A Espera

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Из серии: Os Primórdios Riley Paige #2
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A ESPERA

(OS PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE—LIVRO 2)

B L A K E P I E R C E

Blake Pierce

Blake Pierce é o autor da série de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce também é o autor da série de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da série AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da série KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da série de enigmas PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da série de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho).

Como um ávido leitor e fã de longa data do gênero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique à vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com para saber mais a seu respeito e também fazer contato.

Copyright© 2018 Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto como permitido sob o Copyright Act dos Estados Unidos de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida por qualquer forma ou meios, ou armazenada numa base de dados ou sistema de recuperação sem a autorização prévia do autor. Este ebook está licenciado apenas para seu usufruto pessoal. Este ebook não pode ser revendido ou dado a outras pessoas. Se gostava de partilhar este ebook com outra pessoa, por favor compre uma cópia para cada recipiente. Se está a ler este livro e não o comprou ou não foi comprado apenas para seu uso, por favor devolva-o e compre a sua cópia. Obrigado por respeitar o trabalho árduo deste autor. Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, locais, eventos e incidentes ou são o produto da imaginação do autor ou usados ficcionalmente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é uma coincidência. Jacket image Copyright Artem Oleshko, usado sob licença de Shutterstock.com.

LIVROS ESCRITOS POR BLAKE PIERCE

SÉRIE DE ENIGMAS KATE WISE

SE ELA SOUBESSE (Livro n 1)

SE ELA VISSE (Livro n 2)

SÉRIE OS PRIMÓRDIOS DE RILEY PAIGE

ALVOS A ABATER (Livro #1)

ESPERANDO (Livro #2)

SÉRIE DE MISTÉRIO DE RILEY PAIGE

SEM PISTAS (Livro #1)

ACORRENTADAS (Livro #2)

ARREBATADAS (Livro #3)

ATRAÍDAS (Livro #4)

PERSEGUIDA (Livro #5)

A CARÍCIA DA MORTE (Livro #6)

COBIÇADAS (Livro #7)

ESQUECIDAS (Livro #8)

ABATIDOS (Livro #9)

PERDIDAS (Livro #10)

ENTERRADOS (Livro #11)

DESPEDAÇADAS (Livro #12)

SEM SAÍDA (Livro #13)

SÉRIE DE ENIGMAS MACKENZIE WHITE

ANTES QUE ELE MATE (Livro nº1)

ANTES QUE ELE VEJA (Livro nº2)

ANTES QUE COBICE (Livro nº3)

ANTES QUE ELE LEVE (Livro nº4)

ANTES QUE ELE PRECISE (Livro nº5)

ANTES QUE ELE SINTA (Livro nº6)

ANTES QUE ELE PEQUE (Livro nº7)

ANTES QUE ELE CAÇE (Livro nº8)

ANTES QUE ELE ATAQUE (Livro nº9)

SÉRIE DE ENIGMAS AVERY BLACK

MOTIVO PARA MATAR (Livro nº1)

MOTIVO PARA CORRER (Livro nº2)

MOTIVO PARA SE ESCONDER (Livro nº3)

MOTIVO PARA TEMER (Livro nº4)

MOTIVO PARA SALVAR (Livro nº5)

MOTIVO PARA SE APAVORAR (Livro nº6)

SÉRIE DE ENIGMAS KERI LOCKE

UM RASTRO DE MORTE (Livro nº1)

UM RASTRO DE HOMICÍDIO (Livro nº2)

UM RASTRO DE IMORALIDADE (Livro nº3)

UM RASTRO DE CRIME (Livro nº4)

UM RASTRO DE ESPERANÇA (Livro nº5)

