O Testamento: O Código De Deus

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A experiência de Philliphe

Passa-se mais uma semana com Philliphe cumprindo todas as suas obrigações que envolviam o trabalho no setor público,no sítio,afazeres domésticos,relacionamentos profissionais e pessoais além de atividades de lazer.Sua vida era mesmo agitada e solitária desde que perdera na tragédia seus entes queridos.

Com a chegada do fim de semana,teve mais tempo para concluir os trabalhos pendentes e concluir a leitura do livro que cada vez mais o instigava.No domingo chegou ao término e concluiu que valera muito a pena comprá-lo.Com o mesmo,aprendera um pouco da dualidade luz-Treva,sobre os pecados capitais,da parte densa da noite escura,lutas,fracassos e conquistas dos personagens principais,o valor do perdão e a possibilidade de recuperação,e especialmente ficou admirado com a sensibilidade do autor.Como queria conhecê-lo e aprender com ele!

Manuseia o livro com mais cuidado e numa das notas adquire o contato de Renato,companheiro de aventuras do autor do livro.Sem pensar muito,decide interiormente procurá-lo pois não era tão longe a Serra do Ororubá em Mimoso-Pesqueira-PE.O objetivo era pedir ajuda,conhecer o vidente e quem sabe livrar-se dos pesos que carregava desde sempre e que se agravaram com a tragédia ocorrida.

Estava decidido!Liga para o seu chefe,avisa que vai viajar e que não sabe quando volta.Como resposta,tem toda sua compreensão e é liberado por 15 dias.Após,imediatamente começa a arrumar sua mala colocando dentro dela calças,calções,cuecas,sandálias,sapatos,camisas,meias,bonés,óculos de sol,relógio,objetos de higiene pessoal e seu inseparável álbum de fotografias.Ao término,cuida dos outros detalhes,avisa aos vizinhos que vai sair e pede que olhem um pouco o seu sítio na sua ausência,fecha a casa e a garagem e vai para a beira da rodovia Br 232 a fim de pegar a primeira lotação rumo a Pesqueira.

Como morava perto,rapidamente chega no ponto,espera cerca de quarenta minutos e finalmente consegue condução.Daí até mimoso são apenas oito minutos e gentilmente o motorista o deixa no centro,próximo á praça da vila.Desce,paga a passagem ,agradece e se despede.Começa a caminhar.

Quando se aproxima da primeira pessoa,pede orientação de como chegar á serra do Ororubá,especificamente na casa de Renato.Cordialmente,o jovem que aborda chamado Bernardo dá todas as informações necessárias para o primeiro e até se oferece para acompanhá-lo.Não querendo abusar de sua boa vontade,Philliphe o dispensa ,aperta suas mãos e agradece efusivamente.Preferia ir sozinho.

Seguindo suas orientações,segue em frente alguns metros,dobra a direita,atravessa a ponte do canal,caminha mais um pouco,adentrando num terreno particular.Já avista a famosa serra que muitos consideravam sagrada.Agora era só seguir em frente até ao sopé e subir as suas íngremes veredas.

Em quinze minutos,chega ao sopé e como não estava acostumado faz uma parada.No momento,a expectativa,a ansiedade e a inquietação tomavam proporções gigantescas com ele distraído a todo o momento envolto em perguntas.Algumas delas eram:O que o esperava?Como seria o Renato real?E a guardiã?Realmente existia?Estas e outras questões só seriam sanadas com o tempo e não adiantava ficar se martirizando.

Decide então retomar a caminhada.Começa a subir as ladeiras perigosas e a cada passo dado se sente mais determinado e preparado para tudo.Rumo ao futuro!Pensa ele.Embora as suas possibilidades de encontrar-se fossem diminutas,seria interessante uma experiência com Renato e o autor do livro "A noite escura da alma”.

Um pouco mais adiante,completa um terço da subida,para novamente por cinco minutos,retornando logo a caminhar com mais vigor.Neste instante,tudo começava a pesar um pouco mais,inclusive a mala o que exigia dele um esforço maior.Em frente sempre!Repete ele mentalmente com o intuito de se animar.A estratégia dá certo pois pelo menos se sente psicologicamente mais calmo.Avança mais.

