Abatidos

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Из серии: Um Mistério de Riley Paige #9
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CAPÍTULO DOIS

Sentada na fila da frente do auditório em Quantico, Riley sentia-se muito pouco à vontade. Enfrentara inúmeros assassinos cruéis sem nunca perder a sua compostura, mas naquele momento, sentia-se à beira do pânico absoluto.

O Diretor do FBI Gavin Milner encontrava-se num palanque perante o grande auditório. Ele falava da longa carreira de Riley – sobretudo do caso pelo qual era homenageada, o caso antigo do denominado “Assassino da Caixa de Fósforos”.

Riley estava impressionada pela distinta voz de barítono do diretor. Falara poucas vezes com o Diretor Milner, mas gostava dele. Era um homem pequeno e bem vestido com um bigode impecável. Riley imaginava-o mais como o reitor de uma escola de belas-artes do que como o responsável pela principal organização policial de elite do país.

Riley não estava a ouvir as palavras que ele proferia muito bem. Estava demasiado nervosa e inibida. Mas agora que parecia aproximar-se do fim do discurso, Riley ouviu-o com mais atenção.

Milner disse, “Todos conhecemos a coragem, inteligência e elegância sobre pressão da Agente Especial Riley Paige. Foi homenageada por todas essas qualidades no passado, mas hoje estamos aqui para a homenagear por algo diferente – a sua tenacidade indómita, a sua determinação em não deixar a justiça em mãos alheias. Graças aos seus esforços, um assassino que matou três vítimas há vinte e cinco anos foi finalmente apanhado. Todos lhe devemos estar gratos pelo seu serviço – e pelo seu exemplo.”

Ele sorriu, olhando diretamente para Riley. Pegou na caixa com o prémio.

É a minha deixa, Pensou Riley.

As suas pernas estavam trémulas quando se levantou e se começou a encaminhar para o palco.

Postou-se ao lado do palanque e Milner pendurou-lhe a Medalha de Perseverança ao pescoço.

Era incrivelmente pesada.

Estranho, Pensou Riley. As outras não eram assim.

Ela já recebera três outros prémios ao longo dos anos – o Escudo de Bravura e Medalhas de Valor e Realização Meritória.

Mas esta parecia mais pesada – e diferente.

Quase parecia errado.

Riley não sabia porquê.

O Diretor do FBI Gavin Milner deu uma palmada no ombro de Riley e deu uma risada.

Disse a Riley num quase sussurro…

“Algo para acrescentar à sua coleção, eh?”

Riley riu-se nervosamente e apertou a mão ao diretor.

As pessoas que se encontravam no auditório aplaudiram.

Rindo e sussurrando novamente, o Diretor Milner disse, “Chegou o momento de enfrentar o seu público.”

Riley virou-se e sentiu-se avassalada pelo que viu.

Estavam mais pessoas no auditório do que pensara. E cada rosto era familiar – um amigo, um membro da família, um colega ou alguém que ajudara ou salvara em trabalho.

Estavam todos a aplaudir de pé, sorrindo.

Riley ficou comovida.

Todos acreditam tanto em mim.

Sentiu-se grata e humilde – mas também sentiu um espasmo de culpa.

O que pensariam estas pessoas de si se tivessem conhecimento dos seus segredos mais sombrios?

Eles nada sabiam da sua atual relação com um assassino selvagem mas brilhante que fugira de Sing Sing. Certamente que não suspeitavam que ele a ajudara a resolver vários casos. E nem desconfiavam como a vida de Riley estava tão interligada à de Shane Hatcher.

Riley quase estremeceu perante este pensamento.

Não admirava que aquela medalha lhe parecesse mais pesada que as outras.

Não, eu não mereço isto, Pensou Riley.

Mas o que é que ia fazer – virar costas e devolvê-la ao Diretor Milner?

Em vez disso, conseguiu sorrir e articular algumas palavras de agradecimento. Depois retirou-se do palco.

