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CAPÍTULO 34

Quando a fazenda apareceu, Riley sentiu-se abalada de uma maneira que ela não esperava. Era como se ela tivesse sido transportada para uma pintura a óleo de uma América rural ideal. A casa branca de estrutura de madeira estava instalada confortavelmente em um pequeno vale. A casa era velha, mas, obviamente, estava em condições decentes.

Algumas dependências estavam espalhadas nas terras próximas. Não estavam em tão bom estado de conservação como a casa. Nem o grande celeiro, que parecia prestes a entrar em colapso. Mas essas estruturas pareciam ainda mais encantadoras por causa de sua dilapidação.

Riley estacionou perto da casa. Ela verificou sua arma em seu coldre e saiu do carro. Ela respirou o limpo ar do campo.

Aqui não deveria ser um local tão adorável, Riley pensou. E, no entanto, sabia que fazia todo o sentido. Desde que ela tinha falado com seu pai, ela mal tinha pensado que a toca do assassino podia muito bem ser um lugar de beleza.

Ainda assim, havia uma espécie de perigo ali para o qual ela não tinha se preparado. Era o perigo de ser embalada pelo puro charme de seu entorno, de baixar sua guarda. Ela teve de lembrar a si mesma que um mal hediondo convivia com aquela beleza. Ela sabia que estava prestes a encontrar-se cara a cara com o verdadeiro horror do lugar. Mas ela não tinha ideia de onde ela o encontraria.

Ela se virou e olhou à sua volta. Não viu nenhuma caminhonete no local. Ou Dirk estava dirigindo em algum lugar, ou o veículo estava dentro de um dos edifícios ou no celeiro. O próprio homem poderia estar em qualquer lugar, é claro, em uma das dependências, possivelmente. Mas ela decidiu verificar a casa primeiro.

Um ruído a assustou, e sua visão periférica pegou uma onda de um rápido movimento. Mas era apenas um punhado de galinhas soltas. Várias galinhas estavam bicando o chão nas proximidades. Nada mais se movimentava, com exceção da grama e das folhas das árvores sob a suave brisa que soprava através delas. Sentia-se completamente sozinha.

Riley se aproximou da casa da fazenda. Quando chegou aos degraus, ela pegou sua arma, em seguida, caminhou até a varanda. Ela bateu na porta da frente. Não houve resposta. Ela bateu novamente.

"Eu tenho uma entrega para Dirk Monroe," ela gritou. "Preciso de uma assinatura." Ainda sem resposta.

Riley saiu da varanda e começou a circular a casa. As janelas eram muito altas para ela poder ver, e ela descobriu que a porta de trás também estava trancada.

Ela se voltou para a porta da frente e bateu novamente. Ainda havia apenas silêncio. A fechadura da porta era de um tipo simples e antigo. Ela carregava um conjunto para abrir fechaduras em sua bolsa apenas para tais situações. Sabia que o gancho de uma pequena chave inglesa plana resolveria.

Ela enfiou a arma de volta no coldre e encontrou a chave inglesa. Ela a inseriu na fechadura, em seguida, apalpou e torceu-a até que a fechadura rodasse. Quando ela virou a maçaneta, a porta se abriu. Pegou a arma novamente e entrou.

O interior tinha as mesmas características pitorescas que a paisagem do lado de fora. Era uma pequena casa de interior perfeita, extremamente limpa e arrumada. Havia duas grandes cadeiras macias na sala de estar com peças de malhas brancas nos braços e costas.

A sala lhe dava a sensação de que os amigáveis membros da família poderiam sair a qualquer momento para recebê-la, para convidá-la a se sentir em casa. Mas, quando Riley estudou seu entorno, aquele sentimento diminuiu. Aquela casa realmente não parecia como se tivesse moradores. Tudo era apenas muito arrumado.

Lembrou-se das palavras do pai.

Ele quer começar tudo de novo. Ele quer percorrer todo o caminho de volta para o começo.

Isso era exatamente o que Dirk estava tentando fazer ali. Mas ele estava falhando, porque a sua vida, de alguma forma, fora irremediavelmente imperfeita desde o início. Certamente ele sabia disso e era atormentado por esta ideia.

