O Encontro Entre Dois Mundos

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O dom de ciência

Amanhece no sítio Fundão,zona Rural de Pesqueira, agreste de Pernambuco-Brasil. Em dado momento, eu e Renato despertamos auxiliados pela claridade intensa provocada pelos raios de sol. Alguns instantes depois, nos levantamos, nos cumprimentamos, nos espreguiçamos, e vamos tomar banho, um por vez. Terminado este processo, voltamos ao quarto, trocamos de roupa, acordamos Angel e por fim nos dirigimos a cozinha a fim de preparar o café. Auxiliados por Angel, finalizamos esta tarefa em pouco tempo e logo depois sentamos a mesa, a fim de comer o desjejum. É aí que se quebra o silêncio até então predominante através do nosso mestre atual.

—E aí? Dormiram com os anjos?) (Angel)

—Não muito bem. Meu espírito foi treinado intensamente e isto me causou muito cansaço. Isto é normal? (O vidente)

—Já eu dormi muito bem. Apesar da dor nas costas, he, he. (Renato)

—Renato,parabéns. Isto é raríssimo aqui no sítio. Aldivan, è absolutamente normal e isto demonstra mais necessidade de treinamento e desenvolvimento. Como foi o sonho? (Angel)

—Na parte principal do sonho ,meu espírito voava, sobre um abismo muito profundo, e dentro dele havia uma espécie de monstro que me perseguia e me usava para escapar. Era como se, no passado, eu o tivesse prendido através de alguma magia e ele me usava agora. No final, nos enfrentávamos, mas ele era muito evoluído para mim. (O vidente)

—Entendo. Talvez isto represente um sinal do destino em relação ao futuro. Basicamente, mais ação, concentração e reflexão. Em suma, energia pura. (Angel)

—Eu o farei. Não faltará dedicação e persistência de nossa parte. Quanto ao próximo desafio, como agir e quando se realizará? (O vidente)

-—Daqui a alguns instantes, depois de terminarmos o café. Iremos ao leste e trabalharemos com o dom da ciência e novamente com a co-visão pois faltam apenas dois passos para a primeira revelação. (Angel)

—Entendi. Estamos à disposição, mestre. (Renato)

—Obrigado Angel pelas informações. (O vidente)

A conversa esfria, continuamos a nos alimentar e quando terminamos, vamos nos preparar para a nova saída: Arranjamos alimento, água, e pego minha bíblia e crucifixo inseparáveis. Com tudo pronto, nos dirigimos a saída, e já fora, procuramos a trilha mais próxima que nos conduz ao nosso destino. Ao encontrarmos, iniciamos a verdadeira caminhada. O que aconteceria? Continue acompanhando, leitor.

O novo começo de caminhada produz em nós um encontro de sentimentos e expectativas opostos, como se fossem dois mundos completamente diferentes. Ao mesmo tempo em que comemoramos o cumprimento das metas atuais, nos enchemos de dúvidas e ansiedade com relação ao nosso futuro. Como conciliar estas questões? Penso um pouco e não encontro uma resposta plausível. Na dúvida, continuamos seguindo sem frente a fim de descobrir aonde chegaríamos. Nesta busca, avançamos rapidamente entre espinhos, garranchos, contestações e saudades. Mais adiante, cumprimos um quarto do percurso. No momento, este fato só representa um número.

Avançamos mais. Em dado momento, encontramos com um típico caçador sertanejo, muito simpático, chamado Roberto, conhecido de Angel. Paramos um pouco e puxamos um pouco de conversa. Ele nos fala das suas grandes aventuras e feitos naquela região, incluindo amores, grandes caças, contato com extraterrestres e espíritos. Sua história é mesmo interessante. Ficamos entusiasmados e contamos um pouco de nossa vida particular, de nós mesmos. Sendo um homem já experiente, ele aproveita para nos dar conselhos. Ouvimos tudo atentamente e prometemos pensar muito bem sobre o assunto. Angel aproveita sua presença para nos dar outras orientações. As informações dos dois se completam e nos dão uma boa base para nos guiar. Agradecemos. Quando o assunto esgota, Roberto nos abraça, deseja boa sorte e finalmente se despede. Eu, Angel e Renato retomamos a caminhada e um tempo depois ultrapassamos metade do percurso.

