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Из серии: Memórias de um Vampiro #8
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Sobre Morgan Rice

Morgan Rice é a autora número 1 do bestseller THE VAMPIRE JOURNALS (MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO), uma série para jovens adultos composta de onze livros (até o momento); da série bestseller número 1 THE SURVIVAL TRILOGY (A TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA), um thriller pós-apocalíptico com dois livros até o momento; e bestseller da série de fantasia épica número 1 THE SORCERER’S RING (O ANEL DO FEITICEIRO), formado até agora por quinze livros.

Os livros de Morgan estão disponíveis em edições de áudio e edições impressas e traduções dos livros podem ser encontradas em alemão, francês, italiano, espanhol, português, japonês, chinês, sueco, holandês, turco, húngaro, tcheco e eslovaco (com mais línguas por virem).

Morgan quer ouvir a sua opinião, então, por favor, sinta-se à vontade para visitar seu website www.morganricebooks.com para fazer parte da lista de e-mails, receber um livro de graça, ganhar brindes, baixar o novo aplicativo, ficar por dentro das últimas novidades exclusivas, conectar ao Facebook e Twitter e manter contato!

Crítica selecionada sobre MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO

“Rice faz um ótimo trabalho ao trazer o leitor para dentro da história desde o início, usando uma incrível qualidade descritiva que transcende a mera pintura do cenário… Bem escrito e extremamente rápido de ler.”

–-Black Lagoon Reviews (sobre Transformada)

“Um história ideal para jovens leitores. Morgan Rice fez um ótimo trabalho tramando uma inesperada reviravolta… Inovador e único. A série acontece em torno de uma garota… uma incrível garota!… Fácil de ler, mas de ritmo extremamente acelerado. Apropriado para maiores de 12 anos.”

–-The Romance Reviews (sobre Transformada)

“Prendeu minha atenção desde o início e não deixou mais escapar… Esta história é uma aventura incrível, de ritmo intenso e cheia de ação desde o início. Não há um momento entediante sequer.”

–-Paranormal Romance Guild (sobre Transformada)

“Cheio de ação, romance, aventura e suspense. Ponha as suas mãos nesse e se apaixone mais uma vez.”

–-vampirebooksite.com (sobre Transformada)

“Uma trama incrível e é especialmente o tipo de livro difícil de parar de ler à noite. O suspense do final é tão espetacular que imediatamente você vai querer comprar o livro seguinte, só para ver o que acontece.”

–-The Dallas Examiner {sobre Loved}

“TRANSFORMADA é um livro que pode competir com CREPÚSCULO e DIÁRIOS DO VAMPIRO, e fará com que você queira continuar lendo até a última página! Se você gosta de aventura, amor e vampiros, este é o livro para você!”

–-Vampirebooksite.com (sobre Transformada)

“Morgan Rice prova mais uma vez que é uma talentosa contadora de histórias… Agradará uma grande variedade de público, incluindo jovens fãs do gênero vampiro/fantasia. Termina em um surpreendente suspense que o deixará impressionado.”

–-The Romance Reviews (sobre Amada)

Livros de Morgan Rice
O ANEL DO FEITICEIRO
EM BUSCA DE HERÓIS (Livro 1)
MARCHA DE REIS (Livro 2)
A FATE OF DRAGONS (Livro 3)
A CRY OF HONOR (Livro 4)
A VOW OF GLORY (Livro 5)
A CHARGE OF VALOR (Livro 6)
A RITE OF SWORDS (Livro 7)
A GRANT OF ARMS (Livro 8)
A SKY OF SPELLS (Livro 9)
A SEA OF SHIELDS (Livro 10)
A REIGN OF STEEL (Livro 11)
A LAND OF FIRE (Livro 12)
A RULE OF QUEENS (Livro 13)
AN OATH OF BROTHERS (Livro14)
A TRILOGIA DA SOBREVIVÊNCIA
ARENA UM: COMERCIANTES DE ESCRAVOS (Livro 1)
ARENA DOIS (Livro 2)
MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO
TRANSFORMADA (Livro 1)
AMADA (Livro 2)
BETRAYED (Livro 3)
DESTINED (Livro 4)
DESIRED (Livro 5)
BETROTHED (Livro 6)
VOWED (Livro 7)
FOUND (Livro 8)
RESURRECTED (Livro 9)
CRAVED (Livro 10)
FATED (Livro 11)
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Direitos reservados© 2012 por Morgan Rice


Todos os direitos reservados. Exceto como permitido pela lei de Direitos Autorais dos EUA de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida por nenhuma forma ou meio, ou armazenada em banco de dados ou em sistemas de recuperação, sem a permissão prévia do autor.