Em vez de encontrar o seu caminho de volta para uma infância mais feliz, ele tinha preso a si mesmo em um mundo irreal – uma exibição que poderia estar em algum museu histórico. Um bordado ponto-cruz enquadrado estava pendurado na parede da sala de estar. Riley deu um passo mais perto para olhar para ele.

Os pequenos x costurados formavam a imagem de uma mulher em um vestido longo e segurando um guarda-sol. Abaixo dela havia palavras bordadas…

A Belle do sul é sempre
Graciosa
Educada
gentil…

A lista continuava, mas Riley não se preocupou em ler o resto. Ela entendeu a mensagem que importava para ela. O bordado não era mais que pensamentos positivos. Obviamente, aquela fazenda nunca fora uma plantação. Nenhuma Belle do Sul havia vivido ali, bebericando chá doce e dando ordens a servos.

Ainda assim, a fantasia devia ser querida por alguém que viveu ali, ou tinha vivido no passado. Talvez alguém que tivesse comprado uma boneca – a boneca que representava a Belle do sul em um livro de histórias.

Atenta a qualquer som, Riley moveu-se calmamente pelo corredor. De um lado, uma porta em arco abria para uma sala de jantar. Sua sensação de estar em um tempo passado ficou ainda mais forte. A luz do sol atravessava as cortinas de renda que pairavam sobre as janelas. Uma mesa e cadeiras estavam posicionadas perfeitamente, como se esperassem uma família para jantar. Mas, como todo o resto, a sala de jantar parecia que não era utilizada há muito tempo.

Uma grande cozinha à moda antiga estava do outro lado do corredor. Ali, também, tudo estava em seu devido lugar, não havia nenhum sinal de uso recente.

À sua frente, no final do corredor, havia uma porta fechada. Quando Riley andou em sua direção, um conjunto de fotografias emolduradas na parede chamou sua atenção. Ela as examinou ao se aproximar. Elas pareciam ser fotos de famílias comuns, algumas pretas e brancas, algumas coloridas. Elas eram de um tempo antigo – talvez há mais de um século.

Eram exatamente o tipo de imagens que se poderia encontrar em qualquer casa – pais, avós idosos, crianças e a mesa da sala de jantar farta com festas de celebração. Muitas das imagens estavam desbotadas.

Uma figura que não parecia ter mais do que um par de décadas de idade parecia ser um aluno de escola pitoresca – um estudante limpo com um novo corte de cabelo e um sorriso forçado e duro. A imagem à direita era uma mulher que abraçava uma menina em um vestido de babados.

Então, com um choque ligeiro, Riley percebeu que a menina e o menino tinham exatamente o mesmo rosto. Eles eram, na verdade, a mesma criança. A menina com a mulher não era uma menina exata, era o estudante usando um vestido e uma peruca. Riley se estremeceu. A expressão no rosto do garoto fantasiado lhe dizia que não era o caso de uma inofensiva fantasia ou uma brincadeira confortável. Nessa fotografia, o sorriso da criança estava angustiado, miserável – até com raiva e ódio.

A última foto mostrava o menino com cerca de dez anos de idade. Ele estava segurando uma boneca. A mulher estava atrás do menino, sorrindo um sorriso que brilhava com uma alegria inteiramente equivocada, incompreensível. Riley se inclinou mais perto para ver a boneca e engasgou.

Lá estava ela – uma boneca que combinava com a imagem do livro na loja. Era exatamente a mesma, com longos cabelos loiros, olhos azuis brilhantes, rosas e fitas cor de rosa. Anos atrás, a mulher tinha dado ao menino aquela boneca. Ela deve tê-lo forçado para ele pegá-la, esperando que ele fosse amá-la e adorá-la. A expressão de tortura no rosto do garoto contava a história real. Ele não conseguiu fingir um sorriso nessa vez. Seu rosto estava atado com nojo e auto aversão. A imagem capturou o momento em que algo se partiu por dentro dele, para nunca mais ser consertado de novo. Ali mesmo, a imagem da boneca se instalou na imaginação do jovem infeliz. Ele não conseguiria nunca mais removê-la. Era uma imagem que ele estava recriando com mulheres mortas.

Riley se afastou das imagens. Ela se moveu em direção à porta fechada no final do corredor. Engoliu em seco.

É aqui, ela pensou.

Ela tinha certeza disso. Aquela porta era a barreira entre a beleza irreal, artificial e morta daquela casa de campo e a realidade feia e perversa que penetrava por trás dela. Aquela sala era onde a máscara falsa da normalidade feliz caia de uma vez por todas.