Um pouco mais adiante, Angel desvia da trilha principal, e dobra a direita. O acompanhamos. Ao dar o sexagésimo sexto passo, sinto um baque espiritual tão tamanho que fico de joelhos. No instante posterior, o mundo gira, o céu escurece diante de nós, e somos cercados por luz e trevas ao mesmo tempo. No centro, uma fogueira espiritual é acesa e somos empurrados de encontro a ela. Quando atingimos o fogo, somos cercados por uma legião de mutantes espirituais antigos que começam a usar seus poderes contra nós. Angel, cheio de experiência, domina completamente a situação e não é atingido pois é conhecedor da magia branca e a negra. Já eu e Renato sofremos por sermos ainda aprendizes. Somos alvo de reclamações e ataques por estes espíritos atormentados.Com a mente muito confusa, tento me concentrar e depois de muito esforço consigo liberar meu poder interior e me transformo no vidente. Já transformado, libero meu espírito ,uso minha paranormalidade e copio os poderes dos personagens mais importantes. Reajo. Uso o metal,raios,telepatia e afasto por um momento os espíritos. Aproveito a situação, dou um passo para trás e tudo finalmente muda: os espíritos se afastam, luz e trevas também, a fogueira se apaga. Retorno ao meu corpo e espero um pouco. Quando me sinto completamente bem, levanto-me e abraço meus companheiros. Angel explica:

—O tempo urge e o cerco está se fechando. Isto é um sinal de que os espíritos ancestrais dos mutantes estão inquietos e querem se manifestar o quanto antes. Temos que nos apressar.

—Quem são eles? Posso saber? (O vidente)

—Alguns são meus ex-companheiros de aventura. Infelizmente, por questões diversas, não encontraram a paz no mundo espiritual e exigem uma retratação, uma divulgação. Durante muito tempo procuraram alguém capaz mas não encontraram. Agora você foi eleito, filho de Deus. Está nas suas mãos dar paz aos mesmos. (Angel)

—Pode deixar. O que estiver ao nosso alcance, o faremos. (Afirma Renato)

—Entendi. É muita responsabilidade mas vou tentar. Vou precisar de sua ajuda,Renato. Temos que desenvolver a co-visão o quanto antes. (O vidente)

—Não só a co-visão como a sua sensibilidade tem que ser bastante aguçadas. O importante é que vocês estão bem dispostos. Continuemos a caminhada. (Recomendou o Mestre)

Retornamos a trilha principal. Continuamos a enfrentar os obstáculos naturais da mata além de feras selvagens. Apressamos o passo, analisamos cada detalhe, aprendemos com nós mesmos e com o universo que se apresenta a nossa frente. Neste exato momento, decido entregar-me completamente ao meu destino e “ser como o rio que flui”. A nova atitude aliada com a minha garra,força,persistência e coragem aumentavam em muito as chances de sucesso de minha equipe. Era isto. Agora só restava esperar e avançar. Logo depois, ultrapassamos os três quartos do percurso. O desafio se aproximava.

Continuamos seguindo em frente firme e fortes. A cada passo, aumentamos a nossa concentração, dedicação e esforço pois era o mínimo exigido de nós a fim de que pudéssemos continuar nossa aventura. O que encontraríamos ou aonde chegaríamos? Não tínhamos a mínima ideia, a ansiedade e o nervosismo eram grandiosos, mas permanecíamos no controle devido as nossas experiências anteriores e a atual. Assim avançamos gradativamente. Com um pouco mais de tempo, finalmente chegamos ao destino. Estávamos na região leste, numa planície extensa, sem vegetação, rodeado por rochas vermelhas. Aproximamo-nos do centro, da grande pedra. Antes que pudéssemos alcançá-la, Angel para e pede que façamos o mesmo. E Explica:

—Vocês devem subir na pedra e tentar novamente a co-visão. Sigam os meus conselhos anteriores e tentem evoluir. Cuidado para não ultrapassarem a linha do futuro nem tentar entendê-la.