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Este é um trabalho fictício. Nomes, personagens, empresas, organizações, locais e incidentes são frutos da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.


Modelo da capa: Jennifer Onvie. Fotografia da capa: Adam Luke Studios, New York. Maquiadora: Ruthie Weems. Se você deseja entrar em contato com qualquer um destes artistas, por favor, entre em contato com Morgan Rice.

FATO:

Apesar de a data exata da morte de Jesus permanecer desconhecida, acredita-se que ele tenha morrido no dia 3 de abril, 33 D. C.

FATO:

A sinagoga de Cafarnaum (Israel), uma das mais antigas do mundo, é um dos poucos lugares que restaram onde Jesus pregou. É também o local onde ele curou um homem “possesso de um demônio, de um espírito imundo.”

FATO:

A atual Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém, uma das igrejas mais sagradas do mundo, foi construída no local da crucificação de Jesus e no suposto local de sua ressuscitação. Mas, antes da construção da igreja, durante os 300 anos após a crucificação de Cristo, paradoxalmente, este local era ocupado por um Templo Pagão.

FATO:

Após a Última Ceia, Jesus foi traído por Judas no antigo jardim de Getsêmani.

FATO:

Ambos, o Judaísmo e o Cristianismo, pregam que haverá um apocalipse, um fim dos dias, durante o qual um Messias virá, e durante o qual aqueles que haviam morrido serão ressuscitados. O Judaísmo acredita que, quando o Messias chegar, os primeiros a serem ressuscitados serão aqueles enterrados no Monte das Oliveiras.

 
“Vou beijar esses lábios;
É possível que algum veneno ainda se ache neles,
Para me dar alento e dar a morte.
O! Sê bem-vindo, punhal!”
 
--William Shakespeare, Romeu e Julieta

CAPÍTULO UM

Nazaré, Israel

(Abril, 33 D.C.)


A mente de Caitlin estava a mil por hora, com sonhos rápidos e agitados. Ela viu sua melhor amiga, Polly, cair de um penhasco, com os braços estendidos para tentar se agarrar a ela, mas, por pouco, não alcançou sua mão. Ela viu seu irmão Sam fugir dela, correndo por um campo sem fim; ela o seguiu, mas não importava o quanto ela corresse, ela não conseguia alcançá-lo. Ela viu Kyle e Rynd assassinarem os membros de seu clã diante de seus olhos, partindo-os em pedaços, o sangue espirrava sobre ela. Este sangue se transformou em um pôr do sol vermelho-sangue, que pairava sobre sua cerimônia de casamento com Caleb. Com exceção deste casamento, eles eram as únicas pessoas, as últimas vivas no mundo, de pé, sobre a borda um precipício, contra um céu cor de sangue.

E então ela viu sua filha, Scarlet, sentada em um pequeno barco de madeira, sozinha na imensidão do mar, à deriva em águas turbulentas. Scarlet ergueu as quatro chaves que Caitlin precisava para encontrar seu pai. Mas, enquanto ela a observava, Scarlet as levantou e as deixou cair na água.

“Scarlet!” Caitlin tentou gritar.

Mas nenhum som saiu, enquanto ela assistia, Scarlet se afastava cada vez mais, oceano adentro, em direção às enormes nuvens de tempestade que se formavam no horizonte.

“SCARLET!”

Caitlin Paine acordou aos gritos. Ela se sentou respirando com dificuldade, e olhou a sua volta, tentando se orientar . Estava escuro lá, a única fonte de luz vinha de uma pequena abertura, a cerca de vinte metros. Parecia que ela estava em um túnel. Ou talvez fosse uma caverna.

