Um Escudo De Armas

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Из серии: Anel Do Feiticeiro #8
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Um Escudo De Armas
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Sobre Morgan Rice

Morgan Rice é a autora do best-seller #1 DIÁRIOS DE VAMPIROS, uma série destinada a jovens adultos composta por onze livros (mais em progresso); da série #1 e best-seller – TRILOGIA DE SOBREVIVÊNCIA, um thriller pós-apocalíptico que compreende dois livros (outro será adicionado); da série #1 e best-seller – O ANEL DO FEITICEIRO, composta por quatorze livros de fantasia épica (outros serão acrescentados).

Os livros de Morgan estão disponíveis em áudio e página impressa e suas traduções estão disponíveis em: Alemão, Francês, Italiano, Espanhol, Português, Japonês, Chinês, Sueco, Holandês, Turco, Húngaro, Checo e Eslovaco (em breve estarão disponíveis em mais idiomas).

Morgan apreciará muitíssimo seus comentários, por favor, fique à vontade para visitar www.morganricebooks.com, faça parte de nosso newsletter, receba um livro gratuito, ganhe brindes, baixe nosso aplicativo gratuito, obtenha as novidades exclusivas em primeira mão, conecte-se ao Facebook e Twitter e permaneça em contato!

Crítica aclamada sobre Morgan Rice

“O ANEL DO FEITICEIRO reúne todos os ingredientes para um sucesso instantâneo: tramas, intrigas, mistério, bravos cavaleiros e florescentes relacionamentos repletos de corações partidos, decepções e traições. O livro manterá o leitor entretido por horas e agradará a pessoas de todas as idades. Recomendado para fazer parte da biblioteca permanente de todos os leitores do gênero de fantasia.”

--Books and Movie Reviews, Roberto Mattos.

“Rice faz um trabalho magnífico ao atrair você para a história desde o início, utilizando uma grande qualidade descritiva que transcende a mera imagem do cenário… Muito bem escrito e de uma leitura extremamente rápida.”

--Black Lagoon Reviews (referindo-se a Transformada)

“Uma história ideal para jovens leitores. Morgan Rice fez um bom trabalho, dando uma interessante reviravolta na trama… Refrescante e original. As séries giram em torno de uma garota… Uma jovem extraordinária!… Fácil de ler, mas com um ritmo de leitura extremamente acelerado… Classificação12 pelo MJ/DEJUS.”

--The Romance Reviews (referindo-se a Transformada)

“Captou a minha atenção desde o início e eu não pude soltá-lo… Esta é uma história de aventura incrível que combina agilidade e ação desde o início. Você não encontrará nela nenhum momento maçante.”

--Paranormal Romance Guild (referindo-se a Transformada)

“Carregado de ação, romance, aventura e suspense. Ponha suas mãos nele e apaixone-se novamente.”

--Vampirebooksite.com (referindo-se a Transformada)

“Uma ótima trama, este é especialmente o tipo de livro que lhe dará trabalho soltar à noite. O final é tão intrigante e espetacular que fará com que você queira comprar imediatamente o livro seguinte, só para ver o que acontecerá.”

--The Dallas Examiner (referindo-se a Amada)

“Um livro que é um rival digno de CREPÚSCULO (TWILIGHT) e AS CRÔNICAS VAMPIRESCAS (VAMPIRE DIARIES) e que fará com que você deseje continuar lendo sem parar até a última página! Se você curte aventura, amor e vampiros este é o livro ideal para você!”

--Vampirebooksite.com (referindo-se a Transformada)

“Morgan Rice mais uma vez mostra ser uma narradora extremamente talentosa… Esta narrativa atrairá uma grande variedade de público, incluindo os fãs mais jovens do gênero vampiro/fantasia. Terminou com uma situação de suspense tão inesperada que o deixará chocado.”

