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A Vista Alegre: apontamentos para a sua historia

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Ali recebeu aquelle cavalheiro sabios conselhos e preciosas indicações do director d'aquella importante manufactura, o illustre Brogniart, que lhe fez ver a completa impossibilidade de se fabricar porcelana, sem o kaulin, que era o que faltava na Vista Alegre.

O snr. Augusto Ferreira Pinto regressou a Portugal trazendo amostras do kaulin empregado em Sevres, e depois da sua chegada os ensaios e experiencias continuaram incessantemente na Vista Alegre, mas sempre sem melhor resultado, até que em 1834 se descobriu o verdadeiro kaulin.

O snr. Ferreira Pinto tinha mandado vir de differentes pontos do paiz, por intermedio dos administradores do contracto do tabaco, de que elle era arrematante, amostras de quantos barros havia mais ou menos conhecidos, a fim de se ver se entre elles se encontrava o desejado kaulin. Estes barros eram todos submettidos a um exame chimico, mas com resultado sempre negativo para o fim que se tinha em vista.

Ao mesmo tempo que se procedia a estes exames um aprendiz de oleiro, fazia por conta propria algumas experiencias não só com aquelles barros, mas com outros que a pedido seu lhe eram trasidos por operarios que dos concelhos de Ovar e Feira vinham trabalhar nas construcções que na Vista Alegre se estavam fazendo. Entre estes barros veio o kaulin de Val Rico, d'aquelle ultimo concelho; trouxe-o um trolha e foi reconhecido pelo aprendiz oleiro que, no meio da sua humilde obscuridade, prestou o grandiosissimo serviço á fabrica de lhe descobrir a materia prima para o fabrico da porcelana, serviço este que não tinha podido ser prestado por os administradores do contracto do tabaco, do paiz inteiro, que d'isso haviam sido encarregados.

O descobridor pois do kaulin empregado hoje na Vista Alegre foi Luiz Pereira Capote, natural de Ilhavo, que falleceu em 1870.

Descoberto o kaulin, principiou desde então a fabrica a produzir porcelana dura, datando portanto de 1834 o seu fabrico, que se foi aperfeiçoando gradualmente, de fórma que em 1840 principiou a Vista Alegre, a poder competir em qualidade com fabricas estrangeiras, o que não succedeu com os preços, pois produzia só caro.

O elevado dos preços difficultou durante alguns annos a extracção de louça, tornando-a pouco conhecida. Os armazens da fabrica estavam atulhados de louça, quando em maio de 1846 rebentou no Minho a revolução popular. Os proprietarios da fabrica receiosos de que ella fosse victima da furia popular annunciaram a venda por lotes de toda a louça em deposito, venda que se realisou por preços bastante convidativos, que fez com que os productos da Vista Alegre se espalhassem, divulgando o seu bem acabado e a sua barateza. Estava aberto um novo periodo de prosperidade para a fabrica, mas este periodo só principiou a sentir-se de 1848 em diante, pois o resto do anno de 1846 e maior parte do de 1847, a fabrica nada produziu, pois estava fechada em resultado dos acontecimentos politicos d'essa epocha.

Prosperando sempre d'anno para anno, a fabrica chegou ao apuro em que hoje está, apresentando largas tendencias para progredir, tal é a activa e intelligente direcção que hoje tem. Para se avaliar dos progressos da fabrica basta dizer-se que os seus productos tem sido premiados em todas as exposições de Londres, Paris, Philadelphia, Vienna d'Austria, Rio de Janeiro e Porto; do consumo que tem obtido os mesmos productos são prova irrefutavel os seguintes algarismos:

Em 1860… 21:949$000

Em 1870… 26:994$000

Em 1880… 49:750$000

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Conjunctamente com a fabrica de porcelana, fundou o snr. José Ferreira Pinto, na Vista Alegre no mesmo anno de 1824 uma outra de vidro e cristal, que lhe ficou annexa. Os primeiros trabalhos foram dirigidos por um allemão, Francisco Miller, que havia annos já estava dirigindo a do Côvo, no concelho de Oliveira d'Azemeis, o qual foi substituido em 1826 por João da Cruz e Costa, de Lisboa, que esteve a dirigir o fabrico do vidro até 1834.

Foram desde logo bastante satisfatorios os resultados obtidos, de sorte que o fundador procurou pol-a logo a par das melhores do estrangeiro, mandando vir mestres experimentados para as differentes officinas de lapidação e floristagem.

Para aquella contractou em 1820 na Inglaterra Samuel Hunles, que veio para a Vista Alegre ganhar 2$400 reis diarios, e ali esteve até 1828, deixando bons discipulos.

O mestre de florista era italiano, e não passou de Lisboa, onde chegou em 1827, por alguem lhe affirmar que era muito miasmatico o clima da Vista Alegre. Para ali foram os aprendizes d'esta officina, que ao fim de tres annos de pratica foram dados por promptos, affirmando o mestre que um d'elles João Ferreira Ribeiro, de Vagos, estava já mais mestre do que elle, o que não era sem fundamento, pois veio para a Vista Alegre dirigir a officina de florista o que fez com talento.

No periodo decorrido de 1836 a 1840, foi enorme a producção do vidro, e todo da melhor qualidade, pois alguns dos productos fabricados n'esta epocha são de uma perfeição inexcedivel.