Caitlin sentiu algo duro sob ela e, ao olhar para baixo, percebeu que estava deitada em um chão de terra com pequenas pedras. Ali estava abafado e cheio de poeira. Onde quer que ela estivesse, não era um clima escocês. Era quente, seco – como se estivesse no deserto.

Caitlin sentou-se, esfregando sua cabeça, forçando os olhos através da escuridão, tentando se lembrar, tentando distinguir o que era sonho e o que era realidade. Seus sonhos foram tão vívidos e sua realidade, tão surreal, que estava ficando cada vez mais difícil dizer a diferença.

 

Enquanto ela recuperava aos poucos seu fôlego, se livrando daquelas horrendas visões, começou a perceber que estava de volta. Viva, em algum lugar. Em um novo local e tempo. Ela sentiu as camadas de sujeira em sua pele, cabelo e olhos, e sabia que precisava de um banho. Estava tão quente ali, era difícil respirar.

Caitlin sentiu um volume familiar em seu bolso, se virou e viu, aliviada, que seu diário estava ali. Ela imediatamente checou seu outro bolso e sentiu as quatro chaves, em seguida, levantou suas mãos e sentiu seu colar. Tudo estava lá. Ela se encheu de alívio.

Então ela se lembrou. Caitlin imediatamente se virou, tentando verificar se Caleb e Scarlet haviam conseguido voltar com ela.

Ela enxergou uma forma na escuridão, imóvel, e, a princípio, se perguntou se aquilo se tratava de algum animal. Mas, quando sua visão se ajustou, ela percebeu que tinha forma de um humano. Ela se levantou devagar, seu corpo doía, estava rígido por deitar sobre as pedras, e começou a se aproximar.

Ela atravessou a caverna, se ajoelhou e, gentilmente, mexeu o ombro daquela grande forma. Já sentia quem era: não precisava que ele se virasse para ela saber. Ela podia senti-lo do outro lado da caverna. Era – ela sabia, aliviada – seu grande e único amor. Seu marido, Caleb.

Enquanto ela o virava de costas, ela rezou para que ele tivesse conseguido chegar lá com boa saúde. Que ele se lembrasse dela.

Por favor, ela pensou. Por favor. Só mais esta vez. Deixe Caleb sobreviver à viagem.

Quando Caleb se virou, ela respirou aliviada ao ver que suas características pareciam intactas. Ela não viu nenhum sinal de ferimentos. E, quando ela o examinou mais de perto, ficou ainda mais aliviada ao vê-lo respirando, o ritmo lento de seu peito subindo e descendo – e então, viu suas pálpebras se contraírem.

Ela soltou um profundo suspiro de alívio quando seus olhos se abriram.

“Caitlin?” ele perguntou.

Caitlin caiu em prantos. Seu coração disparou quando ela se inclinou sobre ele e o abraçou. Eles conseguiram voltar juntos. Ele estava vivo. Era tudo o que ela precisava.

Caitlin caiu em prantos. Seu coração disparou quando ela se inclinou sobre ele e o abraçou. Eles conseguiram voltar juntos. Ele estava vivo. Era tudo o que ela precisava. Não precisava pedir mais nada no mundo.

Ele a abraçou de volta e ela o apertou por um longo tempo, sentindo a movimentação de seus músculos. Ela se encheu de alívio. Ela o amava mais do que conseguia expressar. Eles haviam ido tantas vezes juntos, para tantos lugares, haviam visto tanta coisa juntos, passado por tantos altos e baixos, sofrido tanto, mas também haviam celebrado. Ela pensou em todas as vezes que eles quase perderam um ao outro, aquela vez em que ele não se lembrava dela, quando ele foi envenenado… Os obstáculos na relação deles pareciam nunca ter fim.

E agora, finalmente, eles haviam conseguido. Estavam juntos mais uma vez, para a última viagem de volta. Isso significava que eles ficariam juntos para sempre? Ela se perguntou. E esperava que sim, com todas as suas forças. Sem mais viagens de volta. Desta vez, eles ficariam juntos de vez.