--The Romance Reviews (referindo-se a Amada)
Livros de Morgan Rice

O ANEL DO FEITICEIRO

EM BUSCA DE HERÓIS (Livro #1)

UMA MARCHA DE REIS (Livro #2)

UM DESTINO DE DRAGÕES (Livro #3)

UM GRITO DE HONRA (Livro #4)

UM VOTO DE GLÓRIA (Livro #5)

UMA CARGA DE VALOR (Livro #6)

UM RITO DE ESPADAS (Livro #7)

UM ESCUDO DE ARMAS (Livro #8)

UM CÉU DE FEITIÇOS (Livro #9)

UM MAR DE ESCUDOS (Livro #10)

UM REINADO DE AÇO (Livro #11)

UMA TERRA DE FOGO (Livro #12)

UM GOVERNO DE RAINHAS (Livro #13)

UM JURAMENTO DE IRMÃOS (Livro #14)

TRILOGIA DE SOBREVIVÊNCIA

ARENA UM: TRAFICANTES DE ESCRAVOS (Livro #1)

ARENA DOIS (Livro #2)

DIÁRIOS DE UM VAMPIRO

TRANSFORMADA (Livro #1)

AMADA (Livro #2)

TRAÍDA (Livro #3)

DESTINADA (Livro #4)

DESEJADA (Livro #5)

PROMETIDA EM CASAMENTO (Livro #6)

JURADA (Livro #7)

ENCONTRADA (Livro #8)

RESSUSCITADA (Livro #9)

SUPLICADA (Livro #10)

DESTINADA (Livro #11)

Ouça a série O ANEL DO FEITICEIRO em formato audiobook!!

Copyright © Morgan Rice 2013

Todos os direitos reservados. Exceto os permitidos, sujeitos à Lei de direitos autorais dos Estados Unidos de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida; distribuída; ou transmitida, em qualquer forma ou por qualquer meio; ou armazenada em um banco de dados ou sistema de recuperação, sem a prévia autorização da autora.

Este e-book é licenciado unicamente para seu usufruto pessoal. Este e-book não pode ser revendido ou cedido a outras pessoas. Caso você deseje compartilhar este livro com outra pessoa, por favor, adquira uma cópia extra para cada uma delas. Se você estiver lendo este livro sem o haver comprado, ou o mesmo não foi adquirido para seu uso exclusivo, por gentileza, devolva-o e adquira sua própria cópia. Obrigada por respeitar o trabalho árduo desta autora.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, lugares, eventos e incidentes ou são o produto da imaginação da autora ou são utilizados ficcionalmente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

A imagem da capa é de Razzomgame, e usada sob licença da Shutterstock.com.

 
“Minha honra é minha vida; meu futuro de ambas dependem.
Serei homem morto se me privarem da honra.”
 
--William Shakespeare
Ricardo II


CAPÍTULO UM

Gwendolyn protegeu-se contra o vento frio e fustigante quando ela parou à beira do Canyon e deu seu primeiro passo sobre a ponte arqueada que se estendia sobre a Travessia do Norte. Aquela ponte precária e oscilante, coberta de gelo, estava feita de cordas e tábuas de madeira e dava a impressão de que não poderia suportar o peso deles. Gwen agachou-se ao dar seu primeiro passo.

Gwen escorregou, estendeu a mão e agarrou-se a varanda, a qual balançava e era de pouca ajuda. Seu coração ficou apertado ao constatar que aquela ponte precária era seu único caminho para cruzar para o lado Norte, entrar no Mundo Inferior e encontrar Argon. Ela olhou adiante e viu à distância o Mundo Inferior convidando-a, um lençol de neve cegante. A travessia se via cada vez mais nefasta.

Uma rajada súbita de vento golpeou a ponte e a corda balançou violentamente, Gwendolyn se encontrou agarrada à varanda com ambas as mãos e ajoelhada. Por um momento, ela duvidou que pudesse sustentar-se, ou até mesmo cruzar a ponte. Ela percebeu que a travessia era muito mais perigosa do que tinha pensado e que todos estavam arriscando suas vidas ao tentar cruzá-la.

“Majestade?” Disse uma voz.

Gwen se virou e viu Aberthol parado a uma distância curta, ao lado de Steffen, Alistair e Krohn, todos eles esperavam para segui-la. Os quatro compunham um grupo bastante peculiar, equilibrando-se ali na borda do mundo e enfrentando um futuro incerto ou uma provável morte.

“Nós realmente devemos tentar cruzar isso?” Perguntou ele.