*

Alguns momentos mais tarde, Riley já se encontrava numa grande sala com bebidas repleta de pessoas. Parecia que a maioria das pessoas que se encontravam no auditório, também ali estavam. Ela era o centro de um rodopio de atividadejá que toda a gente, à vez, a queria cumprimentar. Riley estava grata pela presença estabilizadora do Diretor Milner mesmo a seu lado.

Na primeira vaga de cumprimentos vinham os colegas – agentes de campo, especialistas, administradores e pessoal do escritório.

A maioria estava visivelmente feliz por ela. Por exemplo, Sam Flores, o responsável pela equipa de análise técnica de Quantico, lançou-lhe um sorriso sincero e ergueu os polegares na sua direção.

Mas Riley também tinha a sua conta de inimigos e também eles ali estavam. A mais nova era Emily Creighton, uma agente inexperiente que gostava de se considerar a rival de Riley. Riley chamara-lhe a atenção para um erro de novata há alguns meses atrás e Creighton ficara ressentida desde então.

Quando chegou a vez de Creighton dar os parabéns a Riley, a agente mais nova forçou um sorriso de dentes cerrados, apertou-lhe a mão, murmurou “Parabéns” e afastou-se.

Aproximaram-se mais alguns colegas antes de chegar a vez do Agentes Especial Responsável Carl Walder. Infantil tanto no aspeto como no comportamento, Walder era para Riley o burocrata por excelência. Estavam sempre de candeias às avessas. Na verdade, ele já a suspendera e até já a despedira algumas vezes.

Mas naquele momento, Riley estava divertida com a sua expressão de boa vontade servil em relação a ela. Com o Diretor Milner mesmo ao lado de Riley, Walder não se atrevia a mostrar nada que não fosse respeito fingido.

A sua mão estava fria e húmida ao apertar a dela, e Riley reparou em gotas de suor na sua testa.

“Uma homenagem bem merecida, Agente Paige,” Disse ele com uma voz trémula. “Sentimo-nos honrados por tê-la connosco.”

Depois Walder apertou a mão ao Diretor do FBI.

“Que honra juntar-se a nós, Diretor Milner,” Disse Walder.

“O prazer é todo meu,” Disse o Diretor.

Riley observou o rosto do Diretor. Teria ela notado num ligeiro sorriso afetado ao dirigir-se a Walder? Não tinha a certeza. Mas Riley sabia que Walder não era benquisto no Bureau, nem pelos seus subordinados, nem pelos seus superiores.

Depois do último dos seus colegas de Quantico a cumprimentar, a nova vaga de cumprimentos despoletaria emoções poderosas em Riley. Eram pessoas que conhecera quando trabalhava – familiares de vítimas ou pessoas que evitara se tornassem vítimas. Riley não esperava vê-las ali, sobretudo não esperava ver tantas.

O primeiro era um homem idoso e frágil que Riley salvara de uma envenenadora louca em janeiro. Pegou na mão de Riley com as suas e em lágrimas disse, “Obrigado, obrigado, obrigado,” Vezes sem conta.

Riley não conseguiu evitar chorar.

Depois vieram Lester e Eunice Pennington e a sua filha adolescente, Tiffany. Em fevereiro, a irmã mais velha de Tiffany, Lois, fora assassinada por um louco. Riley não via os Pennington desde que resolvera o caso e mal conseguia acreditar que estavam ali. Recordava-os como estando perturbados, mas agora sorriam por entre as lágrimas, felizes por Riley e gratos por, através dela, se ter feito justiça.

Ao trocar emocionados apertos de mão com eles, interrogou-se qual seria a sua capacidade de resistência antes de desatar a fugir da sala em lágrimas.

Por fim veio Paula Steen, a mãe idosa de uma rapariga assassinada há vinte e cinco anos no caso pelo qual Riley estava a ser homenageada naquele dia.

E naquele momento, Riley sentiu-se verdadeiramente esmagada.

Ela e Paula tinham estado em contacto durante muitos anos, falando ao telefone a cada aniversário da morte da filha.