Caleb parecia mais velho enquanto ele olhava de volta para ela. Ela encarava fixamente seus olhos castanhos, e podia sentir o amor fluindo através dele. Ela sabia que ele estava pensando o mesmo que ela.

Enquanto ela olhava em seus olhos, todas as memórias vieram à tona. Ela pensou na última viagem deles, na Escócia. Tudo voltou depressa como se fosse um sonho ruim. No começo, tudo era tão belo. O castelo, o encontrar com todos seus amigos. O casamento. Meu Deus, o casamento. Foi a coisa mais linda, mais do que ela jamais sonhara. Ela olhou para baixo e fitou sua aliança. Ainda estava lá. O anel tinha voltado junto com ela. Este símbolo do amor deles havia sobrevivido. Ela mal podia acreditar. Ela estava realmente casada. E com ele. Tomou isso como um sinal: se a aliança era capaz de voltar no tempo e atravessar tudo, se a aliança poderia sobreviver, o amor deles também poderia.

A visão da aliança em seu dedo realmente a fez compreender. Caitlin pausou e sentiu o que era ser uma mulher casada. Era diferente. Mais sólido, mais permanente. Ela sempre amou Caleb e sentia que ele a amava também. Ela sempre teve a sensação de que a união deles era eterna. Mas agora que ela era oficial, ela se sentia diferente. Sentia que os dois eram realmente apenas um.

Caitlin então pensou no passado e lembrou o que aconteceu após o casamento: eles tiveram que deixar Scarlet, Sam e Polly. Encontraram Scarlet no oceano, viram Aiden e ouviram as terríveis notícias. Polly, sua melhor amiga, estava morta. Sam, seu único irmão, havia a abandonado para sempre e partira para o lado das trevas. Seus companheiros, membros de seu clã, foram assassinados. Era quase demais para ela poder aguentar. Ela não conseguia imaginar o horror, como seria uma vida sem Sam com ela – ou sem Polly.

De sobressalto, seus pensamentos se viraram para Scarlet. Tomada repentinamente pelo pânico, ela se afastou de Caleb, procurou pela caverna, imaginando se ela também havia conseguido voltar.

Caleb devia estar pensando a mesma coisa, ao mesmo tempo, pois seus olhos se arregalaram.

“Onde está Scarlet?” ele indagou, lendo sua mente, como de costume.

Caitlin se virou e correu para cada canto da caverna, procurando em cada fresta escura, em busca de qualquer indício, qualquer forma, qualquer sinal de Scarlet. Mas não havia nenhum. Ela procurou freneticamente, cobrindo a caverna toda com Caleb, examinando cada centímetro do local.

Mas Scarlet não estava lá. Ela simplesmente não estava.

O coração de Caitlin apertou. Como poderia ser assim? Como era possível que ela e Caleb conseguiram fazer a viagem, mas Scarlet não? O destino poderia ser assim tão cruel?

Caitlin se virou e correu para a luz do sol, em direção à saída da caverna. Ela tinha que sair, ver o que havia lá fora, ver se havia algum sinal de Scarlet. Caleb correu ao seu lado, os dois foram até a abertura da caverna, para o sol, e ficaram parados na entrada.

Caitlin parou de repente, ainda em tempo: uma pequena plataforma se projetava para fora da caverna e descia pela íngreme montanha. Caleb parou logo em seguida, ao seu lado. E lá estavam eles, em pé sobre uma estreita base, olhando para baixo. De alguma forma, Caitlin percebeu, eles haviam aterrissado dentro de uma montanha, a centenas de metros de altura. Não havia como subir mais nem como descer. E se eles dessem um passo a mais, iriam despencar daquela altura.

Espalhado abaixo deles, havia um enorme vale, que alcançava o horizonte até onde a vista alcançava. Era uma paisagem deserta e rural, pontilhada com afloramentos rochosos e algumas palmeiras. À distância, havia colinas espalhadas e, diretamente abaixo deles, havia um vilarejo constituído por casas de pedras e ruas de terra. Estava ainda mais abafado ali, sob o sol, insuportavelmente brilhante e quente. Caitlin estava começando a perceber que eles estavam em um clima bem diferente da Escócia. E, julgando pela aparência rudimentar do vilarejo, eles estavam em uma época diferente, também.

