Um Sonho de Mortais

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Из серии: Anel Do Feiticeiro #15
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Godfrey, sentindo-se sobrecarregado e tentando ignorar os gritos dos outros prisioneiros no corredor, caminha até a porta da cela, pressiona a testa contra o ferro frio e pesado e fecha os olhos.

"Traga-o aqui!" Dispara uma voz do fundo do corredor de pedra.

Godfrey abre os olhos, vira a cabeça e, ao olhar para o corredor, vê vários guardas do Império arrastando um prisioneiro. O prisioneiro usa uma faixa vermelha por cima do ombro, atravessando o seu peito, e é carregado nos braços dos soldados sem relutar, sem ao menos tentar resistir. Na verdade, quando ele se aproxima, Godfrey percebe que eles o estão arrastando enquanto ele parece estar inconsciente. Algo claramente está errado com ele.

"Você está me trazendo outra vítima da peste?" O guarda grita com desdém. "O que você espera que eu faça com ele?"

"Isso não é problema nosso!" Os outros guardas respondem.

O guarda de plantão demonstra uma expressão de medo e começa a erguer as mãos.

"Eu não vou colocar minhas mãos nele!" Ele diz. "Coloquem-no poço com as outras vítimas da peste."

Os guardas olham para ele interrogativamente.

"Mas ele ainda não está morto," eles respondem.

O guarda de plantão faz uma careta.

"Você acha que eu me importo com isso?"

Os guardas trocam um olhar e, em seguida, seguem as ordens do guarda, arrastando o prisioneiro para o outro lado do corredor da prisão e jogando o homem dentro de um grande poço. Godfrey vê que o poço está cheio de corpos, todos eles cobertos com a mesma faixa vermelha.

"E se ele tentar fugir?" Os guardas perguntam antes de se virar.

O guarda comandante sorri um sorriso cruel.

"Você não sabe o que a peste faz a um homem?" Ele pergunta. "Este homem estará morto ao amanhecer."

Os dois guardas se viram e vão embora, e Godfrey olha para a vítima da peste, deitado ali sozinho naquele poço subterrâneo, e de repente têm uma ideia. É um plano tão louco que é provável que ele funcione.

Godfrey olha para Akorth e Fulton.

"Deem-me um soco" Ele pede.

Akorth e Fulton trocam um olhar intrigado.

"Eu estou pedindo para que vocês batam em mim!" Repete Godfrey.

Eles balançam a cabeça.

"Você está louco?" Pergunta Akorth.

"Eu não vou lhe dar um soco," Fulton entra na conversa, "por mais você possa merecê-lo."

"Eu estou lhes ordenando que me deem um soco!" Godfrey exige. "Com força, no rosto. Quebrem o meu nariz! AGORA!"

Mas Akorth e Fulton se viram.

"Você ficou louco" Eles dizem.

Godfrey olha para Merek e Ario, mas eles também recuam.

"Não quero saber o que aconteceu," Merek diz, "Mas eu não quero participar disso."

De repente, um dos prisioneiros se aproxima de Godfrey.

"Não pude deixar de ouvir sua conversa," ele diz, exibindo um sorriso banguela e soltando um bafo horrível na direção de Godfrey. "Eu ficarei mais do que feliz em bater em você, nem que seja para fazê-lo calar essa boca! Você não tem que me pedir duas vezes."

O prisioneiro dá um golpe certeiro no nariz de Godfrey com os nós de seus dedos ossudos e Godfrey sente uma dor aguda atravessar seu crânio ao mesmo tempo em que ele grita, levando as mãos ao nariz. O sangue esguicha por todo o seu rosto e escorre pela sua camisa. A dor é tão intensa que Godfrey perde temporariamente a visão.

"Agora eu preciso daquela faixa," diz Godfrey, voltando-se para Merek. "Você pode pegá-la para mim?"

Merek, intrigado, segue a direção dos olhos de Godfrey e vê o prisioneiro deitado inconsciente no poço.

"Por quê?" Ele pergunta.