Exatamente dez minutos depois,completa a metade do trajeto.Apesar do cansaço que se refletia no suor derramado pelo seu corpo ele não desanima,mantendo um ritmo aceitável.Continua caminhando,ultrapassando pedras,poeiras,espinhos,enfrentando o sol escaldante,a descrença , e correndo contra o tempo.E como ele corria!

Dez passos adiante sente a força poderosa da montanha,suas vozes,atuarem contra si.Inspirado na experiência do vidente,tira de letra esta etapa,comemora sua vitória e continua no percurso.Em dado instante,volta-se para trás,e observa a aglomeração urbana de Mimoso no fundo do vale.Como era linda a paisagem!Estava explicado a força,o patriotismo e a paixão da dupla da série “O vidente” a mais interessante que conhecera na literatura e que ainda prometia muito.

Philliphe continua caminhando,alguns minutos depois entra na curva perigosa do S,e apesar do nervosismo comum aos que andavam por ali,a supera.Pronto!Agora restavam apenas cem metros para alcançar o topo maravilhoso da Serra do Ororubá.O destino estava prestes a se revelar.

O trajeto restante se conclui em apenas cinco minutos e antes de dar o último passo,o viajante força uma última parada.Estava se sentindo como um jogador de futebol prestes a cobrar um pênalti ou uma mulher prestes a entrar em trabalho de parto após nove meses de espera.Eu explico:Sua vida fora uma grande roda gigante,fora filho de um pedreiro e de uma empregada doméstica e com muito esforço concluíra o ensino básico.Trabalhara no comércio cerca de dez horas por dia sem desanimar.Cinco meses depois,conhecera Angélica,se apaixonara,e em dois anos noivaram e casaram.Com a ajuda dela que era abastada,saíra do comércio,cursara uma faculdade,dedicara-se a concursos e como era competente passara em vários até chegar ao cargo atual,auditor da fazenda do estado.Com a consolidação no emprego comprara um sítio na zona rural da cidade e mudara-se com a esposa para lá pois o que gostava era de ar puro e tranqüilidade.Frutos do casamento surgiram três filhos.Tudo parecia estar muito bem até o dia da tragédia.Descera do céu ao inferno,perdera completamente sua fé,revoltara-se e no momento encontrava-se sem destino.

Agora estava ali,após descobrir o mundo maravilhoso dum ser chamado Aldivan Teixeira Torres,autor da série o vidente,que prometia recuperação aos casos mais difíceis.Foi isto que o motivara a superar seus limites e acreditava que Renato,seu parceiro,poderia ajudá-lo em sua trajetória pelo menos fazendo a função de seta.Bem,era pelo menos o que esperava.

A expectativa aumenta.Philliphe finalmente faz um movimento e ao encostar o pé na montanha,a terra treme,o tempo fica nublado,sente calafrios,e uma nuvem de fumaça encobre todo o topo.De dentro da nuvem,surge uma anciã misteriosa que se aproxima.A cada passo dela,o nervosismo aumenta.Quem seria e o que desejava?

Estava prestes a descobrir.Chegando bem perto,a estranha trata de se apresentar e iniciar o diálogo:

—Bom dia,Philliphe,sou o espírito da terra que habita esta montanha sagrada.Pode chamar-me de guardiã.Em que posso ajudá-lo?

Philliphe ficou estático.Quer dizer que estava diante da sábia Abigail da montanha,a primeira mentora do vidente?Não podia acreditar que fosse verdade.Reunindo uma força nunca dantes vista,ele consegue se comunicar.

—Guardiã?Você existe mesmo?Como me conhece?

—Calma.Eu entendo seu espanto.Sou eu mesmo.Vivo há séculos neste lugar e sou detentora de muitos mistérios.O que deseja?

—Quero conversar com Renato,seu filho adotivo.Quem sabe ele não possa me ajudar na resolução de alguns problemas.