Intercalados entre toda a terra e areia e pedras, havia sinais de agricultura, algumas partes verdes. Algumas eram cobertas de vinhas, crescendo em fileiras organizadas pelas íngremes encostas, e entre elas, havia árvores que Caitlin não reconhecia: árvores pequenas, pareciam antigas, com ramos retorcidos e folhas prateadas que brilhavam a luz do sol.

“Oliveiras,” Caleb disse, lendo sua mente mais uma vez.

Oliveiras? Caitlin se perguntou. Onde raios nós estamos?

Ela olhou para Caleb, com a sensação de que talvez ele reconhecesse aquele local e tempo. Viu seus olhos arregalados e sabia que sim – e também que ele estava surpreso. Ele admirou a vista como se ela fosse um amigo que ele não via há muito tempo.

“Onde nós estamos?” ela perguntou, quase com medo de descobrir.

Caleb examinou o vale ante eles e, então, finalmente, se virou e olhou para ela.

Gentilmente, ele disse: “Nazaré.”

Ele fez uma pausa, absorvendo tudo.

“Ao julgar por este vilarejo, estamos no século primeiro,” ele disse, virou-se e olhou para ela, admirado, seus olhos brilhavam de emoção: “Na verdade, parece que estamos nos tempos de Cristo.”

CAPÍTULO DOIS

Scarlet sentiu uma língua lambendo seu rosto e abriu seus olhos para a ofuscante luz do sol. A língua não parava e, antes mesmo de ela olhar para cima, ela sabia que era Ruth. Ela abriu seus olhos apenas o suficiente para ver que era ela mesma: Ruth estava debruçada sobre ela, choramingando, e ficou ainda mais animada quando Scarlet abriu os olhos.

Scarlet sentiu uma pontada de dor quando ela tentou abrir um pouco mais seus olhos; atingida pela luz ofuscante do dia, seus olhos se encheram de lágrimas, mais sensíveis do que nunca. Ela estava com uma forte dor de cabeça e entreabriu seus olhos o bastante para ver que ela estava deitada em uma rua de paralelepípedos em algum lugar. As pessoas caminhavam por ali, passando por ela e ela podia falar que estava no meio de uma cidade movimentada. As pessoas corriam para lá e para cá, em todas as direções, e ela conseguia ouvir o barulho da multidão ao meio-dia. Enquanto Ruth choramingava sem parar, ela sentou-se ali, tentando se lembrar, tentando entender onde ela estava. Mas não fazia ideia.

Antes que Scarlet conseguisse organizar seus pensamentos sobre o que havia acontecido, de repente, ela sentiu um pé cutucando suas costelas.

“Mexa-se!” veio uma voz grave. “Você não pode dormir aqui.”

Scarlet olhou para o lado e viu uma sandália romana próxima ao seu rosto. Ela olhou para cima e viu um soldado romano em pé em cima dela, vestido com uma túnica curta, com um cinto em volta de sua cintura, onde estava pendurada uma espada curta. Ele usava um pequeno capacete com penas.

O soldado se curvou e a cutucou novamente com seu pé, machucando o estômago de Scarlet.

“Você me escutou? Mexa-se, ou eu irei prendê-la.”

Scarlet queria ouvi-lo, mas quando ela abriu mais seus olhos, o sol os machucava muito, e ela estava tão desorientada. Ela tentou se levantar, mas sentiu como se estivesse se movimentando em câmera lenta.

O soldado se inclinou para trás e a chutou nas costelas. Scarlet, percebeu esse movimento e se preparou para o impacto, incapaz de reagir rápido o suficiente.

Scarlet ouviu um rosnado e se virou para ver Ruth, com os pelos de suas costas todos arrepiados, atacando o soldado. Ruth pegou seu tornozelo em pleno ar, cravando suas presas afiadas nele com toda a sua força.