Gwendolyn virou-se e olhou de volta para a neve e o vento fustigante diante dela; ela enrolou as peles ao redor de seus ombros mais apertadamente enquanto tremia. Secretamente, ela não desejava cruzar a ponte; ela não desejava prosseguir aquela jornada. Ela realmente preferia retirar-se para a segurança do seu lar da infância, a Corte do Rei, permanecer detrás de suas muralhas protetoras diante de um cálido fogo e não ter de contemplar nenhum dos perigos e preocupações que a haviam absorvido desde que ela havia se tornado rainha.

No entanto, ela já não poderia fazer isso. A Corte do Rei já não existia mais; sua infância havia passado; ela era a rainha agora. Ela estava esperando um bebê, tinha um futuro esposo em algum lugar mundo afora e eles precisavam dela. Por Thorgrin, ela pisaria sobre o fogo se isso fosse preciso. Gwen estava certa de que isso seria realmente necessário. Todos eles precisavam de Argon – não apenas ela e Thor, mas o Anel inteiro. Todos eles estavam lutando, não somente contra Andronicus, mas também contra uma magia poderosa, poderosa o suficiente para prender Thor e sem Argon, Gwen não sabia se eles realmente poderiam combatê-la.

 

“Sim!” Ela respondeu. “Nós devemos.”

Gwen preparou-se para dar mais um passo e dessa vez Steffen se colocou apressadamente diante dela, bloqueando o seu caminho.

“Majestade, por favor, permita-me ir adiante.” Disse ele. “Nós não sabemos que coisas aterrorizantes nos esperam nesta ponte.”

Gwendolyn estava comovida com sua oferta, mas ela se aproximou e gentilmente o empurrou para um lado.

“Não.” Disse ela. Eu irei na frente.

Ela não perdeu tempo, em vez disso deu um passo à frente agarrando-se firmemente à corda da varanda.

Quando Gwen deu mais um passo, ela foi invadida pela sensação gélida em sua mão, o frio do gelo penetrou-a, sua sensação fria atingia suas mãos e braços. Ela respirava com dificuldade, sem saber se poderia sequer agarrar-se com firmeza.

Houve outra rajada de vento, ela fez com que a ponte balançasse para um lado e para outro e forçou Gwen a agarrar-se com muito mais força e suportar a dor causada pelo gelo. Ela lutou com todas as suas forças para manter o equilíbrio quando o seu pé escorregou nas tábuas cobertas de gelo, sob seus pés. A ponte pendeu bruscamente para a esquerda e por um breve instante Gwen esteve segura de que cairia pela tangente. A ponte voltou a sua posição normal e logo depois balançou para a posição contrária.

Gwen se ajoelhou novamente. Ela mal havia avançado três metros e seu coração já batia tão descompassado que ela quase não podia respirar, suas mãos estavam tão dormentes que ela quase não podia senti-las.

Ela fechou os olhos, respirou fundo e pensou em Thor. Ela visualizou o rosto dele, cada ângulo dele. Ela aferrou-se ao amor que sentia por ele, a sua determinação de libertá-lo sem importar o que fosse necessário para isso

Sem importar o que fosse necessário para isso.

Gwendolyn abriu os olhos e forçou-se a dar vários passos para a frente, agarrando-se firmemente à varanda, dessa vez disposta a não parar diante de nada. O vento e a neve poderiam arrastá-la para as profundezas do Canyon. Porém ela já não se importava mais. Já não se tratava mais do bem-estar dela. Tratava-se do amor de sua vida. Por ele, ela faria qualquer coisa.

Gwendolyn sentiu o peso da ponte oscilando detrás dela, ela olhou para trás e viu Steffen, Aberthol, Alistair e Krohn seguindo-a. Krohn deslizava em suas patas e se apressou para passar à frente dos outros, esgueirando-se para um lado e outro até que ele chegou ao lado de Gwendolyn.

“Eu não sei se eu consigo fazer isso.” Aberthol exclamou com sua voz cansada, depois de dar uns poucos passos vacilantes.

Ele ficou ali, seus braços tremiam enquanto ele se agarrava à corda, era um homem idoso e fraco que mal podia se aguentar.

“Sim, você vai conseguir.” Disse Alistair, colocando-se ao lado dele e passando um braço ao redor de sua cintura. “Eu estou aqui. Não se preocupe.”