"Faça o que eu estou lhe pedindo," Ordena Godfrey.

Merek franze a testa.

"Se eu amarrar algo, talvez eu possa alcançá-la" Explica ele. "Alguma coisa comprida e fina."

Merek estende a braço, coloca as mãos na gola de sua camisa e extrai um pedaço de arame dela; então, ele o desdobra e percebe que o arame é longo o suficiente para suas necessidades.

Merek se inclina contra as grades da prisão, com cuidado para não alertar o guarda, e estende a mão com o arame, tentando pescar a faixa. Ele começa a arrastá-la pelo chão, mas ela logo cai.

Ele tenta várias outras vezes, mas o cotovelo de Merek fica preso nas barras da cela. Seus braços não são magros o suficiente.

O guarda se vira na direção deles e Merek rapidamente recolhe o braço antes que possa ser visto.

"Deixe-me tentar," Pede Ario, dando um passo à frente quando o guarda lhes dá as costas novamente.

Ario segura o arame, estica o braços através das barras e, por ser muito magra, ele consegue enfiá-lo através das barras da cela até o ombro.

Aqueles centímetros a mais são exatamente do que eles precisam. O arame alcança o fim da faixa vermelha e Ario começa a puxá-la em sua direção. Ele para quando o guarda, cochilando de costas para eles, levanta a cabeça e olha em sua direção. Todos eles esperam, suando e rezando para que o guarda não veja o que eles estão fazendo. Eles esperam pelo que parece uma eternidade, até que finalmente o guarda começa a cochilar novamente.

Ario puxa a faixa cada vez mais perto, deslizando-a pelo chão da prisão, até que, finalmente, ele consegue puxá-la para dentro da cela.

Godfrey estende o braço e veste a faixa, e todos eles se afastam dele com medo.

"Que diabos você está fazendo?" Pergunta Merek. "A faixa está contaminada com peste. Você pode infectar todos nós."

Os outros presos na cela também recuam.

Godfrey olha para Merek.

"Eu vou começar a tossir e não vou parar," Ele diz enquanto veste a faixa e seu plano vai tomando forma em sua mente. "Quando o guarda se aproximar, ele verá o meu sangue e esta faixa, e você vai dizer a ele que eu estou com a peste e que eles cometeram um erro em não me separar do grupo."

Godfrey não perde tempo. Ele começa a tossir violentamente, espalhando o sangue em seu rosto para ficar com a pior aparência possível. Ele tosse mais alto do jamais havia tossido antes até que, finalmente, ele ouve a porta da cela se abrir e os passos do guarda.

"Façam seu amigo calar a boca," Diz o guarda. "Vocês estão entendendo?"

"Ele não é meu amigo," Responde Merek. "Apenas um homem que nós conhecemos. Um homem contaminado com a peste."

O guarda, perplexo, olha para baixo, nota a faixa vermelha e seus olhos se arregalam.

"Como ele entrou aqui?" Pergunta o guarda. "Ele deveria ter sido separado."

Godfrey tosse cada vez mais, todo o seu corpo torturado pelo acesso de tosse.

Ele logo sente mãos ásperas agarrando-o e arrastando-o para fora aos empurrões. Ele tropeça e, com um último empurrão, é atirado dentro do poço com as outras vítimas da peste.

Godfrey cai em cima de um corpo infectado, tentando não respirar muito fundo e virando a cabeça na outra direção para não se contaminar com a doença do homem. Ele reza a Deus para que isso não aconteça. Aquela certamente será uma longa noite, deitado ali, mas ele não está sendo supervisionado agora e, quando o dia amanhecer, ele poderá sair. E então, ele irá atacar.

