Antes Que Ele Peque

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Из серии: Um Enigma Mackenzie White #7
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CAPÍTULO CINCO

Eram 3:08 de acordo com o painel do carro quando o pastor saiu da igreja.

Ele observou o pastor distante pelo para brisas. Ele sabia que o homem era sagrado; sua reputação era excepcional e sua igreja havia sido abençoada. Ainda, era bastante desapontador. Algumas vezes ele pensava que homens sagrados deveriam ser colocados a parte do resto do mundo, mais fáceis de identificar. Talvez, como aquelas velhas pinturas religiosas nas quais Jesus tinha uma grande aureola dourada ao redor da cabeça.

Ele riu com esse pensamento enquanto assistia o pastor se encontrar com outro homem em frente a um carro ao lado da igreja. Esse outro homem e era algum tipo de assistente. Ele havia visto esse assistente antes, mas não estava preocupado com ele. Estava muito abaixo na cadeia alimentar dentro da igreja.

Não, ele estava mais interessado no pastor líder.

Ele fechou os olhos enquanto os dois homens conversavam. No silêncio do seu carro, ele rezou. Ele sabia que poderia orar em qualquer lugar e Deus o escutaria. Ele sabia há muito tempo que Deus não ligava para onde você estava quando você rezava para confessar seus pecados. Você não precisava estar em um edifício enorme e espalhafatosamente decorado. De fato, a Bíblia indicava que tais moradas elaboradas eram uma afronta para Deus.

Com sua oração terminada, ele pensou sobre este trecho da escritura. Ele a murmurou em voz alta, sua voz lenta e sombria.

“E, quando orardes, não sejais como os hipócritas. Pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens."

Ele olhou de volta para o pastor, no momento se afastando do outro homem até outro carro.

"Hipócrita," ele disse. Sua voz era uma mistura de veneno e tristeza.

Ele também sabia que a Bíblia alertava sobre uma praga de falsos profetas no fim dos tempos. Esse era, afinal, o porquê de ele ter se atribuído a missão atual. Os falsos profetas, os homens que falavam sobre glorificar Deus enquanto observavam os pratos de dízimo enquanto eram repassados─os mesmos que pregavam sobre santificação e pureza enquanto observavam jovens garotos com olhos de luxúria─eram os piores deles. Eles eram piores de traficantes e assassinos. Eram piores que estupradores e os desviados mais deploráveis das ruas.

Todos o sabiam. Mas ninguém fazia qualquer coisa a respeito.

Até agora. Até que ele ouviu Deus falar com ele, dizendo-o para consertar isso.

Era seu trabalho se deixar o mundo livre desses falsos profetas. Era trabalho sanguinolento, mas era o trabalho de Deus. E isso era tudo o que ele precisava saber.

Ele olhou de volta para o pastor entrando no carro e saindo da igreja.

Depois de um momento, ele também arrancou para a rua. Não seguiu o pastor de perto, mas o acompanhou a uma distância segura.

Quando ele chegou a um semáforo, ele quase podia ouvir o som musical do seu porta malas enquanto vários dos seus pregos industriais tilintavam na caixa deles.

CAPÍTULO SEIS

Ele caminhou em direção da igreja, a lua de sangue lançando uma sombra do seu corpo na calçada que parecia como um inseto esticado─um louva-deus ou uma centopeia talvez. Havia um sino tocando, um grande sino sobre a catedral, convocando todos para vir adorar e cantar e louvar.

Mas Mackenzie não conseguiu entrar na igreja. Há uma multidão de pessoas no alpendre frontal, congregando ao redor da porta da frente. Ela vê Ellington ali, assim como McGrath, Harrison, suas distantes mãe e irmã, até mesmo seu velho parceiro, Bryers e alguns dos homens com os quais ela trabalhou enquanto ainda era uma detetive no Nebraska.

"O que todos estão fazendo?" ela pergunta.

Ellington se vira para ela. Seus olhos fechados. Vestido em um bom terno, marcado por uma gravata vermelho sangue. Ele sorri para ela, seus olhos ainda fechados, e levanta uma mão aos lábios. Ao lado dele, a mãe dela aponta para as portas da frente da igreja.