ÍNDICE

PRÓLOGO

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

CAPÍTULO SEIS

CAPÍTULO SETE

CAPÍTULO OITO

CAPÍTULO NOVE

CAPÍTULO DEZ

CAPÍTULO ONZE

CAPÍTULO DOZE

CAPÍTULO TREZE

CAPÍTULO CATORZE

CAPÍTULO QUINZE

CAPÍTULO DEZASSEIS

CAPÍTULO DEZASSETE

CAPÍTULO DEZOITO

CAPÍTULO DEZANOVE

CAPÍTULO VINTE

CAPÍTULO VINTE E UM

CAPÍTULO VINTE E DOIS

CAPÍTULO VINTE E TRÊS

CAPÍTULO VINTE E QUATRO

CAPÍTULO VINTE E CINCO

CAPÍTULO VINTE E SEIS

CAPÍTULO VINTE E SETE

CAPÍTULO VINTE E OITO

CAPÍTULO VINTE E NOVE

CAPÍTULO TRINTA

CAPÍTULO TRINTA E UM

CAPÍTULO TRINTA E DOIS

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

CAPÍTULO TRINTA E CINCO

CAPÍTULO TRINTA E SEIS

CAPÍTULO TRINTA E SETE

CAPÍTULO TRINTA E OITO

CAPÍTULO TRINTA E NOVE

CAPÍTULO QUARENTA

CAPÍTULO QUARENTA E UM

CAPÍTULO QUARENTA E DOIS

CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS

CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO

PRÓLOGO

A princípio, Janet Davis não tinha noção de nada a não ser da terrível dor que lhe atravessava o crânio como se mil castanholas soassem em uníssono.

Tinha os olhos fechados. Quando tentou abri-los, foi cega por uma brilhante luz branca e foi obrigada a fechá-los novamente.

A luz aqueceu o seu rosto.

Onde é que estou? Perguntou-se.

Onde é que eu estava antes… antes disto ter acontecido?

E então começou a lembrar-se…

Estivera a tirar fotos nos pântanos perto do Lady Bird Jonhson Park. O verão já ia muito adiantado para os milhões de narcisos florescerem, mas as folhas dos cornisos eram de um lindo verde, particularmente bonito à hora do pôr do sol.

Ela estava na marina a fotografar os barcos e o magnífico jogo de luzes do pôr do sol na água quando ouviu passos a aproximarem-se rapidamente atrás dela. Antes de ter tempo para se virar e olhar, sentiu uma forte pancada na nuca e a câmara voara-lhe das mãos, e…

Acho que perdi a consciência.

Mas onde estava ela agora?

Estava demasiado atordoada para sentir medo, mas sabia que não faltaria muito para ele entrasse em cena.

Aos poucos começou a aperceber-se de que estava deitada de costas numa superfície dura.

Não conseguia mexer as pernas. As mãos e pés estavam dormentes de estar amarrada pelos pulsos e tornozelos.

Mas a sensação mais estranha era de dedos no seu rosto, espalhando algo suave e húmido na sua pele quente.

Conseguiu articular algumas palavras.

“Onde é que estou? O que é que está a fazer?”

Quando não lhe foi dada qualquer resposta, retorceu a cabeça, tentando fugir ao aborrecido movimento das pontas dos dedos viscosas.

 

Ouviu uma voz de homem a murmurar…

“Fique quieta.”

Ela não tinha intenção de ficar quieta. Continuou a retorcer-se até os dedos se afastarem.

Ouviu um suspiro audível de desaprovação. Depois a luz mudou de direção, já não estava diretamente virada para o seu rosto.

“Abra os olhos,” Disse a voz.

Ela abriu.

A brilhar à sua frente estava a lâmina afiada de uma faca de açougueiro. A ponta da faca aproximou-se do seu rosto, fazendo-a entortar os olhos e ver a lâmina em duplicado.

Janet arfou e a voz sussurrou novamente…

“Fique quieta.”

Congelou, olhando diretamente para cima, mas um espasmo de terror apoderou-se do seu corpo.

A voz silvou uma ordem mais uma vez.

“Eu disse quieta.”

Ela tentou manter o corpo quieto. Tinha os olhos abertos, mas a luz era dolorosamente brilhante e quente, impossibilitando que conseguisse ver o que quer que fosse com clareza.

A faca afastou-se e os dedos continuaram a esfregar, desta vez em torno dos seus lábios. Ela cerrou os dentes e conseguia ouvi-los a rangerem.

“Estou quase a terminar,” Disse a voz.

Apesar do calor, Janet começou a tremer de medo.

Os dedos começaram a esfregar à volta dos olhos agora e ela teve que os fechar outra vez para evitar que o que o homem espalhava entrasse dentro deles.

Então os dedos afastaram-se do seu rosto e ela pode abrir os olhos novamente. Agora conseguia ver a silhueta de uma cabeça com uma forma grotesca a movimentar-se na luz flamejante.

