Um Rito de Espadas

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Из серии: Anel Do Feiticeiro #7
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Um Rito de Espadas
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Sobre Morgan Rice

Morgan Rice é a autora do best-seller #1 DIÁRIOS DE VAMPIROS, uma série destinada a jovens adultos composta por onze livros (mais em progresso); da série #1 e best-seller – TRILOGIA DE SOBREVIVÊNCIA, um thriller pós-apocalíptico que compreende dois livros (outro será adicionado); da série #1 e best-seller – O ANEL DO FEITICEIRO, composta por quatorze livros de fantasia épica (outros serão acrescentados).

Os livros de Morgan estão disponíveis em áudio e página impressa e suas traduções estão disponíveis em: Alemão, Francês, Italiano, Espanhol, Português, Japonês, Chinês, Sueco, Holandês, Turco, Húngaro, Checo e Eslovaco (em breve estarão disponíveis em mais idiomas).

Morgan apreciará muitíssimo seus comentários, por favor, fique à vontade para visitar www.morganricebooks.com, faça parte de nosso newsletter, receba um livro gratuito, ganhe brindes, baixe nosso aplicativo gratuito, obtenha as novidades exclusivas em primeira mão, conecte-se ao Facebook e Twitter e permaneça em contato!

Crítica aclamada sobre Morgan Rice

“Uma fantasia vivaz que tece elementos de mistério e intriga em sua linha de história. EM BUSCA DE HERÓIS se enfoca em armar-se de coragem e viver uma vida com propósito que leva ao crescimento, a maturidade e a excelência… Para aqueles que buscam aventuras e fantasia substanciais, os protagonistas; o estratagema e a ação fornecem um conjunto vigoroso de encontros que se concentram na evolução de Thor, de um garoto sonhador para um jovem adulto que enfrentará enormes adversidades para sobreviver… Isso é apenas o começo do que promete ser uma série épica juvenil.

Midwest Book Review (D. Donovan, e-Book Reviewer)

“O ANEL DO FEITICEIRO reúne todos os ingredientes para um sucesso instantâneo: tramas, intrigas, mistério, bravos cavaleiros e florescentes relacionamentos repletos de corações partidos, enganos e traições. O livro manterá o leitor entretido por horas e agradará a pessoas de todas as idades. Recomendado para fazer parte da biblioteca permanente de todos os leitores do gênero de fantasia”

--Books and Movie Reviews, Roberto Mattos

“Uma divertida fantasia épica Morgan Rice [O ANEL DO FEITICEIRO] inclui traços clássicos do gênero e uma ambientação consistente fortemente inspirada na Escócia antiga e sua história, além de uma boa dose de intrigas da corte.”

—Kirkus Reviews

“Eu amei a maneira como Morgan Rice construiu o personagem de Thor e o mundo em que ele vive. A paisagem e as criaturas que a ocupam foram muito bem descritas… Eu gostei muito [da trama]. Ela é curta e doce… A quantidade de personagens secundários é simplesmente a adequada, assim eu não me confundo com eles. Há aventuras e momentos angustiantes, mas a ação descrita não chega a ser grotesca. O livro seria perfeito para um leitor adolescente… O início de algo notável está ali…”

--San Francisco Book Review

“Neste primeiro livro cheio de ação, da série de fantasia épica O Anel do Feiticeiro, (composta atualmente por 14 ótimos livros), Morgan Rice apresenta aos leitores um jovem de 14 anos de idade: Thorgrin “Thor” McLeod, cujo sonho é juntar-se à Legião do Exército Prata, os cavaleiros de elite que servem ao rei… O estilo de Rice é sólido e a premissa é intrigante. ”

--Publishers Weekly

“[EM BUSCA DE HERÓIS] é uma série rápida e fácil de ler. Os finais dos capítulos estão escritos de maneira a instigar você a seguir lendo para ver o que acontece e fazem com que você não queira soltar o livro. Há alguns erros no livro e alguns nomes estão misturados, mas isso não distrai da narrativa geral. O final do livro me fez querer começar a ler o seguinte livro imediatamente, e foi isso o que eu fiz. Todos os nove livros da série O Anel do Feiticeiro podem ser comprados atualmente na loja do Kindle e Em Busca de Heróis já está disponível em forma gratuita para que você possa começar sua leitura! Se você estiver buscando uma leitura rápida e divertida durante as férias, este livro vai lhe proporcionar isso perfeitamente.”