Seu pai está ali, Pendurado, crucificado. Ele usa uma coroa de espinho e uma ferida em sua lateral extravasa alguma coisa parecida com óleo de motor. Ele está olhando diretamente para ela, seus olhos arregalados e maníacos. Ele está louco. Ela pode ver nos olhos dele e no esboço de um sorriso malicioso.

"Vem salvar-te?" ele a pergunta.

"Não," ele diz.

"Bem, certamente você não veio me salvar. Tarde demais para isso. Agora se curve. Adore. Encontre tua paz em mim."

E como se alguém a quebrasse pelo meio por dentro, Mackenzie se ajoelha. Ajoelha-se com força, ralando seus joelhos no concreto. Todos ao seu redor, a congregação começa a cantar em línguas. Ela abre a boca e palavras amorfas saem, juntando-se à música. Olha de volta para seu pai e há um halo de fogo circulando sua cabeça. Agora ele está morto, seus olhos brancos e sem expressão, sua boca escoando uma poça de sangue.

Há a harmonia do sino, repetindo-se de novo e de novo.

Tocando…

Tocando. Alguma coisa tocando.

Seu telefone. Com um solavanco, Mackenzie despertou. Ela mal registrou o relógio em seu criado mudo, que marcava 2:10 da manhã. Ela atendeu o telefone, tentando sacodir os vestígios do pesadelo de sua cabeça.

"White falando," ela disse.

"Bom dia," veio a voz de Harrison. Ela estava secretamente bem desapontada. Estava esperando ouvir notícias de Ellington. Ele fora enviado por McGrath em alguma tarefa, os detalhes da qual eram no máximo um esboço. Ele prometera ligar em algum momento, mas até agora ela não ouviu qualquer coisa dele.

Harrison, ela pensou grogue. Que diabos ele quer?

"É muito cedo para isso, Harrison," ela disse.

"Eu sei," disse Harrison. "Desculpe-me, mas estou ligando pelo McGrath. Houve outro assassinato."

***

Através de uma série de mensagens, Mackenzie reuniu tudo o que ela precisava saber. Um casal rebelde havia encostado nas sombras do estacionamento de uma igreja bem conhecida para fazer sexo. Logo quando as coisas haviam começado a esquentar, a garota viu alguma coisa estranha na porta. Assustou-a o suficiente para colocar um fim nas atividades noturnas planejadas. Claramente irritado, o homem que tivera seu exibicionismo furtado seguiu até a porta da frente e encontrou um corpo nu pregado nas portas.

A igreja em questão era um relativamente popular: Igreja Comunitária Palavra Viva, uma das maiores na cidade. Muitas vezes saia nas notícias, já que os presidentes frequentemente participavam dos cultos de lá. Mackenzie nunca estivera (ela não havia colocado o pé na igreja desde um fim de semana cheio de culpa na faculdade), mas o tamanho e escopo do lugar afundaram-se por completo enquanto ela virava o carro no estacionamento.

Ela era uma das primeiras na cena. A equipe do CSI estava ali, se aproximando da entrada principal da igreja. Um único agente estava saindo de um carro, aparentemente esteve esperando por ela. Ela não ficou nem um pouco surpresa em ver que era Yardley, a agente que havia entregado o primeiro caso com o Padre Costas.

Yardley encontrou com ela na calçada que levava até a entrada principal. Ela parecia cansada, mas animada de uma maneira que provavelmente apenas outros agentes poderiam ser capazes de identificar ou de se identificar.

“Agente White,” disse Yardley. "Obrigada por vir tão rápido."

"Claro. Foi você o primeiro na cena?"

"Fui. Eu fui enviada a cerca de quinze minutos. Harrison ligou e me enviou."

Mackenzie quase comentou sobre isso, mas fechou a boca. Estranho que eu não tenha sido chamada primeiro, ela pensou. Talvez McGrath esteja deixando-a cobrir onde Ellington estaria ajudando. Faz sentido, já que ela foi a primeira a lidar com a cena do Costas.

"Já viu o corpo?" perguntou Mackenzie enquanto elas se dirigiam para a porta da frente logo atrás da equipe do CSI.

"Sim. De poucos metros de distância. É idêntica às outras."

Em poucos passos, Mackenzie foi capaz de vez por si própria. Ela ficou um pouco para trás, deixando os caras da CSI e a perícia fazerem o trabalho deles. Sentindo que tinham dois agentes atrás deles esperando, as equipes trabalharam rapidamente, mas de forma eficiente, se certificando de deixar um espaço para os agentes tomarem as próprias observações.