A presença de Paula ali apanhou Riley completamente desprevenida.

Apertou as mãos de Paula tentando não se ir abaixo de forma incontrolável.

“Paula, obrigada por vir,” Conseguiu articular por entre as lágrimas. “Espero que possamos continuar em contacto.”

O sorriso de Paula era radiante e não chorava.

“Oh, eu continuo a ligar uma vez por ano, eu prometo,” Disse Paula. “Pelo menos enquanto estiver neste mundo. Agora que apanhou o assassino da Tilda, sinto-me preparada para seguir em frente – juntar-me a ela e ao meu marido. Estão à minha espera há muito tempo. Muito obrigada.”

Riley sentiu uma dor súbita dentro de si.

Paula estava a agradecer-lhe pela paz que agora sentia – agradecia-lhe por lhe permitir morrer por fim.

Era demasiado para Riley processar.

Não conseguia falar.

Em vez disso, beijou Paula na bochecha desajeitadamente e a mulher mais velha afastou-se.

Agora as pessoas começavam a dispersar e a sala estava menos povoada.

Mas quem mais lhe interessava ainda lá estava. Blaine, Crystal, Jilly, April e Gabriela estavam próximos sempre a observá-la. Riley sentiu-se especialmente bem com o olhar de orgulho que Gabriela mostrava.

Também viu que as miúdas sorriam, enquanto a expressão de Blaine era de admiração assombrada. Riley esperava que toda aquela cerimónia não o tivesse intimidado ou assustado.

Agora vinham na sua direção três pessoas cujos rostos ficou especialmente feliz por ver. Um era o seu parceiro de longa data, Bill Jeffreys. Ao lado dele estava Lucy Vargas, uma jovem agente promissora que via em Riley uma mentora. E ao lado dela estava Jake Crivaro.

Riley ficou surpreendida por ver Jake. Ele fora seu parceiro há muitos anos e já se aposentara. Ajudara-a no caso do assassino da caixa de fósforos, um caso que o assombrara durante anos.

“Jake!” Disse Riley. “O que é que estás aqui a fazer?”

O homem baixo soltou um riso áspero.

“Ei, que raio de boas-vindas são essas?”

 

Riley riu-se e abraçou-o.

“Sabes a que me referia.” Disse ela.

Depois de tudo terminado, Jake fora para o seu apartamento na Flórida. Mas Riley estava feliz por ele estar de volta, mesmo que muito mais cedo do que ela esperara.

“Não perderia isto por nada no mundo,” Disse Jake.

Riley sentiu invadir-se novamente por uma onda de culpa ao abraçar Bill.

“Bill, Jake – isto não é justo.”

“O que é que não é justo?” Perguntou Bill.

“Eu receber este prémio. Vocês os dois trabalharam tanto quanto eu.”

Chegara a vez de Lucy abraçar Riley.

“É claro que é justo,” Disse Lucy. “O Diretor Milner mencionou-os. Também lhes deu mérito.”

Bill anuiu e disse, “E nos nunca teríamos feito nada se não fosse a tua teimosia em reabrir o caso.”

Riley sorriu. É claro que era verdade. Ela reabrira o caso quando mais ninguém pensaria que fosse possível resolvê-lo.

De repente, Riley sentiu uma nova onda de confusãosobre o que tinha acontecido.

Olhou à sua volta e disse a Bill, Jake e Lucy, “Todas estas pessoas – como é que elas sabiam disto?”

Lucy disse, “Bem, passou nas notícias, é claro.”

Isso era verdade mas não explicava tudo. O seu prémio tinha sido anunciado em notícias curtas em quem ninguém repararia a não ser que já soubessem.

Então Riley reparou num sorriso dissimulado no rosto de Bill.

Ele entrou em contacto com as pessoas! Apercebeu-se Riley.

Pode não ter contactado todas as pessoas que faziam parte do seu passado, mas colocara a engrenagem a funcionar.