--FantasyOnline.net
Livros de Morgan Rice

O ANEL DO FEITICEIRO

EM BUSCA DE HERÓIS (Livro #1)

UMA MARCHA DE REIS (Livro #2)

UM DESTINO DE DRAGÕES (Livro #3)

UM GRITO DE HONRA (Livro #4)

UM VOTO DE GLÓRIA (Livro #5)

UMA CARGA DE VALOR (Livro #6)

UM RITO DE ESPADAS (Livro #7)

UM ESCUDO DE ARMAS (Livro #8)

UM CÉU DE FEITIÇOS (Livro #9)

UM MAR DE ESCUDOS (Livro #10)

UM REINADO DE AÇO (Livro #11)

UMA TERRA DE FOGO (Livro #12)

UM GOVERNO DE RAINHAS (Livro #13)

UM JURAMENTO DE IRMÃOS (Livro #14)

TRILOGIA DE SOBREVIVÊNCIA

ARENA UM: TRAFICANTES DE ESCRAVOS (Livro #1)

ARENA DOIS (Livro #2)

DIÁRIOS DE UM VAMPIRO

TRANSFORMADA (Livro #1)

AMADA (Livro #2)

TRAÍDA (Livro #3)

DESTINADA (Livro #4)

DESEJADA (Livro #5)

PROMETIDA EM CASAMENTO (Livro #6)

JURADA (Livro #7)

ENCONTRADA (Livro #8)

RESSUSCITADA (Livro #9)

SUPLICADA (Livro #10)

DESTINADA (Livro #11)

Ouça a série O ANEL DO FEITICEIRO em formato audiobook!!

Copyright © Morgan Rice 2013

Todos os direitos reservados. Exceto os permitidos, sujeitos à Lei de direitos autorais dos Estados Unidos de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida; distribuída; ou transmitida, em qualquer forma ou por qualquer meio; ou armazenada em um banco de dados ou sistema de recuperação, sem a prévia autorização da autora.

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Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, lugares, eventos e incidentes ou são o produto da imaginação da autora ou são utilizados ficcionalmente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

A imagem da capa é de justdd, e usada sob licença da Shutterstock.com

CONTEÚDO

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

CAPÍTULO SEIS

CAPÍTULO SETE

CAPÍTULO OITO

CAPÍTULO NOVE

CAPÍTULO DEZ

CAPÍTULO ONZE

CAPÍTULO DOZE

CAPÍTULO TREZE

CAPÍTULO QUATORZE

CAPÍTULO QUINZE

CAPÍTULO DEZESSEIS

CAPÍTULO DEZESSETE

CAPÍTULO DEZOITO

CAPÍTULO DEZENOVE

CAPÍTULO VINTE

CAPÍTULO VINTE E UM

CAPÍTULO VINTE E DOIS

CAPÍTULO VINTE E TRÊS

CAPÍTULO VINTE E QUATRO

CAPÍTULO VINTE E CINCO

CAPÍTULO VINTE E SEIS

CAPÍTULO VINTE E SETE

CAPÍTULO VINTE E OITO

CAPÍTULO VINTE E NOVE

CAPÍTULO TRINTA

CAPÍTULO TRINTA E UM

CAPÍTULO TRINTA DOIS

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

CAPÍTULO TRINTA E CINCO

CAPÍTULO TRINTA E SEIS

CAPÍTULO TRINTA E SETE

CAPÍTULO TRINTA E OITO

CAPÍTULO TRINTA E NOVE

CAPÍTULO QUARENTA

 
“Que tendes a confiar-me?
Sendo assunto do bem público,
em frente de um dos olhos me pões a honra
e diante do outro a feia morte,
e eu olharei para ambas indiferentemente.
Sejam-me em tudo os deuses favoráveis,
como a honra prezo e a morte eu não receio.”
 