CAPÍTULO OITO

Thorgrin percebe que seu corpo mergulhando no oceano à medida que a pressão nos seus ouvidos aumenta quando ele afunda na água gelada, tendo a sensação de que está sendo perfurado por um milhão de adagas. No entanto, ao mergulhar mais fundo, a coisa mais estranha acontece: a luz não fica mais escura e sim, mais brilhante. Ao mesmo tempo em que ele se debate, afundando, arrastado para o fundo pelo peso do mar, ele olha para baixo e fica espantado ao ver, envolta por uma nuvem de luz, a última pessoa que ele havia pensando encontrar ali: sua mãe. Ela sorri para ele, a luz tão intensa que Thorgrin mal consegue ver o rosto dela, e estende a mão para ele com os braços abertos enquanto ele afunda na direção dela.

"Meu filho," ela diz, sua voz cristalina apesar das águas. "Eu estou aqui com você. Eu amo você. Essa não é a sua hora ainda. Seja forte. Você passou no teste, mas há muito mais por vir. Enfrente o mundo e nunca se esqueça de quem você é. Nunca se esqueça: o seu poder não vem de suas armas, mas de dentro de você."

Thorgrin abre a boca para responder, mas ao fazer isso, ele se vê sendo sugado pela água e começa a se afogar.

Thor acorda assustado e olha ao seu redor, se perguntando onde ele está. Ele sente um material áspero em seus pulsos e percebe que está amarrado com as mãos atrás das costas, contra um poste de madeira. Ele olha ao redor do porão escuro, sente o movimento de balanço e imediatamente percebe que ele está em um navio. Ele sabe pelo jeito que seu corpo se move, pela luz que invade o local e pelo cheiro de mofo dos prisioneiros que ele está no convés inferior.

Thorgrin observa seus arredores, imediatamente atento apesar da sensação de fraqueza, e tenta se lembrar. A última coisa que ele lembra é daquela terrível tempestade e de ver seus homens caindo no mar. Ele se lembra de Angel, de ter se agarrado a ela com todas as suas forças, e se lembra da espada em seu cinto, a Espada dos Mortos. Como ele havia sobrevivido?

Thor continua olhando ao seu redor, se perguntando como ele pode estar navegando no mar, confuso e procurando desesperadamente por seus irmãos e por Angel. Ele se sente aliviado ao ver as formas na escuridão e identificar todos eles nas proximidades, amarrados aos postes com cordas: Reece e Selese, Elden e Indra, Matus, O'Connor e, a alguns metros de distância deles, Angel. Thor fica feliz em ver que eles estão todos vivos, embora pareçam exaustos, abatido pela tempestade e pelos piratas.

Thor ouve gargalhadas, discussões e aplausos vindos de algum lugar lá em cima e, em seguida, o que parecem ser explosões em seus ouvidos quando homens caem uns sobre os outros na plataforma acima dele, e finalmente se lembra da presença dos piratas. Aqueles mercenários que haviam tentado afogá-lo no mar.

 

Ele é capaz de reconhecer aquele som em qualquer lugar; o som de indivíduos brutos, entediados no mar e cheios de crueldade – ele tinha encontrado muitos homens assim antes. Ele percebe que ele é prisioneiro deles agora e começa a forçar suas cordas, tentando se libertar.

Mas ele não consegue. Seus braços tinham sido bem amarrados, assim como seus tornozelos. Ele não irá a lugar nenhum.

Thorgrin fecha os olhos, tentando reunir o seu poder interior, o poder que ele sabe ser capaz de mover montanhas se ele assim escolher.

Mas nada acontece. Ele está muito cansado por causa do naufrágio e suas energias ainda estão muito baixas. Ele sabe por experiência que ele precisa de tempo para se recuperar. Tempo, ele sabe, que ele não possui.

"Thorgrin!" Diz uma voz aliviada, cortando a escuridão. Aquela é uma voz que ele reconhece bem e ele logo vê Reece, amarrado a alguns passos de distância, olhando para ele com alegria. "Você está vivo!" Continua Reece.

"Nós não sabíamos se você conseguiria sobreviver!"

Thor vê O'Connor amarrado do outro lado de Reece e igualmente alegre.

"Eu estive rezando por você durante todo esse tempo," diz uma voz doce e suave na escuridão.