Yardley estava certa. A cena era a mesma, até a marca alongada cruzando a fronte. A única diferença era que as roupas íntimas desse homem havia aparentemente escorregado─ou foram arrancadas pelos tornozelos de propósito.

Um dos cara da equipe do CSI olhou para elas. Ele parecia um pouco fora de si, talvez até um pouco triste.

"O falecido é Robert Woodall. Ele era o pastor líder aqui."

"Você tem certeza?" perguntou Mackenzie.

“Positivo. Minha família frequenta essa igreja. Eu ouvi esse homem pregar pelo menos cinquenta vezes."

Mackenzie se aproximou do corpo. As portas para a Palavra Viva não eram ornadas e decoradas como aquelas da Pedra Angular Presbiteriana e do Sagrado Coração. Estas eram mais modernas, feitas de madeira pesada que fora desenhada e tratada para se assemelhar a uma porta de celeiro.

Como os outros, o Pastor Woodall fora pregado pelas mãos e seus tornozelos foram amarrados com arame. Ela estudou sua genitália exposta, imaginando se sua nudez escancarada fora uma decisão feita pelo assassino que preparou o corpo. Ela podia ver nada fora do ordinário e decidiu que as roupas de baixo deviam ter escorregado por conta própria, talvez devido ao peso do sangue que absorveram. As feridas que jorravam sangue eram numerosas. Havia alguns arranhões no peito. E mesmo que suas costas não pudessem ser vistas, a trilha de sangue que escorria ao longo da sua cintura e seguia por suas pernas indicava que havia algumas lá trás.

 

Mackenzie então viu outra ferida─uma estreita que trouxe de volta a imagem infernal do seu pesadelo.

Havia um corte no lado direito de Woodall. Era leve, mas claramente visível. Havia algo preciso acerca disso, quase prístino. Ela se inclinou para mais perto e apontou. "O que isso parece para vocês?" ela perguntou à equipe do CSI.

"Também reparei nisso," disse o homem que reconhecera o Pastor Woodall. "Parece algum tipo de incisão. Talvez feita por algum tipo de lâmina de entalhar─uma faca X-Acto ou algo assim."

"Mas esses outros cortes e feridas de facada," disse Mackenzie. "Eles foram feitos com uma lâmina comum, certo? Os ângulos e bordas…"

"Sim. Você é uma mulher religiosa?" o homem perguntou.

"Essa parece ser uma questão recorrente nos últimos dias," ela disse. "Apesar da resposta, contudo, eu entendo a relevância de um corte na lateral. Foi onde Cristo teve uma lança enfiada enquanto estava pendurado na cruz."

"Sim," disse Yardley de trás dela. "Mas não há sangue, certo?"

"Certo," disse Mackenzie. "De acordo com a escritura, saiu água dessa ferida."

Então por que o assassino decidiu fazer essa ferida em destaque? Ela cogitou. E por que não foi assim nas outras?

Ela se afastou e observou a cena enquanto Yardley conversava com alguns dos membros da CSI e da Perícia. O caso já a havia afligido um pouco, mas essa ferida aleatória na lateral de Woodall a fez se preocupar que algo mais profundo estivesse ocorrendo. Havia simbolismo, mas agora há simbolismo sobreposto.

O assassino, obviamente, pensou nessas coisas, ela pensou. Ele tinha um plano e ele vem sendo metódico a respeito dele. Mais que isso, a adição desse preciso corte na lateral mostra que ele não está apenas matando por matar─ele está tentando transmitir uma mensagem.

"Mas qual mensagem?" ela se perguntou em silêncio.

Nas horas mais escuras da noite, ela estava na entrada da Igreja Comunitária Palavra Viva e tentava encontrar essa mensagem na figura do corpo do pastor morto.

CAPÍTULO SETE

No tempo que Mackenzie levou para deixar a Palavra Viva e dirigir até o Edifício J. Edgar Hoover, a imprensa havia, de alguma maneira, descoberto sobre o último assassinato. Enquanto o assassinato do Padre Costas havia chegado às notícias, a morte de Ned Tuttle não havia. Mas com o pastor líder de uma igreja do porte da Palavra Viva, o caso iria explodir as manchetes. Eram 4:10 quando Mackenzie chegou aos escritórios do FBI, dirigindo-se para ver McGrath. Ela deduziu que os detalhes do Pastor Woodall e o caso como um todo seriam o principal ponto de interesse nos programas noticiários matutinos locais─e de toda a nação pelo meio dia.