—Claro,tudo é possível.Acompanhe-me e fique a vontade.

Philliphe obedece a guardiã e ambos começam a caminhar no misterioso topo da montanha rumo á residência da última.O que o destino aprontava para aquele corajoso viajante?Continuemos acompanhando.

Após vinte minutos em ritmo rápido,ultrapassando os obstáculos naturais da mata e virando-se de um lado para outro,finalmente chegam ao humilde casebre coberto de palha.Como boa anfitriã,a guardiã o convida a entrar,ele aceita,e juntos adentram na casinha.Dentro do vão único,encontram Renato sentado no centro junto a uma mesinha e a estranha senhora se adianta fazendo as apresentações.

—Renato,este é o Senhor Philliphe,um viajante que deseja falar com você.

Renato se levanta,se aproxima mais e cumprimenta o viajante.

—Prazer,Renato.O que deseja especificamente?

—Sou um leitor da série o vidente que no momento enfrenta sérios problemas.Poderia me ajudar?

—Pode ser.O que lhe aflige?

—Obrigado.Contarei resumidamente um pouco da minha história.Meu nome é Philliphe Andrews,alguém em busca da essência e da verdade.Desde o meu nascimento,por ser de origem humilde,enfrento preconceitos e muitas dificuldades profissionais.No entanto,sempre achei que era possível vencer e por isto persisti lutando por meus sonhos.Neste caminho árduo,trabalhei no comércio,encontrei o amor,saí da pobreza,noivei,casei,tive filhos,fiz faculdade e hoje sou um funcionário de alta hierarquia.Contudo,uma tragédia me persegue e desde então não tenho mais paz.

—Que tragédia?

—A perca de toda minha família num acidente.

Lágrimas escorrem pelo rosto sofrido e já enrugado do seu Philliphe.Ali,estava um exemplo de sofrimento e luta constantes.Renato se comove e indeciso consulta sua mãe de coração.

—O que acha,mãe?

—O caso dele é bem complicado.O coração dele ainda está cheio de amargura e revolta por não se conformar-se com seu próprio Maktub.Sente-se injustiçado por Deus e pelo destino.(guardiã)

—E como esperavam que eu ficasse?Minha esposa e filhos eram pessoas boas que mereciam uma sorte melhor.O que eles fizeram de mal para merecer isto?Eu sempre fui um seguidor das leis de Deus e merecia pelo menos uma proteção á altura para mim e minha família.

 

—Calma,Philliphe.Não se sinta assim.Tem coisas que não tem explicação.(Renato)

—Você não pode julgar a Deus nem questioná-lo pois está muito acima de você.Como pode o vaso de barro enfrentar o oleiro?(Guardiã)

—Eu sei.Só queria entender o porquê de tudo isto na minha vida.(Philliphe)

—Aonde quer chegar realmente?(Pergunta Renato)

—Sabe,tive o prazer de ler o livro “A noite escura da alma”,aprendi um pouco sobre as trevas,as possibilidades de recuperação,sobre os pecados capitais ,em relação á noite mais escura e ao terminar de lê-lo suscitou em mim o desejo de tentar,de recomeçar com a mente mais calma e limpa.Quero entender um pouco de Deus,do meu destino,como retomar a felicidade e vencer novamente.Acham isto possível?

—Meu amigo,com minha larga experiência alcançada em minhas andanças com o vidente,posso dizer que tudo é possível.Só não sei em que ponto parti pois também tenho minhas dúvidas além do desejo de também conhecer a Deus.(Confessa Renato)

—Posso dar minha opinião?(Intrometeu-se a guardiã)

—Claro.(Renato e Philliphe)

—Procurem o filho de Deus,ele é o único iluminado da Terra que pode achar uma saída neste caso.(Respondeu ela)

—Ótima idéia.O que acha,Philliphe?(Renato)

—Aprovado também.Meu sonho é conhecê-lo pessoalmente.(Ele reforçou)

—Muito bem.Espere só um instante que vou arrumar minhas malas por precaução.Provavelmente,estamos diante do início de uma nova saga que promete muito.(Renato)

—Está bem.(Philliphe)

Renato foi cuidar das malas e dos últimos detalhes para a partida.O que aconteceria?Mais uma aventura instigante se desenhava nas entrelinhas.