Thor olha para o lado, vê Angel com lágrimas de alegria em seus olhos, e percebe o quanto ela se importa com ele.

"Você deve a ela a sua vida, sabia?" Indra diz. "Quando eles cortaram a sua corda, foi ela quem mergulhou e trouxe você de volta para o navio. Sem Angel você não estaria sentado aqui agora."

Thor olha para Angel com um novo respeito e um novo sentimento de gratidão e devoção.

"Minha pequena, vou encontrar uma maneira de recompensá-la," ele fala para ela.

"Você já fez isso," Ela responde. Thorgrin sabe que ela está sendo sincera.

"Recompense-a tirando todos nós daqui," Responde Indra, lutando contra suas amarras com irritação. "Esses piratas sugadores de sangue são homens da pior estirpe. Eles nos encontraram flutuando no mar e nos prenderam quando nós ainda estávamos inconscientes após aquela tempestade. Se eles tivessem nos enfrentado de homem para homem, a história teria sido muito diferente."

"Eles são covardes," Declara Matus. "Como todos os piratas."

"Eles também levaram as nossas armas," O'Connor acrescenta.

O coração de Thor para de bater por um instante quando ele de repente se lembra das suas armas e armaduras, da Espada dos Mortos.

"Não se preocupe," Reece diz ao ver a expressão em seu rosto. "Nossas armas sobreviveram ao naufrágio, inclusive a sua espada. Pelo menos, elas não estão no fundo do mar. Mas os piratas as roubaram. Você consegue ver, através das fendas no convés?"

Thor olha através das ripas e vê, no convés, todas as suas armas dispostas sob o sol com os piratas aglomerados ao redor delas. Ele vê o machado de guerra de Elden, o arco dourado de O'Connor, a alabarda de Reece, o mangual de Matus, a lança de Indra, o saco de areia de Selese e sua Espada dos Mortos. Ele vê os piratas, com as mãos nos quadris, olhando para baixo e examinando-as com alegria.

"Eu nunca vi uma espada assim antes," Um deles fala para o outro.

Thor enrubesce de raiva ao ver o pirata cutucando sua espada com o pé.

"Parece a espada de um rei," Diz outro, aproximando-se.

"Eu a vi primeiro, ele é minha," Afirma o primeiro.

"Se você me matar, pode ficar com ela," Responde o outro.

Thor observa os homens partindo para a briga e, em seguida, ouve um barulho alto quando ambos caem para o convés, lutando enquanto os outros piratas zombam deles. Eles rolam para um lado e para o outro aos socos e cotoveladas ao mesmo tempo em que outros piratas os incitam. Então, finalmente, Thor vê sangue escorrendo pelo convés quando um pirata bate a cabeça do outro na plataforma.

Os outros aplaudem, apreciando a luta.

O pirata que havia ganhado a luta, um homem sem camisa, com um torso musculoso e uma longa cicatriz em seu peito, se levanta e, respirando com dificuldade, caminha até a Espada dos Mortos. Enquanto Thor observa, ele estende a mão, pega a espada e a levanta vitoriosamente. Os outros homens aplaudem.

Thor arde de raiva ao ver aquilo. Aquele homem não tem o direito de empunhar sua espada, uma espada digna de um rei. Uma espada pela qual ele havia arriscado sua vida. Uma espada feita para ele e nenhum outro homem.

Há um grito súbito e Thor vê o rosto do pirata de repente estremecer em agonia. Ele grita e joga a espada como se estivesse segurando uma cobra, e Thor observa a espada atravessar o ar e cair na plataforma com um estrondo.

"Ela me mordeu!" O pirata grita para os outros. "Essa espada maldita mordeu a minha mão! Veja!"

Ele estende a mão e mostra que está com um dedo faltando. Thor olha para a espada, seu punho visível através das ripas, e vê dentes pequenos e pontiagudos saindo de um dos rostos esculpidos na mesma, com sangue escorrendo por eles.

Os outros piratas se viram e olham para ela.

"Essa é a espada do diabo!" Grita um deles.