Sentiu um soluço de pavor sair-lhe da garganta.

“Deixe-me ir,” Disse ela. “Por favor, deixe-me ir.”

O homem não disse nada. Ela sentiu-o a apalpar o seu braço esquerdo agora, prendendo algo elástico à volta do bíceps e depois apertando-o dolorosamente.

O pânico de Janet auentou e ela tentou não imaginar o que estava prestes a acontecer.

“Não,” Disse ela. “Não faça isso.”

Ela sentiu um dedo a sondar-lhe a curva do braço e depois a dor penetrante de uma agulha a entrar numa artéria.

Janet soltou um grito de horror e desespero.

Então, ao sentir a agulha recuar, uma estranha transformação tomou conta de si.

O seu grito de repente converteu-se em…

Riso!

Ria-se vibrantemente, incontrolavelmente, repleta de uma euforia louca que nunca sentira antes.

Naquele momento sentia-se completamente invencível, forte e poderosa.

Mas quando tentou libertar-se novamente do que lhe prendia os pulsos e tornozelos, não conseguiu.

O seu riso transformou-se num acesso de fúria violenta.

“Deixe-me ir embora,” Silvou ela. “Deixe-me ir ou juro por Deus que o mato!”

O homem soltou uma risada.

Depois inclinou a sombra metálica do candeeiro para que a sua luz iluminasse o seu rosto.

Era o rosto de um palhaço, pintado de branco com uns enormes olhos estranhos e lábios pintados de preto e vermelho.

Janet susteve a respiração durante alguns segundos perante aquela visão.

O homem sorriu com uns dentes amarelos que constrastavam com o resto do rosto colorido.

Disse-lhe…

“Vão deixá-la para trás.”

Janet queria perguntar…

Quem?

De quem está a falar?

E quem é você?

Porque é que me está a fazer isto?

Mas agora nem sequer conseguia respirar.

A faca surgiu novamente à sua frente. Depois o homem colocou a sua ponta afiada na sua bochecha, descendo ao rosto e até à garganta. A mínima pressão e Janet sabia que a faca a magoaria.

A sua respiração não normalizava.

Ela sabia que estava a começar a hiperventilar, mas não conseguia controlar a respiração. Sentia o coração a bater dentro do peito, conseguia sentir e ouvir a sua pulsação violenta a aumentar a cada segundo.

Perguntou-se…

O que estava naquela agulha?

Fosse o que fosse, os seus efeitos estavam a tornar-se mais evidentes a cada segundo que passava. Não conseguia fugir ao que se passava com o seu próprio corpo.

Enquanto continuava a afagar-lhe o rosto com a ponta da faca, o homem murmurou…

“Vão deixá-la para trás.”

Ela conseguiu articular…

“Quem? Quem é que me vai deixar para trás?”

“Você sabe quem,” Disse ele.

Janet apercebeu-se que estava a perder o controlo dos seus pensamentos. Estava imersa em ansiedade e pânico, em sentimentos loucos de perseguição e vitimização.

A quem é que ele se refere?

Imagens de amigos, membros da família e colegas atravessaram-lhe a cabeça.

Mas os seus sorrisos familiares e amigáveis transformaram-se em caretas de desprezo e ódio.

Toda a gente, Pensou ela.

Toda a gente me está a fazer isto.

Todas as pessoas que já conheci.

Mais uma vez, sentiu uma explosão de raiva.

Devia saber que não devia confiar em ninguém.

Pior, ela sentiu como se a sua pele se estivesse a mover.

Não, algo estava a rastejar por toda a sua pele.

Insectos! Pensou.

Milhares deles!

Tentou libertar-se.

“Tire-os de cima de mim!” Implorou ao homem. “Mate-os!”

O homem riu enquanto a observava através da sua maquilhagem grotesca.

Não se ofereceu para a ajudar.

Ele sabe alguma coisa, Pensou Janet.

Ele sabe alguma coisa que eu não sei.

Então ocorreu-lhe…

Os insectos…

Eles não estão a rastejar na minha pele.

Eles estão a rastejar debaixo dela!

A sua respiração ecelerou e os pulmões queimaram como se tivesse corrido uma longa distância. O coração batia dolorosamente.

A sua cabeça explodia com emoções violentas – fúria, medo, nojo, pânico e completa perplexidade.