Riley ficou alarmada pelas emoções contraditórias que sentia.

É claro que estava grata a Bill por garantir que aquele dia era um dia extraordinário.

Mas para sua surpresa, também estava zangada.

Sem se aperceber, Bill montara uma emboscada emocional a Riley.

Pior do que tudo, fizera-a chorar.

Mas Riley lembrou-se de que ele o fizera por amizade e respeito.

Ela disse-lhe, “Eu e tu vamos conversar sobre isto mais tarde.”

Bill sorriu e assentiu.

“É claro que vamos,” Disse ele.

Riley virou-se então para a sua família e amigos, mas foi impedida pelo seu chefe, o Chefe de Equipa Brent Meredith.

Ele disse, “Paige, Jeffreys, Vargas – preciso que venham ao meu gabinete agora mesmo.”

Sem dizer mais uma palavra, Meredith saiu da sala.

Riley esmoreceu ao dirigir-se a Blaine, Gabriela e às miúdas para lhes dizer que teriam que esperar mais um pouco por ela.

Ela lembrou-se daquela sensação insinuante de escuridão que sentira ao jantar no dia anterior.

Está aqui, Pensou.

Um novo mal estava prestes a entrar na sua vida.

CAPÍTULO TRÊS

Enquanto Riley seguia Bill e Lucy pelo corredor em direção ao gabinete do Cefe Meredith, ela tentava perceber porque é que se sentia tão inquieta.Não compreendia o que a incomodava tanto.

Percebeu que se tratava em parte de uma sensação à qual estava há muito habituada – aquela apreensão familiar que tinha sempre que ia receber novas ordens.

Mas algo mais estava misturado com esse sentimento. Nâo era medo ou um presságio. Já tivera demasiados trabalhos ao longo da sua carreira para se preocupar com o futuro.

Era algo que ela mal reconhecia.

É alívio? Interrogou-se Riley.

Sim, talvez fosse isso.

A cerimónia e a receção haviam sido tão bizarras e surreais, trazendo à tona pensamentos contraditórios e ondas de emoções.

Ir a caminho do gabinete de Meredith era familiar, confortável… e parecia uma espécie de fuga.

Mas suma fuga de quê?

Sem dúvida para um bem conhecido mundo de crueldade e mal.

Riley sentiu um arrepio percorrê-la.

O que dizia sobre ela o facto de se sentir mais confortável com a crueldade e o mal do que com a celebração e o louvor?

Ela não queria debater-se com essa questão e tentou libertar-se do sentimento de ansiedade que dela se apoderava enquanto caminhava. Mas não conseguia parar de o fazer.

Parecia que se sentia cada vez menos confortável na sua própria pele ultimamente.

Quando Riley, Bill e Lucy chegaram ao amplo gabinete de Meredith, o chefe estava sentado atrás da secretária.

Alguém já lá se encontrava – uma jovem mulher Afro-Americana com cabelo curto e olhos grandes e intensos. Ela levantou-se ao ver Riley e os seus companheiros.

Meredith disse, “Agentes Paige, Jeffreys e Vargas, gostaría de vos apresentar a Agente Especial Jennifer Roston.”

Riley olhou para a mulher com quem falara logo após ter resolvido o caso do assassino da caixa de fósforos. Jennifer Roston não era alta, mas parecia atlética e absolutamente competente. A expressão do seu rosto era de uma mulher segura das próprias capacidades.

Roston apertou a mão a todos eles.

“Tenho ouvido coisas boas a seu respeito,” Disse-lhe Lucy.

“Apagou alguns registos na Academia,” Disse Bill.

Riley também tinha ouvido falar muito bem da Agente Roston. Ela já tinha uma reputação fantástica e recebera algumas excelentes recomendações.

“Estou muito honrada por vos conhecer a todos,” Disse Roston com um sorriso sincero. Depois, olhando diretamente para Riley acrescentou, “Especialmente a si, Agente Paige. É ótimo conhecê-la pessoalmente.”

