Predestinada

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Из серии: Memórias de um Vampiro #11
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CAPÍTULO TRÊS

Sage voou pelo ar, em direção ao nascer do sol que despontava para o amanhecer quebra, os primeiros raios de sol iluminavam uma lágrima em seu rosto, que ele rapidamente secou. Ele estava exausto, com os olhos turvos de voar durante toda a noite, em busca de Scarlett. Ele tinha certeza que ele a tinha visto muitas vezes durante a noite, mas ao descer, sempre encontrava uma estranha menina, chocada ao vê-lo pousar e, sem seguida, decolar novamente. Ele estava começando a se perguntar se ele nunca a encontraria.

Scarlett estava longe de ser encontrada e Sage não conseguia entender. Sua ligação era tão forte, ele tinha certeza de que ele seria capaz de senti-la, que ela o levaria até ela. Ele não conseguia entender o que havia acontecido. Será que ela tinha morrido?

O único palpite de Sage era que talvez ela estivesse em um estado tão emocional que todos os seus sentidos foram bloqueados, e ele não era capaz de captar sua localização; ou talvez ela tivesse caído em um sono profundo, como vampiros eram conhecidos por fazer depois da primeira vez que se alimentavam de um ser humano. Isso poderia ser mortal para alguns, ele sabia, e seu coração doía com ao pensar nela lá fora, sabe-se lá onde, sozinha. Será que ela já havia acordado?

Sage voava baixo, a uma velocidade tão rápida que ele era indetectável, passando por todos os lugares familiares que ele tinha ido com ela – sua escola, sua casa, todos os locais que ele poderia pensar – usando sua visão tipo laser para examinar as árvores e as ruas.

À medida que o sol subia e hora após hora se passava, Sage finalmente sabia que era iinútil continuar pesquisando. Ele teria que esperar até que ela viesse à tona, ou até que ele pudesse detectá-la novamente.

Sage estava exausto de uma forma que ele nunca havia sentido antes. Ele podia sentir a sua força vital começando a declinar aos poucos. Ele sabia que só tinha alguns dias a partir daquele momento até que ele morresse e, ao sentir outra dor em seu peito, braços e ombros, ele tinha sensação de que estava morrendo por dentro. Sabia que ele iria deixar o mundo em breve – e ele estava em paz com isso. Ele só queria passar seus últimos dias com Scarlett.

Sem ter mais onde procurar, Sage circulou e sobrevoou a propriedade de sua família próxima ao Hudson, olhando para baixo. Ele circulou de novo e de novo, como uma águia, se perguntando: ele deveria vê-los uma última vez? Ele não sabia por qual razão. Todos eles o odiavam agora por não ter trazido Scarlett a eles; e ele tinha que admitir que também os odiava. A última vez que ele saíra, sua irmã estava morrendo em seus braços e Lore estava à caminho de  tentar matar Scarlett. Ele não queria enfrentá-los novamente.

Por outro lado, ele não tinha mais para onde ir.

Enquanto ele voava, Sage ouviu um barulho e, ao olhar para baixo, viu vários primos seus segurando tábuas nas janelas e martelando. Um por um, eles estavam bloqueando as janelas de sua mansão ancestral, Sage avistou dezenas primos decolando vôo. Ele ficou intrigado. Claramente, algo estava acontecendo.

Sage precisava descobrir. Uma parte dele queria saber para onde estavam indo e o que seria de seu família – e uma grande parte dele queria saber se eles tinham idéia de onde Scarlett poderia estar. Talvez um deles a tivesse visto ou ouvido alguma coisa. Talvez Lore a capturara. Ele tinha que saber; era a única pista que ele tinha.

Sage mergulhou em direção à propriedade de sua família e pousou na parte de trás do pátio de mármore, diante dos grandes degraus que levavam à entrada da parte traseira, formada por portas francesas altas e antigas.

Ao se aproximar, elas de repente se abriram e ele viu sua mãe e seu pai darem um passo à frente, encarando-o com um olhar severo de desaprovação.

“O que você está fazendo aqui?”, perguntou sua mãe, como se ele fosse um intruso indesejável.

“Você já nos matou uma vez”, disse o pai. “Nosso povo poderia ter sobrevivido se não fosse por você. Você veio para nos matar de novo?”

Sage franziu a testa; ele estava tão cansado da desaprovação de seus pais.

“Para onde vocês estão indo?” Sage exigiu.