Segurando a arma em sua mão direita, ela abriu a porta com a mão esquerda. O quarto estava escuro, mas, mesmo na penumbra do local, ela podia ver que era completamente o contrário do resto da casa. O chão estava cheio de detritos.

Ela encontrou um interruptor de luz ao lado da porta e o acendeu. A única lâmpada do teto revelou um pesadelo espalhando-se diante dela. A primeira coisa que ela registrou em sua mente era um cano de metal no meio do espaço, aparafusado do chão ao teto. Manchas de sangue no chão marcavam o que aconteceu lá. Os gritos ignorados de mulheres ecoaram em sua mente, quase esmagando-a.

Ninguém estava dentro da sala. Riley firmou-se e deu um passo adiante. As janelas estavam fechadas com tábuas e nenhuma luz solar entrava. As paredes eram rosas, com imagens do livro de histórias pintadas sobre elas. Mas elas estavam desfiguradas por manchas horrendas.

Pedaços de mobiliários de crianças – cadeiras e bancos de babados para uma jovem garota – estavam derrubados e quebrados. Pedaços de bonecas haviam sido jogados em todos os lugares – membros amputados e cabeças e pedaços de cabelos. Perucas de boneca pequenas estavam pregadas nas paredes.

Com o coração batendo com medo, com raiva, lembrando-se muito bem de seu próprio cativeiro, Riley entrou mais ainda naquela sala, hipnotizada pela cena, pela fúria, pela agonia que ela sentia ali.

Houve um ruído súbito atrás dela e, de repente, as luzes se apagaram.

Riley, em pânico, virou-se para disparar a sua arma, mas perdeu sua chance. Algo pesado e duro atingiu seu braço em um golpe agonizante. Sua arma caiu deslizando na escuridão.

Riley tentou esquivar o próximo golpe, mas, um rígido e pesado objeto passou atrás de sua cabeça, estalando ruidosamente contra seu crânio. Ela caiu e correu em direção a um canto escuro da sala.

O golpe continuou ecoando entre as orelhas. Brilhos da concussão cintilaram na escuridão de sua mente. Ela tinha sido ferida e sabia disso. Ela se esforçou para se agarrar à sua consciência, mas era como segurar água entre os dedos.

Lá estava ele de novo – com aquela chama branca sibilante se destacando na escuridão. Aos poucos, a luz cintilante revelou quem a estava carregando.

Desta vez era a mãe de Riley. Ela estava de pé bem em frente de Riley, o ferimento fatal da bala sangrava bem no meio do peito, seu rosto estava pálido e ela parecia morta. Mas quando sua mãe falou, foi com a voz do pai de Riley.

"Menina, você está fazendo tudo errado."

Riley foi dominada por uma vertigem nauseante. Tudo estava girando. Seu mundo não fazia sentido nenhum. O que sua mãe estava fazendo, segurando aquele terrível instrumento de tortura? Por que ela estava falando com a voz de seu pai?

Riley gritou: "Por que você não é Peterson?"

De repente, a chama se apagou, deixando vestígios remanescentes da única luz fantasma. Mais uma vez, ela ouviu a voz de seu pai rosnando naquela escuridão completa.

"Esse é o seu problema. Você quer assumir todo o mal do mundo, tudo ao mesmo tempo. Você tem que fazer a sua escolha. Um monstro de cada vez."

Com sua cabeça ainda girando, Riley tentou compreender aquela mensagem. "Um monstro de cada vez," ela murmurou.

Sua consciência vinha e ia, insultando-a com rajadas de lucidez. Ela viu que a porta estava entreaberta e a silhueta de um homem aparecia contra a penumbra do corredor escuro. Ela não conseguia ver seu rosto.

Ele segurava alguma coisa na mão – um pé de cabra, ela agora percebia. Ele parecia estar usando meias em seus pés. Devia estar em algum lugar da casa o tempo todo, esperando o momento certo para aparecer e pegá-la de surpresa.

Seu braço e sua cabeça doíam terrivelmente. Ela sentiu um líquido quente e pegajoso na lateral do seu crânio. Ela estava sangrando, e sangrando muito. Ela lutou contra a inconsciência.