Riley sentiu-se lisonjeada. Também sentiu uma ligeira e incomodativa preocupação.

Enquanto se sentavam, Riley questionou-se do motivo da presença de Roston ali. Iria Meredith colocá-la num caso com Riley e os outros dois colegas?

O pensamento incomodou Riley. Ela, Bill e Lucy tinham construído um excelente relacionamento, uma perfeita releção de trabalho. Iria uma nova adição à sua pequena equipa perturbar isso, pelo menos temporariamente?

Meredith respondeu às suas dúvidas. “Queria que conhecessem a Agente Roston porque ela está a trabalhar no caso Shane Hatcher. O filho da mãe já está a monte há demasiado tempo. A sede decidiu torná-lo numa prioridade. Chegou o momento de o apanhar e precisamos de uma nova visão a ocupar-se desse caso em específico.”

Riley contorceu-se um pouco por dentro.

Ela já sabia que Roston estava a trabalhar no caso Hatcher. Na verdade, era o que tinham discutido ao telefone. Roston tinha solicitado acesso aos ficheiros do computador de Quantico sobre Shane Hatcher e Riley havia-lhe concedido acesso.

Mas o que é que se estava a passar agora?

Com certeza que Meredith não os tinha reunido a todos para trabalharem no caso Hatcher. Ela não sabia ao certo o que Meredith sabia sobre as suas relações a Hatcher. Ela seria presa se o seu chefe soubesse que deixara um assassino fugir porque ele a tinha ajudado.

Ela sabia que Hatcher estaria provavelmente escondido na montanhas na cabana que Riley herdara do pai – permanecendo lá com o pleno conhecimento e aprovação de Riley.

Como é que ela podia sequer fingir que estava a tentar apanhá-lo?

Bill perguntou a Roston, “Como é que está a correr até agora?”

Roston sorriu.

“Oh, estou ainda a começar – neste momento só estou a fazer pesquisa.”

Depois, olhando novamente para Riley, Roston disse, “Agradeço-lhe o acesso que me deu a todos aqueles ficheiros.”

“Ainda bem que ajudei,” Disse Riley.

Roston olhou para Riley com a expressão a tornar-se vagamente curiosa.

“Oh, foi de grande ajuda,” Disse ela. “Juntou muita informação. Ainda assim – pensei que pudesse haver mais sobre a situação financeira de Hatcher.”

Riley suprimiu um estremecimento ao lembrar-se do que fizera depois de desligar aquela chamada.

Antes de dar acesso a Roston aos ficheiros de Hatcher, apagara um com o nome de “PENSAMENTOS” – um ficheiro que não só continha os pensamentos pessoais e observações a respeito de Hatcher, como também informação financeira que poderia ajudar na sua captura. Ou pelo menos tornar possível cortar-lhe os recursos.

Que coisa louca fui fazer, Pensou Riley.

Mas estava feito e não podia ser desfeito mesmo que ela o quisesse.

Riley agora sentia-se desconfortável sob o olhar inquisitivo de Roston.

“Ele é uma personagem esquiva,” Disse Riley a Roston.

“Sim, parece que sim,” Disse Roston.

Os olhos de Roston fixaram-se nos de Riley.

O desconforto de Riley aumentou.

Ela já saberá alguma coisa? Questionou-se Riley.

Então Meredith disse, “É tudo por agora Agente Roston. Tenho outro assunto para discutir com os Agentes Paige, Jeffreys e Vargas.”

Roston levantou-se e retirou-se educadamente.

Mal Roston saiu, Meredith disse, “Parece que temos um novo caso de assassino em sério no Sul da Califórnia. Alguém assassinou três sargentos de instrução em Fort Nash Mowat. Foram mortos com tiros de longa distância por um atirador habilidoso. A vítima mais recente foi morta esta manhã.”

Riley ficou intrigada, mas também um pouco surpreendida.