--William Shakespeare
Júlio César


CAPÍTULO UM

Thorgrin estava montado nas costas de Mycoples, ela voava através da enorme extensão dos campos do Anel, rumo ao Sul, dirigindo-se ao lugar onde Gwendolyn pudesse estar. Thor agarrava fortemente a Espada do Destino, ele olhou para baixo e viu esparramada, a expansão infinita composta por um milhão de homens do exército de Andronicus, ela cobria o anel como se fosse uma praga de gafanhotos. Ele sentiu o pulsar da espada na palma da mão e sabia o que ela estava pedindo-lhe para fazer. Proteger o Anel. Expulsar os invasores. Era quase como se a espada estivesse ordenando-o a fazer isso – algo que Thor faria de bom grado.

 

Muito em breve, Thor daria a volta e faria com que todos e cada um dos invasores pagassem caro. Agora que o escudo protetor havia sido restaurado, Andronicus e seus homens estavam presos; já não era possível que mais reforços do Império pudessem ingressar ao Anel e Thor não descansaria até matar todos e cada um dos homens do Império.

Mas ainda não era o tempo de matar. A prioridade de Thor era o seu único e verdadeiro amor, a mulher por quem ele havia estado ansiando desde que tinha havia deixado aquelas fronteiras: Gwendolyn. Thor morria de vontade de vê-la mais uma vez, morria de vontade de abraçá-la e de saber que ela estava viva. Dentro do bolso de sua camisa, o anel de sua mãe ardia e ele mal podia esperar para dá-lo a Gwen, ele mal podia esperar para professar seu amor e pedi-la em casamento. Ele queria que ela soubesse que nada havia mudado entre eles, independentemente do que pudesse ter acontecido com ela. Thor ainda a amava tanto ou ainda mais do que antes e ele precisava que Gwen se convencesse disso.

Mycoples roncou suavemente e Thor pôde sentir a vibração através das escamas dela. Thor percebia que Mycoples também estava ansiosa para chegar até Gwendolyn, antes que algo acontecesse com ela. Mycoples descia e ia traçando seu caminho dentro e fora das nuvens, batendo suas grandes asas. Ela parecia contente de estar ali, dentro do Anel, levando Thor. O vínculo entre ela e Thor simplesmente ia ficando cada vez mais forte; Thor sentia que Mycoples compartilhava todos os seus pensamentos e desejos. Era como montar em uma extensão de si mesmo.

Os pensamentos de Thor foram se desviando de Gwendolyn enquanto ele voava entrando e saindo das nuvens. As palavras da ex-rainha dominavam seus pensamentos e se repetiam em sua mente, por mais que Thor desejasse calá-las. A revelação da ex-rainha lhe doía muito além do que ele poderia imaginar. Andronicus? Seu pai?

Não era possível. Uma parte de Thor esperava que fosse apenas mais um dos jogos psicológicos e cruéis da ex-rainha, quem, afinal, o havia odiado desde o início. Talvez ela quisesse inculcar falsos pensamentos em sua mente para poder perturbá-lo e mantê-lo longe de sua filha, qualquer que fossem os seus motivos. Thor queria desesperadamente acreditar que as coisas eram assim.

Mas bem no fundo, quando a ex-rainha havia dito aquelas palavras, elas tinham ressoado dentro do corpo e da alma de Thor. Ele sentia que tais palavras podiam ser verdadeiras. Por mais que desejasse pensar o contrário, Thor soube – no exato segundo em que a ex-rainha as havia pronunciado – que Andronicus, de fato, era o seu pai.

O pensamento pairava sobre Thor como um pesadelo. Ele sempre havia esperado e rezado, em algum lugar no fundo de sua mente, para que o seu verdadeiro pai fosse o Rei MacGil e também havia rezado para que de alguma forma Gwen não fosse realmente filha do Rei, assim os dois poderiam ficar juntos. Thor sempre tinha esperança de que no dia em que ele soubesse quem seu pai realmente era, tudo faria sentido no mundo e o seu destino se tornaria claro.