—Está bem. (Respondemos em coro)

Dito isto, caminhamos mais alguns passos, subimos na pedra sagrada, damos as mãos e nos concentramos. Relaxamos, meditamos e quando começamos a entrar em sintonia, nossos espíritos desprendem-se da parte corpórea. Ficamos um em frente ao outro. Como da outra vez, somos separados por uma força superior e atacados simultaneamente por homens encapuzados. Da minha parte, transformo-me no vidente, e uso um pouco os meus poderes a fim de me defender. Apesar dos meus esforços, meu adversário se mostra muito hábil e perigoso. Basicamente, só me defendo. Já Renato, profere oração silenciosas que aprendera com sua mestre e mãe, a guardiã da montanha, e leva um pouco de vantagem.

A luta continua. Às vezes, consigo contragolpear,ás vezes sou atingido. Percebo que o objetivo maior dos nossos inimigos era nos separar. Então tento fugir da luta, mas sou impedido. Do outro lado, Renato finalmente consegue prender o inimigo e lançá-lo de voltas ás trevas. Uso sua motivação e sabedoria, os conselhos do hindu, e finalmente consigo derrubar meu adversário no chão. Corro para junto de Renato, tento abraçá-lo mas antes que eu o alcance, algo me atinge por trás. Afastamo-nos novamente e ao voltar para trás e tocar no inimigo, tenho a seguinte visão: Era uma vez, num reino distante localizado no sudoeste da Ásia, um rei muito rígido e poderoso. Ele se chamava Arthur. Herdeiro único do antigo rei Otacílio, dominava uma larga região com mão de ferro. No entanto, no terceiro ano de seu reinado, seu império ficou ameaçado por uma seca que provocou uma crise econômica. Os nobres (A elite) Já não tinham dinheiro para pagar seus pesados impostos e em breve provavelmente iria a ruína e talvez até perdesse sua condição de monarca. Acuado, consultou seus conselheiros mais próximos, exigiu uma solução, mas nenhuma ideia sugerida lhe pareceu boa o bastante. Contrariado, mandou enforcá-los. Ao chegar a noite, foi dormir tentando achar uma solução. Porém, depois amanhecera e nada de resultados. Então resolveu sair um pouco e foi passear no jardim. Caminhando, triste e sozinho, encontrou um de seus serviçais no caminho que ao perceber sua situação catastrófica, resolveu perguntar como podia ajudar. O Rei, explicou a situação e que precisava de alguém que o aconselhasse e lhe desse uma solução plausível para a crise no reino. O empregado que se chamava Assis disse que conhecia alguém esperto o bastante, seu próprio filho. Mesmo sem acreditar, o rei permitiu que o trouxesse em sua presença a fim de conhecê-lo. Ao encontrá-lo, perguntou como sair da crise que se instalara no estado. O jovem pensou um pouco e deu uma solução: —Use o tesouro do reino, a metade para amenizar a fome do povo e as despesas públicas e quando passar a seca use a outra metade para fomentar a agricultura e a reforma agrária. O ano que vem promete ser muito bom. A fim de alcançar sucesso, nunca desampare os pobres pois são estes que sustentam as suas regalias. Impressionado com a resposta, Arthur refletiu um pouco, aprovou a sugestão, e resolveu tomar uma atitude drástica: Entregou seu cargo de Rei aquele jovem pois este sim era digno dele, pois sabia compreender as necessidades dos súditos e falou com sabedoria e ciência sobre uma questão relevante. “Ter ciência é conhecer, entender e compreender não só os sinais da natureza, como a tecnologia, mas também aplicá-los com sabedoria no momento certo.”

 

A visão termina. O homem encapuzado se afasta, e de um solavanco eu e Renato voltamos aos nossos corpos físicos. Despertamos, levantamos, saímos de cima da pedra e reencontramos Angel. O mesmo retoma o diálogo.