Ela podia sentir a pressão crescente disso tudo quando entrou no escritório de McGrath. Ele estava sentado na sua pequena mesa de conferências, ao telefone com alguém. O Agente Harrison estava lá com ele, lendo algo em um notebook. Yardley também estava lá, tendo chegado poucos minutos antes de Mackenzie. Ela estava sentada, escutando McGrath ao telefone, aparentemente esperando por instruções.

Vendo os dois se debruçando ao redor de McGrath a fez desejar que Ellington estivesse ali. Isso a lembrou de que ainda estava no escuro a respeito de onde McGrath o havia enviado. Ela imaginou se tinha algo a ver com esse caso─mas se tivesse, por que ela não fora informada do paradeiro dele?

Quando McGrath finalmente saiu do telefone, ele olhou para os três agentes reunidos e deixou sair um suspiro. "Era o Diretor Assistente Kirsch," ele disse. "Ele esta reunindo mais três agentes para encabeçar esse caso em seu nome. No momento em que a impressa pegou o rastro disse, estávamos fodidos. Isso vai ser grande e vai crescer rápido."

"Alguma razão em particular?" perguntou Harrison.

"Palavra Viva é uma igreja extremamente popular. O presidente a frequenta. Alguns outros políticos também vão regularmente. Os podcast têm cerca de quinhentos mil acessos em uma semana. Woodall não era uma celebridade ou algo assim, mas ele era bem conhecido. E se é uma igreja que o presidente vai…"

"Entendi," disse Harrison.

McGrath olhou para Mackenzie e Yardley. "Há algo digno de nota na cena?"

"Sim, talvez," disse Mackenzie. Em seguida, ela passou os detalhes sobre a peculiar e precisa incisão no lado direito de Woodall. Contudo, ela não entrou no tipo de gesto simbólico que ela estava tentando decifrar a partir do seu significado. Ela ainda não tinha teorias realmente sólidas e não queria perder tempo com especulação.

McGrath, porém, estava em modo de pânico. Ele abriu suas mãos sobre a mesa e indicou as cadeiras ao redor da mesa com a cabeça. "Sente-se Vocês repassar o que temos. Eu quero ser capaz de dar ao Kirsch as mesmas informações que temos. Incluindo vocês três, agora nos temos seis agentes dedicados a esse caso. Se trabalharmos juntos, armados com os mesmos detalhes, talvez nó possamos prender esse cara antes que ele ataque de novo."

"Bem," disse Yardley, "ela não está se prendendo a uma denominação. Sabemos disso com certeza. Se alguma coisa, parece que ele está tentando evitar isso. Até agora nós temos uma igreja Católica, uma igreja Presbiteriana e agora uma igreja comunitária sem denominação."

"E outra coisa a se considerar," disse Mackenzie, "é que nós não podemos saber com certeza se ele está usando a posição de crucificação como seu uso preferido de punição e simbolismo ou se ele o faz como zombaria."

"Qual é a diferença na real?" perguntou Harrison.

"Até que nós saibamos qual razão está por trás disso, não podemos afunilar o motivo," disse Mackenzie. "Se ele está fazendo como zombaria, então provavelmente ele não é um crente─talvez mesmo algum de ateu muito irado ou um ex-crente. Mas, se ele está fazendo isso como meio preferencial de simbolismo, então ele poderia ser um crente muito devoto, ainda que com algumas maneiras bem estranhas de professar sua fé."

"E esse corte fino ao longo da lateral de Woodall," disse McGrath. "Não estava em algum dos outros corpos?"

"Não," disse Mackenzie. "Isso foi novo. O que me faz pensar que há algum tipo de significado nisso. Como o se o assassino pudesse até estar tentando comunicar algo para nós. Ou apenas saindo dos trilhos."