Saber que seu pai não era um herói era uma coisa. Ele poderia aceitar isso. Mas ao saber que seu pai era um monstro – o pior de todos os monstros – o homem que Thor, mais do que tudo queria ver morto, era demais para ele. Thor tinha o sangue de Andronicus em suas veias. O que isso poderia significar? Será que isso significava que ele, Thor, também estava destinado a se tornar um monstro? Isso significaria que ele tinha alguma má inclinação oculta em suas veias? Será que Thor estava destinado a se tornar como ele? Ou seria possível que ele pudesse ser diferente do pai, apesar de compartilhar seu sangue? Será que o destino viajava através do sangue? Ou será que cada geração traçava o seu próprio destino?

Thor também se esforçava para entender como tudo isso se relacionava com a Espada do Destino. Se a lenda fosse verdadeira ao afirmar que só um MacGil poderia empunhá-la, significaria então que Thor era um MacGil? Se assim fosse, como poderia Andronicus ser seu pai? Não seria possível que Andronicus, de alguma forma, fosse um MacGil?

Pior ainda, como poderia Thor compartilhar uma notícia dessas com Gwendolyn? Como ele poderia dizer-lhe que ele era o filho de seu inimigo mais odiado? O filho do homem que a havia atacado? Certamente, ela odiaria Thor. Ela iria ver o rosto de Andronicus toda vez que ela olhasse para Thor. Mesmo assim, Thor tinha de contar-lhe, ele jamais conseguiria ocultar esse segredo dela. Será que ele arruinaria seu relacionamento?

O sangue de Thor fervia de raiva. Ele queria golpear Andronicus por ser seu pai, por ter feito tanto mal a ele. Enquanto voavam, Thor olhava para baixo e examinava a terra. Ele sabia que Andronicus estava lá embaixo, em algum lugar. Muito em breve, Thor iria vê-lo cara a cara. Ele iria encontrá-lo, confrontá-lo e matá-lo.

Mas primeiro ele tinha de encontrar Gwendolyn. Eles atravessavam a Floresta do Sul e Thor sentia que ela estava perto. Ele tinha uma sensação de vazio no peito, a sensação de que algo horrível estava prestes a acontecer com ela. Ele pediu a Mycoples para voar mais e mais rápido, sentindo que qualquer momento poderia ser o último momento de Gwendolyn.

CAPÍTULO DOIS

Gwendolyn estava sozinha no parapeito superior da Torre de Refúgio, vestida com as vestes pretas que as freiras tinham lhe dado. Ela já estava sentindo como se tivesse estado ali por toda a vida. Ela havia sido recebida em silêncio por apenas uma freira, sua guia, a qual havia falado com ela apenas uma vez, para instruí-la sobre as regras do lugar: não estava permitido falar, nem interagir com nenhuma das mulheres. Cada mulher vivia ali em seu próprio universo separado. Cada mulher queria estar sozinha. Aquela era uma torre de refúgio, um lugar para aquelas que buscavam a cura. Ali, Gwendolyn estaria a salvo de todos os males do mundo. Mas também estaria sozinha. Completamente sozinha.

Gwendolyn entendeu tudo muito bem. Ela também desejava estar sozinha.

Ela ficou ali, no topo da torre, olhando para a vista deslumbrante das copas das árvores da floresta do Sul do Anel e se sentia mais sozinha do que nunca. Ela sabia que deveria ser forte, sabia que ela era uma lutadora. Ela era a filha de um rei e mulher, ou quase mulher de um grande guerreiro.

Mas Gwendolyn tinha de admitir que por mais que ela desejasse ser forte, seu coração e seu espírito ainda estavam feridos. Ela morria de saudades de Thor e temia que ele nunca voltasse para ela. E mesmo que ele voltasse, Gwen temia que ele nunca mais desejasse estar ao seu lado novamente, quando ele descobrisse o que tinha acontecido com ela.