Alistair caminhou com ele, ajudando-o a avançar, o grupo prosseguiu sua caminhada e avançava pela ponte dando um passo de cada vez.

Gwen, mais uma vez, estava admirada com a fortaleza de Alistair diante da adversidade; admirada com sua natureza calma e sua bravura. Ela também irradiava um poder que Gwendolyn não entendia. Gwen não podia explicar porque ela se sentia tão achegada a Alistair, mas no curto tempo que fazia que elas tinham se conhecido, Gwen já a queria como a uma irmã. Ela derivava forças da presença de Alistair e também de Steffen.

Houve uma calmaria no vento e eles puderam avançar mais rapidamente. Logo eles haviam atravessado a metade da ponte e se moviam mais rápido. Gwen já estava mais prática com as tábuas de madeira escorregadias e eles já podiam avistar o outro lado do Canyon, a cerca de apenas cinquenta metros. O coração de Gwen começou a encher-se de otimismo. Eles iam conseguir chegar, depois de tudo.

Uma nova rajada de vento os golpeou, ela foi bem mais forte do que as anteriores, tão forte que forçou Gwen a ficar de joelhos e agarrar a corda com as duas mãos. Ela se agarrou com toda a sua alma quando a ponte balançou em um ângulo de quase noventa graus e logo depois balançou novamente com a mesma violência. Gwen sentiu que uma das tábuas se soltou debaixo de seus pés e gritou quando sua perna ficou metida até a coxa, no espaço vazio entre as tábuas de madeira da ponte. Ela se remexia tentando sair, mas não conseguia.

Gwen se virou e viu quando Aberthol perdeu sua força, se soltou de Alistair e começou a escorregar para a borda da ponte. Alistair reagiu rapidamente, ela estirou o braço e agarrou o pulso dele, segurando-o justo antes que ele caísse pela borda.

Alistair se inclinou sobre a borda da ponte, segurando firme o pulso de Aberthol enquanto ele balançava abaixo dela, suspendido sobre o nada, nada além do abismo do Canyon. Alistair lutava para sustentá-lo e Gwen rezava para que a corda não cedesse. Ela se sentia tão inútil, presa ali, entalada entre as duas tábuas. Seu coração batia loucamente enquanto ela tentava se soltar.

A ponte se sacudia violentamente e Alistair e Aberthol sacudiam junto com ela.

“Solte-me!” Aberthol exclamou. “Salve-se você!”

O bastão de Aberthol deslizou de sua mão e despencou pelos ares, dando voltas sobre si mesmo enquanto caía nas profundezas do Canyon. Agora tudo o que ele tinha era o bastão que estava atado às suas costas.

“O senhor vai estar bem.” Alistair disse calmamente.

Gwen ficou surpresa ao ver Alistair tão equilibrada, tão confiante.

“Olhe nos meus olhos.” Alistair instruiu firmemente.

“O quê?” Aberthol gritou em meio ao vento.

“Olhe nos meus olhos.” Alistair ordenou com mais firmeza em sua voz.

Havia algo em seu tom de voz que comandava os homens, Aberthol olhou para ela. Seus olhos se encontraram e assim que isso aconteceu, Gwendolyn observou um raio de luz emanar dos olhos de Alistair e brilhar até os olhos de Aberthol. Ela observou com incredulidade quando o brilho envolveu Aberthol, logo Alistair se inclinou para trás e com um forte puxão, ela arrastou Aberthol de volta para a ponte.

Aberthol ficou ali, atordoado, respirando com dificuldade, ele olhava para Alistair admirado; em seguida, ele virou-se e imediatamente agarrou a corda da varanda com as duas mãos, antes que outra rajada de vento viesse.

“Majestade!” Steffen exclamou.

Ele ajoelhou-se sobre ela, em seguida estendeu a mão, agarrou seus ombros e puxou com toda a sua força.

Gwen começou a desentalar-se lentamente das tábuas, mas quando ela já estava prestes a se soltar, sua mão escorregou da mão gelada de Steffen; ela caiu novamente ficou ainda mais entalada onde tinha estado. De repente, uma segunda tábua se soltou debaixo de Gwendolyn e ela gritou quando sentiu que começava a despencar.