“Onde você acha?”, seu pai respondeu. “Eles convocaram o Grande Conselho, pela primeira vez em mil anos.”

Sage o encarou, chocado.

“Para o Castelo Boldt?”, perguntou. “Vocês estão indo para as Mil Ilhas?”

Seus pais fizaeram uma careta de volta.

“Por que você se importa?”, disse sua mãe.

Sage não podia acreditar no que estava ouvindo. O Grande Conselho não era convocado desde o início dos tempos e todos de sua espécie reunidos em um só lugar não poderia significar nada bom.

“Mas por quê?”, Perguntou. “Por que convocar, se todos nós vamos morrer de qualquer jeito?”

Seu pai se adiantou e sorriu ao levantar um dedo e apontá-lo no meio do peito de Sage.

“Nós não somos como você”, ele rosnou. “Nós não vamos desistir sem lutar. O nosso será o maior exército já conhecido, a primeira vez que nós todos iremos nos reunir em um só lugar. A humanidade vai pagar. Vamos nos vingar.”

“Vingança do que?”, perguntou Sage. “A humanidade não fez nada para você. Por que você iria ferir pessoas inocentes? “

Seu pai sorriu de volta.

“Estúpido demais”, disse ele. “Por que não ferir? O que temos a perder? O que eles vão fazer, nos matar?”

Seu pai riu e sua mãe se juntou a ele, os dois ficaram de braços dados e passaram por ele, batendo em seu ombro com força, enquanto se preparavam para decolar em vôo.

Sage gritou atrás deles: “Eu me lembro de uma época em que vocês eram nobres”, disse ele. “Mas agora, vocês não são nada. São menos do que nada. É isso o que o desespero fez com vocês?”

Eles se viraram e fizeram uma careta.

“Seu problema, Sage, é que apesar de você ser um de nós, você nunca entendeu a nossa espécie. Destruição é tudo o que eu sempre quis. E só você, apenas você tem sido diferente.”

“Você é o filho que nunca entendemos”, disse sua mãe. “E você nunca deixou de nos decepcionar.”

Sage sentiu uma dor atravessar seu corpo, sentia-se fraco demais para responder.

Quand eles se viraram para sair, Sage, ofegante, reuniu forças para gritar: “Scarlett! Onde ela está? Contem-me!”

Sua mãe se virou e abriu um largo sorriso.

“Oh, não se preocupe com ela”, disse sua mãe. “Lore vai encontrá-la e resgatar todos nós. Ou ele vai morrer tentando. E, quando conseguirmos continuar vivendo, não se atreva a pensar que haverá um lugar para você .”

Sage corou.

“Eu odeio vocês!”, ele gritou. “Eu odeios vocês dois!”

Seus pais simplesmente se viraram, sorrindo, subiram no parapeito de mármore e decolaram em direção ao céu.

Sage ficou parado e os viu partirem, desaparecendo no céu, enquanto o resto de seus primos se juntava a eles. Ele ficou ali, sozinho, diante de sua casa ancestral agora cheia de tábuas, nada ali fora deixados para ele. Sua família o odiava e ele os odiava de volta.

Lore. Sage sentiu uma nova explosão de determinação ao pensar sobre ele. Ele não podia deixá-lo encontrar Scarlett. Apesar de toda a dor que sentia por dentro, ele sabia que tinha que reunir suas forças uma última vez. Tinha que encontrar Scarlett.

Ou morrer tentando.

CAPÍTULO QUATRO

Caitlin sentou-se no banco do passageiro da sua picape, exausto, com o coração partido, enquanto Caleb dirigia incansavelmente pela Rota 9, subindo e descendo a estrada há horas, percorrendo as ruas. O dia estava nascendo e Caitlin olhou pelo pára-brisa para um céu incomum. Ela ficou maravilhada que já era madrugada. Eles haviam ficado no carro a noite toda, os dois na frente e Sam e Polly no banco de trás, mantendo seus olhos abertos para a estrada, procurando em todos os lugares por Scarlett. Uma vez, eles tinham brecado com tudo, Caitlin pensou ter visto sua filha – e então percebeu que era somente um espantalho.

Caitlin fechou os olhos por um momento, suas pálpebras estavam pesadas e inchadas, ela enxergava o piscar dos carros através de suas pálpebras, via os faróis que passavam, em um fluxo interminável de tráfego, como tinha sido a noite toda. Ela sentiu vontade de chorar.

