jeito.

Ela estava pensando nele enquanto se sentia entrar nos contornos familiares do jardim. O concreto era áspero e duro sob seus pés, mas tudo mais à frente dela parecia macio e convidativo. Ela parou por um momento e descobriu que, como costumava acontecer naquelas tardes, ela tinha o lugar todo só para si. Ninguém mais estava lá.

Novamente, ela parou. Ouviu algo por trás dela.

Sinta, também, pensou.

"Quem é?" Perguntou ela.

Ela não recebeu nenhuma resposta. Ela tinha saído tarde porque sabia que o jardim ficaria deserto. Muito poucos saíam depois das seis da tarde, porque a cidade de Stateton, na qual a Wakeman Home estava localizada, era um pequenino lugar.

Quando ela se afastou há quinze minutos atrás, ela ouviu o movimento de qualquer outra pessoa que estivesse no gramado da frente e não ouviu a voz de ninguém. Ela também não ouviu ninguém mais na calçada quando chegou ao jardim.

Havia a possibilidade de que alguém pudesse ter saído com a intenção de assustá-la, mas isso poderia ser arriscado. Havia repercussões desse comportamento nessa cidade, leis que foram aplicadas por uma força policial do Sul que não tolerava “merdas” quando se tratava de adolescentes locais e baderneiros tentando perturbar as pessoas com deficiência.

Mas lá estava de novo.

Ela ouviu o barulho, e a sensação de que alguém estava lá era muito mais forte agora. Ela sentiu o cheiro de alguém. Não era um mau cheiro. Na verdade, era familiar.

O medo percorreu o corpo dela, então, e ela abriu a boca para gritar.

Mas antes que pudesse, de repente, sentiu uma pressão imensa em sua garganta. Ela sentiu outra coisa, também, irradiando da pessoa, como um calor.

Ódio.

Ela foi amordaçada, era incapaz de gritar, falar, respirar e sentiu-se caindo de joelhos.

A pressão apertou sua garganta e aquele sentimento de ódio parecia penetrá-la, enquanto a dor se espalhava por todo o corpo e, pela primeira vez, Ellis ficou aliviada por ser cega. Ao sentir sua vida escapar dela, ela ficou aliviada de não ter que colocar os olhos no rosto do mal. Em vez disso, ela tinha apenas aquela escuridão tão familiar atrás de seus olhos para recebê-la no que seja lá o que for que a esperava depois desta vida.

CAPÍTULO UM

Mackenzie White, sempre em movimento, era perfeitamente feliz em ser confinada ao seu pequeno espaço de cubículo. Ela ficou ainda mais feliz quando, três semanas atrás, McGrath a chamou e disse a ela que havia um escritório vago graças a uma rodada de demissões do governo e que era dela se ela o quisesse. Ela esperou alguns dias e, quando ninguém mais o pegou, ela foi em frente e se mudou.

Era minimamente decorado, apenas com sua mesa, uma lâmpada de assoalho, uma pequena estante e duas cadeiras em frente à mesa. Um grande quadro branco com marcações de calendário estava pendurado na parede. Ela estava encarando o calendário enquanto dava um intervalo entre responder e-mails e fazer ligações em sua tentativa de encontrar detalhes sobre um caso em particular.

Era um caso antigo… um caso ligado ao único cartão de visitas que ela tinha no calendário do quadro branco, pendurado ali por um imã.

Antiguidades Barker

Era o nome de uma empresa que, aparentemente, nunca existiu.

Quaisquer linhas de investigação que surgiram, geralmente, foram frustradas logo em seguida.  O mais próximo que eles haviam chegado de algum lugar foi quando o Agente Harrison descobriu um lugar em Nova Iorque que era uma possível ligação. Mas aquilo acabou não resultando em nada além de um homem que havia vendido velhas falsificações de antiguidades em sua garagem no fim dos anos 1980.

Ainda assim, havia uma sensação de que ela estava bem perto de encontrar algum fio que a levaria às respostas que ela estava procurando—respostas a respeito da morte de seu pai e do assassinato aparentemente correlato que havia ocorrido mais cedo neste ano, apenas seis meses atrás.

Ela tentou se sustentar nessa sensação de algo estando lá fora, balançando sem ser visto, mas não obstante, de alguma forma, também bem na sua frente. Ela precisava disso em dias como hoje, nos quais ela possuía três pistas em potencial se extinguindo de súbito através de ligações telefônicas e e-mails.

O cartão de visitas havia se tornado uma peça de quebra-cabeças para ela. Ela o encarava todos os dias, tentando descobrir alguma abordagem que ela ainda não havia tentado.

Estava tão enamorada com ele que quando alguém bateu na porta de seu escritório, ela deu um pequeno sobressalto. Ela olhou para a porta e viu Ellington ali. Ele enfiou a cabeça para dentro e olhou ao redor.

“É, um ambiente de escritório continua não lhe caindo bem.”

"Eu sei," disse Mackenzie. “Eu me sinto como uma fraude. Entre.”

“Ah, eu não tenho muito tempo,” ele disse. "Estava apenas pensando se você gostaria de ir almoçar."

“Posso fazer isso," ela disse. “Encontre-me lá em baixo daqui a mais ou menos uma hora e—”

O telefone em sua mesa tocou, interrompendo-a. Ela leu o visor e viu que vinha da extensão do McGrath. "Um segundo." ela disse. “É do McGrath.”

Ellington assentiu e fez uma divertida cara sisuda.

“Aqui é a Agente White," ela disse.