Teria o homem injetado milhares, talvez milhões de insectos na sua corrente sanguínea?

Como é que isso era sequer possível?

Numa voz que oscilava entre a raiva e a autocomiseração, ela perguntou…

“Porque é que me odeia?”

Desta vez o homem riu-se num tom mais elevado.

Ele disse, “Toda a gente a odeia.”

Agora Janet tinha dificuldades e ver. A sua visão não estava a ficar desfocada. Antes, a cena à sua frente parecia estar a retorcer-se e a oscilar e a saltar. Ela imaginou que conseguia ouvir as suas órbitas.

Por isso, quando viu outro rosto de palhaço, pensou estar a ver em duplicado.

Mas rapidamente percebeu…

Este rosto é diferente…

Estava pintado com as mesmas cores, mas as formas eram diversas.

Não é ele.

Por baixo da tinta estavam traços familiares.

Então ocorreu-lhe…

Eu. Sou eu.

O homem segurava um espelho em frente ao seu rosto. O rosto hediondamente garrido que via era o seu.

A visão daquele semblante distorcido, choroso e, no entanto, gozão, encheu-a de uma repugnância que nunca antes sentira.

Ele tem razão, Pensou.

Toda a gente me odeia.

E eu sou o meu pior inimigo.

Como se partilhassem a sua repugnânica, as criaturas debaixo da sua pele começaram a remexer como baratas subitamente expostas à luz do sol e impossibilitadas de se esconderem.

O homem afastou o espelho e começou a acariciar o seu rosto com a ponta da faca novamente.

E disse mais uma vez…

“Vão deixá-la para trás.”

Quando a faca roçou a sua garganta, ocorreu-lhe…

Se ele me cortar os insectos podem fugir.

É claro que a lâmina também a mataria. Mas isso parecia um baixo preço a pagar para se libertar dos insectos e daquele terror.

Ela sussurrou…

“Faça-o. Faça-o agora.”

De repente, o ar preencheu-se com um riso feio e distorcido, como se milhares de palhaços estivessem a regozijar-se ruidosamente com o seu pedido.

O riso fez com que o seu coração batesse ainda com mais descompassadamente. Janet sabia que o seu coração não aguentaria muito mais.

E ela não queria.

Ela queria que ele parasse o mais rapidamente possível.

Deu por si a tentar contar as batidas…

Uma, duas… três, quatro, cinco… seis…

Mas as batidas eram mais rápidas e menos regulares.

Interrogou-se – o que é que iria explodir primeiro, o seu coração ou o seu cérebro?

Então, finalmente, ouvia a sua última batida e o mundo desapareceu.

CAPÍTULO UM

Riley se riu quando Ryan lhe tirou a caixa de livros.

Disse, “Me deixa levar alguma coisa, OK?”

“É demasiado pesada,” Disse Ryan, carregando a caixa até à estante vazia. “Não devia levantá-la.”

“Então, Ryan. Estou grávida, não doente.”

Ryan pousou a caixa em frente à estante e sacudiu as mãos.

“Pode tirar os livros e colocá-los na estante,” Disse ele.

Riley se riu novamente.

Perguntou, “Quer dizer que me está dando autorização para me mudar para o nosso apartamento?”

Agora Ryan parecia envergonhado.

“Não era isso que eu queria dizer,” Disse. “É só porque… bem, fico preocupado.”

“E não me canso de lhe dizer, não tem nada com que se preocupar,” Disse Riley. “Só estou grávida de seis semanas e me sinto ótima.”

Preferiu não falar nos enjoos matinais ocasionais. Até ao momento não tinham sido muito graves.

Ryan abanou a cabeça. “Tente não exagerar, OK?”

“Não exagero,” Disse Riley. “Prometo.”

Ryan anuiu e voltou à pilha de caixas ainda por abrir.

Riley abriu a caixa de cartão à sua frente e começou a colocar livros nas prateleiras. Na verdade, se sentia feliz por estar sossegada e a fazer uma tarefa simples. Se apercebeu de que a sua mente precisava mais de descanso do que o corpo.

Os últimos dias tinham sido muito ocupados.

Na verdade, também as últimas semanas tinham sido agitadas.