Gwen também sentia um grande vazio sabendo que Silésia tinha sido destruída, que Andronicus tinha sido vitorioso e que todos os seus entes queridos ou haviam sido capturados ou já estavam mortos. Andronicus estava em toda parte agora. Ele havia ocupado o Anel completamente e não restava mais nenhum lugar para onde ir. Gwen se sentia sem esperanças, exausta; muito esgotada para alguém de sua idade. Pior ainda, ela sentia que havia decepcionado todo mundo; ela sentia que era como se já tivesse vivido muitas vidas, ela já não queria ver mais nada.

Gwendolyn deu um passo à frente e subiu na borda, na borda do parapeito, além dos limites onde ela poderia estar. Ela abriu os braços lentamente e estendeu as palmas das mãos para cima. Ela sentiu uma rajada de vento frio, dos ventos gelados do inverno. Eles afetaram o seu equilíbrio e ela balançou à beira do precipício. Ela olhou para baixo e viu a o abismo profundo aos seus pés.

Gwendolyn olhou para o céu e pensou em Argon. Ela se perguntava onde ele estaria, se ele estaria preso em seu próprio universo, cumprindo sua punição por causa dela. Ela daria qualquer coisa para vê-lo ali, para ouvir a sabedoria dele por última vez. Talvez isso a salvasse e fizesse com que ela desse a volta.

Mas ele se havia ido. Ele também tinha pagado um alto preço e não podia voltar.

Gwen fechou os olhos e pensou mais uma vez em Thor. Se tão somente ele estivesse ali, ele poderia mudar tudo. Se ao menos houvesse uma pessoa viva no mundo que realmente a amasse, talvez isso lhe desse uma razão para continuar a viver. Ela olhou para o horizonte, esperando além da razão, poder ver Thor. Quando olhou para as nuvens que se moviam rapidamente, Gwen pensou ter ouvido vagamente, em algum lugar no horizonte, o rugido de um dragão. Era tão distante, tão suave, ela devia estar imaginando coisas. Era apenas sua mente pregando peças nela. Ela sabia que não era possível que algum dragão estivesse ali, dentro do Anel. Da mesma forma que ela sabia que Thor estava longe, perdido para sempre no Império, em algum lugar de onde ele nunca mais voltaria.

As lágrimas rolaram pelo rosto de Gwen enquanto ela pensava em Thor, na vida que poderiam ter tido. Eles haviam estado tão unidos antes. Ela imaginou o olhar em seu rosto, o som de sua voz, seu riso. Ela tinha estado tão segura de que eles eram inseparáveis, segura de que nada nunca iria arrancar um do outro.

“THOR!” Gwendolyn jogou a cabeça para trás e gritou, balançando na borda. Ela desejou ardentemente que ele voltasse para ela.

Mas a voz dela ecoou no vento e desvaneceu. Thor estava a um mundo de distância.

Gwendolyn se inclinou e segurou o amuleto que Thor havia lhe dado, aquele que tinha salvado sua vida uma vez. Ela sabia que sua única chance tinha sido utilizada. Agora, não havia mais chances.

Gwendolyn olhou para baixo por cima da borda e viu o rosto de seu pai. Ele estava cercado por uma luz branca e estava sorrindo para ela.

Ela se inclinou para frente e ficou com um pé pendurado sobre a borda, enquanto fechava os olhos para a brisa. Ela pairava ali, presa entre dois mundos, entre os vivos e os mortos. Ela estava perfeitamente equilibrada, mas ela sabia também que a próxima rajada de vento iria decidir por ela, em que direção ela iria.

Thor, pensou ela. Perdoe-me.

CAPÍTULO TRÊS

Kendrick cavalgava diante do vasto e crescente exército de MacGils, silesianos e conterrâneos libertos do Anel enquanto todos eles saíam pelos portões principais de Silésia em direção à estrada larga que os levava ao Leste, para encontrar o exército de Andronicus. Ao lado dele cavalgavam Srog, Brom, Atme e Godfrey e atrás deles, Reece, O’Connor, Conven, Elden e Indra, além de milhares de guerreiros. Enquanto cavalgavam, eles passavam ao lado dos corpos carbonizados de milhares de soldados do Império, eles estavam negros e rijos, queimados pelo sopro das labaredas do dragão; os outros jaziam mortos, marcados pela Espada do Destino. Thor havia desencadeado ondas de destruição, como se fosse um exército de um homem só. Kendrick processava os acontecimentos e estava completamente admirado com o alcance da destruição de Thor, o poder de Mycoples e da Espada do Destino.