McGrath se empurrou da mesa e olhou para o teto, como se procurasse respostas lá em cima. "Eu não sou cego para tudo isso," ele disse. "Eu sei que há zero pista e nenhuma via de verdade pela qual seguir. Mas se eu não tiver algo que se assemelhe a uma pista quando essa merda estiver se espalhado por todos os programas noticiários nacionais dentro de poucas horas, as coisas vão ficar ruins por aqui. Kirsch diz que ele já recebeu uma ligação de uma senadora que frequenta a Palavra Viva perguntando por que não fomos capazes que resolver esse caso tão logo Costas foi morto. Então, eu preciso que os três de vocês me consigam algo. Se eu não tiver alguma coisa nova para prosseguir até a tarde, eu vou ter que expandir… mais recursos, mais pessoal e eu realmente não quero fazer isso."

"Eu posso verificar com a perícia," ofereceu Yardley.

"Trabalhe ao lado deles por mim," McGrath disse. "Farei uma ligação e deixarei isso certo. Eu quero você lá no momento que eles descobrirem alguma coisa sobre aqueles corpos."

"Pode ser um cenário 'agulha no palheiro'," disse Harrison, "mas eu posso começar a olhar nas lojas locais de ferragem para pegar registros e recibos sore qualquer um que tenha comprado os pregos que esse cara está usando nos últimos meses. Pelo que eu entendo, eles não são particularmente comuns."

McGrath assentiu. Era uma ideia, claro, mas o olhar em seu rosto deixou claro quanto tempo isso levaria.

"E você, White?" ele perguntou.

"Eu vou até os familiares e colegas de trabalho," ela disse. "Em uma igreja do tamanho da Palavra Viva, tem que haver alguém com alguma ideia sobre o porquê isso aconteceu com Woodall."

McGrath bateu as palmas das mãos juntas ruidosamente e sentou-se para frente. "Parece bom," ele disse. "Então, mãos a obra. E me atualizem de hora em hora. Entendido?"

Yardley e Harrison assentiram. Harrison fechou seu notebook enquanto levantava da mesa. Enquanto eles saiam, Mackenzie permaneceu para trás. Quando Yardley fechou a porta atrás deles, deixando apenas Mackenzie e McGrath na sala, ela se voltou para ele.

"Ah, diabos, o que é?" perguntou McGrath.

"Estou curiosa," ela disse. "O Agente Ellington teria sido um recurso valioso para este caso. Para onde você o mandou?"

McGrath remexeu desconfortavelmente em seu assento e olhou para fora na janela do seu escritório brevemente, para a escuridão da manhã recente.

"Bem, antes de eu atribuí-la a essa outra tarefa, claramente, eu não tinha ideia que esse caso seria tão ruim assim. A respeito de onde ele está trabalhando atualmente, com todo respeito, não é da sua conta."

"Com o mesmo respeito," ela retrucou, fazendo seu melhor para não soar muito defensiva, "você tirou um parceiro que eu trabalho bem junto, o que me deixa por conta própria para resolver esse caso."

"Você não está por conta própria," disse McGrath. “Harrison e Yardley são mais que eficientes. Agora… por favor, Agente White. Vá trabalhar."

Ela queria pressionar o assunto um pouco além, mas não via o ponto nisto. A última coisa que ela precisava era que McGrath ficasse irritado com ela. A pressão já estava ligada e era cedo demais no dia para ligar com um chefe descontente.

Ela deu um aceno seco com a cabeça e saiu. Ainda, enquanto andava em direção aos elevadores, ele tirou o telefone. Era muito cedo para ligar para Ellington, então ele optou por uma mensagem.

Apenas dando notícias, ela digitou Ligue ou mande mensagem quando você puder.

Ela enviou a mensagem enquanto entrava no elevador. Ela desceu até a garagem onde seu carro estava esperando. Lá fora, a manhã ainda estava escura─o tipo de escuridão densa que parecia capaz de esconder qualquer segredo que quisesse.

CAPÍTULO OITO

Depois de pegar um copo de café, Mackenzie se dirigiu de volta para a Palavra Viva. Ela sabia que era uma grande igreja, então escolher alguém com possíveis informações dentro dos funcionários ou da congregação demoraria uma eternidade. Ela percebeu que se as notícias se espalharam e as ligações começaram a acontecer, havia uma boa chance de que aqueles próximos ao Pastor Woodall estarem na igreja─talvez já organizando pequenos memoriais ou apenas indo à igreja para estar mais perto de Deus enquanto estavam em aflição.