O dia da graduação da licenciatura em psicologia tinha sido um dia louco e de grandes mudanças. Logo após a cerimónia, um agente do FBI a tinha recrutado para o Honors Internship Summer Program da agência com duração de dez semanas. Logo após isso, Ryan lhe tinha pedido para ir viver com ele assim que começassse a trabalhar.

O mais incrível de tudo é que tanto o programa de internato como o novo emprego de Ryan eram em Washington, DC. Dessa forma, ela não tivera que escolher.

Pelo menos ele não se passou quando lhe disse que já estava grávida, Pensou.

Na verdade, parecera maravilhado. Ficara mais nervoso com a ideia da vinda de um bebé a partir da graduação – mas Riley também não estava menos nervosa.

A simples ideia a deixava confusa. Estavam a começar uma vida em comum e muito em breve estariam a partilhar a maior das responsabilidades – criar um filho.

Espero bem que estejamos prontos, Pensou Riley.

Entretanto, sentiu uma certa estranheza em arrumar os seus livros de psicologia nas prateleiras. Ryan tentara convencê-la a vendê-los e ela sabia que provavelmente era o que devia fazer…

Deus é testemunha de quanto nos faz falta cada cêntimo.

Ainda assim, tinha a sensação de que precisaria deles no futuro. Só não sabia porquê ou para quê.

De qualquer das formas, a caixa também continha muitos livros de direito de Ryan e ele não considerara vender nenhum deles. É claro que provavelmente os usaria no seu novo emprego como advogado estagiário no escritório de advogados de DC da Parsons and Rittenhouse.

Quando a caixa ficou vazia e os livros todos arrumados nas prateleiras, Riley se sentou no chão a observar Ryan que não parava de empurrar e reposicionar mobília como se tentasse encontrar o lugar perfeito para tudo.

Riley conteve um suspiro…

Pobre Ryan…

Ela sabia que Ryan não estava satisfeito com aquele apartamento numa cave. Ele tinha um apartamento mais simpático em Lanton com a mesma mobília que trouxera – uma agradável coleção boémia de artigos em segunda mão.

Na opinião dela, as coisas de Ryan ainda lhe pareciam muito bem ali. E o pequeno apartamento não a incomodava nem um pouco. Se habituara a um quarto de dormitório em Lanton, por isso, aquele lugar parecia um luxo apesar dos tubos cobertos, pendurados no quarto e na cozinha.

É verdade que os apartamentos dos andares superiores eram mais simpáticos, mas esse era o único disponível. Quando Ryan o vira pela primeira vez, quase recusara arrendá-lo. Mas a verdade era que aquilo era o máximo que podiam pagar. Já estavam muito sobrecarregados financeiramente. Ryan tinha atingido o plafon máximo do cartão de crédito com as despesas da mudança, o depósito do apartamento e tudo o mais que precisavam naquele momento de suas vidas.

 

Finalmente, Ryan olhou para Riley e disse, “Que acha se fizermos uma pausa?”

“Claro,” Concordou Riley.

Riley se levantou do chão e se sentou à mesa da cozinha. Ryan tirou dois refrigerantes da geleira e se sentou ao lado dela. Ficaram em silêncio durante alguns momentos e Riley pressentiu de imediato que Ryan tinha algo em mente.

Por fim, Ryan tamborilou os dedos na mesa e disse…

“Uh, Riley, temos que conversar sobre uma coisa.”

Parece mesmo sério, Pensou Riley.

Ryan se calou novamente com um olhar distante.

“Não vais acabar tudo comigo, pois não?” Perguntou.

É claro que estava a brincar.

Mas Ryan não se riu. Nem parecia ter ouvido a pergunta.

“Hã? Não, não é nada disso, é que…”

A sua voz se suspendeu e Riley se sentiu desconfortável.

O que se passa? Questionou-se. Será que o emprego de Ryan não se concretizara ou algo do género?

Ryan olhou Riley nos olhos e disse…

“Não te rias de mim, OK?”

“Porque é que me havia de rir?” Perguntou Riley.

Um tanto abalado, Ryan se levantou e se ajoelhou ao lado de Riley.

E então Riley percebeu…

Oh meu Deus! Ele vai-me pedir em casamento!

E obviamente, riu-se. É claro que era um riso nervoso.

Ryan corou profundamente.

“Eu pedi para você não rir,” Disse ele.