—E aí? O que sentiram nesta experiência?

—Senti que estamos muito perto. Por pouco, não obtemos êxito na co-visão tendo apenas a visão sobre o dom de ciência. Tudo se encaminha para a revelação. (O vidente)

—É verdade. Conseguimos vencer nossos adversários internos. Agora, só falta um pouco mais de entrosamento. (Renato)

—Muito bem. Parabéns. Aproveitem o momento e tentem absorver a maior quantidade de informação possível referente a este dom. Será muito útil para vocês. Agora, retornemos a trilha. Conversaremos depois, em casa. (Angel)

Obedecemos o nosso mestre atual e começamos a fazer o percurso de volta. Agora, estávamos a um passo da primeira revelação e quando tivéssemos a segunda, poderíamos chegar ao objetivo final: “O encontro entre dois mundos”. Porém, tínhamos consciência de que havia muita água a rolar por baixo desta ponte. Evolução era a palavra chave da vez.

No caminho, entramos em contato novamente com os animais, a vegetação, o ar puro e o clima agreste local. Desta vez, andamos sem pressa e sem maiores preocupações pois tínhamos cumprido mais uma etapa. Agora, nos restavam mais uma naquela região. Será que continuaríamos a ter sucesso? Se dependesse de nossa dedicação e empenho, esperávamos que sim. Além do mais, estava ao nosso lado um guerreiro secular que com sua experiência nos fizera evoluir muito e obter todas as conquistas até o presente momento. Tudo estava ao nosso favor.

Continuamos seguindo em frente, acompanhando Angel, que nos dá todas as explicações necessárias. Fala da vida, do nosso futuro, do projeto e como evitar o fracasso, o medo e o desespero. Mentalmente, anotamos tudo e usaríamos isto quando fosse necessário. Aproveitamos a ocasião e sanamos algumas dúvidas pertinentes. Quando tudo está esclarecido, o silêncio impera, avançamos ainda mais e logo ultrapassamos a metade do percurso.

Um pouco mais adiante, passamos perto do local onde os mutantes se manifestaram e isto me provoca arrepios. O que os tinha impulsionado a se manifestar tão claramente? Analisando a situação, concluo que o fato deles ainda não encontrarem a tão esperada paz devia estar os sufocando e eles, ante minha presença, aproveitaram para nos pressionar e vencer todos os obstáculos. Isto aumentava ainda mais a nossa responsabilidade perante o mundo e os leitores. Mas “se estávamos na chuva era para nos molhar” e faríamos o possível e o impossível a fim de satisfazer todas as expectativas.

Continuamos a caminhar com Angel ao nosso lado, aparentemente alheio a tudo que está ao seu redor. Aproveito para observá-lo um pouco e constato um homem misterioso,introspectivo,experiente,desbravador de preconceitos, que amou e foi amado, um homem além do seu tempo. Desde quando o conheci, aprendi a admirá-lo pelo seu exemplo e por um pouco de sua história de vida que chegara aos meus ouvidos.Com o seu auxílio, já compreendíamos cinco dons e aprendemos a valorizar as coisas boas da vida. Certamente, depois que tudo acabasse, não o esqueceríamos jamais. Continuamos na nossa saga.

Um tempo depois, finalmente nos aproximamos do nosso destino (a residência de Angel). Impulsionados pela fé, força e coragem completamos o trajeto restante, abrimos a porta, entramos, fechamos a porta, e nos dirigimos a pequena sala para conversarmos um pouco mais. Sentamos nas cadeiras disponíveis, ficamos de frente uns aos outros e Angel toma a palavra:

—Poderiam me falar um pouco da experiência anterior e sobre o que aprenderam com ela?