Kendrick estava maravilhado com o rumo dos acontecimentos. Há apenas alguns dias, todos tinham sido presos sob o jugo de Andronicus e forçados a admitir a derrota; Thor ainda se encontrava no Império, a Espada do Destino não passava de um sonho perdido e havia pouca esperança de seu retorno. Kendrick e os outros tinham sido crucificados e abandonados para morrer na cruz e parecia que tudo estava perdido.

Mas agora eles cavalgavam novamente como homens livres, como soldados e cavaleiros, todos revigorados pela chegada de Thor e a maré dos acontecimentos agora era favorável para eles. Mycoples tinha sido uma dádiva de Deus, uma força de destruição que havia caído do céu; a cidade de Silésia agora permanecia livre e o interior do Anel, em vez de estar repleto de soldados do Império, estava cheio com os cadáveres de seus homens. A estrada que levava ao Leste estava coberta com seus cadáveres, até onde a vista alcançava.

No entanto, por mais encorajador que tudo isso fosse, Kendrick sabia que meio milhão de homens de Andronicus estava à espera deles, do outro lado das montanhas. Eles tinham sido repelidos temporariamente, mas ainda não tinham sido totalmente exterminados. Kendrick e os outros não iriam se contentar com ficar esperando sentados em Silésia que Andronicus se reagrupasse e atacasse mais uma vez. Eles tampouco lhe dariam a menor chance de escapar e recuar para o Império. O Escudo estava ativo e mesmo que Kendrick e os outros estivessem superados em número pelos homens do Império, pelo menos agora eles teriam uma chance de lutar. Agora, o exército de Andronicus estava em fuga e Kendrick e os outros estavam determinados a continuar com a série de vitórias que Thor tinha começado.

 

Kendrick olhou por cima do ombro para os milhares de soldados e homens livres que cavalgavam com ele e viu a determinação em seus rostos. Todos eles tinham provado a escravidão, provado o sabor da derrota e agora ele podia ver o quanto todos eles apreciavam mais uma vez sua liberdade. Liberdade não apenas para si mesmos, mas também para suas esposas e famílias. Todos e cada um deles estavam amargurados e determinados a fazer com que Andronicus pagasse por tudo o que havia feito, além de assegurar-se de que ele não atacaria novamente. Aquele era um exército de homens prontos para lutar até a morte e todos cavalgavam como se fossem um só. Em todos os lugares por onde cavalgavam, eles libertavam mais e mais homens, livrando-os de suas obrigações enquanto absorviam novos membros e formavam um exército imenso que ficava cada vez maior.

O próprio Kendrick ainda estava se recuperando de seu tempo na cruz. Seu corpo ainda não estava tão forte como era antes e a dor em seus pulsos e tornozelos, machucados pelas cordas, ainda era muito persistente. Ele olhou para Srog, Brom e Atme, seus vizinhos durante o tempo em que ele esteve na cruz, ele viu que eles também já não eram tão fortes quanto tinham sido anteriormente. A crucificação tinha cobrado um alto tributo sobre todos eles. No entanto, todos eles ainda cavalgavam orgulhosamente, animados. Não havia nada como a chance de lutar pela vida e a chance de obter vingança, para fazer com que alguém se esquecesse de seus ferimentos.

Kendrick estava radiante por ter seu irmão mais novo Reece e os outros irmãos da Legião, os quais haviam regressado de sua missão, todos cavalgando ao seu lado, mais uma vez. Ele tinha ficado destroçado ao observar o massacre dos soldados da Legião ali em Silésia, então ter aqueles homens de regresso a casa aliviava um pouco a sua dor. Ele sempre esteve perto de Reece enquanto ele crescia, Reece havia sido seu protetor e tinha assumido o papel de um segundo pai para ele, durante todo o tempo em que o Rei MacGil tinha estado muito ocupado. Em alguns aspectos, o fato de que Reece era apenas seu meio-irmão tinha permitido a Kendrick achegar-se mais a ele; não havia nenhuma pressão para que eles fossem mais unidos, então eles se tornaram achegados de uma maneira totalmente natural. Kendrick nunca tinha sido capaz de achegar-se aos seus outros irmãos mais jovens – Godfrey havia passado seu tempo com aqueles desajustados na taverna e Gareth, bem Gareth era Gareth. Reece tinha sido o único dos irmãos que tinham abraçado o campo de batalha e que queria levar a mesma vida que Kendrick também tinha escolhido. Kendrick não poderia estar mais orgulhoso dele.