“Não estou rindo de você, “ Disse Riley. “Vai, diga o que tem a dizer. Tenho a certeza… bem, avance.”

Ryan remexeu nos bolsos de onde tirou uma pequena caixa. Abriu-a, revelando um modesto mas encantador anel de diamante. Riley suspirou.

Ryan gaguejou…

“Uh, Riley Sweeney, quer… casar comigo?”

Tentando sem sucesso abafar suas risadinhas nervosas, Riley conseguiu dizer…

“Oh, sim. Absolutamente.”

Ryan tirou o anel da caixa e Riley estendeu sua mão esquerda, deixando-o colocá-lo em seu dedo.

“É lindo,” Disse Riley. “Agora se levante e se sente qui comigo.”

Ryan sorriu envergonhadamente ao sentar-se a seu lado.

“Ajoelhar-me foi demais?” Perguntou.

“Foi perfeito,” Disse Riley. “Foi tudo…. Perfeito.”

Ela olhou num relance para o pequeno anel de diamante no seu dedo. O seu ataque de riso nervoso já tinha passado e agora sentia um nó de emoção se formando na garganta.

Não estava à espera. Nem se atrevera a sonhar com aquilo – pelo menos não imaginara que pudesse acontecer tão cedo.

Mas ali estavam ela e Ryan a dar outro salto gigantesco nas suas vidas.

Enquanto observava a luz incidindo no diamante, Ryan disse…

“Um dia ofereço-te um anel mais bonito.”

Riley nem queria acreditar.

“Nem te atrevas!” Disse. “Esse vai ser sempre o meu único anel de noivado!”

Mas ao observar o anel, não conseguiu evitar preocupar-se…

Quanto é que terá custado?

Como se lhe estivesse a ler os pensamentos, Ryan disse…

“Não te preocupes com o anel.”

O sorriso tranquilizador de Ryan despreocupou-a num instante. Ela sabia que ele não era de cometer loucuras no que dizia respeito ao dinheiro. O mais certo era tê-lo comprado por um bom preço – apesar de não se atrever a perguntar.

Então Riley reparou que a expressão de Ryan se alterou quando olhou em seu redor para o apartamento.

“Passa-se alguma coisa?” Perguntou.

Ryan soltou um suspiro e disse, “Vou melhorar a sua vida. Prometo.”

Riley se sentiu estranhamente abalada.

Perguntou, “O que tem de mal a vida que temos agora? Somos jovens e amamo-nos e vamos ter um bebé e…”

“Você sabe do que estou falando,” Disse Ryan, interrompendo-a.

“Não, não sei bem,” Disse Riley.

Um silêncio se interpôs entre eles.

Ryan suspirou novamente e disse, “Ouça, vou começar o trabalho amanhã com um salário de estagiário. Não me sinto propriamente alguém bem-sucedido. Mas é um bom escritório e se lá continuar, vou subir na hierarquia e quem sabe me possa tornar sócio um dia.”

Riley olhou para ele fixamente.

“Um dia, claro,” Disse ela. “Mas já é um grande começo e eu gosto do que temos neste momento.”

Ryan encolheu os ombros. “Não temos muito. Para começar, só temos um carro e vou precisar dele para ir para o trabalho, o que quer dizer que…”

Riley interrompeu-o, “O que quer dizer que eu apanho o metro para o programa de treino todas as manhãs. O que é que isso tem de mal?”

Ryan pegou na mão de Riley.

“Até à paragem mais próxima de metro é uma caminhada de dois quarteirões,” Disse ele. “E este não é o bairro mais seguro do mundo. Não gosto que tenha que andar sozinha. Fico preocupado.”

Riley se sentiu invadir por um sentimento estranho e desagradável. Ainda não sabia ao certo que sentimento era esse.

Disse, “Será que não lhe passou pela cabeça que eu até gosto desse bairro? Passei toda a minha vida na Virginia rural. Isto é uma mudança excitante, uma aventura. Para além disso, você sabe que sou dura. Meu pai era capitão dos Marines. Ele me ensinou a tomar conta de mim.”

Quase acrescentou…

E sobrevivi ao ataque de um assassino em série há alguns meses atrás, se lembras?

Não só sobrevivera ao ataque, como ajudara o FBI a identificar o assassino e a prendê-lo. Por isso lhe deram a oportunidade de se juntar ao programa de treino.