—Eu começo. Surpreendi-me muito com esta etapa no tocante ás revelações. Nunca poderia imaginar os perigos impostos, as lutas internas que tivemos que enfrentar e a nossa importância em tudo isso. Tudo o que aprendi me ajudou a entender com profundidade a ciência, dom fundamental que nos faz descobrir a natureza, a nossa condição, e nos proporciona até realizar milagres. Em conjunto com a sabedoria, podemos resolver problemas substanciais. (O vidente)

—Além disso, melhoramos o nosso entrosamento, vencemos nossos inimigos e com um pouco mais de esforço poderemos chegar a tão sonhada co-visão. (Complementou Renato)

—Muito bem. Mas não contem vitória antes do tempo. Muitos se perderam no sexto dom. Por isto, todo cuidado é pouco. Vocês têm mais alguma observação a fazer? (O mestre)

—Nenhuma. Obrigado por tudo. (O vidente)

—Eu tenho. Estou morrendo de fome. (Renato)

Todos riem com a declaração de Renato e resolvemos de comum acordo nos alimentar. Dirigimo-nos a cozinha, preparamos o alimento, nos servimos e comemos na santa paz de Deus. Planejamos o restante do dia, terminamos de comer, e descansamos um pouco nos nossos leitos. Quando acordamos, limpamos a casa, escutamos um pouco de música no rádio de pilha, saímos para tomar um pouco de sol. Assim a tarde avança, chega a noite e nos ocupamos em outras atividades. Quando nos sentimos exaustos, vamos dormir finalmente pensando no outro dia. Que outras aventuras instigantes nos esperavam? Continue acompanhando, leitor.

A última etapa no sítio

A noite passa, a madrugada chega e um pouco de tempo depois finalmente amanhece mais uma vez. Auxiliados pela claridade natural da manhã e pela brisa aconchegante, despertamos, levantamos, nos espreguiçamos, nos dirigimos como de costume a parte de trás da casa a fim de nos banhar (Um por vez).Vamos ao quarto, trocamos de roupa, e nos dirigimos à cozinha a fim de preparar nosso café. Neste processo, aproveitamos os alimentos disponíveis e fazemos alguns pratos saborosos. Dentre eles, a tapioca, panquecas e cuscuz nordestino com charque. Um verdadeiro banquete por bem dizer. Sentamos a mesa, começamos a nos alimentar e em dado momento o mestre Angel puxa conversa.

—Hoje é um dia fundamental em sua busca.Com nossos esforços, dominaremos o sexto dom, terão a visão respectiva e a co-visão. É assim que espero. (Angel)

—O que nos aconselha neste momento crucial? (O vidente)

—Como posso ajudar? (Renato)

—Primeiramente, Cultivem a humildade, garra, coragem, força, fé, persistência e paciência.Com estes elementos, poderão conquistar qualquer objetivo na vida. Renato, sua ajuda é fundamental ,especialmente na co-visão. (Angel)

—Especificamente sobre o sexto dom, poderia nos dar detalhes? (o vidente)

—Precisamos saber direção, local, obstáculos, entre outras coisas importantes. (Renato)

—O sexto dom é o da piedade. Um grande desafio se mostra a frente mas tudo é possível. Desta vez, seguirão o caminho sozinhos e esta etapa realizar-se no sul, no local em que ,no passado, encontramos os cangaceiros. Lá, terão a oportunidade de terem a primeira parte da revelação. No entanto, terão que superar os obstáculos que ocorrerem no caminho. (Explicou Angel)

—Entendi. Quando devemos partir? (O vidente)

—Depois do café. Aproveitemos o tempo restante para conversar um pouco mais e nos distrair um pouco. (Angel)

Aprovamos a sugestão de Angel. Relaxamos, continuamos a nos alimentar com calma e conversamos um pouco de tudo. Conhecemo-nos melhor, admiramos mais o trabalho de Angel como orientador e fortalecemos os laços de amizade. Em dado momento, nos damos as mãos, nossa luz desce do céu e brilha intensamente. Ficamos impressionados com o fenômeno. No instante posterior, ela sobe e volta ao cosmo. Angel nos explica que ela nunca se apagará, pois, nossos sentimentos são verdadeiros e, mesmo desencarnados, continuará nos acompanhando. Ficamos felizes e tranquilos ao saber disso.