No passado, quando Kendrick tinha cavalgado com Reece, ele sempre tinha sido seu protetor, sempre tinha estado de olho nele; mas desde o seu retorno, Kendrick podia ver que Reece tinha se tornado um verdadeiro guerreiro, ele estava mais aguerrido, por isso Kendrick já não sentia a necessidade de estar pendente dele. Ele se perguntava que tipo de penúrias Reece devia ter sofrido no Império para que ele fosse transformado em um guerreiro tão endurecido e habilidoso. Kendrick estava ansioso para sentar-se com ele e ouvir suas histórias.

Kendrick estava radiante por ver que Thor também estava de volta, não só porque Thor os havia libertado, mas também porque ele gostava e respeitava Thor imensamente e se preocupava com ele como se fosse seu irmão. Kendrick ainda reproduzia em sua mente a imagem de Thor dando a volta e empunhando a espada. Ele não conseguia superar isso. Era uma visão que ele jamais esperava ver em sua vida; na verdade, ele nunca esperou poder ver alguém empunhar a Espada do Destino, muito menos Thor, seu próprio escudeiro, um menino franzino e humilde de uma aldeia agrícola da periferia do Anel. Um forasteiro. Alguém que nem sequer era um MacGil.

Ou seria?

Kendrick ficou imaginando. A lenda continuou dando voltas em sua mente: apenas um MacGil poderia empunhar a espada. No fundo de seu coração, Kendrick tinha de admitir que ele sempre esperou que ele mesmo pudesse ser o único capaz de empunhá-la. Ele esperava que isso fosse o selo final sobre sua legitimidade como um verdadeiro MacGil, como o filho primogênito. Ele sempre tinha sonhado que de alguma forma, um dia, as circunstâncias lhe permitiriam tentar.

Mas ele nunca tinha tido essa chance e tampouco invejava Thor por ter realizado tal façanha. Kendrick não era mesquinho; pelo contrário, ele maravilhava-se com o destino de Thor. No entanto, ele não podia compreendê-lo. A lenda seria falsa? Ou Thor seria um MacGil? Como isso era possível? A menos que Thor também fosse filho do rei MacGil. Kendrick ponderava. Seu pai tinha sido conhecido por dormir com muitas mulheres fora de seu casamento, e de fato, foi em uma dessas aventuras que o próprio Kendrick tinha sido concebido.

Seria por isso que Thor havia saído correndo de Silésia, depois de falar com sua mãe, a ex-rainha? O que eles haviam discutido, exatamente? Sua mãe não lhe diria. Aquela era a primeira vez que ela ocultava um segredo dele, de todos eles. Por que agora? Que segredo ela estaria escondendo? O que ela poderia ter dito, que tinha feito Thor fugir assim, deixando a todos sem dizer uma palavra?

Tudo isso fez Kendrick pensar em seu próprio pai, em sua própria linhagem. Por mais que ele desejasse o contrário, ele queimava por dentro com a ideia de que ele era um filho ilegítimo. Pela milionésima vez ele se perguntou quem seria sua verdadeira mãe. Ele tinha ouvido vários rumores ao longo de sua vida sobre diferentes mulheres com quem o seu pai, o Rei MacGil, tinha dormido, mas ele nunca soube ao certo. Kendrick decidiu que quando tudo se acalmasse – se é que isso sucederia – e as coisas no Anel voltassem ao normal, ele iria descobrir com certeza quem era sua mãe. Então ele iria confrontá-la. Ele iria perguntar-lhe por que ela o havia deixado, porque ela nunca tinha sido uma parte de sua vida. Como ela conheceu seu pai. Ele realmente só queria conhecê-la; queria simplesmente ver o rosto dela; ver se ele se parecia com ela e fazer com que ela lhe dissesse que ele era de fato um filho legítimo, tão legítimo como qualquer outra pessoa.