"Eu não vou tocá-la!" Grita outro.

"Esqueçam essa espada," diz outro pirata, virando as costas. "Há muitas outras armas para escolher."

"E o meu dedo?" Grita o pirata em agonia.

Os outros piratas riem, ignorando-o, e se concentram em analisar as outras armas, lutando para pegá-las para si mesmos.

Thor volta sua atenção para sua espada, vendo-a agora jogada ali, tão perto dele, tentando-o através das ripas. Ele tenta mais uma vez se libertar usando todas as suas forças, mas suas cordas não cedem. Elas tinham sido muito bem amarradas.

"Se pudéssemos recuperar as nossas armas," Indra dispara. "Eu não posso suportar a visão daquelas mãos gordurosas na minha lança."

"Talvez eu possa ajudar," Diz Angel.

Thor e os outros se viram para ela com ceticismo.

"Eles não me amarraram como fizeram com vocês," Ela explica. "Eles têm medo da minha lepra, portanto amarraram as minhas mãos, mas depois desistiram. Estão vendo?"

Angel fica em pé, mostrando seus pulsos amarrados atrás das costas, mas seus pés livres para caminhar.

"Isso não irá nos ajudar em nada," Dispara Indra. "Você ainda está presa aqui embaixo com todos nós."

Angel balança a cabeça.

"Você não entende," Ela explica. "Eu sou menor do que todos vocês. Posso espremer meu corpo através dessas ripas." Ela se virou para Thor. "Eu posso alcançar sua espada."

Ele olha para ela, impressionado com a sua coragem.

"Você é muito corajosa," Ele fala. "Eu admiro isso em você. No entanto, você está se colocando em risco. Se eles te pegarem lá fora, eles poderão matá-la."

"Ou pior," Selese acrescenta.

Angel continua olhando para eles, orgulhosa e insistente.

"Eu vou morrer de qualquer forma, Thorgrin," Angel responde. "Eu aprendi isso há muito tempo. Minha vida me ensinou isso. Minha doença me ensinou isso. Morrer não importa para mim, apenas a vida me importa. E desejo viver livre, sem ser controlada pelas leis dos homens."

Thor olha para ela, sentindo-se inspirado e espantado com a sua sabedoria para uma garota tão jovem. Ela já sabe mais sobre a vida do que a maioria dos grandes mestres que ele havia conhecido.

Thor acena de volta para ela solenemente. Ele pode ver o espírito de um guerreiro dentro dela e ele não irá contê-lo.

"Vá então," Ele diz. "Seja rápida e mantenha-se calma. Se você perceber qualquer sinal de perigo, volte para nós. Eu me importo mais para você do que com aquela espada."

O rosto de Angel se ilumina e sua motivação cresce. Ela se vira rapidamente e corre desajeitadamente com as mãos atrás das costas até alcançar a fenda. Ela se ajoelha e olha para fora, suando e com os olhos arregalados de medo.

Finalmente, vendo sua chance, Angel enfia a cabeça através de uma lacuna nas ripas, apenas larga o suficiente para que ela possa atravessar. Ela contorce o corpo para atravessá-la, empurrando com os pés.

Um momento depois, ela desaparece e Thor consegue vê-la em pé no convés. Seu coração bate acelerado ao mesmo tempo em que ele reza pela segurança dela e para que ela consiga recuperar a espada e voltar antes que seja tarde demais.

Angel fica em pé e corre rapidamente na direção da espada; ela estende a perna com o pé descalço, pisa no punho da espada e começa a puxá-la em sua direção.

A espada faz um barulho alto ao deslizar pelo convés na direção do porão do navio. A espada está apenas a alguns centímetros de distância dela quando de repente uma voz atravessa o ar.

"Sua pequena ladra!" Grita um pirata.

Thor vê todos os piratas olharem para a arma e, em seguida, correrem na direção de Angel.

Angel corre, tentando chegar até o porão, mas eles chegam até ela antes que ela possa voltar. Eles agarram Angel e Thor pode vê-los caminhando na direção das bordas do navio, prestes a arremessá-la no mar.