O soldado gritou, e seus berros encheram o ar, ao mesmo tempo em que sangue escorria de seu tornozelo. Ruth não o largava, sacudia com toda sua energia, e a expressão do soldado, outrora tão arrogante, tornou-se assustada.

Ele esticou sua mão até sua bainha e tirou sia espada. Ele a levantou no alto e se preparou para golpeá-la nas costas de Ruth.

Foi então que Scarlet sentiu. Foi como se uma força tivesse tomado conta de seu corpo, como se outro poder, outra entidade, estivesse dentro dela. Sem perceber o que estava fazendo, ela de repente entrou em ação. Ela não podia controlar aquilo, tampouco entendia o que estava acontecendo.

Scarlet se levantou em um salto, seu coração batia forte pela adrenalina, e conseguiu agarrar o pulso do soldado em pleno ar, ao mesmo tempo em que ele golpeava a espada para baixo. Quando segurou o braço dele, ela sentia poder passando por ela, um poder que ela desconhecia. Mesmo com toda a sua força, o soldado, não conseguia ceder.

Ela apertou seu pulso e conseguiu apertá-lo o suficiente, tanto que, quando ele olhou para ela, em choque, ele finalmente soltou sua espada. Ela caiu nos paralelepípedos com um som metálico.

“Está tudo bem, Ruth,” disse Scarlet gentilmente, e Ruth foi aos poucos largando seu tornozelo.

Scarlet ficou ali, segurando o soldado pelo pulso, imobilizando-o com seu amplexo mortal.

“Por favor, me solte,” ele implorou.

Scarlet sentiu o poder correndo pelo seu corpo, sentiu que, se ele a quisesse, ele poderia machucá-lo de verdade. Mas não é isso que ela queria. Ela só queria ser deixada em paz.

Aos poucos, Scarlet afrouxou seu aperto e o deixou ir,

O soldado, com medo em seus olhos, parecia que tinha acabado de ver um demônio, se virou e foi embora, sem nem mesmo se preocupar e recuperar sua espada.

“Vamos, Ruth,” Scarlet disse, sentindo que ele poderia voltar com mais soldados, e ela não queria estar por perto.

 

Um pouco depois, as duas entraram na densa multidão. Elas correram por vielas estreitas e tortuosas, até Scarlet encontrar um vão entre as sombras. Ela sabia que os soldados não as encontrariam ali, e ela queria um minute para se recompor, para descobrir o que eles eram. Ruth estava ofegante ao seu lado, enquanto Scarlet recuperava seu fôlego naquele calor.

Scarlet estava assustada e espantada com seus próprios poderes, Ela sabia que algo estava diferente, mas ela não entendia bem o que estava acontecendo a ela; ela também não entendia onde os outros estavam. Estava tão quente ali, e ela estava em uma cidade lotada, a qual não reconhecia. Não parecia nada com a Londres em que ela havia crescido. Ela olhou a sua volta e viu todas aquelas pessoas passando por ali, usando túnicas, togas, sandálias, carregando grandes cestas com figos e tâmaras em suas cabeças e ombros, alguns usavam turbantes. Ela viu construções de pedra antigas, vias estreitas e tortuosas, ruas de paralelepípedos, e se perguntou onde raios ela estava. Definitivamente, ali não era a Escócia. Tudo parecia tão primitivo, parecia que ela havia voltado centenas de anos no passado.

Scarlet olhava para todos os lados, com a esperança de ver algum sinal de seus pais. Ela examinou cada rosto que passava pela rua, esperando, desejando, que alguém iria parar e olhar para ela.

Mas eles não estavam em lugar nenhum. E, a cada rosto que passava, ela se sentia mais e mais solitária.

Scarlet começou a ter uma sensação de pânico. Ela não entendia como ela podia ter voltado sozinha. Como eles podiam tê-la deixado assim? Onde eles poderiam estar? Eles haviam conseguido voltar, também? Eles se importavam o suficiente para procurar por ela?

Quanto mais ela ficava ali, observando, esperando, mais ela compreendia. Ela estava sozinha. Completamente sozinha, em um lugar e época desconhecidos. Mesmo que eles tivessem voltado para lá, ela não fazia ideia de onde procurá-los.