Caitlin sentia-se vazia por dentro, como uma péssima mãe por não ter sido presente o suficiente para Scarlett – por não ter acreditado nela, por não entendê-la, por não estar lá em sua hora de necessidade. De alguma forma, Caitlin se sentia responsável por tudo o que estava acontecendo. Sentia como se estivesse morrendo ao pensar que ela poderia nunca mais ver sua filha novamente.

Caitlin começou a chorar, ela abriu os olhos e rapidamente enxugou as lágrimas. Caleb estendeu sua mão e agarrou a dela, mas ela o afastou. Caitlin se virou para olhar para fora da janela, querendo privacidade – querendo ficar sozinha, querendo morrer. Sem sua menina em sua vida, ela percebeu que não tinha mais nada.

Caitlin sentiu uma mão reconfortante em seu ombro. Ela se virou para ver Sam inclinado para a frente.

“Nós dirigimos a noite toda”, disse ele. “Não há nenhum sinal dela em lugar nenhum. Nós cobrimos cada centímetro da Rota 9. Os policiais estão lá fora, também, com muito mais carros do que nós. Estamos exaustos e não temos idéia de onde ela poderia estar. Ela pode até estar em casa, esperando por nós.”

“Eu concordo”, disse Polly. “Digo que devemos ir para casa. Precisamos de um pouco de descanso.”

De repente veio uma alta buzina, e Caitlin olhou para cima e viu um caminhão vindo diretamente para eles, eles estavam no lado errado da estrada.

“CALEB!” Caitlin gritou.

Caleb de repente saiu do caminho no último segundo e voltou para o lado correto da estrada, desviando do caminhão que buzinava, por alguns centímentros.

Caitlin olhou para ele, com o coração acelerado, Caleb, esgotado, a olhou de volta, seus olhos estavam avermelhados e cansados.

 

“O que foi isso?”, perguntou ela.

“Eu sinto muito”, disse ele. “Devo ter cochilado.”

“Isto não está fazendo bem a ninguém”, disse Polly. “Precisamos descansar. Precisamos ir para casa. Estamos todos exaustos.”

Caitlin pensou e, finalmente, depois de um longo tempo, ela balançou a cabeça, concordando.

“Tudo bem. Vamos para casa.”

*

Caitlin sentou em seu sofá enquanto o sol nascia, folheando um álbum com fotos de Scarlett. Ela foi inundada por todas aquelas memórias que voltavam a sua cabeça, ao ver Scarlett com idades diferentes. Caitlin esfregou seu polegar nas fotos, desejando mais do que qualquer coisa no mundo que ela pudesse ter Scarlett naquele momento com ela. Ela daria qualquer coisa, até mesmo o seu próprio coração e alma.

Caitlin pegou a página rasgada do livro que ela tinha tirado na biblioteca, sobre o antigo ritual, aquele que teria salvado Scarlett se Caitlin pudesse voltar no tempo, que a teria curado de se transformar em um vampiro. Caitlin rasgou a página antiga em pequenos pedaços e a jogou no chão. Eles caíram perto Ruth, sua grande husky, que gemeu e se enrolou ao lado de Caitlin.

Aquela página, o ritual, que outrora significara tanto para Caitlin, era inútil naquele momento. Scarlett já havia se alimentado e nenhum ritual poderia mais salvá-la.

Caleb, Sam e Polly, também estavam na sala, cada um absorto em seu próprio mundo, cada um caído em um sofá ou cadeira, adormecido ou quase dormindo. Eles ficaram ali com aquele silêncio pesado, todos esperavam que Scarlett andasse pela porta e todos suspeitavam que ela nunca o faria.

De repente, o telefone tocou. Caitlin pulou para alcançá-lo, sua mão tremia. Ela o deixou cair várias vezes até, finalmente pegá-lo e colocá-lo em seu ouvido.

“Alô, alô, alô?”, ela disse. “Scarlett, é que você? Scarlett!?”

“Minha senhora, é oficial Stinton”, veio uma voz masculina.

O coração de Caitlin parou ao perceber que não era Scarlett.

“Eu só ligando para que você saiba que não temos nenhum sinal de sua filha ainda.”

As esperanças de Caitlin foram frustradas. Ela agarrou o telefone, apertando-o, desesperada.

“Vocês não estão se esforçando o suficiente”, ela fervia por dentro.