A descida

Com tudo pronto,Renato despediu-se da sua mãe adotiva e junto com Philliphe saíram do casebre.Com mais alguns passos,pegam a vereda mais curta que os levaria até o destino.No momento,o silêncio impera entre os dois alimentando as dúvidas de ambos que provavelmente seriam sanadas no encontro prometido.

E a grande travessia se inicia....Com os dois vivendo momentos completamente diferentes.Enquanto um era pré-adolescente e por natureza entusiasmado por aventuras,o outro era um homem feito,com cerca de quarenta anos,disposto a aprender ,resgatar valores e encontrar um Deus que confessava não conhecer nem entender.O que os ligava era a sede de conhecimento e a empatia mútuas.

Mais adiante, já ultrapassam a grande pedra e iniciam a descida.Caminham mais cem metros e a pedido do visitante fazem uma parada para se reidratar.Renato aproveita o momento e inicia uma conversa:

—Você é de onde mesmo?

—Sítio quinze metros,próximo a Arcoverde,conhece?

—Conheço sim.Já fui várias vezes em Arcoverde e passo por lá.Gosto muito.

—Também gostei daqui.Este vale é muito lindo com Mimoso ao fundo.Entendo a inspiração sua e do seu companheiro nos livros.

—Obrigado.Nossa região é especial em cada cantinho.E da montanha,gostou?

—Inspirou-me muito e agora estou mais convicto do que quero.Adiante sempre!

—Muito bem,meu amigo,que bom.É o primeiro passo para o sucesso e a paz desejadas.Qualquer coisa,estamos aqui.

—Muito obrigado.Podemos continuar?

—Claro que sim.

Os dois retomaram a caminhada.Mantendo um ritmo regular,desceram a íngreme serra,entre curvas e saudades na estreita vereda.Em quinze minutos,chegam no Juazeiro imponente já no terreno plano.Param mais uma vez.Gentilmente,Philliphe cede um pouco de água e comida a Renato que esquecera do seu cantil.Restabelecidas as forças,voltaram a caminhar os últimos trezentos metros com a imponente aglomeração do Mimoso bem perto.Agora faltava pouco.

No percurso restante,entre conversas e brincadeiras,vão ultrapassando as últimas barreiras que se apresentam.O momento é de construção e parece que os dois perceberam isto pois não perdem uma oportunidade.Rumo ao futuro e ao sucesso!

O trajeto é concluído.Diante do bangalô quase destruído pelo tempo,batem palmas e de dentro dele surge um jovem normal,magro,altura média,cabelos pretos,cor moreno-claro,esbelto com feições que se destacam.Aparentando surpresa,o mesmo se comunica.

—Renato,você por aqui?Como vai?E você?Qual o seu nome?

—Oi,tudo bom?Vim numa missão importante.Este é Philliphe,um dos seus leitores.

O vidente sorriu e aproximando-se mais educadamente cumprimentou os dois.

—Tudo bem.Sejam bem vindos.Prazer,Philliphe,pode me chamar de vidente,filho de Deus ou de Aldivan mesmo.

—O prazer é todo meu.Sou seu fã desde sempre.

Philliphe,ainda sem acreditar,lhe deu um forte abraço duradouro.A emoção tomou conta dos presentes e o abraço terminou sendo triplo.Eram como se fossem os três mosqueteiros,um por todos e todos por um mesmo sem ter ainda consciência disso.

Findo o abraço,se afastaram um pouco e o vidente tomou a palavra:

—Desculpem o mau jeito.Entrem,por favor.

Os dois aceitam o convite e juntos adentram na casa.Ultrapassam a entrada,percebem que está vazia,vão á sala de estar,elogiam os móveis e a decoração,o anfitrião agradece,e finalmente sentam nos assentos da poltrona, ficando frente a frente.Curioso por natureza,o vidente não se conteve e retoma a conversa:

—O que os trouxe aqui?