Ouviu o homem rir, o riso não era uma voz familiar. Seus pensamentos tornaram-se irremediavelmente confusos. Não era a voz de Peterson, tão cruel e zombeteira na escuridão. E onde estava sua tocha? Por que era tudo tão diferente?

Ela tateou em sua mente procurando a verdade em sua situação.

Não é Peterson, disse a si mesma. É Dirk Monroe.

Ela sussurrou em voz alta para si mesma: "Um monstro de cada vez."

Esse monstro estava tentando matá-la.

Ela procurou pelo chão. Onde estava sua arma?

O homem se aproximou dela, balançando o pé de cabra com uma mão, cortando o ar com ele. Riley estava a meio caminho de se levantar até ele lhe dar um golpe em seu ombro e a derrubar novamente. Ela se preparou para mais um golpe, mas, em seguida, ouviu o som da alavanca caindo no chão.

Algo estava enrolado ao redor seu pé esquerdo, puxando-a. Ele tinha colocado uma corda em torno desse pé e a arrastou lentamente pelo chão, em direção ao cano no meio da sala. Era o lugar onde quatro mulheres já sofreram e morreram.

Riley tentou sondar seus pensamentos. Ele não tinha olhado para ela, nem a escolhido. Ele nunca a vira comprar aquelas bonecas que ele tanto odiava. Mesmo assim, ele pretendia tirar proveito de sua chegada. Ele iria torná-la sua próxima vítima. Estava determinado em fazê-la sofrer. Ela ia morrer de dor.

Mesmo assim, Riley pegou um vislumbre de iminente justiça. Bill e uma equipe iriam chegar ali em breve. O que Dirk faria quando o FBI invadisse sua casa? Ele iria matá-la, é claro, e instantaneamente. Nunca permitiria que ela fosse resgatada. Mas ele estava condenado do mesmo jeito.

Mas por que Riley tinha que ser sua última vítima? Ela viu os rostos das pessoas que ela amava – April, Bill – até seu pai. Agora Riley sabia que ela compartilhava com ele um vínculo teimoso de uma sabedoria sombria, uma compreensão do mal sem limites no mundo. Ela pensou no trabalho que ela fazia diariamente e, lentamente, uma nova determinação apareceu. Ela não iria deixá-lo dominá-la tão facilmente. Ela morreria em seus próprios termos, não nos dele.

Ela tateou o chão com a mão. Encontrou algo sólido, não parte de uma boneca, mas algo duro e afiado. Ela agarrou o cabo da faca. Era certamente a mesma faca que ele usou nas quatro mulheres.

O tempo desacelerou para um arrastar dormente. Ela percebeu que Dirk tinha acabado de passar a corda ao redor do tubo central. Agora ele estava puxando seu pé contra ele.

Ele estava de costas para ela, certo de que ela já estava derrotada. Sua mente estava ocupada em amarrá-la ao cano – e o que fazer com ela em seguida.

Sua distração deu a Riley um momento, e apenas um momento, antes de ele se virar em sua direção. Ainda de bruços no chão, ela puxou seu corpo para uma posição sentada. Ele percebeu esta movimentação e começou a se virar, mas ela foi mais rápida. Ela colocou seu pé direito livre debaixo dela e, em seguida, levantou-se para encará-lo.

Riley mergulhou a faca em seu estômago, em seguida, tirou-a e esfaqueou-o uma e outra vez. Ela o ouviu gritar e gemer. E continuou esfaqueando-o loucamente até ele desmaiar.

CAPÍTULO 35

Riley abriu os olhos. Seu corpo inteiro estava com dor, especialmente seu ombro e sua cabeça. O rosto de Bill ficou nítido em sua visão. Ela estava sonhando?

"Bill?" Ela perguntou.

Ele sorriu, parecendo aliviada. Ele estava segurando algo suave contra sua cabeça, estancando o fluxo de sangue.

"Bem-vinda de volta," disse ele.

Riley percebeu que ela ainda estava na sala, com o cano nas proximidades. Foi tomada por um momento de pânico.

"Onde está Dirk?" Ela perguntou.

"Morto," disse Bill. "Você deu a ele exatamente o que ele merecia."

Riley ainda se perguntou se ela estava sonhando.

"Eu preciso ver," ela engasgou. Ela conseguiu virar a cabeça. Viu Dirk estendido sobre o chão em uma poça de seu próprio sangue. De olhos abertos. Sem piscar.