Scarlet olhou para seu pulso, para a velha pulseira com um pingente de cruz que lhe foi dada um pouco antes de partirem da Escócia. Quando eles estavam no pátio do castelo, um daqueles homens idosos, de vestes brancas, se aproximou e a colocou em seu pulso. Ela achou a pulseira muito bonita, mas não fazia ideia do que ela era nem o que representava. Tinha a sensação de que poderia ser alguma pista, mas não tinha ideia do que.

Ela sentiu Ruth se esfregando em sua perna e se ajoelhou, deu um beijo em sua testa e a abraçou. Ruth choramingou em sua orelha e depois a lambeu. Pelo menos, ela tinha Ruth. Ruth era como uma irmã para ela, Scarlet sentia-se muito grata por ela ter voltado com ela, grata por ela tê-la protegido daquele soldado. Não havia ninguém que ela amasse mais.

Quando Scarlet pensou naquele soldado, no seu encontro com ela, ela percebeu que seus poderes deviam estar mais fortes do que ela imaginava. Ela não conseguia entender como ela, uma pequena garota, o havia dominado. Sentia que, de alguma forma, ela estava se transformado, ou havia se transformado em alguma coisa que ela não era antes. Ela se lembrou de que, lá na Escócia, sua mãe havia explicado isso para ela. Mas ela ainda não entendia muito bem.

Ela gostaria que tudo simplesmente fosse embora. Ela só queria ser normal, queria que as coisas fossem normais, como elas eram antes. Ela só queria sua mãe e seu pai; queria fechar os olhos e voltar para a Escócia, para aquele castelo, com Sam, Polly e Aiden. Ela queria voltar para a cerimônia de casamento; ela queria quer no mundo estivesse certo.

Mas, quando ela abriu seus olhos, ela ainda estava sozinha, com Ruth, naquela estranha cidade, naquela estranha época. Ela não conhecia uma alma sequer. Ninguém parecia amigável. Ela não sabia para onde ir.

Por sim, Scarlet não aguentava mais. Ela precisava seguir em frente. Não podia se esconder ali e esperar para sempre. Onde quer que sua mãe e pai estivessem, ela percebeu, era em algum outro lugar. Ela sentiu uma pontada de fome e ouviu Ruth choramingar, soube que ela também estava faminta. Ela precisava ser forte, disse a si mesma. Precisava sair e tentar encontrá-los – e achar comida para as duas.

Scarlet saiu para a rua movimentara, à procura dos soldados; ela viu alguns grupos ao longe, patrulhando as ruas, mas eles não pareciam estar procurando especificamente por ela.

Scarlet e Ruth se espremeram na massa de pessoas, acotovelando-se enquanto desciam as sinuosas ruas. Estava tão cheio ali, pessoas indo para todas as direções. Ela passou por vendedores com carrinhos de madeira, vendendo frutas e vegetais, pães, garrafas de azeite de oliva e vinho. Eles ficavam um ao lado do outro, amontoados em becos largos, gritando para a clientela. As pessoas argumentavam com eles à direita e à esquerda.

E, como se não estivesse cheio o suficiente, havia também animais enchendo as ruas – camelos e burros e ovelhas e todo tipo de animais – sendo guiados por seus donos. E, em meio a estes, corriam galinhas selvagens, galos e cães. Eles cheiravam mal, e faziam o mercado já barulhento ficar ainda mais barulhento com seus urros, balidos e latidos.

Scarlet podia sentir a fome de Ruth se intensificar com a visão destes animais, então se abaixou e a agarrou pela nuca, segurando-a.

“Não, Ruth!” Scarlet disse com firmeza.

Ruth, relutante, obedeceu. Scarlet se sentiu mal por isso, mas não queria que Ruth matasse aqueles animais e causasse uma grande comoção naquela multidão.

“Eu vou encontrar comida para você, Ruth,” Scarlet falou. “Eu prometo.”

Ruth respondeu com um gemido e Scarlet sentiu uma pontada de fome também.