“White, é o McGrath. Eu preciso vê-la no meu escritório o quanto antes a respeito de um novo caso. Reúna-se com Ellington e traga-o com você.”

Ela abriu a boca para dizer Sim senhor, mas McGrath terminou a chamada antes mesmo que ela pudesse reunir o fôlego.

“Parece que o almoço vai ter que esperar,” ela disse. “McGrath precisa nos ver.”

Eles compartilharam um olhar desconfortável enquanto o mesmo pensamento ocorria entre eles. Muitas vezes eles se perguntaram por quanto tempo seriam capazes de manter o relacionamento romântico em segredo para os colegas de trabalho, particularmente para McGrath.

"Você acha que ele sabe?" perguntou Ellington.

Mackenzie deu de ombros. "Eu não sei. Mas ele disse que ele precisa nos ver a respeito de um caso. Então, se ele realmente sabe, aparentemente, não foi o motivo por trás da ligação."

“Vamos descobrir então,” disse Ellington.

Mackenzie desconectou do seu usuário no computador e juntou-se a Ellington enquanto se dirigiam através do prédio em direção ao escritório do McGrath. Ela tentava dizer a si própria que ela realmente não se importava se McGrath tinha conhecimento sobre eles. Não era motivo para suspensão ou qualquer coisa do tipo, mas ele provavelmente nunca lhes permitiria trabalharem juntos novamente, caso ele realmente descobrisse.

Então, embora ela tentasse dar o seu melhor para não se importar, sempre havia alguma preocupação. Ela deu o seu melhor para engolir isso ao se aproximarem do escritório do McGrath, tentando andar propositalmente o mais distante de Ellington quanto possível.

***

McGrath os mirou desconfiadamente ao se sentarem nos dois assentos em frente à sua mesa. Era um assento com o qual Mackenzie estava começando a se acostumar, sentar ali e ser repreendida ou elogiada por McGrath. Ela se perguntou qual seria hoje antes que ele os entregasse a tarefa.

"Então vamos lidar com algumas questões domésticas primeiramente," disse McGrath. “Se tornou claro para mim que há algo rolando entre vocês dois. Eu não sei se é amor ou apenas uma aventura ou o quê… e, honestamente, eu não ligo. Mas esse é o único e último aviso de vocês. Se isso interferir com o trabalho de vocês, vocês nunca serão colocados como parceiros novamente. E isso seria uma maldita pena, porque vocês trabalham muito bem juntos. Estou entendido?"

Mackenzie não via sentido em negar. "Sim, senhor."

Ellington ecoou a resposta dela e ela sorriu desajeitadamente quando percebeu que ele parecia constrangido. Ela notou que ele não era do tipo que estava acostumado a ser repreendido pelos superiores.

“Agora que temos aquilo fora do caminho, vamos para o caso," disse McGrath. "Nós recebemos uma ligação do xerife de uma pequena cidade do sul chamada Stateton. Há um lar para cegos localizado lá—e isso é tudo o que há por lá, pelo que percebi. Na noite passada, uma mulher cega foi morta extremamente perto das dependências. E, apesar de isso ser certamente trágico o suficiente, é o segundo assassinato de uma pessoa cega no estado da Virgínia no prazo de dez dias. Em ambos os casos, parece haver trauma no pescoço, indicando estrangulamento, assim como irritação ao redor dos olhos."

 

“A primeira vítima também era membro de um lar?" perguntou Mackenzie.

“Sim, embora de um muito menor pelo que pude perceber. Foi especulado originalmente que o assassino era um membro da família, mas levou menos de uma semana para que todos fossem inocentados. Com um segundo corpo e o que parece ser um conjunto de alvos bem específico, provavelmente, não é apenas coincidência. Então vocês podem entender a urgência dessa situação, eu espero. Honestamente, eu tenho a sensação de uma cidadezinha pacata nesse caso. Não há muita gente por lá, então deve ser mais fácil encontrar um suspeito rapidamente. Eu estou atribuindo a vocês dois, porque eu espero plenamente que vocês tenham o caso fechado em quarenta e oito horas. Menos seria ainda melhor."

"O Agente Harrison não estará envolvido nesse caso?" perguntou Mackenzie. Não tendo falado com o mesmo desde o falecimento da mãe dele, ela se sentia quase culpada. Embora ele nunca tenha realmente parecido um parceiro, ela ainda o respeitava.

"O Agente Harrison foi solicitado em outro lugar," disse McGrath. "Para este caso, ele será um recurso para as suas… pesquisas, informações ágeis e coisas dessa natureza. Você está desconfortável em trabalhar com o Agente Ellington?"

"De forma alguma, senhor," ela disse, arrependendo-se de ter dito qualquer coisa.

"Ótimo. Pedirei ao recursos humanos para reservar um quarto para vocês em Stateton. Eu não sou idiota… então vou requisitar apenas um quarto. Se nada mais sair dessa pequena aventura entre vocês dois, pelo menos eu vou poupar o departamento de gastos com hospedagem."

Mackenzie não tinha certeza se era uma tentativa de McGrath com humor. Era difícil dizer, porque o homem parecia nunca sorrir.

Ao se levantarem para seguir para a tarefa, ocorreu a Mackenzie quão vaga havia sido a resposta de McGrath sobre Harrison. Ele foi solicitado em outro lugar, pensou Mackenzie. O que isso significa?

Contudo, isso não dizia respeito a ela. Ao invés de se preocupar, ela foi atribuída a um caso que McGrath estava esperando uma reviravolta rápida.  Ela já podia sentir o desafio fermentando dentro dela, impelindo-a para começar imediatamente.

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