Bill virou a cabeça para trás em direção a ele.

"Tente não se mover," disse ele. "Você está bem ferida. Vai ficar bem. Mas perdeu muito sangue."

Um espasmo de tonturas e náuseas lhe diziam que Bill estava certo. Ela conseguiu sussurrar cinco palavras antes de perder a consciência novamente.

"Um monstro de cada vez."

CAPÍTULO 36

O agente especial Brent Meredith fechou o grosso envelope pardo recheado com fotografias e relatórios escritos com uma nota de finalidade satisfeita. Riley sentia a mesma satisfação e ela tinha certeza de que Bill e Flores também. Eles estavam todos sentados à mesa da sala de conferências da Unidade de Análise Comportamental. Se apenas Riley não estivesse enfaixada e machucada, o momento estaria perfeito.

"Então, a mãe de Dirk queria uma filha, e não um filho," disse Meredith. "Ela tentou transformá-lo em uma Belle do Sul. Isso era provavelmente apenas a ponta do iceberg. Deus sabe o que mais ele passou quando era criança."

Bill recostou-se na cadeira.

"Não vamos dar a ele muita simpatia," ele falou. "Nem todo mundo com uma infância ruim se transforma em um assassino sádico. Ele fez suas próprias escolhas."

Meredith e Flores concordaram com a cabeça.

"Mas alguém sabe o que aconteceu com a mãe de Dirk?" Riley perguntou.

"Os registros mostram que ela morreu há cinco anos," disse Flores. "Seu pai desapareceu muito antes disso, quando Dirk ainda era um bebê."

Um silêncio se instalou sobre o grupo. Riley entendia exatamente o que isso significava. Ela estava na presença de três pessoas cujas vidas eram dedicadas a destruir o mal. Mesmo em sua satisfação, o espectro do mal e muito mais trabalho a fazer pairavam sobre todos eles. Ele nunca iria acabar. Não para eles.

A porta se abriu e Carl Walder entrou. Ele era todo sorrisos.

"Bom trabalho, todo mundo," disse ele. Ele deslizou a arma e o distintivo de Riley sobre a mesa em direção a ela. "Estes pertencem a você."

Riley sorriu um sorriso irônico. Walder não ia pedir desculpas, muito menos reconhecer qualquer culpa da sua parte. Mas tudo bem. Riley não sabia muito bem como ela reagiria se ele pedisse desculpas. Provavelmente não graciosamente.

"Aliás, Riley," disse Walder. "O senador me ligou esta manhã, ele lhe enviou seus melhores votos para a sua recuperação e seu agradecimento. Parece pensar o mundo de você."

Riley agora teve que abafar seu divertimento. Aquela ligação, ela tinha certeza, era exatamente o motivo de Walder estar devolvendo sua arma e seu distintivo. Lembrou-se de uma das últimas coisas que Newbroug lhe dissera.

"Você não é o cachorrinho de ninguém."

A mesma coisa nunca poderia ser dita sobre Carl Walder.

"Venha para o meu escritório logo," disse Walder. "Vamos falar sobre promoção. Um cargo administrativo, talvez. Você merece isso."

Sem outra palavra, Walder deixou o escritório. Riley ouviu seus companheiros respirarem um suspiro de alívio compartilhado por ele ter ido embora tão rapidamente.

"Você devia pensar sobre isso, Riley," disse Meredith.

Riley riu.

"Você pode realmente me ver em um trabalho administrativo?"

Meredith deu de ombros.

"Você mais do que pagou suas dívidas. Já fez mais trabalhos de campo árduos do que a maioria dos agentes fará na vida. Talvez devesse virar uma instrutora. Você seria ótima para os agentes em formação, com a sua experiência e suas ideias. Mas o que você acha?”

Riley pensou sobre o assunto. O que ela realmente tinha para ensinar os jovens agentes? Seus instintos eram tudo o que ela tinha e, tanto quanto sabia, a intuição não era algo que poderia ser ensinada. Não havia maneira de treinar as pessoas a seguirem os seus instintos. Ou eles o tinham ou não.

Além disso, será que ela realmente desejava que alguém tivesse seus próprios instintos? Ela vivia muito no terror de seus próprios pensamentos, assombrada por sua inquietante capacidade de prender uma mente do mal. Era uma coisa difícil de se conviver.