Terminamos de nos alimentar, pegamos uma mochila , colocamos água e comida dentro dela, nos despedimos de Angel e ,antes de ir embora, ele nos abençoa e deseja boa sorte.Com tudo pronto, saímos da casa e já fora procuramos a trilha mais próxima que nos conduziria ao destino. Ao encontrarmos, iniciamos a caminhada. No momento, apesar da nossa experiência, o medo, a angústia, a incerteza, as dúvidas e todas as fraquezas predominavam. Aonde, desta vez, o destino nos levaria? O que aconteceria? Que revelação importante poderia aparecer? Estas eram algumas das dúvidas pertinentes que povoavam nosso cérebro. Contudo, isto servia de estímulo para nós porque instigava nosso instinto de escoteiro. Éramos os três mosqueteiros da história, contando com Angel que se reduzia a dois nesta parte do trajeto.

Continuamos a caminhar e a cada passo que damos temos a oportunidade de rever lugares, árvores, o céu, o sol, o chão, enfim, todos os aspectos. Algumas vezes, paramos por instantes .Precisávemos nos recuperar e hidratar. Num desses momentos, dou as costas pro universo e grito bem alto:Eu sou feliz, estou me reencontrando com minha história e dos lendários antepassados. Usa-me,Deus! Diga também, leitor, algo motivador e terás o mesmo sentimento que o meu neste instante. Depois do grito, sinto as mãos do destino agirem e uma voz do céu a nos guiar. Com isso, continuamos nossa busca. Um pouco mais adiante, chegamos a um terço do percurso.

Exatamente noventa e oito passos depois, o sol brilha mais forte, a terra treme, e um túnel se abre a nossa frente. De dentro dele, saem espíritos de cangaceiros os quais nos cercam irremediavelmente. Um deles, que parece ser o chefe, se aproxima mais, me chama, e se comunica com uma voz fanhosa e obscura:

—Cabra da peste, para avançar terás que me vencer num duelo. Se fracassares, levarás chumbo no couro e nos acompanhará até o submundo de onde não poderá escapar.

—E se eu me negar? (Pergunto)

—Leva chumbo no couro também. (Cangaceiro chefe)

Sem opção, concordo em participar, meu adversário me lança uma espada e fica com outra. Colocamo-nos em posição de combate e um pouco depois a luta se inicia. Inicialmente, fico na defensiva, apenas acompanhando e rebatendo os golpes rápidos do meu perigoso adversário. Em algumas vezes, ele me atinge e começo a sangrar um pouco em várias partes do corpo. Porém, não desisto. Mesmo fraco e reconhecendo a superioridade do meu adversário, continuo insistindo na batalha e estudando uma forma de reagir.

Continuamos batalhando e ,quando me sinto seguro, desfiro o primeiro golpe.Com um pouco de sorte, o atinjo em cheio. Ele cai e aproveito a situação para esmagá-lo com a ponta da espada. O atinjo imediatamente no coração, e no exato momento que isso ocorre, a terra treme, os espíritos dos cangaceiros se afastam, o sol brilha mais forte e as minhas esperanças renascem. Grito,cheio de felicidade:

—Eu consegui.

Por um lado, fico feliz pela superação do obstáculo e por outro sinto remorsos pelo despertar do meu “eu” animal que era capaz de ferir, agredir, destruir mesmo que não fosse uma pessoa viva. Seguindo este eu animal, na minha noite escura da alma, magoara diversas pessoas, tinha ido até o limite das “trevas”, libertara “meu mensageiro” completamente. Apesar de tudo isto ser passado e eu já ter sido perdoado pelas forças benignas do universo ainda era uma lembrança dolorosa. Não era bom reviver num momento tão importante da minha carreira.

 

Um instante depois, sento, choro de tristeza e emoção, chamo por Renato, ele se aproxima e peço colo. Deito minha cabeça em seu peito e desafogo meus sentimentos. Ele me diz palavras de consolo e auxiliado pelo seu carinho, recobro totalmente minhas energias. Quando estou pronto, o abraço e me levanto enfim. Combinamos de continuar a caminhada enquanto ainda era cedo.