“Minha senhora, nós estamos fazendo tudo o que pode –”

Caitlin não esperou o resto de sua resposta. Ela desligou com raiva e, em seguida, pegou o telefone, um grande aparelho fixo dos anos 80, arrancou o cabo para fora da parede, levantou sobre sua cabeça e o esmagou no chão.

Caleb, Sam e Polly todos saltaram de susto, acordando de repente e a olharam como se ela fosse louca.

Caitlin olhou para o telefone e ela percebeu que talvez estivesse mesmo louca.

Caitlin saiu do quarto, abriu a porta para a grande varanda e saiu sozinha, depois sentou-se em uma cadeira de balanço. Estava frio na madrugada, mas ela não se importava. Sentia-se insensível ao mundo.

Ela cruzou os braços e os apertou sobre seu peito, e então se balançou naquele ar frio de Novembro. Ela olhou para a rua vazia que estava se iluminando com a luz de um novo dia, não havia uma alma à vista, nem um movimento de carro, todas as casas ainda estavam escuras. Tudo quieto. A rua suburbana estava perfeitamente tranquila, nehuma folha fora do lugar, tudo normal com deveria ser. Perfeitamente normal.

Mas nada, Caitlin sabia, estava normal. De repente, ela odiava aquele lugar que ela tinha amado por anos. Ela odiava o silêncio; ela odiava a tranquilidade; odiava a ordem. O que ela não daria para ter caos, para a quietude ser quebrada, para haver barulho, movimento, para que sua filha aparecesse.

Scarlett, ela rezou, ao fechar os olhos, chorando, volte para mim, querida. Por favor volte para mim.

CAPÍTULO CINCO

Scarlett Paine sentia-se flutuando no ar, havia a vibração de um milhão de pequenas asas em seu ouvido, ela sentia que estava sendo levantada, cada vez mais alto. Ela olhou para fora e viu que  estava sendo içada por uma revoada de morcegos, um milhão de morcegos estavam a sua volta, agarrando a parte de trás de sua camisa, carregando-a no ar.

Scarlett estava sendo carregada por cima das nuvens, através da mais bela alvorada que ela já tinha visto, as nuvens se espalhavam e se partiam, todas queimadas de laranja, o céu parecia em chamas. Ela não entendia o que estava acontecendo, mas, de alguma forma, ela não tinha medo. Ela percebeu que eles estavam levando-a para algum lugar e, enquanto eles gritavam e vibravam ao seu redor ao içá-la para o céu, ela sentiu como se fosse um deles.

Antes de Scarlett poder processar o que estava acontecendo, os morcegos a colocaram gentilmente no chão, diante do maior castelo que ela já vira. Tinha antigas paredes de pedra e ela estava diante de uma imensa porta em forma de arco. Os morcegos voaram e sumiram e sua vibração desapareceu junto.

Scarlett ficou de frente para a porta que lentamente se abriu. Uma luz âmbar derramou-se para fora e Scarlett sentiu-se tentada a entrar.

Scarlett cruzou o limiar da porta, atravessou a luz e entrou na maior câmara que ela já tinha visto. No interior, alinhado com perfeição, de frente para ela, havia um exército de vampiros, todos vestidos de preto. Ela pairou acima deles e olhou para baixo, para eles, como se fosse sua líder.

Como se fossem um, todos levantaram suas mãos e deram um tapa em seus peitos.

“Você deu à luz uma nação”, eles gritaram, sua voz era só uma, ecoando nas paredes. “Você deu à luz uma nação!”

Os vampiros soltaram um grande grito e, ao fazerem, Scarlett absorveu tudo, sentindo como se, finalmente, tivesse encontrado seu povo.

Os olhos de Scarlett se abriram rapidamente quando ela acordou com o som de vidro quebrando. Ela se encontrava deitada de barriga para baixo sobre o cimento, seu rosto estava pressionado contra o chão, frio e úmido. Ela viu formigas rastejando em sua direção e então colocou suas palmas das mãos no cimento bruto, se sentou e as afastou.

Scarlett estava com frio e dores, seu pescoço e costas se torciam por ela ter dormido naquela posição desconfortável. Acima de tudo, ela estava desorientada, assustada por não reconhecer o que a rodeava. Ela estava embaixo de uma pequena ponte local, deitada embaixo dela sobre uma encosta de cimento, enquanto o sol nascia. Fedia de urina e cerveja velha ali embaixo e Scarlett viu que o cimento estava todo marcado com pichações, ao examinar o chão, ela viu latas de cerveja vazias, lixos e agulhas usadas. Ela percebeu que estava em um lugar ruim. Ela olhou a sua volta, piscando, sem idéia de onde estava nem como ela chegara ali.