"Obrigada," agradeceu Riley, "mas eu gosto exatamente de onde eu estou."

Meredith assentiu e se levantou da cadeira. "Bem, vamos encerrar esse dia. Descansem um pouco, pessoal."

A reunião terminou e Riley e Bill encontraram-se andando pelo corredor juntos em silêncio. Eles deixaram o prédio e sentaram-se juntos em um banco do lado de fora. Minutos passaram. Nenhum deles parecia saber o que dizer. Havia muito a dizer.

"Bill," ela perguntou timidamente, "você acha que podemos ser parceiros de novo?" Depois de uma pausa, Bill respondeu com outra pergunta: "O que você acha?"

Eles se viraram e olharam nos olhos um do outro. Riley podia ver uma dor persistente no rosto de Bill. A ferida que tinha infligido com seu telefonema bêbado ainda não tinha se curado. Levaria um bom tempo.

Mas, agora, ela sabia algo mais – algo que era verdadeiro há muito tempo – mas que ela nunca se permitiu admitir antes. Seu vínculo com Bill era intenso e poderoso, e ele quase certamente sentia o mesmo. Não era mais um segredo que eles poderiam manter de si mesmos. Não havia como eles voltarem a ser o que eram antes.

A parceria estava acabada. Ambos sabiam disso. Nenhum deles tinha que falar isso em voz alta.

"Vá para casa, Bill," Riley disse gentilmente. "Tente colocar as coisas de volta junto com sua esposa. Você tem que pensar nos seus filhos."

"Eu vou," disse Bill. "Mas eu espero que eu não vá perde-la – a sua amizade, quero dizer."

Riley deu uns tapinhas em sua mão e sorriu.

"Não há nenhuma chance de isso acontecer," disse ela.

Ambos se levantaram do banco e foram para seus carros.

*

"O que está em sua mente, mamãe?" Perguntou April.

Riley e April ficaram sentadas na sala de estar assistindo televisão a noite toda. Mais cedo naquela noite, Riley havia contado a April tudo que tinha acontecido, ou, pelo menos, tudo o que ela sentiu que podia dizer a ela.

Riley hesitou antes de responder à pergunta de April. Mas ela sabia que tinha que dizer em voz alta. Além disso, April já sabia disso. Não era um segredo. Era apenas algo que Riley não conseguia tirar de sua mente.

"Eu matei um homem hoje," disse Riley.

April olhou para ela com amor e preocupação.

"Eu sei," disse ela. "Como você se sente?"

"É difícil colocar em palavras," Riley respondeu. "É terrível. É algo que ninguém tem o direito de fazer – nunca mesmo. Mas às vezes é a única coisa."

Riley fez uma pausa. "Eu sinto outra coisa," ela continuou. "Não tenho certeza se eu deveria dizer isso."

April riu baixinho. "Eu pensei que não fossemos fazer esse negócio de silêncio de novo, mãe." Riley firmou-se e disse: "Eu me sinto viva. Deus me ajude, isso faz eu me sentir viva. E a qualquer dia agora, eu sei que alguma mulher vai entrar na loja de Madeline e comprar uma boneca e nunca correrá nenhum perigo. Eu só… Bem, eu só estou feliz por ela. Eu estou contente por poder lhe dar isso, mesmo que ela nunca saiba."

Riley apertou a mão de April.

"É tarde, e você tem escola amanhã," disse ela. April beijou sua mãe na bochecha.

"Boa noite, mãe," disse ela e, em seguida, foi para o seu quarto.

Riley sentiu uma nova onda de dor e exaustão. Ela percebeu que seria melhor ir para a cama ou ela adormeceria ali mesmo, no sofá.

Ela se levantou e caminhou em direção ao seu quarto. Já estava de camisola e não se preocupou em parar no banheiro para escovar os dentes. Ela só queria ir direto para a cama.

Quando ela entrou em seu quarto e acendeu a luz, algo chamou sua atenção imediatamente. Seu coração pulou uma batida.

Lá, em sua cama, havia algo de errado. Era um punhado de pequenas pedras.

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Возрастное ограничение:
16+
Дата выхода на Литрес:
10 сентября 2019
Объем:
281 стр. 3 иллюстрации
ISBN:
9781632915900
Правообладатель:
Lukeman Literary Management Ltd
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