Imediatamente, voltamos andar sobre pedras,flores,o chão seco, o sol escaldante do agreste e contemplamos a pequena relva da caatinga remanescente. Aonde nossos passos nos levariam? Certamente viveríamos experiências interessantes que enriqueceriam nosso leque de conhecimentos e nos fariam evoluir ainda mais abrindo a possibilidade de descobrir mundos inóspitos, intrigantes e desconhecidos da maioria das pessoas modernas.Nisto residia nosso grande desafio: Auxiliados pela visão e co-visão,descortinar o véu do tempo, analisar os fatos imparcialmente e trazer entretenimento e diversão para os leitores. Não era uma tarefa fácil mas totalmente possível pois eu e Renato formávamos uma dupla vencedora e imbatível até o momento. Pelo menos, era assim que sentíamos e pensávamos. Desta forma, munidos de otimismo avançamos cada vez mais. Um pouco mais adiante, ultrapassamos os dois terços do percurso. O objetivo final se aproximava.

Neste exato momento, estávamos muito focados e concentrados no desafio.Por isso, não tínhamos tempo nem disposição para pensar em algo além disso. Claro que sentíamos um aperto no peito, saudades de nossos familiares, medo, culpa, ansiedade, mas nada disso podia nos atrapalhar pois andávamos naquela trilha estreita com a mesma força, garra e fé que demonstrei quatro anos atrás ao galgar completamente a montanha. O sentimento de luta era realmente o mesmo apesar de serem situações totalmente diferentes.

O tempo passa um pouco. A expectativa a cada minuto que passa aumenta e resolvemos então decidir tudo logo apressando nossos passos. Quando menos esperamos, já avistamos o local do destino e a visão nos sufoca um pouco. Resolvemos parar a fim de recompor forças: Fazemos um lanche, nos hidratamos, planejamos detalhadamente nossos próximos passos. Com tudo acertado, voltamos a caminhar, driblamos mais alguns obstáculos e uns quinze minutos depois finalmente chegamos ao destino.

Estávamos no centro duma planície extensa e rochosa, local que no passado serviu de encontro entre os remanescentes lendários “cangaceiros de Virgulino” e os justiceiros do sertão. Aproveitamos o momento, respiramos aquele ar sagrado e imaginamos mil estórias a desenrolar na vida de pessoas tão importantes naquela época. Mas o que tudo aquilo tinha a ver com o sexto dom, o de piedade? Era algo que estávamos prestes a descobrir.

Eu e Renato nos damos as mãos, nos concentramos a fim de tentar novamente o desenvolvimento da co-visão.Intuitivamente,seguimos todos os conselhos do mestre e nos inspiramos em aventuras passadas para despertar um pouco mais do nosso poder interior.Com o passar do tempo,relaxamos,esquecemos tudo à nossa volta, fechamos os olhos, gradativamente vamos perdendo a consciência e quando menos esperamos, nossos espíritos se desprendem de nossos respectivos corpos.

Fora do corpo, ficamos frente a frente, nos aproximamos mais. Porém, antes do nosso encontro somos separados por forças incompreensíveis e superiores.Aí se inicia uma pequena batalha particular e mental. Nossos medos mais internos se manifestam, nos atormentam e nos fazem cair por terra. O que faríamos agora? Eu me vejo, como no passado, com medo do escuro, medo dos familiares mais velhos, medo de fantasmas, medo da sociedade e das pessoas por algo que não tinha culpa. Nesta oportunidade, reflito sobre tudo, analiso a situação e tomo uma decisão nunca antes pensada (Resolvo gritar para o mundo inteiro):

—Eu não tenho medo!Meu nome é Aldivan Teixeira Torres,sou um jovem família apesar de incompreendido por ela,sou um cara bacana,sem frescuras,consciente do que sou e que quero,que aprendeu a conviver com um dom e usá-lo para o bem,que resolveu usar a literatura para ensinar um pouco das muitas experiências carnais e espirituais vividas apesar de ter apenas trinta anos.Eu sou uma pessoa do bem!.