—Vimos pedir sua orientação e ajuda.Philliphe me procurou,falou dos seus problemas angustiantes e por sugestão da minha mãe viemos procurá-lo.(Explicou Renato)

—Ahan,entendi.O que lhe aflige,Philliphe?(O filho de Deus)

—Perdi toda minha família num acidente trágico.Agora quero entender o porquê disto,encontrar a Deus,reorganizar um pouco a minha história.(Respondeu ele)

—Interessante.Você acha que sou capaz de ajudá-lo?(O vidente)

—Creio que sim.Pelo seu carisma e talento,você é capaz.(Philliphe)

O vidente se emociona,analisa friamente a situação e decide ajudar aquele pobre homem sofredor pois aprendera nos seus piores momentos o valor de um apoio e de alguém que acredite em si mesmo.A sorte estava lançada!

—Muito bem.Aceito o desafio.O que sugere Renato?(vidente)

—Não tenho idéia.(Respondeu o menino sem reação)

—Como se sente,Philliphe?(O filho de Deus)

—Totalmente destruído,revoltado e sem fé e esperanças.Vivo uma noite densa.(Philliphe)

—Uma existência quase desértica.(Concluiu Renato)

—É isto!(Gritou o vidente)

—O que foi?(Philliphe)

—Que tal se irmos ao deserto e tentar encontrar a Deus?(Vidente)

—Òtima idéia.(Elogiou Renato)

—Onde seria?(indagou Philliphe)

—Ouvi falar de um lugar extremamente inóspito no município de Cabrobó,sertão de Pernambuco.O povoado se chama Travessia do deserto e de lá poderíamos partir para a nossa aventura,o gigante deserto da cidade.O que acham?(Aldivan)

—Por mim,estou pronto.O que acha,Philliphe?(Renato)

—Eu também estou.O que estamos esperando?(Philliphe)

—Bom,vou ligar para meus familiares e avisar que estou de saída.Além disso,tenho que preparar as malas.Podem me ajudar?(Vidente)

—Sim.(os dois)

Os três se dirigiram ao quarto e juntos começam a arrumar a mala do vidente.Enquanto cuidam dos detalhes,aproveitam para melhorar o entrosamento da equipe.O clima no momento é agradável apesar do grande desafio que se apresenta.

Vinte minutos depois,terminam as malas,deixam o recado,fecham a casa.o vidente deixa as chaves com o vizinho e juntos partem em direção á rodovia BR 232.Começava aí mais uma saga da série o vidente que já conquistara o coração de muitos.Em frente,sempre!

A viagem

Durante o caminho até a rodovia os viajantes se distraem conversando entre si,admirando a paisagem que se encontrava ainda verde pois estávamos no mês de setembro do corrente ano de 2014.

A região de Mimoso era mesmo linda .Porém,eles tinham consciência de que o mundo não se restringia só ali e as aventuras lhe davam as condições de conhecer os mais variados lugares do imenso país que habitavam.E isto era muito bom.A cada nova experiência,aumentava a sua sede de conhecimento e ampliava sua cultura que também era influenciada por cada pessoa que encontravam no caminho.Em frente sempre,pela literatura e pelo prazer!Era um dos lemas da equipe.

Com este pensamento em mente,concluem o trajeto de aproximadamente um quilômetro sem maiores problemas ou surpresas.Chegam na beira da pista e iriam pegar a primeira autolotação rumo á rodoviária da cidade vizinha,Arcoverde.De lá,pegariam um ônibus para o destino final,Cabrobó.Enquanto esperam, aproveitam o tempo para escutar a boa e animada música brasileira no radinho de pilha que Renato não esquecera de levar.A música ajuda no relaxamento de todos.