“Este caso não será mais da competência do Comando de Investigação Criminal do Exército?” Perguntou, referindo o outro nome da Divisão de Investigação Criminal do Exército. Ela sabia que o ICE tipicamente investigava delitos graves cometidos no âmbito do Exército dos EUA.

Meredith anuiu.

“O ICE já está a trabalhar no caso,” Disse ele. “Há um gabinete do ICE em Fort Mowat por isso já estão em cima do assunto. Mas como sabe, o General Boyle, está à frente do ICE. Ele ligou-me há pouco para pedir que o FBI entre em ação. Parece ser um caso especialmente desagradável, com todo o tipo de repercussões negativas. Vai haver muita pressão política. Quanto mais depresssa for resolvido, melhor para todos.”

Rileypensou se seria boa ideia. Nunca soubera que o FBI e o ICE tivessem trabalhado juntos num caso. Preocupava-a que acabassem por pisar os calcanhares uns aos outros, fazendo mais mal que bem.

Mas não levantou qualquer objeção. Não dependia dela.

“Então quando é que partimos?” Perguntou Bill.

“O mais rapidamente possível,” Disse Meredith. “Têm as vossas malas prontas aqui?”

“Não,” Disse Riley. “Não estava à espera de algo assim já.”

“Então faça as malas logo que possível.”

Riley sentiu-se subitamente alarmada.

A peça da Jilly é esta noite! Pensou.

Se Riley partisse agora, não a veria.

“Chefe Meredith…” Principiou.

“Sim, Agente Paige?”

Riley parou. No final de contas, o FBI acabara de lhe conceder um prémio e um aumento. Como é que poderia safar-se desta situação?

Ordens são ordens, Disse a si própria firmemente.

Não havia nada que pudesse fazer.

“Nada,” Disse ela.

“Então ok,” Disse Meredith, levantando-se. “Vão andando. E resolvam isto rapidamente. Temos outros casos à espera.”

CAPÍTULO QUATRO

O Coronel Dutch Adams estava de pé a olhar pela janela do seu gabinete. Tinha uma boa vista de Fort Nash Mowat dali. Até conseguia ver o campo onde o Sargento Worthing tinha sido morto naquela mesma manhã.

“Raios partam isto,” Murmurou para si próprio.

Há menos de duas semanas, o Sargento Rolsky tinha sido morto exatamente da mesma forma.

Há uma semana fora o Sargento Fraser.

E agora o Worthing.

Três bons sargentos de instrução.

Que desperdício, Pensou.

E até àquele momento, os agentes do Comando de Investigação Criminal ainda não tinham conseguido resolver o caso.

Adams ali ficou a interrogar-se…

Como é que eu acabei a comandar este lugar?

Tinha tido uma boa carreira. Ostentava as suas medalhas com orgulho – a Legião de Mérito, três Estrelas de Bronze, Medalhas de Serviços Meritórios, Um Louvor de Unidade de Mérito e mais umas quantas outras.

Olhou para a sua vida ao olhar para aquela janela.

Quais eram as suas melhores memórias?

Com certeza que o seu serviço de guerra no Iraque, tanto na Operação Tempestade do Deserto como na Operação Liberdade Duradoura.

Quais eram as suas piores memórias?

Possivelmente a acumulação de títulos académicos para obter uma comissão.

Ou talvez estar em frente a uma turma a dar aulas.

Mas até essas não eram tão más como comandar aquele lugar.

 

Estar atrás de uma secretária, elaborar relatórios e presidir a reuniões – tudo isso era o pior no que lhe dizia respeito.

Ainda assim, pelo menos passara bons tempos.

Contudo, o sucesso da sua carreira tivera um custo pessoal – três divórcios e sete filhos crescidos que mal lhe falavam. Nem tinha a certeza de quantos netos tinha.

Era assim que era.

O Exército sempre fora a sua verdadeira família.

Mas agora, depois de todos aqueles anos, ele sentia-se distante até o Exército.

Então como é que a sua despedida do serviço militar seria – uma aposentação feliz ou mais um divórcio?