Depois do grito,a pressão acalma e me liberto pouco a pouco dela.Quando me sinto completamente bem,me levanto e observo Renato.O mesmo ainda encontra dificuldades para superar os seus traumas familiares,especificamente o caso do pai que o batia freqüentemente.Com intuito de ajudá-lo,dou outro grito:

—Renato,eu ,Angel e a guardiã,estamos com você.Ninguém mais irá machucá-lo.Liberte-se!

Depois do que disse, ele me parece melhor e logo está de pé. Vencemos a primeira etapa.

No entanto, ainda tínhamos que superar outras. A fim disso, tentamos nos aproximar novamente, ficamos a uma distância considerável, mas por mais que nos esforçássemos não logramos êxito. É aí que surge ,vindo do céu, uma pequena tocha de luz, que ilumina completamente o ambiente em que estávamos. Ao se aproximar, nosso sentidos são despertados, eu me aventuro um pouco e toco no campo de força. Neste instante, usando meus poderes de vidente, tenho a visão respectiva referente ao sexto dom, o dom de piedade:

“Radamés era um jovem com vinte anos integrante duma família de classe média que residia na capital do agreste pernambucano,Caruaru.Por ser de classe média,tinha quase tudo que queria proporcionado por seus pais e como qualquer outro jovem de sua idade,adorava namorar,sair com amigos em baladas,fazer farra,e outras formas de lazer.Até aí tudo bem.Porém,até o momento,desconhecia os dissabores da vida.Mas como tudo tem seu momento,um certo dia,entrou em crise existencial ocasionado pela fase dolorosa de um de seus colegas de farra e de faculdade.Ele estava com câncer.Como eram muitos amigos,ele sentiu como se fosse com ele mesmo.Contudo,ele reagiu de forma inesperada:Trancou-se em seu quarto,negava-se a se alimentar e a fazer qualquer tipo de atividade.Os seus pais,inconformados,chamaram todos as pessoas que julgaram poder ajudá-lo:psiquiatras,psicanalistas,psicólogos,vizinhos,outros colegas,e até eles mesmos.No entanto,nada parecia surtir resultado.Sabendo do caso,o seu colega,aquele que estava com câncer,chamado Vagner,O visitou,entrou no seu quarto,conversou com o mesmo sobre sua atitude.Disse que não havia motivo para tristeza,que o seu destino estava marcado,que a morte não era nada (Apenas o separaria por um tempo fisicamente) e que estaria sempre com ele,pois o sentimento mútuo de amizade era muito grande.Disse também que cada festa que fosse,que cada música que tocasse,pensasse nele e estariam juntos novamente.Completou falando que o momento não era de piedade,que deviam aproveitar o tempo restante vivendo a vida como deve ser vivida pois ela é bela,instigante,boa sempre.Depois disso,os dois se abraçaram,Radamés saiu do quarto,voltou a sua rotina,voltou a acompanhar seu amigo nos seus últimos seis meses de vida.Depois disso,o sentia em cada momento bom que vivia e nos momentos difíceis pedia sua ajuda,e sentia toda sua proteção e intercessão junto ao pai.È isto.“As pessoas que passam momentos conturbados e difíceis preferem o apoio,o consolo,o carinho,a amizade.A piedade manifesta-se dessa forma e não nos colocando frente ao destino ou a vida”.

Terminada a visão, a tocha se aproxima, toca em minha mão, eu a movimento e chamo Renato. Desta vez, ele consegue, se estica um pouco e também alcança a luz. Ela fica entre nós dois, aproveitamos a situação, nos concentramos novamente e seguimos nossa intuição e experiência. Pensamos na nossa família, no projeto “vidente”, na literatura, no dom, no destino, no universo, e na força poderosa que nos guia que costumamos chamar de Deus. Relaxamos e fechamos os olhos. Neste exato momento, algo explode, os poderes do espaço são abalados, a terra gira e treme, nossos espíritos desprendem-se de nossos corpos materiais e o fenômeno da co-visão finalmente se inicia.

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