Angel consegue erguer uma perna e um gemido atravessa o ar quando ela acerta um chute bem entre as pernas do pirata. O pirata que a está segurando geme de dor, soltando-a, e Angel, sem hesitar, corre de volta pelo convés, pega a espada e a chuta.

Thor observa eufórico quando a espada desliza através das rachaduras e cai no porão, bem aos seus pés, com um estrondo.

Ele ouve um grito como um dos piratas bate no rosto de Angel. Os outros homens a seguram e começam a levá-la de volta para a borda do navio, preparando-se para jogá-la no mar.

Thor, transpirando, mais preocupado com Angel do que com si mesmo, olha para sua espada e sente uma ligação intensa com ela. Sua ligação é tão forte que Thor não precisa usar seus poderes mágicos. Ele fala com a espada como se estivesse conversando com um amigo e sente que ela o ouve.

"Venha até mim, minha amiga. Corte minhas amarras. Vamos ficar juntos novamente."

A espada atende o seu chamado. De repente, ela começa a flutuar no ar, vai até as costas de Thor e corta as cordas.

Thor imediatamente se vira, pega o punho da espada no ar e golpeia para baixo, cortando as cordas em torno de seus tornozelos.

Então, ele se levanta e corta as amarras de todos os outros.

Thor se vira e, com um chute, arranca a porta de madeira. Aos pedaços, a porta sai voando ao mesmo tempo em que ele sai do porão, livre, com espada na mão e determinado a resgatar Angel.

Thor corre para o convés na direção dos homens que estão segurando Angel, que se contorce em seus braços com medo nos olhos quando eles se aproximam da borda do navio.

"Deixe-a ir!" Thor ordena.

Thor corre até ela, ferindo os piratas que o atacam de todos os lados e cortando-os no peito antes que eles possam desferir um único golpe – nenhum deles a altura dele e da Espada dos Mortos.

Ele atravessa o grupo, chuta dois homens para fora do caminho e, em seguida, estende a mão e agarra a parte de trás da camisa do último pirata pouco antes que ele possa lançar Angel ao mar. Thor puxa o homem em sua direção, puxando Angel de volta para dentro do barco. Em seguida, ele torce o braço do pirata, forçando-o a soltá-la. Ela aterrissa em segurança no convés.

Thor, em seguida, agarra o homem e o joga por cima da borda. Ele mergulha nos mares gelados, gritando.

Thor ouve passos e, ao se virar, vê dezenas de piratas partindo para cima dele. Aquele não é um barco pequeno, mas um enorme navio profissional, tão grande quanto qualquer navio de guerra, e carrega pelo menos uma centena de piratas, todos eles endurecidos e acostumados a uma vida de crimes no mar. Todos eles atacam, apreciando a oportunidade de uma boa luta.

Os companheiros de Thor saem do porão e correm para recuperar suas armas antes que os piratas os alcancem. Elden pula para fora do caminho quando um pirata dá um golpe com um facão, tentando acertar seu pescoço. Então, ele agarra o homem e dá uma cabeçada nele, quebrando o nariz do pirata. Ele pega o facão de sua mão e o corta ao meio. Em seguida, ele pula para alcançar seu machado de guerra.

Reece pega a sua alabarda, O'Connor o seu arco, Indra a sua lança, Matus o seu mangual e Selese o seu saco de areia, enquanto Angel passa correndo por eles e chuta um pirata na canela antes que ele possa arremessar um punhal em Thor. O pirata grita, agarrando a sua perna, e o punhal sai voando para o mar.

Thor parte para cima do grupo, chutando um pirata no peito e cortando outro para, em seguida, girar o corpo e cortar o braço de outro homem antes que ele possa atacar Reece com seu facão. Outro pirata se aproxima, golpeando uma clava na direção da cabeça de Thor. Ele se abaixa e a clava passa zunindo por ele. O pirata se prepara para esfaqueá-lo, mas Reece se adianta e usa sua alabarda para matá-lo.