Gwendolyn estendeu a mão e agarrou a corda com uma mão e o pulso de Steffen com a outra. Ela tinha a sensação de que seus ombros estavam sendo arrancados de suas articulações, enquanto balançava em pleno ar. Steffen agora pendia também, ele estava inclinado sobre a borda com suas pernas entrelaçadas, arriscando sua vida para impedir que Gwendolyn caísse, as cordas estavam a ponto de quebrar-se atrás dele, elas eram a única coisa que os sustentavam.

Chegou até eles o som de um rosnado, Krohn saltou para frente e afundou suas presas na pele do manto de Gwen e puxou-a para trás com todas as forças, ao mesmo tempo em que rosnava e gania.

Lentamente, Gwen foi içada, centímetro a centímetro, até que finalmente ela foi capaz de agarrar-se às tábuas da ponte. Ela arrastou-se para cima e ficou deitada de costas, exausta, respirando com dificuldade.

Krohn lambeu seu rosto vez após vez, Gwen recuperava o fôlego, muito grata a ele e a Steffen, quem agora estava ao lado dela. Ela estava tão feliz por estar viva, por ter sido salva de uma morte horrível.

Mas de repente, Gwendolyn ouviu um barulho e sentiu quando a ponte inteira se sacudiu. Seu sangue gelou quando ela se virou e olhou para trás: uma das cordas que sustentava a ponte do Canyon havia se partido.

Toda a ponte estremeceu, Gwen observou com horror quando a outra corda começou a se partir também, a ponte agora pendia praticamente de um fio.

Todos eles gritaram quando repentinamente a metade da ponte se desprendeu da parede do Canyon; a ponte balançou todos eles tão rápido que Gwen mal conseguia respirar enquanto todos voavam pelo ar com a velocidade da luz, em direção ao outro lado da parede do Canyon.

Gwen olhou para cima e viu a parede rochosa que se aproximava em um borrão; ela soube que em alguns momentos todos seriam mortos pelo impacto; seus corpos seriam esmagados e que tudo o que restasse deles despencaria para as profundezas da terra.

“Rocha, abra passo! Eu lhe ordeno!” Gritou uma voz cheia de autoridade primordial, era uma voz diferente de qualquer outra que Gwen tinha ouvido.

Ela olhou para ver Alistair segurando a corda, estendendo a palma da mão, olhando fixamente e sem medo para a falésia que estavam prestes a impactar. Da palma da mão de Alistair emanava uma luz amarela, quando eles chegaram mais perto da parede do Canyon, Gwendolyn preparou-se para o impacto, ela ficou chocada com o que aconteceu depois.

Diante de seus olhos, a face sólida da rocha do Canyon mudou para a neve. Quando todos eles impactaram, Gwendolyn não sentiu o ruído do rompimento dos ossos que ela esperava. Em vez disso, ela sentiu seu corpo inteiro imerso em uma parede de neve leve e macia. A parede era muito fria e cobriu-a completamente, metendo-se em seus olhos, nariz e ouvidos, no entanto, não a havia machucado.

Ela estava viva.

Todos eles balançavam ali, a corda ficou pendurada no topo do Canyon, imersa na parede de neve. Gwendolyn sentiu uma mão forte agarrar-lhe o pulso, era Alistair. Sua mão estava estranhamente quente, apesar do frio. Alistair já tinha de alguma forma agarrado os outros também, logo estavam todos, incluindo Krohn, quem havia sido puxado para cima por ela, enquanto Alistair subia pela corda como se ela fosse nada.

Finalmente eles chegaram ao alto da parede e Gwen desabou no chão, na terra firme, do outro lado do Canyon. No exato segundo em que eles subiram, as cordas restantes se partiram e o que restava da ponte despencou para baixo, caindo em meio à neblina, para as profundezas do Canyon.

Gwendolyn ficou ali, respirando com dificuldade, muito grata por estar em terra firme novamente, perguntando-se o que havia acontecido. O chão era gélido, estava coberto de gelo e neve, mas mesmo assim era terra firme. Ela estava fora da ponte e, estava viva. Eles haviam conseguido cruzar, graças a Alistair.