Veio novamente o som de vidro quebrando, acompanhado de pés se arrastando e Scarlett virou-se rapidamente, seus sentidos em alerta.

A cerca de dez metros de distância, havia quatro vagabundos vestidos em trapos, pareciam bêbados ou drogados, à procura de encrenca. Eram homens velhos com barba mal feita, eles olhavam para ela como se ela fosse um brinquedinho, havia sorrisos lascivos em seus rostos, revelando dentes podres e amarelos. Mas eles eram fortes, ela podia dizer, largos e altos e, pela forma com que eles se aproximavam, com um deles jogando uma garrafa de cerveja e quebrando-a debaixo da ponte, ela sabia que suas intenções não eram das melhores.

Scarlett tentou se lembrar de como ela mesma havia chegado àquele lugar. Era um lugar que ela nunca teria ido voluntariamente. Será que ela tinha sido trazida ali? Seu primeiro pensamento foi de que talvez ela tivesse sido estuprada; mas ela olhou para baixo e se viu completamente vestida, sabia que não tinha sido isso. Ela pensou no que havia acontecido, tentou se lembrar da noite anterior.

Mas era tudo um doloroso borrão. Scarlett lembrava-se em flashes: um bar ao lado da Rota 9… uma briga… Mas era tudo tão nebuloso. Ela não conseguia se lembrar dos detalhes.

“Você sabe que está sob a nossa ponte, não sabe?”, um dos vagabundos disse enquanto se aproximavam, chegando cada vez mais perto. Scarlett se colocou rapidamente sobre suas mãos e joelhos e, em seguida, ficou em pé, de frente para eles, ela tremia por dentro, mas não queria aparentar medo.

“Ninguém vem aqui sem pagar o pedágio”, disse outro.

“Eu sinto muito”, disse ela. “Eu não sei como cheguei aqui.”

“Esse foi o seu erro”, disse o outro, com uma voz gutural, sorrindo para ela.

“Por favor,” Scarlett disse, tentando parecer durona, mas com a voz trêmula, enquando dava um passo para trás, “Eu não quero nenhum problema. Vou sair agora. Sinto muito.”

Scarlett se virou para sair, seu coração batia forte no peito, quando, de repente, ela ouviu passos correndo e, em seguida, sentiu um braço apertar seu pescoço, uma faca apertando sua garganta e um hálito horrível de cerveja em seu rosto.

“Não, você não sente, querida”, disse ele. “Nós ainda nem começamos a conversar”.

Scarlett lutou, mas o homem era muito forte para ela, sua barba raspava em sua bochecha enquanto ele esfregava seu o rosto contra o dela.

Logo os outros três apareceram diante dela e Scarlett gritou enquanto lutava sem sucesso, então sentiu mãos terríveis escorregando pelo seu estômago. Uma delas chegou a sua linha de cintura.

Scarlett resistia e se contorcia, tentando fugir – mas eles eram muito fortes. Um deles se abaixou, arrancou o cinto e o jogou, ela ouviu o barulho de metal bater no cimento.

“Por favor, deixe-me ir!” Scarlett gritou, enquanto se contorcia.

Uma quarta mão se abaixou e pegou sua calça jeans pela cintura e entçao começou a puxá-la, tentando arrancá-la. Scarlett sabia que, em alguns momentos, se ela não fizesse alguma coisa, ela seria machucada.

Algo dentro dela estalou. Ela não entendia o que era, mas havia dominado-a completamente, uma inundação de energia passava através dela, subia por seus pés e alcançava suas pernas e seu torso. Ela sentia como se fosse um calor escaldante, que disparava através de seus ombros e braços, percorrendo todo o caminho até a ponta de seus dedos. Seu rosto corou e seus pêlos se eriçaram por todo o corpo, ela sentiu um fogo queimando-lhe por dentro. Sentiu uma força que ela não compreendia, sentiu que era mais forte do que todos aqueles homens, mais fortes do que o universo.