Suspirou amargamente.

Se alcançasse a sua ambição final, retirar-se-ia como Brigadeiro-General. Ainda assim, estaria completamente sozinho quando se aposentasse. Mas talvez pouco importasse.

Talvez pudesse desaparecer tranquilamente – “desvanecer-se” como um dos proverbiais “velhos soldados” de Douglas MacArthur.

Ou como um animal selvagem, Pensou.

Fora caçador toda a sua vida, mas não se lembrava de alguma vez ter encontrado a carcassa de um urso ou de um veado ou de qualquer outro animal selvagem que tivesse morrido de causas naturais. Outros caçadores lhe tinham dito o mesmo.

Ssempre tinha sido um mistério! Onde é que essas criaturas selvagens morriam e apodreciam?

Gostava de saber para que também ele para lá se encaminhasse quando chegasse a sua hora.

Entretanto, apetecia-lhe um cigarro. Era inacreditável não poder fumar no seu próprio gabinete.

E nesse momento o seu telefone tocou. Era a sua secretária.

A mulher disse, “Coronel, tenho o responsável pela investigação criminal em linha, quer falar consigo.”

O Coronel Adams ficou surpreendido.

Ele sabia que se tratava de Brigadeiro-General Malcolm Boyle. Adams não se lembrava de falar com ele.

“De que é que se trata?” Perguntou Adams.

“Dos crimes, creio,” Disse a secretária.

Adams mostrou-se desagradado.

É claro, Pensou.

O responsável da investigação criminal no Exército em Washington era responsável por todas as investigações de cariz criminal no Exército. Sem dúvida que soubera que a investigação ali seguia a ritmo lento.

“OK, eu falo com ele,” Disse Adams.

Atendeu a chamada.

De imediato lhe desagradou o tom de voz do homem. Era demasiado suave para o seu gosto, não tinha suficiente atitude para um oficial de alta patente. Apesar disso, a sua patente era muito mais elevada do que a de Adams. Tinha que pelo menos fingir respeito.

Boyle disse, “Coronel Adams, só lhe queria dar conhecimento de uma situação. Três agentes do FBI de Quantico chegarão em breve para ajudar com a investigação dos crimes.”

Adams sentiu uma súbita irritação. Na sua opinião, já havia demsiados agentes a trabalhar naquilo. Mas conseguiu manter a sua voz calma.

“Senhor, não percebo porquê. Temos o nosso próprio gabinete do Comando de Investigação Criminal aqui em Fort Mowat. Eles estão a trabalhar no caso.”

Agora a voz de Boyle soou um pouco mais dura.

“Adams, teve três homicídios em menos de três semanas. A mim parece-me que precisam de ajuda.”

A frustração de Adams crescia a cada minuto que passava. Mas ele sabia que não podia demonstrá-la.

Disse, “Com todo o respeito senhor, não sei porque é que me ligou a comunicar essa notícia. A Coronel Dana Larson é o comandante do ICE aqui em Fort Mowat. Porque é que não lhe ligou primeiro?”

A resposta de Boyle apanhou Adams de surpresa.

“A Coronel Larson entrou em contacto comigo. Ela pediu-me para ligar para a UAC para ajudar.”

Adams estava perplexo.

Aquela puta, Pensou.

A Coronel Dana Larson parecia fazer tudo o que estava ao seu alcance para o aborrecer à mínima oportunidade.

E porque é que estava uma mulher à frente do ICE?

Adams fez o que podia para engolir a sua repugnância.

“Compreendo, senhor,” Disse ele.

Depois terminaram a chamada.

O Coronel Adams estava furioso. Bateu com o punho na secretária. Ele não tinha uma palavra a dizer sobre o que se passava naquele lugar?

Ainda assim, ordens eram ordens e ele tinha que obedecer.

Mas não tinha que gostar – e não tinha que facilitar a vida a ninguém.

Não queria saber que pessoas fossem mortas.

As coisas iam ficar muito feias.

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