Gwendolyn se virou e olhou para Alistair com um novo sentimento de admiração e respeito. Ela estava grata por tê-la ao seu lado, muito mais do que poderia expressar. Ela realmente sentia que Alistair era a irmã que ela nunca tinha tido. Gwen tinha a sensação de que ainda não tinha sequer começado a ver a profundidade do poder de Alistair.

Gwen não tinha ideia de como eles iriam regressar para o Anel quando todos terminassem sua missão ali – se é que eles conseguiriam realizar isso, se eles realmente poderiam encontrar Argon e levá-lo de volta. Enquanto Gwen olhava para a parede de neve ofuscante à sua frente, a entrada para o Mundo Inferior, ela teve a sensação de que os obstáculos mais difíceis ainda estavam por vir.

CAPÍTULO DOIS

Reece estava parado ali, na Travessia Oriental do Canyon, agarrando-se ao corrimão de pedra da ponte e olhando para baixo do precipício, horrorizado. Ele mal podia respirar. Ele ainda não podia acreditar no que acabava de presenciar: a Espada do Destino, incrustada em uma pedra, havia caído sobre a borda e agora estava despencando e girando sobre si mesma enquanto era engolida pela névoa.

Ele ficou ali aguardando por um bom tempo, esperando ouvir o golpe e sentir o tremor do impacto sob seus pés. Mas, para sua surpresa, o barulho nunca se ouviu. Seria o Canyon de fato sem fundo? Esses rumores seriam verdadeiros?

Finalmente Reece soltou a varanda, os nós dos seus dedos estavam brancos, ele soltou a respiração, virou-se e olhou para seus companheiros da Legião. Todos eles estavam ali: O’Connor, Elden, Conven, Indra, Serna e Krog. Todos eles também olhavam horrorizados. Os sete haviam ficado paralisados no lugar, nenhum deles podia compreender o que havia acabado de acontecer. A Espada do Destino: a lenda com a qual todos eles haviam crescido; a arma mais importante do mundo; propriedade dos reis e a única coisa que mantinha o escudo ativo.

Ela tinha simplesmente deslizado de suas mãos, e caído no vazio.

Reece sentia que tinha falhado. Ele sentia que tinha decepcionado não apenas Thor, mas o Anel inteiro. Por que eles não puderam chegar lá apenas alguns minutos mais cedo? Apenas mais alguns metros, e ele teria salvado a espada.

 

Reece se virou e olhou para o outro lado do Canyon, o lado do Império, ele se preparou para o pior. Com a espada perdida, ele esperava que o escudo ficasse inativo; esperava que os soldados do Império, todos alinhados no outro lado, de repente atravessassem para o lado do Anel em debandada. Mas uma coisa curiosa aconteceu: enquanto ele observava, nenhum deles entrou na ponte. Um deles tentou e logo foi esmiuçado.

De alguma forma, o escudo ainda estava ativo. Ele não podia compreender.

“Não faz sentido…” Reece disse aos demais. “A Espada deixou o Anel. Como pode o escudo ainda estar ativo?”

“A espada não saiu do Anel.” O’Connor sugeriu. “Ela ainda não cruzou até o outro lado do Anel. Ela caiu direto para baixo. Ela está presa entre dois mundos.”

“Então o que vai ser do escudo se a espada não está nem aqui, nem lá?” Elden perguntou.

Todos se entreolharam admirados. Ninguém sabia a resposta; aquele era um território inexplorado.

“Nós não podemos simplesmente ir embora.” Reece falou. “O Anel estaria seguro com a espada do nosso lado, mas não sabemos o que vai acontecer se a espada permanecer lá embaixo.”

“Enquanto ela não estiver em nosso poder, nós não saberemos se ela poderá acabar do outro lado.” Elden acrescentou, concordando.

“Esse é um risco que nós não podemos correr.” Disse Reece. “O destino do Anel repousa sobre ela. Nós não podemos voltar de mãos vazias, como uns fracassados.”

Reece se virou e olhou para os outros, decidido.

“Nós devemos recuperá-la.” Ele concluiu. “Antes que alguém mais faça isso.”

“Recuperá-la?” Krog perguntou, horrorizado. “Você é um tolo? Como exatamente, pretende fazer isso?”