Kendrick estava contente com o fato de que Thor tinha voado para longe para recuperar Gwendolyn, mas uma parte dele também desejava que Thor tivesse ficado. Eles estavam lançando-se em uma batalha contra dezenas de milhares de homens de Andronicus e o número de seus soldados era bem menor. Kendrick sabia que eles precisavam de Thor e de Mycoples agora mais do que nunca.

Mas Kendrick nasceu e foi criado como um guerreiro e ele não era homem de sentar-se e esperar que os outros travassem suas batalhas no lugar dele. Em vez disso, ele fez o que seu instinto lhe mandou fazer: cavalgar para enfrentar e conquistar o máximo do exército do Império que fosse possível, com seus próprios homens. Ele não tinha armas especiais, tais como Mycoples ou a Espada do Destino, mas ele tinha suas próprias mãos, as mesmas que ele tinha usado desde que era um garoto. E isso sempre tinha sido suficiente.

Eles subiram uma colina e ao chegar ao topo, Kendrick olhou para o horizonte e viu ao longe uma pequena cidade MacGil: Lúcia, a primeira cidade ao leste de Silésia. Os cadáveres do Império bordejavam a estrada, era evidente que a onda de destruição causada por Thor tinha terminado ali. No horizonte distante, Kendrick podia ver um batalhão de homens do exército de Andronicus recuando, cavalgando para o Leste. Ele supôs que eles estavam voltando para o acampamento principal de Andronicus, para a segurança do outro lado das montanhas. O corpo principal do exército estava em retirada, mas eles tinham deixado para trás uma divisão menor para tomar Lúcia. Milhares de homens de Andronicus estavam estabelecidos na cidade, montando guarda diante dela. Igualmente visíveis estavam os seus cidadãos, escravizados pelos soldados.

Kendrick se lembrou do que tinha acontecido com os cidadãos de Silésia, de como eles tinham sido tratados e seu rosto ficou vermelho devido ao seu desejo de vingança.

“ATACAR!” Kendrick exclamou.

Ele levantou sua espada bem alto e atrás dele ouviram-se os gritos vigorosos de milhares de soldados.

Kendrick esporou seu cavalo e todos eles correram simultaneamente, descendo a colina, indo para Lúcia. Os dois exércitos se prepararam para enfrentar-se e apesar de estarem igualados em termos de números, Kendrick sabia muito bem que eles não estavam igualados em termos de motivação. Essa divisão remanescente do exército de Andronicus era formada por invasores em fuga, ao passo que Kendrick e seus homens estavam prontos para lutar por suas próprias vidas, prontos para proteger sua terra natal.

Seu grito de guerra subiu aos céus quando eles avançaram para os portões de Lúcia. Eles vieram tão rápido que várias dezenas de soldados do Império que estavam montando guarda, se viraram e se entreolharam em total confusão. Era evidente que eles não esperavam aquele ataque. Os soldados do Império deram a volta, correram para dentro dos portões e giraram furiosamente as manivelas para baixar a ponte levadiça.

Mas eles não foram suficientemente rápidos. Vários dos arqueiros de Kendrick lideravam o caminho, eles dispararam habilmente suas flechas, as quais atingiam certeiramente o peito, as costas e os pontos fracos das armaduras dos homens do Império, matando-os instantaneamente. Kendrick arremessou uma lança e o mesmo fez Reece ao lado dele. Kendrick encontrou seu alvo: um grande guerreiro que apontava com um arco. Ele ficou impressionado ao ver a facilidade com que Reece arremessou sua lança e atravessou o coração de outro soldado. O portão permaneceu aberto e os homens de Kendrick não hesitaram. Com um grande grito de guerra, eles irromperam pelos portões, dirigindo-se diretamente para o coração da cidade, não dispostos a recuar diante de um confronto.

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