Scarlet correu entre os animais, levando Ruth para alguns becos mais abaixo, virando entre os vendedores e descendo mais. Parecia um labirinto que nunca acabava, e Scarlet mal conseguia ver o céu.

Então, Scarlet encontrou um vendedor com um enorme pedaço de carne assada. Ela podia sentir o cheiro de longe, o cheiro entrava em cada poro seu; ela olhou para baixo e viu Ruth observando a carne, lambendo seus beiços. Ela parou diante do vendedor, boquiaberta.

“Quer comprar um pedaço?” o vendedor, um homem grande com um avental coberto de sangue, perguntou.

Scarlet queria um pedaço mais do que qualquer outra coisa. Mas ela colocou as mãos em seu bolso e não encontrou nenhum dinheiro. Ela tocou sua pulseira e, mais que tudo, ela queria tirá-la e vendê-la a esse homem para conseguir uma refeição.

Mas ela se forçou a não fazê-lo. Ela sentiu que a pulseira era importante, então utilizou toda a sua força de vontade para resistir.

Em vez disso, triste, ela sacudiu sua cabeça lentamente e, resposta. Ela pegou Ruth e a guiou para longe do homem. Ela podia ouvir Ruth choramingando e protestando, mas elas não tinham outra escolha.

Elas continuaram andando e, finalmente, o labirinto terminou em uma praça aberta, brilhante e ensolarada. Scarlet foi pega de surpresa pelo céu claro. Ter saído daquelas vielas e becos lhe dava a sensação de estar no lugar mais aberto que ela já havia visto, com milhares de pessoas dando voltas por lá. No centro, havia uma fonte e, contornando a praça, havia uma enorme parede de pedras, que subia vários metros no ar. Cada pedra era tão grossa que era dez vezes o seu tamanho. Em volta destas pedras, havia centenas de pessoas chorando e rezando. Scarlet não sabia por que, ou onde ela estava, mas sentiu que estava no meio da cidade e que aquele era um local sagrado.

“Ei, você!” veio uma voz desagradável.

Scarlet sentiu os pelos em sua nuca arrepiarem e se virou lentamente.

Ali estava um grupo de cinco meninos sentados em um pedaço de pedra, olhando para ela. Eles estavam imundos dos pés à cabeça, vestidos em trapos. Eram adolescentes, talvez de 15 anos, e ela podia ver maldade em seus rostos. Podia sentir que eles queriam encrenca e haviam acabado de encontrar a sua próxima vítima; ela pensou se estaria óbvio o quão sozinha ela se encontrava.

Com eles, havia um cachorro selvagem, grande, parecia raivoso, tinha duas vezes o tamanho de Ruth.

“O que você está fazendo aqui sozinha?” o líder deles perguntou com tom de gozação, para os outros quatro rirem. Ele era musculoso e parecia estúpido, tinha lábios grossos e uma cicatriz na testa.

Quando ela olhou para eles, Scarlet sentiu uma nova sensação tomar conta dela, uma que ela nunca havia sentido antes: um senso de intuição aguçado. Ela não sabia o que estaca acontecendo, mas, de repente, ela podia ler claramente o pensamento deles, sentir o que eles estavam sentindo, sabia quais eram suas ideias. Ela sentiu imediatamente, claro como o dia, que eles não tinham boas intenções. Ela sabia que eles queriam machucá-la.

Ruth rosnou ao lado dela, Scarlet podia sentir um confronto maior prestes a acontecer – exatamente o que ela queria evitar.

Ela se inclinou e começou a guiar Ruth para se afastar.

“Venha, Ruth,” Scarlet disse quando começou a fugir.

“Ei, menina, estou falando com você!” berrou o garoto.

Enquanto elas fugiam, Scarlet olhou por cima de seu ombro e viu que os cinco meninos desceram da pedra e começaram a correr atrás dela.

Scarlet começou acelerou o passo, voltando para as vielas e becos, querendo manter o máximo de distância entre ela e esses meninos. Ela pensou em seu confronto com o soldado romano e, por um momento, pensou se deveria parar e tentar se defender.

Mas ela não queria lutar. Ela não queria machucar ninguém. Nem se arriscar. Ela só queria encontrar seus pais.

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