Reece se virou e olhou fixamente para Krog, quem o olhou de volta, desafiador como sempre. Krog tinha se transformado em uma verdadeira pedra no sapato de Reece, desafiando seu comando em cada oportunidade, desafiando seu poder em cada canto. Reece estava perdendo a paciência com ele.

“Nós a recuperaremos.” Reece insistiu. “… Nós vamos descer para o fundo do Canyon.”

Os outros ficaram sem fala, Krog colocou as mãos nos quadris e fez uma careta.

“Você está louco.” Disse ele. “Ninguém jamais desceu até as profundezas do Canyon.”

“Ninguém sabe sequer se ele tem fundo.” Serna entrou na conversa. “Até onde sabemos, a espada despencou em uma nuvem e ainda está descendo enquanto estamos aqui falando.”

“Bobagem.” Reece retrucou. “Tudo deve ter um fundo. Até o mar.”

“Bem, mesmo que o fundo exista…” Krog retrucou. “… De que adianta, se ele está tão longe que nós não podemos ver nem ouvir? Poderia levar dias para que o alcançássemos, talvez até semanas.”

“Sem contar com fato de que não seria exatamente um passeio.” Serna disse. “Você não viu os penhascos?”

Reece se virou e examinou os penhascos, as paredes antigas e rochosas do Canyon, parcialmente escondidas nas brumas serpenteantes. Elas eram retas, verticais. Ele sabia que todos estavam certos; não seria nada fácil. No entanto, ele também sabia que eles não tinham escolha.

“É ainda pior…” Reece replicou. “Aquelas paredes também são mais lisas devido à névoa. E mesmo que possamos chegar ao fundo, é provável que não possamos voltar para cima nunca mais.”

Todos olharam fixamente para ele, perplexos.

“Então você mesmo concorda que é loucura tentar.” Disse Krog.

“Eu concordo que é uma loucura.” Reece disse com sua voz firme, cheia de autoridade e confiança. “Mas foi para loucuras como essa que nós nascemos. Não somos meros homens; Não somos meros cidadãos do Anel. Nós somos uma raça especial: nós somos soldados. Somos guerreiros. Somos homens da Legião. Fizemos um voto, um juramento. Nós juramos que nunca recuaríamos diante de uma missão só porque ela é muito difícil ou perigosa, prometemos que nunca hesitaríamos mesmo que nossos esforços pudessem causar-nos danos. Quem se acovarda e se esconde são os fracos, não nós. É isso que nos torna guerreiros. Essa é a verdadeira essência do valor: você embarca em uma causa maior do que si mesmo porque essa é a coisa certa a fazer, a única coisa digna a fazer, mesmo que isso chegue a ser impossível. Depois de tudo, não é a conquista que torna algo valoroso, mas sim a tentativa de conquistar. Ela é maior do que nós. Ela é o que somos.”

Um silêncio pesado se fez enquanto o vento soprava e os outros ponderavam suas palavras.

Finalmente, Indra deu um passo à frente.

“Eu estou com Reece.” Disse ela.

“Eu também.” Elden acrescentou, dando um passo à frente.

“E eu.” O’Connor acrescentou, colocando-se ao lado de Reece.

Conven colocou-se em silêncio ao lado de Reece, agarrando o cabo de sua espada, ele virou-se e olhou para os outros. “Por Thorgrin…” Disse ele. “… Eu iria até os confins da terra.”

Reece se sentiu encorajado por ter seus leais e verdadeiros membros da Legião do seu lado, eles eram pessoas que haviam se tornado muito achegadas a ele, eram como sua família. Todos haviam se aventurado juntos até os confins do Império. Os cinco estavam ali e olhavam para os dois novos membros da Legião, Krog e Serna; Reece se perguntava se eles se juntariam ao grupo. Eles poderiam usar as mãos extras; mas se eles quisessem voltar, então que assim fosse. Ele não pediria duas vezes.

Krog e Serna ficaram parados, olhando para eles, inseguros.

“Eu sou uma mulher…” Indra disse-lhes. “Vocês já zombaram de mim antes por isso. E mesmo assim, aqui estou, pronta para o desafio próprio de um guerreiro, enquanto vocês estão parados aí, com todos os seus músculos, zombando com medo.”

Serna resmungou irritado, sacudindo seus longos cabelos castanhos para trás, removendo-os de seus olhos, logo ele deu um passo à frente.