Uma hora depois,finalmente uma autolotação passa:Uma besta cor de prata,larga e espaçosa.Os três adentram na mesma e por sorte tem vagas para todos ficarem sentados,ficam um ao lado do outro.No trajeto curto,aproveitam para serem simpáticos,conhecem novas pessoas e mantêm um bom bate papo envolvendo motorista e demais passageiros.Com isto,o tempo parece passar bem rápido.

Quando menos esperam,já chegam na cidade.Como a rodoviária ficava bem distante do centro (Bairro São Cristovão) tem que esperar a entrega dos passageiros em cada um dos pontos até chegar a vez deles.No momento em que isto se concretiza,se despedem,pagam a passagem e agradecem ao condutor.Agora se iniciava a segunda parte da viagem,bem mais longa e estressante.

Philliphe e o vidente vão se informar sobre os horários dos ônibus para Cabrobó enquanto Renato espera sentando nos bancos.O atendente informa aos dois que o próximo sai em duas horas.No reencontro com Renato,decidem conjuntamente sair um pouco,procurar um restaurante e fazer um lanche reforçado.

E assim fazem.Saem da rodoviária,atravessam a avenida principal e pedindo orientação a algumas pessoas chegam a um restaurante chamado pôr-do-sol localizado a uma quadra a esquerda dali.Ao adentrar no estabelecimento,são direcionados a uma mesa com cadeiras que ainda estava vazia e é fornecido um cardápio para que pudessem avaliar o que pedir.

Ficam cerca de quinze minutos neste exercício e acabam,por maioria dos votos,escolhendo macaxeira cozida com charque.Chamam o garçom,repassam o pedido e enquanto esperam a conversa se inicia.

—Muito ansioso com a sua primeira viagem de aventuras,seu Philliphe?(indaga o vidente)

—Muito mesmo.Sabe,em minha vida inteira nunca aconteceu coisa igual e depois que li o seu livro sonhava com este momento.(Philliphe)

—Eu entendo perfeitamente.Na minha primeira vez,também me senti assim.(constatou Renato)

—A primeira vez sempre é especial,a melhor de todas.Depois,fica-se viciado como eu.Não consigo viver parado,tanto nas esferas espiritual e corporal.(O vidente)

—Maravilha.Se pelo menos achar uma solução para o meu problema já me dou por satisfeito.Tenho que entender que já tenho certa idade.(observou Philliphe)

—E você se considera velho?Qual a sua idade?(O vidente)

—Em torno de quarenta mas sofri tanto na vida que pareço ter cinquenta.(Philliphe)

—Muito jovem.Com os avanços da medicina,está praticamente na metade da vida.(vidente)

—Além do que a idade é algo que está em nossas cabeças.Por exemplo,tenho quinze anos de idade real e uns trinta anos de idade mental.(explicou Renato)

—Brilhante,companheiro!Está vendo,Philliphe?Não se preocupe com isso.(vidente)

—Obrigado pela força dos dois.Aliviou um pouco a minha dor.(Philliphe)

“Philliphe se emociona por ter encontrado dois personagens tão legais e distintos” . "Tinha tido muita sorte mesmo”.Quantos milhões não sonhavam em estar frente a frente com o vidente super poderoso dos livros e que polemicamente se declarava “O filho de Deus”?E quantos outros não queriam estar junto de Renato,símbolo de superação,que fora fundamental em todas as aventuras da série?Além de ter tido conhecido a miraculosa guardiã?Ainda bem que arriscara,procurara seu destino no momento certo e que os dois compraram sua causa.

Lágrimas continuam a rolar do seu rosto,o vidente e Renato se preocupam,o confortando com um abraço.Juntos os três se tranqüilizam.Alguns instantes depois,finalmente o rango fica pronto e delicadamente é servido nos pratos de cada um.

 

Começa uma pausa para o lanche reforçado e todos educadamente começam a alimentar-se em silêncio.Neste ínterim,pessoas saem e entram no restaurante,uma música ao fundo começa a ser tocada o que toca ainda mais os corações sensíveis dos três incitando a comunicação novamente.