Sua intuição compensou mais uma vez. Quando ela chegou na cena, Woodall fora removido das portas. E enquanto ainda havia vários policiais locais e membros do FBI presentes, também havia outras pessoas espalhadas aqui e ali, contidas pelas faixas amarelas de cena criminal que circundavam os limites da calçada de concreto que levava às portas da frente.

Algumas delas choravam abertamente. Vários estavam acolhidos nos abraços de outros espectadores. Ela tomou nota de um homem de pé sozinho, sua cabeça virada para longe da cena. Sua cabeça estava abaixada e sua boca se movia apenas levemente enquanto ele oferecia as preces. Mackenzie respeitosamente deu-lhe algum tempo para terminar sua oração antes de abordá-lo. Ao se aproximar, viu o que parecia ser uma expressão de raiva em seu rosto.

"Desculpe-me, senhor," ela disse. "Você tem um momento?" Ela terminou a pergunta mostrando seu distintivo e se apresentando.

"Sim," disse o homem. Ele piscou e esfregou os olhos, como se tentasse limpar os últimos vestígios de sono ou de um pesadelo. Então ele ofereceu a mão e disse, "Eu me chamo Dave Wylerman, a propósito. Sou chefe do departamento de música aqui na Palavra Viva."

"Há um departamento de música?"

"Sim. Nós temos um conjunto rotativo de aproximadamente quatorze músicos que compõe três bandas de adoração."

"Então você trabalhou de perto com o Pastor Woodall no passado?"

"Ah, absolutamente. Estou em reuniões com ele pelo menos duas vezes por semana. Fora isso, ele se tornou um querido amigo da família para minha esposa, meus filhos e eu durante a última década."

"Você pode pensar em alguém que possa ter sido capaz de fazer isso? Alguém que possa ter tido algum tipo de rancor ou queixa contra o Pastor Woodall?"

"Bem, é uma igreja grande. Eu não acho que há uma única pessoa que trabalhe aqui e conheça todos que comparecem. Mas para mim, não, eu não consigo pensar em alguém logo de cara que estava com raiva com ele o suficiente para fazer isso…"

A escuridão do alvorecer havia escondido as lágrimas de Dave Wylerman até este ponto, mas quando ele olhou acima nos olhos dela, elas ficaram bem evidentes. Ele parecia atormentado, como se lutasse para descobrir como dizer alguma coisa.

 

"Você tem um momento para conversar em particular?" perguntou Mackenzie.

"Sim."

Ela acenou-lhe a frente para segui-la. Ela se afastou da calçada de concreto que dava na igreja e voltou para o carro. Abriu a porta do passageiro para ele, percebendo que descansar os pés e se sentir relaxado pudesse fazer algum bem a ele Ela entrou no lado do motorista e quando ela fechou a porta, podia dizer que Wylerman estava lutando para se manter composto.

"O restante do corpo da igreja fora informado?" perguntou Mackenzie.

"Não, apenas os mais antigos, eu e alguns daqueles mais próximos ao Pastor Woodall. Mas as ligações estão sendo feitas. Todos irão saber dentro de uma hora ou por aí, eu imagino."

Bom, pensou Mackenzie. Eles receberam as notícias pessoalmente de alguém que eles conhecem, ao invés de escutar sobre isso pela primeira vez nos noticiários.

"Então, me corrija se eu estiver errada," ela disse, "mas parecia que você estava se debatendo com alguma coisa lá trás perto da igreja. Há algo que você pode me dizer que não queria compartilhar na frente de todos os outros?”

"Bem, como você sabe, é uma igreja grande. Em qualquer Domingo, se você contar ambos os cultos que nós mantemos, há algo entre cinco mil e sete mil pessoas que comparecem. E com um grupo assim tão grande, nós necessitamos de vários presbíteros para lidar com os negócios e interesse da igreja. Aqui na Palavra Viva, nós temos─bem, tínhamos seis. Um deles começou meio que levantar algumas preocupações nos outros antes de sair. Eu não acho que ele não teria nele o necessário para fazer algo como isso, mas… eu não sei. Algumas coisas que ele insinuara… meio que pegou todos os outros com a guarda baixa. Outros presbíteros… empregados…"

"Qual o nome dele?"

“Eric Crouse.”

"E que tipo de coisas?" perguntou Mackenzie.

"Ele continuava jorrando sobre como as coisas deixadas na escuridão viriam a luz e como a luz poderia cegar. Que talvez ser queimada pela luz seja exatamente o que a Palavra Viva precisava."