“Eu vou.” Disse ele. “Mas só por causa de Thorgrin.”

Krog foi o único que ficou ali, com o rosto vermelho e desafiador.

“Vocês são uns idiotas.” Disse ele. “Todos vocês.”

Mas ainda assim, ele deu um passo à frente e juntou-se ao grupo.

Reece, satisfeito, virou-se e levou-os até a beira do Canyon. Não havia mais tempo a perder.

*

Reece agarrou-se a um lado do penhasco enquanto ele avançava pelo seu caminho para baixo, os outros o seguiam e estavam a vários metros acima dele, todos eles fazendo a dolorosa descida, iniciada há horas. O coração de Reece martelava enquanto ele se esforçava para manter o equilíbrio; seus dedos estavam em carne viva e adormecidos devido ao frio, os pés dele deslizavam sobre a rocha escorregadia. Ele não esperava que fosse tão difícil. Ele havia olhado bem para baixo, estudado o terreno e a forma da rocha, e tinha notado que em alguns lugares, ela era totalmente reta, perfeitamente lisa e impossível de escalar; em outros lugares a rocha estava coberta por um musgo denso, e ainda em outros ela tinha uma inclinação serrilhada, reentrâncias, saliências, buracos e cantos nos quais era possível colocar os pés e as mãos. Ele tinha ainda descoberto um pequeno patamar onde podiam tomar um descanso ocasional.

No entanto, a escalada real tinha demonstrado ser muito mais difícil do que parecia. A névoa obscurecia continuamente o campo visual. Reece engoliu em seco e olhou para baixo, ele estava tendo muito trabalho para encontrar pontos de apoio para os pés. Sem contar que mesmo depois de todo aquele tempo de escalada, o fundo, se é que ele realmente existia, permanecia fora da vista.

Interiormente, Reece estava sentindo um medo crescente, uma secura na garganta. Uma parte dele se perguntava se ele não teria cometido um erro grave.

Mas ele não se atrevia a mostrar seu medo aos outros. Com Thor ausente, ele era o líder agora e precisava dar o exemplo. Ele também sabia que ceder aos seus medos não lhe serviria de nada. Ele precisava permanecer firme e manter o foco; ele sabia que o medo só iria prejudicar suas habilidades.

As mãos de Reece tremiam enquanto ele se sustentava. Ele disse a si mesmo que devia esquecer o que estava abaixo e concentrar-se apenas no que estava diante dele.

Apenas um passo de cada vez. Ele dizia para si mesmo. Ele sentiu-se melhor encarando as coisas dessa maneira.

Reece encontrou outro ponto de apoio deu mais um passo para baixo, e logo depois outro, finalmente ele encontrou-se aumentando o ritmo.

“CUIDADO!” Alguém gritou.

Reece se preparou quando pequenas pedras começaram a cair ao seu redor, golpeando sua cabeça e seus ombros. Ele olhou para cima e viu uma grande rocha que vinha despencando; ele esquivou a rocha por um triz.

“Desculpe!” O’Connor gritou para baixo. “Pedras soltas!”

O coração de Reece estava martelando quando ele olhou de volta para baixo e tentou manter a calma. Ele estava morrendo de vontade de saber onde o fundo estava; ele estendeu a mão, pegou uma pequena pedra que havia caído em seu ombro, olhou para baixo e atirou-a.

Ele ficou observando, esperando para ver se a pedra fazia algum barulho.

Ela nunca fez.

Seu mau presságio se intensificou. Ainda não se tinha noção nenhuma de onde o Canyon terminava e com as mãos e os pés já tremendo, ele não sabia se eles poderiam chegar. Reece engoliu em seco, todo tipo de pensamentos dava voltas em seu cérebro enquanto ele continuava. E se Krog tivesse razão? E se realmente não houvesse fundo? E se aquela fosse uma missão imprudente e suicida?

Reece deu mais um passo, ele desceu vários metros e estava ganhando força novamente; de repente, ele ouviu o som de um corpo raspando as rochas, em seguida ele ouviu alguém gritar. Houve uma comoção ao lado dele, ele olhou e viu que Elden estava começando a cair e passou escorregando ao lado dele.

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