—Gosta de Música popular Brasileira (MPB),filho de Deus?(pergunta Philliphe)

—Gosto.Tenho um gosto eclético para música:gosto de música que tenha letra,qualidade e toque ao fundo do coração.Especificamente,amo música internacional com seus principais expoentes (apesar de não entender),sertanejo,pop,rock,funk,romântico,country,axé,etc.(O vidente)

—E você Renato?(Philliphe)

—Gosto de música sem vergonha.kkkkk.(em risos,Renato)

—Como assim,kkkk?(em ataque de risos,Philliphe)

—Letras com duplo sentido,palavrões e ousadas.Mexem muito com a minha imaginação!(Renato)

—Tem vergonha,Renato!Vai rezar que é melhor.(vidente)

—Não me provoque.Você pode ser o filho de Deus mas ainda não é santo.Não me force a falar.(diz Renato,irado)

—Chantagista,kkkk.Paz,Renato!(vidente)

—Vocês dois são umas figuras,hein?Realmente na música há gosto para tudo e todos os estilos tem que ser respeitados.Eu,particularmente,sou dos antigos e gosto mais do meu forrozinho pé de serra como todo bom sertanejo.Quando estava com minha falecida amada Angélica,curtimos vários momentos felizes junto ouvindo este tipo de música.Sabem,é muito mágico,inexplicável.(Philliphe)

—Eu entendo.Amo também a música e ela me desperta também muitos sentimentos distintos.Na verdade,escuto música a todo o momento pois me faz muito bem.(o vidente)

—Como esta que está tocando agora?(Philliphe)

—Sim,um grande amor impossível.(O vidente)

—Não é bom,companheiro.Já falamos sobre isso.Siga sua vida.(Renato)

—è inevitável,Renato.Há alguém que controle o ímpeto do coração?(o vidente)

—Não o recrimine,Renato.Você não tem idade para isso mas um dia vai compreender.Precisamos é apoiá—lo.Conte comigo sempre,amigo.(Philliphe)

O vidente é mais um que se emociona.Para de comer,chora até a música se extinguir.Os colegas o abraçam e ele finalmente se restabelece rapidamente.Terminam de comer,chamam o garçom novamente e desta feita pedem algo para beber:Cerveja para Philliphe,refrigerante para Renato e um suco de goiaba para o vidente.

Ficam a observar o movimento do estabelecimento.Cinco minutos depois,já são servidas as bebidas e então o silêncio se quebra mais uma vez.

—Bem,Philliphe,fale-nos um pouco mais de você.Como é geralmente sua rotina,o seu dia a dia?(O vidente)

—Atualmente minha vida se resume a trabalho que envolve o setor público,o meu sítio e minha casa.Estou assim desde que perdi o que era mais importante na minha vida,meus filhos e minha mulher.E a de vocês?(Philliphe)

—A minha vida é agitada.Trabalho também no setor público,seis horas por dia,e ao chegar em casa estudo para concursos e realizo o meu mister de escritor.Considero-me caseiro e quando saio a passeio,geralmente nos fins de semana,prefiro fazê-lo acompanhado.(o vidente)

—Minhas atividades giram em torno dos estudos e ajudar a minha mãe em casa.Gosto de sair com amigos nos fins de semana e paquerar.(Renato)

—Além das citadas atividades,quais outras aprecia?(o vidente)

—Gosto de ler e de música.É o meu relaxamento .E vocês?(Philliphe)

—Muita música,filmes,futebol,leitura só nos fins de semana quando não estou muito ocupado.Algumas coisas que eu queria mudar um dia era ter tempo para praticar exercícios e dança meus pontos fracos.(O vidente)

—No meu caso,dança é o meu forte pois já participei de vários concursos com minha paquera e ganhei.Estudar também é bom pois é meu futuro.(Renato)

—Sua paquera?Estou impressionado com a ousadia deste garoto nesta idade seu vidente.(Philliphe)

—Eu não me impressiono mais.Ele já fez coisas mais deslumbrantes e secretas.Eu sei de tudo!(o vidente)

—Como o quê?(desafia Renato)