"E por quanto tempo ele se comportara dessa forma?"

"Cerca de um mês, eu diria. Pelo o que eu entendo, ele saiu por conta própria há cerca de duas semanas, mas havia discussão sobre isso entre os outros presbíteros e o Pastor Woodall sobre o liberar. Mas a coisa disso é que tudo que Eric estava falando era biblicamente acurado. Coisas que Jesus disse, coisas que a maioria das pessoas que comparecem à Palavra Viva acreditam. Mas… e eu sei que isso vai soar estúpido… era a maneira que ele dizia as coisas. Sabe? Tipo, ele tinha algum contexto oculto para eles. Mais que isso, ele nunca falou daquela maneira antes. Ele era um presbítero, claro, mas nunca um que apenas jorrava as escrituras ou que começava a dar essas conversas do tipo fogo do inferno e enxofre."

"Então, se você não acha que ele era capaz de assassinato, por que você o menciona? Foi apenas a mudança repentina de personalidade que alarmou a todos?"

Wylerman deu de ombros. "Não. Algumas pessoas começaram a reparar que Eric estava fazendo tudo o que ele podia para evitar reuniões ou pequenos grupos nos quais o Pastor Woodall compareceria. Eles nunca foram melhores amigos, mas sempre conviveram. Então, de repente, quando ele começou a falar sobre essa coisa de luz brilhando na escuridão, ele também pareceu se distanciar do Pastor Woodall."

"E você diz que ele deixou a igreja há duas semanas?"

"Sim, mais ou menos uns dias. Eu não sei se ele está indo a outro lugar agora ou o que. E o que é estranho é que é quase como se Eric conhecesse os horários do Pastor Woodall. Ele acaba de voltar de um retiro há alguns dias."

"Um retiro?"

"Sim, é a sua pequena fuga, que ele faz duas vezes ao ano. É uma ilhazinha bem calma na costa da Flórida."

"E há quanto tempo ele voltou?" perguntou Mackenzie.

"Ele e sua esposa voltaram para casa cinco dias atrás."

Mackenzie pensou sobre isso por um momento, catalogando em sua mente. Então, ela voltou o assunto de volta para o homem que Wylerman mencionara─o antigo presbítero, Eric Crouse.

"Você saberia onde Crouse mora?" ela perguntou.

"Sim. Eu estive na casa dele algumas vezes em pequenos grupos e para oração.”

Mackenzie não estava certa do por que, mas algumas coisa nisso a assustava. A sincronia de Eric Crouse deixar a Palavra Viva era quase perfeita para o tipo de suspeito que ela estava procurando. Imaginar esse homem de luto apertando as mãos juntas em prece com um homem que possa ter sido responsável por três mortes nos últimos poucos dias era inquietante.

"Você pode me dizer onde?"

"Eu irei," disse Wylerman, "mas eu realmente preferiria que você não o dissesse que recebeu a informação de mim… ou de qualquer um na Palavra Viva no que diz respeito."

"Claro que não," ela disse.

Um pouco relutante, Wylerman deu a ela as direções para a casa de Eric Crouse. Mackenzie as digitou no celular, notando que, embora Wylerman pudesse estar interagindo com ela, a mente dele ainda estava lá com seus amigos em luto do lado de fora da igreja.  Ele estava olhando naquela direção agora, limpando as lágrimas de seus olhos enquanto os observava pela janela do passageiro.

"Obrigada pelo seu tempo, Sr. Wylerman," disse Mackenzie.

Wylerman assentiu sem dizer qualquer coisa a mais. Então ele saiu do carro. Ele manteve sua cabeça abaixada antes até de chegar até a pequena multidão de pessoas. Ela podia vê-lo tremendo. Ela nunca entendera como as pessoas poderiam ter uma profunda fé em um Deus invisível, mas ela respeitava o senso de comunidade que era evidente entre aqueles que compartilhavam uma crença em comum. Ela se sentiu muito mais por Dave Wylerman naquele momento, assim bem como por aqueles que frequentavam a Palavra Viva e o vazia que eles sentiriam no Domingo de manhã.

Com esse senso de simpatia a empurrando para frente, Mackenzie arrancou o carro do estacionamento da Palavra Viva e dirigiu-se para oeste, para o que parecia ser onde primeira pista sólida nesse caso havia agitado.

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