Mas ela sabia que Ryan não queria saber disso naquele momento. O seu orgulho masculino estava delicado.

E Riley se apercebeu de algo….

Fico realmente ressentida com isso.

Riley escolheu as palavras cuidadosamente, tentando não dizer a coisa errada…

“Ryan, sabe, tornar a nossa vida melhor não depende apenas de você. Depende de ambos. Eu tenho uma palavra a dizer. Vou ter a minha própria carreira.”

Ryan desviou o olhar.

Riley conteve um suspiro ao perceber…

Afinal disse a coisa errada.

Quase se esquecera que Ryan não apoiava o seu internato de verão. Lembrara-lhe que eram apenas dez semanas e que não era treino físico. Apenas iria observar agentes a trabalhar, sobretudo a nível interno. Para além disso, estava convencida que até podia resultar num trabalho de escritório ali mesmo na sede do FBI.

Ele se tornara mais recetivo à ideia, mas continuava a não o entusiasmar.

Riley não sabia o que ele preferia para ela.

Será que ele queria que ela fosse mãe a tepo inteiro? Se fosse esse o caso, ia ficar desiludido mais cedo ou mais tarde.

Mas aquele não era o momento para pensar naquilo.

Não estragues este momento, Disse Riley a si própria.

Olhou novamente para o seu anel e depois para Ryan.

“É lindo,” Disse ela. “Estou muito feliz, Obrigada.”

Ryan sorriu e apertou-lhe a mão.

Então Riley disse, “Então com quem é que vamos partilhar a notícia?”

Ryan encolheu os ombros. “Não sei. Ainda não temos amigos aqui em DC. Acho que posso falar com alguns dos meus amigos da faculdade de direito. Talvez possas ligar ao teu pai.”

A ideia não agradou a Riley. A última visita que fizera ao pai não fora agradável. A sua relação sempre fora profundamente atribulada.

E para além disso…

“Ele não tem telefone, lembras-te?” Disse Riley. “Ele vive sozinho nas montanhas.”

“Ah, pois é,” Disse Ryan.

“E os teus pais?” Perguntou Riley.

O sorriso de Ryan desvaneceu-se.

“Escrevo-lhes a contar,” Disse ele.

Riley teve que se impedir de perguntar…

E porque é que não lhes ligas?

Talvez nessa altura pudesse finalmente falar com eles.

Riley nunca conhecera os pais de Ryan que viviam na pequena cidade de Munny, Virginia.

Riley sabia que Ryan tinha crescido entre pessoas da classe trabalhadora e que sentia alguma ansiedade em deitar essa vida para trás das costas.

Interrogava-se se sentiria vergonha deles ou…

Terá vergonha de mim?

Será que eles sabem que estamos a viver juntos?

Aprovariam?

Mas antes que Riley pudesse pensar na melhor forma de abordar o assunto, o telefone tocou.

“Talvez pudéssemos não atender,” Disse Ryan.

Riley pensou durante um momento enquanto o telefone continuava a tocar.

“Pode ser importante,” Disse ela. Dirigiu-se ao telefone e atendeu a chamada.

Uma voz masculina alegre e profissional disse, “Posso falar com Riley Sweeney?”

“É a própria,” Disse Riley.

“Daqui fala Hoke Gilmer, o seu supervisor do programa de treino do FBI. Só lhe queria lembrar…”

Riley disse, entusiasmada, “Sim, eu sei! Lá estarei cedinho às sete da manhã de amanhã!”

“Ótimo!” Respondeu Hoke. “Estou ansioso por conhecê-la.”

Riley desligou o telefone e olhou para Ryan. Ele estava com um olhar pensativo.

“Uau,” Disse ele. “Tudo se está a concretizar, não é?”

Riley percebeu como é que ele se estava a sentir. Desde que se tinham mudado de Lanton que raramente tinham estado afastados um do outro.

E agora, amanhã, ambos iriam para os seus empregos.

Riley disse, “Talvez precisemos de fazer alguma coisa especial juntos.”

“Boa ideia,” Disse Ryan. “Talvez ir ao cinema e a um restaurante simpático e…”

Riley riu ao agarrá-lo pela mão, levantando-o.

“Tenho uma ideia melhor,” Disse ela.

Arrastou-o para o quarto onde caíram na cama a rir.

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