Quando n'aquelle anno o fabrico da porcelana entrou na phase de aperfeiçoamento e progresso a que já nos referimos, o do vidro principiou a decahir consideravelmente até que cessou de todo em maio de 1846.

Em meados de 1848 continuou a fabricar-se mas em muito menor quantidade e esta mesma só de liso, pois os lapidarios e floristas, durante aquelle interregno, uns tinham ido para a fabrica da Marinha Grande, outros applicaram-se a outros misteres, de fórma que os tempos aureos da fabricação do vidro na Vista Alegre, passaram para nunca mais voltarem.

Em 1880 acabou de todo a fabrica de vidro, demolindo-se o respectivo forno, mas mesmo já até a esta epocha eram grandes as interrupções que se davam com o seu fabrico, estando por vezes muitos mezes sem trabalhar.

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Annexo á fabrica de porcelana e vidro, houve tambem um laboratorio chimico, e a elle se referem os reaes Alvarás de 1 de julho de 1824 e 3 de março de 1826. Foi fundado como aquellas fabricas em 1824. De 1827 a 1832 teve por director D. Euzebio Roiz, official de cavallaria do exercito hespanhol e chimico muito distincto, que veio para Portugal como emigrado em 1820. Depois da sua sahida acabou o laboratorio, do qual não podemos obter mais noticias.

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De 1827 a 1835 foram os productos da fabrica marcados com um V. A. entre duas palmas rematadas por uma corôa. Esta marca era gravada, sendo o carimbo aberto por Manoel de Moraes, de quem já fizemos menção. De 1838 a 1861 não foi geralmente marcada a louça, pois só em alguns serviços d'almaço de maior preço apparece um V. A. dourado. De 1861 em diante é marcada toda a louça, tanto branca como pintada, com um V. A. em azul.

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Com o fim de crear artistas habeis para as duas fabricas de porcelana e vidro, fundou em 1826 o snr. José Ferreira Pinto Basto, na Vista Alegre um collegio com o internato, onde se ensinava, além d'um dos misteres da fabrica, instrucção primaria e musica.

A inauguração foi feita com grande solemnidade, vindo assistir a ella o fundador.

Os primeiros alumnos admittidos foram treze, e o director José Vicente Soares, de Penafiel. Esta instituição acabou em 1842, chegando a ter nos ultimos annos quarenta alumnos.

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Como dependencia da fabrica, ha tambem na Vista Alegre, um pequeno mas elegante theatro, que além da galeria ou camarote destinado aos proprietarios da fabrica, tem platea com capacidade para cento e oitenta logares. Foi fundado em 1851, realisando-se a inauguração com as comedias Um duello em Campolide, O quarto de duas camas, Util e agradavel.

O panno de bocca e bem assim o tecto foi pintado pelo director da officina de pintura Chartier Rousseau. Aquelle representa a Vista da Praia Grande de Macau, e este Apollo e as nove musas.

Anteriormente á fundação do actual theatro houveram dois, datando a fundação do mais antigo de 1825 ou 1827, e que foi inaugurado com a representação da comedia O gallego lorpa.

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Como dependencia do collegio organisou-se tambem em 1826 uma phylarmonica privativa da fabrica, e composta unica e exclusivamente de operarios d'ella.

Esta phylarmonica ainda continua a existir e tem tido desde o seu principio até hoje os seguintes regentes: – José Vicente Soares, de 1820 a 1828: Prudencio Apolinario, de 1830 a 1834; Filippe Marcelino Classe, de 1834 a 1838; Antonio Dias, de 1838 a 1845: João Antonio Ferreira, de 1847 a 1851; Antonio Dias, de 1852 a 1866; e Joaquim Martins Rosa, de 1867, em diante.

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Os pruductos da fabrica da Vista Alegre tem sido premiados com medalhas de cobre e prata em todas as exposições do Londres, Paris, Philadelphia, Vienna d'Austria, Rio de Janeiro e Internacional do Porto.

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A fabrica da Vista Alegre tambem tomou parte muito activa nos acontecimentos politicos de 1846 e 1847. Quando em 14 de maio d'aquelle anno a cidade de Aveiro adheriu ao pronunciamento popular iniciado no Minho, a população operaria da Vista Alegre pronunciou-se tambem e fraternisando com os que n'aquella cidade se haviam revolucionado, marchou com elles para Cantanhede e d'aqui para Coimbra, a fim de receber ordens e instrucções da junta governativa, que ali se havia installado. De Coimbra marcharam os operarios da Vista Alegre e os populares d'Aveiro para Villa Nova de Gaya, onde se conservaram até que o Porto adheriu tambem á causa que elles defendiam.

Feita a revolução no Porto em 9 d'outubro contra o golpe de Estado de 6 do mesmo mez, os operarios da Vista Alegre abraçaram logo com enthusiasmo a causa da junta, procedendo immediatamente á organisação d'um corpo de voluntarios, com o nome de Batalhão Nacional do Concelho d'Ilhavo. No dia 23 de outubro marchou o batalhão para o Porto, levando por commandante um dos proprietarios e administrador da fabrica, o snr. Alberto Ferreira Pinto Basto, e por major o director da mesma fabrica, João Maria Rissoto.

 

No dia 28 de outubro fez o batalhão da Vista Alegre, pois era assim que era conhecido, a sua entrada no Porto, indo á sua frente o Visconde de Sá da Bandeira, que chegando n'esse mesmo dia de Lisboa, quiz honrar os valentes operarios, commandando-os n'aquelle dia.

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