—Deixa para lá.KKkk(risos).Philliphe,mudando de assunto e se fracassarmos?Quer dizer,se não encontrarmos aquilo que deseja nesta imprevisível viagem?(Questionou o vidente)

—Não acredito.Pelo pouco que conheço de vocês,são vencedores em tudo o que fazem.Estou tranqüilo e vamos ver no que vai resultar esta loucura.(Philliphe)

—Muito bem.Philliphe.Independente do resultado,saiba que estamos contigo para o que der e vier.(Renato)

—Isto.Amigos sempre.(Completou o vidente)

A dupla incrível da série o vidente levantou-se e abraçou o protegido.Formavam assim um trio perfeito pronto para lutar pelo conhecimento e revelação necessárias referentes á quarta saga.Mas o que buscavam realmente?Por acaso seria o conhecimento de Deus,das suas linhas escritas a todo o momento que influenciavam os dois tipos de destino?ou quem sabe apenas um autoconhecimento próprio que curasse as feridas abertas pela vida?Ou até mesmo o sagrado testamento,algo nunca antes revelado na história da humanidade?Ou ainda uma junção dos três?O que se sabia,no momento,que o pesar de Philliphe era muito grande e merecia uma reflexão conjunta e um posterior direcionamento.Uma nova vida,assim por dizer,ele buscava e merecia depois de tantas tragédias particulares.

Findo o abraço,terminam a bebida,chamam o garçom,ele traz a conta,levantam-se,vão ao caixa e pagam.Após,com largas passadas,saem do restaurante e voltam fazendo o mesmo caminho em direção á rodoviária.Em dez minutos,já estão na mesma,vão ao balcão,compram as passagens para Cabrobó e sentam nas poltronas do cimento a esperar.Seriam mais de trinta minutos de angústia até a chegada da condução.

Neste intervalo,conversam um pouco mais entre si e com outros presentes,escutam música,compram pipoca e admiram o trânsito que no momento encontra-se bastante movimentado.Revezam-se nestas atividades até a chegada do ônibus que aparece no tempo previsto.Levantam-se das poltronas de cimento e com passadas firmes e largas aproximam-se da condução diante dum sol escaldante o que provoca arrepios e suores.

Com mais alguns passos,conseguem subir no automóvel e como de costume pegam as cadeiras da frente.Relaxam,conversam entre si e instantes depois com todos dentro finalmente é dada a partida.Rumo ao destino dos três,em mais um episódio complicado e desafiador.

Começava aí uma longa viagem monótona,cansativa e angustiante mas inspiradora para todos.Da parte deles,estavam dispostos a fazer todos os esforços para alcançar o sucesso,resolver seus problemas pessoais,aprender mais um pouco.Porém,só isso não era suficiente para lograr o êxito.Ainda estavam envolvidos na aventura forças desconhecidas,o confronto luz-treva era muito presente,o Maktub escondia-se cada vez mais e envolvia os dois tipos de destino.Tudo era questão de tempo e eles teriam que esperar.De Arcoverde a Cabrobó seriam aproximadamente 250 km(Duzentos e cinqüenta quilômetros) que podiam ser percorridos contando as paradas em aproximadamente quatro a cinco horas.

A grande travessia se inicia......Os três esforçam-se para passar o tempo da maneira mais confortável possível.Enquanto o vidente aproveita para ler um bom livro,Philliphe dorme ao lado e Renato conversa animadamente com uma garota no outro banco.O nome dela è Michelle Lopes.Vejamos como nosso augusto personagem se sai no diálogo.

—Oi,meu nome é Renato e o seu?

—Michelle Lopes.De onde você?

—Resido na Serra do Ororubá,próximo ao distrito de Mimoso-Pesqueira-PE e você?

—Em Arcoverde mesmo.Qual sua idade?

—Quinze e você?

—Dezoito.Iniciando a faculdade de Pedagogia.E você?estuda também?

—Sim.Estou no primeiro ano do ensino médio.Estudo na cidade de Pesqueira no colégio cristo Rei.

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