O'Connor lança duas flechas que passam zunindo por Thor. Thor se vira e vê dois piratas, prestes a atacá-lo, caindo no chão, mortos. Ele vê um pirata correndo na direção de Angel e está prestes a correr atrás dele quando O'Connor se adianta e acerta uma flecha nas costas dele.

 

Thor ouve passos e, ao se virar, vê um pirata se preparando para atingir O'Connor com uma clava. Thor parte para cima dele e, sentindo a Espada dos Mortos vibrando em suas mãos, corta a clava ao meio e perfura o coração do pirata antes que ele possa alcançar O'Connor. Thor, em seguida, se vira, chuta outro homem nas costelas e, controlado pela Espada dos Mortos, corta a cabeça do homem. Thor fica espantado e tem a sensação de que aquela espada tem vontade própria, motivando Thor a fazer a sua vontade.

Ao mesmo tempo em que Thor golpeia furiosamente em todas as direções, uma dúzia de homens parte para cima dele. Thor está coberto de sangue até os cotovelos quando, de repente, um pirata salta no ar e aterrissa em suas costas. O mercenário levanta um punhal e se prepara para enfiá-lo na parte de trás do ombro de Thor. Ele está muito perto e é tarde demais para que Thor possa reagir.

Thor vê um objeto no ar pelo canto de seu olho e de repente sente o homem soltá-lo e cair no convés. Thor se vira e vê Angel em pé, tendo acabado de arremessar uma pedra, e percebe que ela tinha acertado a cabeça do homem em cheio. O homem se contorceu aos pés de Thor, que observa espantado quando Angel se adianta, pega um gancho no chão e, levantando o braço, o enfia no peito do homem. Aquele é o mesmo gancho que os piratas tinham usado para prendê-los em sua rede no mar. A justiça, Thor percebe, tinha sido feita.

Ele não havia imaginado que Angel fosse capaz de se defender; ele vê uma chama ardendo nos olhos dela enquanto ela fica parada diante dele e percebe que Angel possui o espírito de um verdadeiro guerreiro e que é muito mais complexa do que ele havia pensado.

Thor se vira e parte para a briga junto com seus homens, atacando implacavelmente, todos eles unidos como sempre haviam feito em tantos lugares. Eles são uma máquina de matar perfeita e protegem as costas uns dos outros, lutando lutam muito bem juntos e conhecendo os ritmos de cada um. Elden balança seu machado de guerra e Indra arremessa sua lança, matando aqueles que Elden não consegue alcançar. Matus gira o mangual, matando dois piratas de uma vez, enquanto Reece usa a sua longa alabarda para matar três piratas antes que eles possam chegar até Selese. E Selese, por sua vez, coloca a poeira de seu saco em suas feridas, curando seus ferimentos à medida que eles avançam e mantendo-os fortes.

Lentamente, a maré vira à medida que eles derrotam um homem após o outro. Os corpos começam a se acumular no convés e logo resta apenas uma dúzia deles.

Com os olhos arregalados de medo, os piratas restantes, percebendo que não será possível ganhar, derrubam seus punhais, facões e machados e erguem as mãos, aterrorizados.

"Não nos matem!" Grita um deles, tremendo. "Nós não tivemos a intenção de fazer isso! Nós apenas seguimos ordens!"

"Tenho certeza que você não tinha essa intenção," Desdenha Elden.

"Não se preocupe," Thor diz: "nós não vamos iremos matá-los."

Thor embainha a espada, adiantando-se, pega o pirata, levantando-o sobre a sua cabeça, e o arremessa no mar.

"Os peixes farão isso por nós."

Os outros se juntam a ele, empurrando os poucos piratas restantes ao mar com suas armas. Thor observa as águas ficando vermelhas ao mesmo tempo em que tubarões circulam e abafam os gritos dos piratas.

Thor volta a olhar para os outros, que o encaram com seriedade. Ele pode ver em seus olhos que eles estão pensando a mesma coisa que ele: Eles haviam vencido.

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