Em seguida, ela sentiu algo mais: uma raiva primordial. Era um sentimento novo. Ela não tinha mais o desejo de fugir – agora ela queria ficar ali e fazer aqueles homens pagarem. Queria parti-los, membro por membro.

E, por fim, sentia mais uma coisa: fome. Uma fome atroz profunda que lhe dava uma necessidade de se alimentar.

Scarlett se inclinou para trás e rosnou, um som que era assustador mesmo para ela; suas presas cresceram sobre seus dentes quando ela tomou impulso e chutou o homem que segurava seus jeans. O chute fora tão cruel que o homem voou pelo ar por uns 20 metros até ele bater a cabeça contra a parede de concreto. E então ele caiu, inconsciente.

Os outros recuaram e largaram Scarlett, estavam de bocas abertas em estado de choque e medo quando olharam para ela. Parecia que perceberam que haviam cometido um erro muito grande.

Antes que pudessem reagir, Scarlett se virou e deu uma cotovelada no homem que a segurava, quebrando-lhe a mandíbula com força, ele rodopiou duas vezes e caiu, inconsciente.

Scarlett se virou rosnando e encarou os outros dois, como uma fera olhando para a sua presa. Os dois vagabundos ficaram paralisados, com os olhos arregalados de medo e Scarlett, ao ouvir um barulho, olhou para baixo e viu um deles fazer xixi nas calças.

Scarlett se abaixou, pegou seu cinto do chão e caminhou para a frente casualmente.

O homem cambaleou para trás, petrificado.

“Não!”, Ele choramingou. “Por Favor! Eu não quis dizer aquilo!”

Scarlett pulou para a frente e enrolou o cinto em volta do pescoço do homem. Ela, então o levantou com uma das mãos, os pés dele ficaram pendurados acima da terra, o homem estava ofegante enquanto apertava o cinto. Ela o segurou ali, no alto, até ele finalmente parar de se mover e o deixou cair no chão, morto.

Scarlett se virou e encarou o último, ele estava chorando, com medo de ser executado. De presas à mostra, ela deu um passo para frente e as penetrou na garganta do homem. Ele balançou em seus braços e, em seguida, após alguns momentos, ele estava no meio de uma poça de sangue, inerte.

Scarlett ouviu uma correria distante, e ela olhou para ver o primeiro vagabundo despertar, gemendo, se levantando aos poucos de pé. Ele olhou para ela, seus olhos estavam arregalados de medo e então rapidamente ficou apoiado em suas mãos e joelhos, tentando fugir.

Ela partiu para cima dele.

 

“Por favor, não me machuque”, ele implorou, chorando. “Eu não quis dizer nada daquilo. Eu não sei o que você é, mas eu não quis dizer aquilo.”

“Eu tenho certeza que você não quis”, ela respondeu, com uma voz sombria, desumana. “Assim como eu não quero dizer o que estou prestes a fazer com você.”

Scarlett o pegou pela parte de trás da camisa, o girou e o atirou com toda a força para cima.

O vagabundo saiu voando como um míssil em direção a parte de baixo da ponte, sua cabeça e ombros esmagaram o cimento até ele sair do outro lado, ouviu-se o som de escombros caindo por todos os lados quando ele atravessou a ponte até ficar ali, pendurado com suas pernas balançando.

Scarlett correu até a parte superior da ponte em um único salto e ela o viu, sua parte superior do tronco estava presa no concreto, ele gritava, sua cabeça e ombros encontravam-se expostos, estava incapaz de se mover. Ele se contorcia, tentando se libertar.

Mas não conseguia. Era um alvo fácil para qualquer carro que aparecesse.

“Tire-me daqui!”, ele exigiu.

Scarlett sorriu.

“Talvez da próxima vez”, disse ela. “Aproveite o trânsito.”

Scarlett se virou e pulou, voando para o céu, o som dos gritos do homem ficavam cada vez mais fracos à medida que ela voava mais alto, mais longe daquele lugar, sem ter idéia de onde estava, ela já nem se importava. Apenas uma pessoa apareceu em sua mente: Sage. Seu rosto pairava diante dela, bem no centro de sua mente, seu queixo e lábios perfeitamente esculpidos, seus olhos cheios de emoção. Ela podia sentir seu amor por ela. E ela correspondi este amor.

Ela não sabia mais onde era seu lar neste mundo, mas ela não se importava, desde que estivesse com ele.

Sage, ela pensou. Espere por mim. Eu estou indo encontrá-lo.

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